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EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG

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104<br />

Na opinião de Melo (1999), a sociedade é organizada por um modelo de<br />

categorias e tenta catalogar as pessoas conforme os atributos considerados comuns e naturais<br />

pelos m<strong>em</strong>bros dessa categoria. Porém, aqueles que d<strong>em</strong>onstram pertencer a uma categoria<br />

com atributos incomuns ou diferentes são pouco aceitos pelo grupo social, já que não se<br />

consegue lidar com a diferença. Em situações extr<strong>em</strong>as, essas pessoas, convertidas <strong>em</strong> más e<br />

perigosas, já não são vistas <strong>em</strong> sua totalidade, na sua capacidade de ação e transformam-se <strong>em</strong><br />

um ser desprovido de potencialidades.<br />

A autora ainda esclarece que<br />

a identidade social estigmatizada destrói atributos e qualidades do sujeito,<br />

exerce o poder de controle das suas ações e reforça a deterioração da sua<br />

identidade social, enfatizando os desvios e ocultando o caráter ideológico<br />

dos estigmas. A sociedade impõe a rejeição, leva à perda da confiança <strong>em</strong> si<br />

e reforça o caráter simbólico da representação social segundo a qual os<br />

sujeitos são considerados incapazes e prejudiciais à interação sadia na<br />

comunidade. Fortalece-se o imaginário social da doença, do "irrecuperável",<br />

no intuito de manter a eficácia do simbólico (MELO 1999, p.4).<br />

Assim, quando um educador se propõe a não utilizar esse modelo, ele oferece uma<br />

oportunidade ao adolescente de resgatar sua identidade, a possibilidade de dar uma reposta<br />

diferenciada daquela já esperada, de juntos construír<strong>em</strong> novas representações sociais.<br />

No grupo II, assim como no grupo I, todos os educadores ressaltaram aspectos<br />

positivos do vínculo com os adolescentes, sendo constituída também uma única categoria.<br />

Fica evidenciado nas falas como cada educador constrói suas estratégias para lidar com os<br />

adolescentes:<br />

“meu vínculo com os adolescentes é bom, eles me respeitam muito e me<br />

chamam de tia. Quando me faz<strong>em</strong> alguma proposta para que leve alguma<br />

coisa para eles, eu levo na brincadeira.”<br />

“eu tento me relacionar com os adolescentes da melhor maneira. Tento<br />

educar e peço para mudar de assunto quando não é coisa boa. Trago livros.<br />

Quando estão na lavanderia, converso mais. Tento ser agradável com eles, e<br />

não aceito o que eles falam para mim, pois são coisas que machucam.”<br />

“brinco, converso, mas s<strong>em</strong> contato físico. Nunca essa coisa de eu ser<br />

educador e você adolescente. Eles diz<strong>em</strong> que sou o educador mais de boa<br />

aqui.”

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