o cinema dos roteiristas - Centro Cultural São Paulo
o cinema dos roteiristas - Centro Cultural São Paulo
o cinema dos roteiristas - Centro Cultural São Paulo
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
o <strong>cinema</strong><br />
<strong>dos</strong> <strong>roteiristas</strong>
Roteiristas de <strong>cinema</strong>*<br />
Álvaro de Moya<br />
Existem muitos livros sobre diretores. Mas não existe um livro<br />
sequer sobre <strong>roteiristas</strong> de <strong>cinema</strong>. Alguns grandes <strong>roteiristas</strong><br />
como John Howard Lawson, Dalton Trumbo, Cesare Zavattini e<br />
outros escreveram sobre o texto <strong>cinema</strong>tográfico. Porém, uma<br />
obra sobre os melhores, nenhuma.<br />
Há também a bíblia <strong>dos</strong> <strong>roteiristas</strong> brasileiros, o livreco de Syd<br />
Field – que jamais fez um roteiro de <strong>cinema</strong> – que ensina to<strong>dos</strong><br />
os chavões, clichês e lugares comuns <strong>dos</strong> filmes de Hollywood.<br />
Inclusive uma norma absurda, a reviravolta, jamais vista em<br />
clássico algum. Um completo equívoco. Tem gente por aqui que<br />
leva a sério...<br />
Os <strong>roteiristas</strong> de <strong>cinema</strong> e TV, neste ano [2001], ameaçaram uma<br />
greve geral caso o nome deles continuasse em plano inferior,<br />
exigindo o mesmo tratamento dado aos diretores. Conseguiram. O<br />
roteirista Ernest Lehman foi homenageado, simbolizando os<br />
grandes escritores norte-americanos, na festa da Academia, ele<br />
2
Ernest Lehman e Alfred Hitchcock<br />
que roteirizou Intriga internacional, Amor sublime amor, A<br />
embriaguez do sucesso, entre outros filmes importantes.<br />
Certos críticos de <strong>cinema</strong> também não ajudam. Só destacam os<br />
diretores. Como se eles tivessem total liberdade de filmar a<br />
história que quisessem! É sabido que Michael Curtiz, numa<br />
sexta-feira, recebia um comunicado interno <strong>dos</strong> chefões do<br />
estúdio para largar o filme que estava terminando e deveria<br />
rodar, a partir de segunda, outro filme. Nem lia os scripts!<br />
Muitos críticos – tal como Umberto Eco – não sabem separar o<br />
que é de interesse da produtora – e se ela é norte-americana,<br />
3
domina o mundo –, tampouco sabem o que é um argumento<br />
(escaleta), roteiro, diálogos, produção, direção, fotografia,<br />
bilheteria, marketing, promoção, divulgação, concessão ao gosto<br />
popular, efeitos especiais, interferência de Wall Street, <strong>dos</strong><br />
bancos e picaretagem internacional.<br />
Por isso, embarcam em enganações, tipo Spielberg e George<br />
Lucas. É preciso ver os clássicos da Sétima Arte que perduram e<br />
comparar com filmes que, à sua época, impressionaram e hoje<br />
envelheceram, ficaram data<strong>dos</strong> e servem apenas para retratar<br />
os interesses de uma época. Há uma diferença fundamental<br />
entre filme acadêmico e clássico.<br />
O mercado, os grandes estúdios, os produtores independentes,<br />
os astros da hora, os bancos, Wall Street, a Bolsa, o Oscar, o<br />
judaísmo, o patriotismo, a guerra do momento, tudo isso é que<br />
determina uma realização.<br />
Por tentarem enganar os produtores e inserir qualidade nos<br />
textos, os <strong>roteiristas</strong> foram os mais persegui<strong>dos</strong> no<br />
macarthismo. A maioria <strong>dos</strong> presos e figurantes na famosa lista<br />
negra era de escritores.<br />
Hollywood sabe da<br />
importância do screenplay.<br />
Alguns <strong>dos</strong> melhores<br />
<strong>roteiristas</strong> foram guinda<strong>dos</strong><br />
a diretores: Billy Wilder,<br />
John Huston, Joseph L.<br />
Mankiewicz, Robert Rossen,<br />
Richard Brooks, Daniel<br />
Taradash, Lawrence<br />
Kasdan...<br />
Roteiristas tiveram uma ou<br />
outra incursão na direção,<br />
como Ben Hecht e Dalton<br />
Trumbo, mas eram e<br />
continuaram escritores.<br />
Ben Hecht foi um <strong>dos</strong> Dalton Trumbo<br />
4
Ben Hecht<br />
maiores, senão o maior de to<strong>dos</strong>. Jornalista de Chicago, na caça<br />
às bruxas, recebeu uma cotação do FBI de cinco estrelas Stalin,<br />
tal como Chaplin. Este foi expulso para a Inglaterra. Mas os<br />
produtores não podiam prescindir de Hecht. Sua folha de serviço<br />
inclui o primeiro Oscar de 1927/28, com o roteiro original de<br />
