gestos musicais na fantasia concertante para piano, clarinete e ...
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33 Fig. 8b: Expansão rítmica do tema melódico (piano), c. 46-57. É também em B que ocorre o primeiro gesto dialógico da Fantasia. Apresentado exatamente no início deste episódio (Fig. 9), este gesto não apenas promove um breve diálogo entre o piano e os instrumentos de sopro, mas também prepara textualmente a exposição do tema melódico principal, que ocorre no compasso 17. Neste caso, é possível também notar que um determinado gesto pode surgir como resposta a outro semelhante. Talvez pensando em quebrar uma possível monotonia durante a preparação para o tema melódico, o mesmo gesto prototípico é alternado dialogicamente entre os diferentes timbres que constituem a formação deste trio de câmara. O resultado é, justamente, a manutenção do sentido de brincadeira expresso nos compassos iniciais.
34 Fig. 9: Início do episódio B (gesto dialógico), c. 13-18. Apesar de o primeiro movimento da Fantasia possuir contornos nítidos em sua forma, isso não significa que em determinados momentos gestos musicais de diferentes episódios não possam se encontrar textualmente sobrepostos. Um exemplo ocorre no compasso 23, ao final da exposição do segundo gesto melódico de A pelo clarinete (Fig. 10). Neste momento o piano acompanha a melodia do clarinete, aproveitando o mesmo gesto realizado no segundo compasso pelos instrumentos de sopro (Fig. 1a), apenas com a disposição e o sentido das vozes invertido. Esse fenômeno acaba servindo como um importante fator de coerência formal na obra, além de mostrar que o encerramento de um episódio não implica na não utilização dos seus gestos musicais em episódios seguintes.
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Fig. 9: Início do episódio B (gesto dialógico), c. 13-18.<br />
Apesar de o primeiro movimento da Fantasia possuir contornos nítidos em sua<br />
forma, isso não significa que em determi<strong>na</strong>dos momentos <strong>gestos</strong> <strong>musicais</strong> de diferentes<br />
episódios não possam se encontrar textualmente sobrepostos. Um exemplo ocorre no<br />
compasso 23, ao fi<strong>na</strong>l da exposição do segundo gesto melódico de A pelo <strong>clarinete</strong> (Fig.<br />
10). Neste momento o <strong>piano</strong> acompanha a melodia do <strong>clarinete</strong>, aproveitando o mesmo<br />
gesto realizado no segundo compasso pelos instrumentos de sopro (Fig. 1a), ape<strong>na</strong>s com a<br />
disposição e o sentido das vozes invertido. Esse fenômeno acaba servindo como um<br />
importante fator de coerência formal <strong>na</strong> obra, além de mostrar que o encerramento de um<br />
episódio não implica <strong>na</strong> não utilização dos seus <strong>gestos</strong> <strong>musicais</strong> em episódios seguintes.