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EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG

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96<br />

“Quando comecei a trabalhar com adolescentes infratores sonhava muito<br />

com eles, ficava preocupada. Foi difícil. Eu me envolvia com a situação.<br />

Depois deixei para lá, não dá para trabalhar pensando no que ele fez. Hoje<br />

estou muito cansada, é muita pressão de todos os lados. Da segurança, do<br />

adolescente... Tenho vontade de me desligar do trabalho."<br />

“Tenho sentimentos de desvalorização, falta de cuidado, às vezes me sinto<br />

como „qualquer coisa‟."<br />

“No começo, visão diferente, nova, muito boa. Hoje <strong>em</strong> dia, sinto frustração.<br />

Me pergunto como estou trabalhando.”<br />

Em uma primeira leitura flutuante pod<strong>em</strong>os ponderar que as respostas apontam<br />

para direções díspares. No entanto, ao retomarmos as falas e refletirmos sobre a situação das<br />

políticas públicas do país e sobre a realidade da Educação Social, o fenômeno tratado é<br />

multifacetado, o que torna todas essas categorias não excludentes. Ou seja, é possível ter<br />

sentimentos e imagens relacionadas à “violência e medo” e também ter “esperança”, assim<br />

como <strong>em</strong> alguns momentos ou perante determinados acontecimentos, sentir “frustração”.<br />

Ao solicitarmos que os entrevistados pensass<strong>em</strong> <strong>em</strong> imagens e sentimentos,<br />

buscamos o afastamento da linguag<strong>em</strong> verbal, de um discurso racional e a aproximação a uma<br />

linguag<strong>em</strong> visual, no intuito de acessar materiais do inconsciente e evidenciar representações.<br />

Notamos, no entanto, que muitos dos educadores permaneceram na linguag<strong>em</strong> verbal, não<br />

dando lugar à produção de imagens mentais.<br />

Segundo Roncolatto (2007),<br />

o surgimento das imagens mentais dá orig<strong>em</strong> ao processo de metaforização.<br />

Certos el<strong>em</strong>entos da realidade social, da História, dos costumes, da<br />

religiosidade, da constituição física do ser humano, etc., são selecionados e,<br />

por meio de sua reinterpretação, surg<strong>em</strong> as metáforas. A realidade é s<strong>em</strong>pre<br />

ampla e global e cada comunidade de falantes faz um recorte do todo,<br />

escolhendo aspectos que considera relevantes para suprir suas necessidades<br />

expressivas <strong>em</strong> determinado momento histórico e sociocultural (p.3).<br />

Na metáfora, uma propriedade, característica ou estado inerente a um objeto passa<br />

a caracterizar outro que pode pertencer a uma classe totalmente diferente (CARNEADO<br />

MORÉ E TRISTÁ, apud RONCOLATTO, 2007). Por isso, quando o educador, <strong>em</strong> uma das<br />

poucas imagens trazidas, relata:

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