Paixão de Sangue, um <strong>dos</strong> primeiros filmes sobre gangsters,<br />
dirigido por Joseph Von Sternberg. Em 1931, um original seu,<br />
diversas vezes refilmado: A primeira página. No mesmo ano,<br />
Scarface – a vergonha de uma nação, com Paul Muni, direção<br />
de Howard Hawks. Em 1935, juntamente com o roteirista Charles<br />
MacArthur, ganhou o Oscar de história original com The<br />
scoundrel (não exibido no Brasil), dirigido pelos dois. Depois, em<br />
1939, faria o belíssimo roteiro de O morro <strong>dos</strong> ventos uivantes,<br />
de William Wyler. Colaborou em diversas produções não<br />
creditadas, como E O vento levou. Este roteiro, assinado por<br />
5
Sidney Howard, ganhou o Oscar de 1939. O dramaturgo John<br />
Van Druten e o escritor F. Scott Fitzgerald também colaboraram,<br />
sem que seus nomes constassem <strong>dos</strong> letreiros.<br />
Garson Kanin, dramaturgo, verteu para o <strong>cinema</strong> sua peça<br />
Nascida ontem (1950), que revelou Judy Holiday. Outro autor<br />
teatral, George Axelrod, teve obras vertidas para a tela,<br />
especialmente O pecado mora ao lado (1955), com Marilyn<br />
Monroe, e Em busca de um homem (1957), com Jayne<br />
Mansfield. Neste filme, um editor popular de pocket books decide<br />
publicar o clássico da literatura americana A letra escarlate, de<br />
Nathanael Hawthorne, e prefere mudar o título para A adúltera. O<br />
assessor, Tony Randall, revela que uma pesquisa demonstrou<br />
uma grande percentagem de norte-americanos que não sabia o<br />
que isso queria dizer. O editor desiste de publicar a obra...<br />
O escritor de ficção científica Ray Bradbury fez o roteiro do<br />
William Faulkner<br />
6
clássico Moby Dick (1956) para John Huston. Mas Orson<br />
Welles escreveu o sermão que interpretou, calcado no texto<br />
original de Herman Melville. John Steinbeck, Nobel de<br />
literatura, escreveu Um barco e nove destinos, de Hitchcock, e<br />
a versão de sua novela O pônei vermelho. F. Scott Fitzgerald<br />
não deu certo na Meca do Cinema como roteirista, mas seus<br />
romances sempre foram bem, como O grande Gatsby e Suave<br />
é a noite. William Faulkner se adaptou melhor como yes man<br />
em Hollywood, inclusive em Do destino ninguém foge, de<br />
1955, e em À beira do abismo (1946), de Howard Hawks, do<br />
romance policial de Raymond Chandler. Lillian Hellman e<br />
Dashiell Hammett conseguiram manter seu nível literário e<br />
político nas produções em que participaram. Wladimir Nabokov<br />
também acertou, mas sem se meter em política. Gore Vidal<br />
começou como roteirista de TV adaptando Smoke Barn, de<br />
William Faulkner, e depois participou de diversos filmes como<br />
Ben-Hur (1959) e Calígula. Este foi o único filme a ter o nome<br />
do escritor, até então (tal como Fellini em seus filmes), no<br />
título: Gore Vidal’s Caligula. Outros escritores, como Norman<br />
Mailer, John Le Carré, Booth Tarkington, Upton Sinclair e Irwin<br />
Shaw (Guerra e Paz, 1956), também trabalharam no <strong>cinema</strong>.<br />
O autor de Mas não se mata cavalos?, Horace McCoy, assinou<br />
o roteiro de Paixão de bravo, em 1952.<br />
Os dramaturgos Robert E. Sherwood (O libertador, 1939),<br />
Maxwell Anderson (A Floresta petrificada, 1936), William Inge,<br />
Robert Bolt, Arthur Miller (Os desajusta<strong>dos</strong>, 1961), Christopher<br />
Isherwood, Clifford Odets (Conflito de duas almas, 1939, e<br />
Apenas um coração soIitário, 1944; sua peça The big knife foi<br />
dirigida em 1955 por Robert Aldrich, com roteiro de James<br />
Poe: A grande chantagem), Eugene O’Neill, Sam Shepard,<br />
Bertolt Brecht, to<strong>dos</strong> colaboraram em scripts para Hollywood<br />
nos bons tempos.<br />
Os autores de teleteatros clássicos ao vivo nos anos 1950,<br />
início da TV de Nova York, não fizeram feio, pelo contrário, ao<br />
partir para a telona. Paddy Chayefsky, ao verter sua telepeça<br />
Marty (1955), ganhou o Oscar e, pela primeira vez, um filme<br />
7
americano venceu a Palma de Ouro em Cannes, na França,<br />
quebrando a hegemonia <strong>dos</strong> europeus. Depois escreveu<br />
outros filmes premia<strong>dos</strong> como Hospital, Oscar de 1971, e<br />
Rede de intrigas, Oscar de 1976. Rod Serling verteu para o<br />
<strong>cinema</strong> sua peça de TV Réquiem para um lutador (1962).<br />
Adaptou o livro de Pierre Boule, o primeiro e único Planeta <strong>dos</strong><br />
macacos (1967). E, entre outros trabalhos, destaca-se a série<br />
para a telinha, depois filmes de episódios, Além da<br />
imaginação. Horton Foote, também oriundo da TV ao vivo,<br />
ganhou o Oscar em 1962, com O sol é para to<strong>dos</strong> e, em 1983,<br />
com A força do carinho. Reginald Rose adaptou para<br />
Hollywood sua peça televisiva Doze homens e uma sentença<br />
(1957), estréia de Sidney Lumet na direção. J. P. Miller<br />
também veio da TV.<br />
Dos quadrinhos, o assistente do Will Eisner, Jules Feiffer,<br />
escreveu Ânsia de Amar e Pequenos Assassinatos – ambos<br />
em 1971 – e Popeye, em 1980. Frank Miller, que revolucionou<br />
os comics com a versão Batman, o cavaleiro das trevas,<br />
influenciou o visual da série do<br />
homem morcego nas telonas,<br />
mas foi menos feliz no veículo<br />
<strong>cinema</strong>, roteirizando Robocop<br />
2, 3, etc.<br />
Charles Brackett era o parceiro<br />
de Billy Wilder em 1945,<br />
quando ganhou o Oscar com<br />
Farrapo humano. E, em 1950,<br />
com Crepúsculo <strong>dos</strong> deuses.<br />
Sozinho, em 1953, levou a<br />
estatueta de roteiro com<br />
Náufragos do Titanic e, depois,<br />
um Oscar especial. Foi coautor<br />
de Onze homens e um<br />
segredo, primeira versão. Billy<br />
Wilder, desde então, uniu-se Charles Brackett e Billy Wilder<br />
8
ao romeno ltak Domminici que usa o pseudônimo de I. A. L.<br />
Diamond e ganharam o Oscar com Se meu apartamento falasse,<br />
em 1960. Ele já tinha escrito sozinho Loucos de amor, um <strong>dos</strong><br />
primeiros filmes de Marilyn Monroe. Depois, se juntaram na<br />
comédia clássica Quanto mais quente melhor, de 1959. O filme<br />
termina com uma das mais famosas frases do <strong>cinema</strong>: “Ninguém<br />
é perfeito”.<br />
D. M. Marshman Jr. tinha ganhado o Oscar em 1950, como coautor<br />
de Crepúsculo <strong>dos</strong> Deuses, usando seu conhecimento de<br />
ex-jornalista. As grandes tiradas cínicas de William Holden são<br />
dele. Ele e Daniel Fuchs tinham escrito o roteiro de uma<br />
pequena obra-prima: O gângster (1947), última incursão na<br />
direção de Gordon Wiles, diretor de arte premiado com o Oscar<br />
em Náufragos do Titanic (também fizera a direção de arte de<br />
Vidocq e O retrato de Dorian Gray). Um <strong>dos</strong> primeiros filmes a<br />
relacionar gangsterismo com capitalismo. Daniel Fuchs ganhou o<br />
Oscar em 1955 com Ama-me ou esquece-me.<br />
Já Budd Schulberg relacionou sindicalismo e gangsterismo em<br />
Sindicato de ladrões, de Elia Kazan, Oscar de 1954. Esta obra<br />
foi criticada, inclusive por Arthur Miller, por endeusar a delação<br />
nos tempos do macarthismo. Schulberg tinha escrito um<br />
romance contra os produtores de Hollywood: O que faz Sammy<br />
correr?<br />
Hal Smith, juntamente com Nathan E. Douglas, ganhou o prêmio<br />
da Academia em 1958, com Acorrenta<strong>dos</strong>. Antes, escrevera, com<br />
Kenneth Gamet, um pequeno grande filme: A Centelha, em 1948.<br />
Um trio no western: dois homens e uma mulher. E um cavalo,<br />
to<strong>dos</strong> perdi<strong>dos</strong> no deserto.<br />
Talvez o roteiro <strong>cinema</strong>tográfico mais perfeito da história do<br />
<strong>cinema</strong> seja de Art Cohn em Punhos de Campeão (1949), da<br />
RKO, inspirado num poema de Joseph Moncure Marsh. O tempo<br />
de projeção da película, de 72 minutos, é igual ao tempo da ação<br />
dessa obra máxima sobre o boxe. Quando exibida na TV, é<br />
interrompida pelos comerciais, e tudo se perde. Mas, além de<br />
todas as qualidades da produção, é uma eloqüente análise da<br />
violência entre os homens. Seu final triste foi vaiado pelo<br />
9
público na noite de estréia no Cine Bandeirantes, no Largo do<br />
Paissandu, em São <strong>Paulo</strong>. Art Cohn morreu num desastre de<br />
avião, junto com o produtor Michael Todd, sobre o qual escrevia<br />
uma biografia. Deve ter tido uma participação não creditada em A<br />
volta ao mundo em 80 dias, Oscar de 1956.<br />
Cidadão Kane foi injustiçado no Oscar de 1941. Ouviram-se<br />
alguns “buuus” quando o filme foi anunciado como indicado para<br />
melhor filme, fotografia, música, ator, diretor etc. Só levou o<br />
melhor roteiro original, de Welles e Herman Mankiewicz (irmão<br />
de Joseph L. Mankiewicz). Orson jamais foi buscar essa<br />
estatueta. O jornalista <strong>Paulo</strong> Duarte, de O Estado de S. <strong>Paulo</strong>,<br />
viu-a como peso para manter uma porta aberta da Cinemateca<br />
de Nova York.<br />
Uma mulher roteirista, Francis Marion, levou dois Oscars em<br />
seguida, em 1929/30 e 1931/32, respectivamente com O<br />
presídio e O campeão, do mestre King Vidor (devidamente<br />
massacrado por Franco Zefirelli em 1979). Marion Parsonnet<br />
produziu um roteiro brilhante para Gilda (1946). Segundo o<br />
estudioso francês Georges Sadoul, esse sucesso de bilheteria<br />
de Charles Vidor teria dupla leitura. O vilão George McReady é<br />
apaixonado pelo mocinho Glenn Ford e joga sua esposa Rita<br />
Hayworth nos braços dele. O dono do cassino introduz seu<br />
novo assistente nos aposentos particulares e luxuosos e<br />
pergunta para Gilda: “Are you decent?”<br />
Frances Goodrich sempre trabalhou com seu marido, Albert<br />
Hackett. Vin<strong>dos</strong> da Broadway, escreveram brilhantemente<br />
diversos musicais, entre eles, talvez, o melhor de to<strong>dos</strong>: O pirata<br />
(1948). Já Cantando na chuva (1952) foi roteirizado por Betty<br />
Comden e Adolph Green. Joan Harrison, além de produtora <strong>dos</strong><br />
primeiros filmes americanos de Hitch, como Rebeca (1940),<br />
colaborou em seus roteiros.<br />
Sonya Levien co-adaptou O corcunda de Notre Dame (1939), de<br />
William Dieterle, com Charles Laughton. E ganhou o Oscar de<br />
1955 com Melodia interrompida. Eleanore Griffin escreveu<br />
Imitação da vida, de 1959. As escritoras Anita Loos e Booth<br />
10
Tarkington colaboraram em vários de seus livros adapta<strong>dos</strong> para<br />
o écran, assim como Claudine West.<br />
Edmund H. North fez o roteiro da ficção científica O dia em que a<br />
Terra parou (1951), drama pacifista de antevisão de avanços<br />
tecnológicos, alguns até hoje sem descoberta, como a cura do<br />
câncer e a ressurreição. Eugene Solow adaptou para o <strong>cinema</strong>,<br />
em 1939, a primeira versão de Ratos e homens, de John<br />
Steinbeck – e Horton Foote fez a honesta versão da mesma obra<br />
em 1992, dirigida por Gary Senise. John Twist escreveu diversos<br />
roteiros brilhantes, mesclando aventura e comédia, como<br />
Sinbad, o marujo, de 1946.<br />
Daniel Taradash, que tinha ganhado o Oscar de 1953 com A<br />
um passo da eternidade, desafiou a caça às bruxas<br />
escrevendo O despertar da tormenta, no qual Bette Davis faz<br />
uma bibliotecária que enfrenta a censura tentando banir livros<br />
subversivos de sua biblioteca. Em 1954, Philip Yordan levou a<br />
estatueta em A lança partida. O excelente James Poe<br />
colaborou em A volta ao mundo em 80 dias, Oscar 1956. E fez<br />
os roteiros de dois grandes filmes de Robert Aldrich: A grande<br />
chantagem (1955), e Morte sem glória, adaptado da peça<br />
teatral Fragile fox, ambos com Jack Palance. O Pentágono<br />
rejeitou colaborar com esta obra antibélica.<br />
Carl Foreman escreveu Matar ou morrer em 1952, sabendo que<br />
ia para a lista negra. Então colaborou no roteiro de A ponte do<br />
Rio Kwai tendo seu nome cortado <strong>dos</strong> créditos. Lamar Trotti<br />
levou o Oscar de 1944 com Wilson. Abby Mann escreveu O<br />
julgamento de Nuremberg, Oscar em 1961. Steve Tesich, em<br />
1979, escreveu – e levou para casa a estatueta – o delicado e<br />
político O vencedor.<br />
A Academia fez jus ao premiar Mark Peploe, em 1977, com O<br />
último imperador. Ele voltaria a brilhar em Os imperdoáveis, de<br />
Clint Eastwood, desmistificando o western. Também acabou com<br />
o mito do herói americano tipo Frank Capra, em Herói por<br />
acidente (1992), interpretado por Dustin Hoffman.<br />
Richard Matheson é um injustiçado. Escreveu, em 1971,<br />
11
Encurralado, estréia de Steven Spielberg no <strong>cinema</strong>. Criou o<br />
terror em A casa da noite eterna e seu romance Em algum lugar<br />
do passado estourou nas bilheterias. Em geral, seus roteiros<br />
superam a direção. Já escritores de renome em sua época<br />
sumiram e perderam o prestígio, mesmo tendo escrito para John<br />
Ford, como Philip Dunne, James Agee, Sidney Bohem, Nunnaly<br />
Johnson, Dudley Nichols e outros.<br />
Calder Willingham adaptou para Stanley Kubrick Glória feita de<br />
sangue e, para a bela e única direção de MarIon Brando, o<br />
western original A face oculta.<br />
Os escritores da “fábrica <strong>dos</strong> sonhos” sempre foram<br />
discrimina<strong>dos</strong>. No restaurante <strong>dos</strong> estúdios da Metro ficavam<br />
isola<strong>dos</strong>, sugestivamente à esquerda. Durante a Guerra Fria,<br />
diversos <strong>roteiristas</strong> foram presos ou para lista negra. Michael<br />
Wilson morava na casa do autor de A ponte do Rio Kwai, seu<br />
amigo Pierre Boule, e colaborou sem ter crédito. Em 1951,<br />
Wilson vencera o Oscar com Um lugar ao sol, baseado no livro<br />
Uma tragédia americana, de Theodore Dreiser. Em 1956, seu<br />
nome foi cortado <strong>dos</strong> letreiros de Sublime tentação. Em 1963, na<br />
lista negra, escreveu um filme marginal produzido pelos mineiros<br />
do Novo México, Sal da Terra. Foi dirigido por outro banido,<br />
Herbert Biberman, cuja esposa, a atriz Gale Sondergaard, não<br />
encontrava trabalho.<br />
Ring Lardner Jr., filho do grande escritor Ring Lardner, só<br />
conseguiu assinar em 1970, ganhando o Oscar com MASH.<br />
Dalton Trumbo conseguira, apelando para a Corte Suprema,<br />
restaurar seu nome em Hollywood. Tinha ganhado o Oscar<br />
usando o testa-de-ferro Ian McLellan Hunter no filme A princesa<br />
e o plebeu, em 1953. Ganhou outro Oscar com Arenas<br />
sangrentas com o falso nome de Robert Rich. No ano de 1961,<br />
Dama por um dia. Em 1965, Adeus às ilusões. Trumbo tinha um<br />
romance: Johnny got his gun. Convidou Buñuel para dirigir a<br />
versão fílmica, mas o espanhol não pôde. Então Dalton mesmo<br />
realizou Johnny vai à guerra. Sua lista de filmes importantes é<br />
imensa. Escreveu Kitty Foyle para Sam Wood, em 1940.<br />
12
Ring Lardner Jr. acende o cigarro de seu<br />
advogado, durante depoimento ao Comitê<br />
de Atividades Antiamericanas, em<br />
Washington (1947).<br />
Em 1950, O cúmplice das sombras, para Joseph Losey. Em<br />
1960, diversos filmes: Exodus, de Otto Preminger, Spartacus, de<br />
Stanley Kubrick, e Sua última façanha, de David Miller. Em 1965,<br />
Havaí, de George Roy Hill, e em 1968, O homem de Kiev, de<br />
John Frankenheimer. Quando Trumbo estava atrás das grades,<br />
encontrou J.Parnell Thomas, o inquisidor de Hollywood,<br />
condenado por se apropriar de verbas do senado. Este era o<br />
patriota que julgava os antiamericanos.<br />
Waldo Salt voltou do olvido com Perdi<strong>dos</strong> na noite, ganhando o<br />
Oscar em 1969. Em 1978, de novo vencedor com Amargo<br />
regresso. Stanley Shapiro ganhou o Oscar em 1959 com<br />
Confidências à meia-noite e roteirizou Anáguas a bordo (1959).<br />
Quando a Associação <strong>dos</strong> Roteiristas fez uma cerimônia para<br />
homenagear os persegui<strong>dos</strong> de então, Shapiro estava Iá. E, no<br />
dia seguinte, morreu num acidente de carro.<br />
Os escritores que tiveram problemas, entre outros, foram<br />
13
Dashiell Hammett e Lillian Hellman, sua companheira, Hal Smith,<br />
Alvah Bessie, Albert Maltz (Alma torturada, de Frank Tuttle,<br />
1942; Rumo a Tóquio, de Delmer Daves, 1943; O grande<br />
segredo, de Fritz Lang, 1946; e Cidade nua, de Jules Dassin,<br />
1948), Samuel Ornitz, Lester Cole e John Howard Lawson<br />
(Bloqueio, de William Dieterle). O caso curioso é de Howard<br />
Koch, que roteirizara A guerra <strong>dos</strong> mun<strong>dos</strong>, o famoso programa<br />
de rádio de Orson Welles. Tinha escrito Casablanca (com a<br />
famosa frase: “play it, Sam”) e Carta de uma desconhecida,<br />
adaptado de Stefan Zweig. Ia para Nova York trabalhar num<br />
roteiro quando o chefão do estúdio, Jack L. Warner, encomendou<br />
a ele um filme de boa vizinhança sobre o heroísmo <strong>dos</strong> parceiros<br />
na luta contra o nazismo, o Exército soviético. Koch objetou que<br />
não teria tempo. O chefão contratou uma secretária para ele<br />
ditar o roteiro no trem Los Angeles-Nova York. O roteirista<br />
acabou se casando com a secretária. Na caça às bruxas, Jack L.<br />
Warner denunciou Howard Koch por ter feito um filme<br />
glorificando os comunistas. Muy patrão!<br />
Recentemente, levantou-se a hipótese de haver um ranço de<br />
anti-semitismo, pois a maioria <strong>dos</strong> persegui<strong>dos</strong> era de judeus.<br />
Esse período da lnquisição passou. Agora, nem é mais<br />
necessário usar forças externas. Wall Street domina a indústria<br />
do entretenimento e quer ver apenas lucros e o Oscar é usado<br />
não mais para premiar grandes filmes, diretores ou <strong>roteiristas</strong> e<br />
sim para auferir mais lucros. Hollywood da Fábrica <strong>dos</strong> Sonhos<br />
virou fabriquinha de imprimir dólares.<br />
A primeira fita européia a ganhar um Oscar na categoria<br />
roteiro original foi suíça, revelando o escritor Richard<br />
Schweizer: Maria Luiza.<br />
A ltália tem alguns <strong>dos</strong> melhores <strong>roteiristas</strong> do mundo. Cesare<br />
Zavattini é um deles. Mestre do neo-realismo, junto com o diretor<br />
Vittorio De Sica desde Vítimas da tormenta (Oscar 1947),<br />
passando por Ladrões de bicicleta (Oscar 1949), continuando<br />
com Milagre em Milão (1950), O teto (1955), Umberto D, Duas<br />
mulheres (Oscar de 1961 para Sophia Loren), até O jardim <strong>dos</strong><br />
14
Vittorio De Sica e Cesare Zavattini<br />
15
Finzi Contini, que levou o Oscar de 1971. Também roteirizou<br />
Quando a mulher erra e Ontem hoje e amanhã.<br />
Com outros diretores, escreveu O coração manda (1942), de<br />
Blasetti; Trágica perseguição (1947), de De Santis; É primavera<br />
(1949), de Castellani; Três dias de amor (1949), de René<br />
Clément; O capote, versão do conto de Nicolai Gogol, para<br />
Lattuada, em 1952; e Adeus às armas, versão de Hemingway<br />
para Charles Vidor, em 1958. Zavattini teve participação<br />
importante na era de ouro do <strong>cinema</strong> italiano.<br />
No mesmo nível, Sergio Amidei: do início do neo-realismo até o<br />
moderno Casanova e a revolução. Foi um <strong>dos</strong> <strong>roteiristas</strong> de<br />
Roma, cidade aberta, de 1945, e colaborou em diversos filmes<br />
importantes desse período. Ontem, hoje e amanhã abiscoitou o<br />
Oscar de 1964 como melhor filme estrangeiro. Também<br />
colaborou em Vítimas da tormenta, de De Sica, Paisà, de<br />
Rossellini em 1946 e, com o mesmo diretor, Die Angst (1954) e<br />
Era noite em Roma (1961).<br />
Um grupo de <strong>roteiristas</strong> italianos conseguiu furar a barreira<br />
protecionista do Oscar, saindo do gueto.<br />
Sergio Amidei<br />
16
Suso Cecchi D’Amico<br />
Grandes escritores como Alberto Moravia, Mario Soldati,<br />
Mario Camerini, Tulio Pinelli e Ennio Flaianno (A trapaça),<br />
Franco Solinas (Queimada, com Marlon Brando), Ugo Pirri<br />
(Investigação sobre um cidadão acima de qualquer suspeita),<br />
Patroni-Griffi, Massimo Mida e Furio Scarpelli assinaram<br />
obras no <strong>cinema</strong> da ltália. Luciano Vincenzoni é autor de<br />
diálogos brilhantes.<br />
E a maior roteirista do mundo é Suso Cecchi D’Amico, que<br />
trabalhava com Luchino Visconti. To<strong>dos</strong> esses e outros fazem<br />
do soggetto e da sceneggiatura uma base internacional do<br />
<strong>cinema</strong> autoral.<br />
17
A França, tal coma a ltália, tem grandes <strong>roteiristas</strong> e escritores. O<br />
poeta Jean Cocteau realizou A bela e a fera, em 1946. Os<br />
escritores Marcel Aymé, Jacques Companeez, Sacha Guitry, André<br />
Malraux, Marcel Pagnol, to<strong>dos</strong> beneficia<strong>dos</strong> com o apoio que a<br />
França dá a seus intelectuais, puderam escrever e dirigir filmes.<br />
Até Pablo Picasso trabalhou em roteiros de filmes. E Salvador Dali<br />
colaborou no primeiro filme de Buñuel: Um cão andaluz.<br />
Marc Allégret foi roteirista até virar diretor para lançar Brigitte<br />
Bardot. Jean Aurenche, <strong>dos</strong> mais prolíficos escritores da França,<br />
roteirizou Sinfonia pastoral para Jean Dellanoy. Em 1936 escreveu<br />
O demônio da Algéria para Julien Duvivier. No ano seguinte, Um<br />
carnet de baile para o mesmo diretor. Em 1938, Hotel do Norte,<br />
para Marcel Carné; Fan-Fan La Tulipe, em 1952, para Christian-<br />
Jacque; e O mordomo, para Delannoy em 1964. Em 1965, para<br />
Clément, Paris está em chamas? Para Clément tinha escrito<br />
Gervaise, a flor do lodo, de Emile Zola. A parceria com Pierre Bost<br />
começou em 1942, com Lettres d’Amour; em 1946, escreveram o<br />
clássico Sinfonia pastoral e trabalharam para o prestigiado diretor<br />
Claude Autant-Lara em Adúltera (1947) e em O vermelho e o<br />
negro, o clássico romance moderno de Stendhal. Em 1950 Deus<br />
necessita de homens e, em 1952, outro grande filme, Brinquedo<br />
proibido. Em 1956 A travessia de Paris. E escreveram para Brigitte<br />
Bardot Amar é minha profissão, em 1958.<br />
Jean-Claude Carrière roteirizou os últimos filmes de Buñuel na<br />
França, inclusive O diário de uma<br />
camareira e A bela da tarde. Jean<br />
Louis Richard roteirizou para<br />
François Truffaut. Marguerite<br />
Duras, antes de dirigir, escreveu<br />
Hiroshima, meu amor para Alain<br />
Resnais. E do mesmo diretor, O<br />
ano passado em Marienbad, do<br />
escritor Alain Robbe-Grillet,<br />
criador do nouveau roman.<br />
Charles Spaak<br />
18
Jean Cocteau<br />
Charles Spaak foi, provavelmente, o roteirista mais importante<br />
do <strong>cinema</strong> francês. Começou em 1930 com La petite Lise e, em<br />
1934, Pension Mimosas; então o clássico A bandeira, em 1935.<br />
No mesmo ano, A quermesse heróica e Camaradas. Em 1937, o<br />
clássico A grande ilusão. E a série de roteiros para Cayatte sobre<br />
a (in)justiça: começando com Direito de matar (1950), incluindo<br />
Somos to<strong>dos</strong> assassinos. Pai da atriz Catherine Spaak,<br />
descoberta por Lattuada.<br />
Em 1947, Jean-Paul Sartre verteu Les jeux son faites para o<br />
<strong>cinema</strong> e, em 1957, fez o roteiro da versão francesa da peça<br />
teatral de Arthur Miller As feiticeiras de Salem, dirigido por<br />
Raymond Rouleau. Seu roteiro para Freud, além da alma,<br />
dirigido por John Huston, foi recusado.<br />
O autor de bandes dessinées René Goscinny já tinha morrido<br />
quando a sua criação virou a superprodução Astérix. Mas<br />
19
trabalhou em diversos roteiros diverti<strong>dos</strong>, seja em longasmetragens<br />
seja em desenho animado.<br />
O poeta Jacques Prevert começou em 1935 com Le crime de<br />
Monsieur Lage. No ano seguinte, Jenny e, em 1937, Família<br />
exótica. No ano posterior, O mistério do colégio. Nesse mesmo<br />
período, Cais das sombras. Em 1939, Trágico amanhecer. De<br />
1939, terminado em 1941, Águas tempestuosas. Em 1942,<br />
Lumière d’été mais o clássico Os visitantes da noite, e sua<br />
continuação (1944/45) O boulevard do crime. Em 1949, Os<br />
amantes de Verona. Em 1950<br />
escreveu e narrou os<br />
comentários de Bim, filme de<br />
Albert Lamorrise.<br />
Jorge Semprún, escritor<br />
espanhol banido por Franco,<br />
radicado na França, roteirizou<br />
o filme político Z (1968), de<br />
Costa-Gavras e, juntos<br />
também, Estado de sítio<br />
(1973), além do filme de Alain<br />
Jorge Semprún<br />
Resnais A guerra acabou.<br />
Na Inglaterra o prêmio Nobel<br />
George Bernard Shaw ganhou<br />
o Oscar, em 1938, por ter<br />
adaptado sua peça teatral<br />
Pigmalião. Anos depois, em<br />
1964, sua versão musical<br />
Minha bela dama levou oito<br />
estatuetas. Quando GBS<br />
recebeu o Nobel, em 1925,<br />
com sua ironia de sempre,<br />
declarou que naquele ano não<br />
tinha escrito nada.<br />
Acrescentou ter entendido a<br />
T. E. B. Clarke<br />
indireta, mas continuava a<br />
20
Harold Pinter<br />
escrever suas peças desagradáveis mesmo assim.<br />
Os ingleses Graham Greene, Noel Coward e Terence Rattingan<br />
(O príncipe encantado) colaboraram com o <strong>cinema</strong>. Destaque<br />
para o dramaturgo Harold Pinter que roteirizou os filmes ingleses<br />
de Joseph Losey (Estranho acidente, O mensageiro e O criado),<br />
na melhor fase desse diretor após ter sido banido de Hollywood.<br />
O <strong>cinema</strong> britânico deve muito a T.E.B. Clarke – que ganhou o<br />
Oscar em 1952 com O mistério da torre, revelando Alec<br />
Guinness –, numa série de comédias excepcionais com um<br />
humor que só os ingleses sabem fazer. As produções da Ealing<br />
emplacaram uma plêiade de comédias, As oito vítimas (1949),<br />
dirigida por Robert Hammer, onde Alec Guinness fazia oito<br />
papéis diferentes. E, dirigido por Mackendrick, O homem do<br />
temo branco (1951). A série terminou com O quinteto da morte<br />
(1955), também dirigido por Mackendrick.<br />
Emeric Pressburger ganhou, nos EUA, a estatueta da Academia<br />
com a história original lnvasão de bárbaros, em 1942.<br />
21
Ben Barzrnan roteirizou o grande filme Cristo no concreto. O <strong>cinema</strong><br />
inglês continua com sua tradição em comédias de fino humor.<br />
O escritor alemão Erich Maria Remarque teve seu romance<br />
pacifista Sem novidade no front, filmado em Hollywood por<br />
Lewis Milestone em 1931.<br />
O <strong>cinema</strong> japonês teve Kaneto Shindo como co-roteirista, junto<br />
com Matsubaro Kawaguchi, de um <strong>dos</strong> maiores filmes da história<br />
do <strong>cinema</strong>, Contos da lua vaga, antes de se tornar diretor de<br />
obras-primas corno a Ilha nua (premiado em Moscou), Onibaba e<br />
outros grandes filmes. Shinobu Hashimoto escreveu Os sete<br />
samurais, de Akira Kurosawa, que foi também vertido para o<br />
cenário western em Hollywood. Takeshi Shimura, Hideo Oguni e<br />
outros <strong>roteiristas</strong> ajudaram os diretores japoneses a adquirirem um<br />
grande prestígio no Ocidente.<br />
Kaneto Shindo<br />
Álvaro de Moya é escritor, produtor e diretor de <strong>cinema</strong> e televisão e professor<br />
aposentado da USP. Escreveu, entre outros, os livros Shazam! (Ed.<br />
Perspectiva, 1970), História da história em quadrinhos (Ed. Brasiliense, 1993) e<br />
O mundo de Walt Disney (Geração Editorial, 1996).<br />
*Texto ampliado a partir do original publicado no Caderno de Cultura da Gazeta<br />
Mercantil. Essas observações têm o sentido de subsídio às reflexões ligadas à<br />
elaboração do roteiro <strong>cinema</strong>tográfico, questões que o <strong>Centro</strong> <strong>Cultural</strong> São <strong>Paulo</strong><br />
pretende levantar em programações na Sala Lima Barreto durante o ano de 2006.<br />
22
O <strong>cinema</strong> <strong>dos</strong> <strong>roteiristas</strong><br />
14 a 26 de fevereiro de 2006<br />
Sala Lima Barreto - <strong>Centro</strong> <strong>Cultural</strong> São <strong>Paulo</strong><br />
entrada franca<br />
agradecimentos: Cinemateca Brasileira<br />
dia 14 - terça<br />
16h<br />
Crepúsculo <strong>dos</strong> deuses<br />
(Sunset Boulevard, 1950)<br />
18h<br />
Adaptação (Adaptation, 2002)<br />
20h<br />
Palestra<br />
Roteiristas de Cinema,<br />
com Álvaro de Moya<br />
dia 15 - quarta<br />
16h<br />
Scarface - a vergonha de<br />
uma nação (Scarface, 1932)<br />
18h<br />
Amor sublime amor<br />
(West side story, 1961)<br />
20h45<br />
O morro <strong>dos</strong> ventos<br />
uivantes<br />
(Wuthering heights, 1939)<br />
dia 16 - quinta<br />
16h<br />
O pecado mora ao lado<br />
(The seven year itch, 1955)<br />
18h<br />
Moby Dick (1956)<br />
20h<br />
A noite <strong>dos</strong> desespera<strong>dos</strong><br />
(They shoot horses, don’t<br />
they?, 1969)<br />
dia 17 - sexta<br />
16h<br />
Rede de intrigas<br />
(Network, 1976)<br />
18h15<br />
O planeta <strong>dos</strong> macacos<br />
(The planet of the apes, 1968)<br />
20h15<br />
Doze homens e uma<br />
sentença<br />
(12 angry men, 1957)<br />
dia 18 - sábado<br />
16h<br />
Ânsia de amar<br />
(Carnal knowledge, 1971)<br />
18h<br />
Quanto mais quente melhor<br />
(Some like it hot, 1959)<br />
20h<br />
Punhos de campeão<br />
(The set-up, 1949)<br />
23
dia 19 - domingo<br />
16h<br />
Cidadão Kane<br />
(Citizen Kane, 1941)<br />
18h<br />
Gilda (1946)<br />
20h<br />
Cantando na chuva<br />
(Singin’ in the rain, 1952)<br />
dia 21 - terça<br />
16h<br />
Matar ou morrer<br />
(High noon, 1952)<br />
18h<br />
Os imperdoáveis<br />
(Unforgiven, 1992)<br />
20h<br />
Glória feita de sangue<br />
(Paths of glory, 1957)<br />
dia 22 - quarta<br />
16h<br />
Um lugar ao sol<br />
(A place in the sun, 1951)<br />
18h15<br />
MASH (M*A*S*H, 1970)<br />
20h15<br />
Johnny vai à guerra<br />
(Johnny got his gun, 1968)<br />
dia 23 - quinta<br />
16h<br />
Ladrões de bicicletas<br />
(Ladri di biciclette, 1948)<br />
18h<br />
Casanova e a revolução<br />
(La nuit de Varennes, 1982)<br />
20h<br />
Queimada (Queimada!, 1969)<br />
24<br />
dia 24 - sexta<br />
16h<br />
A bela da tarde<br />
(Belle de jour, 1967)<br />
18h<br />
Z (1967)<br />
20h15<br />
O leopardo<br />
(Il gattopardo, 1963)<br />
dia 25 - sábado<br />
16h<br />
O quinteto da morte<br />
(The ladykillers, 1955)<br />
18h<br />
Contos da lua vaga<br />
(Ugetsu monogatari, 1953)<br />
20h<br />
Os sete samurais<br />
(Shichinin no samurai, 1954)<br />
dia 26 - domingo<br />
16h<br />
Quero ser John Malkovich<br />
(Being John Malkovich, 1999)<br />
18h<br />
Adaptação<br />
20h<br />
Crepúsculo <strong>dos</strong> deuses<br />
núcleo de <strong>cinema</strong> e vídeo<br />
tel.: 3277-3611 - ramal 216<br />
arnaldo@prefeitura.sp.gov.br