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2010 - Centro Cultural São Paulo

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artista selecionado IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII gustavo ferro<br />

Da acumulação<br />

Fernanda Pitta<br />

Quando Gustavo Ferro apresentou sua proposta ao<br />

CCSP, as perguntas que seu trabalho despertava<br />

diziam respeito à capacidade do espaço do <strong>Centro</strong><br />

<strong>Cultural</strong>, com suas características agigantadas<br />

e de intensos fluxos, de reagir às estratégias<br />

de adensamento e expansão características<br />

dos organismos criados por Ferro. Ficava a<br />

dúvida se o espaço se transformaria no campo<br />

de trocas, maturações e experimentações que<br />

pretendia o artista, num organismo em evolução<br />

constante, em transformação. A dificuldade<br />

de transportar para uma escala tão díspar um<br />

procedimento que o artista realiza em sua casaateliê<br />

parecia impeditiva (dado que ele a realiza<br />

numa aconchegante casa de dois cômodos, não<br />

num grande centro cultural de milhares de metros<br />

quadrados), mas era por ele defendida como<br />

um experimento válido, que não resultaria em<br />

deterioração da proposta nem em museificação<br />

do procedimento. O artista optou, ao contrário<br />

da proposta inicial, por não continuar o processo<br />

de adensamento de materiais àqueles reunidos<br />

no ambiente desde a abertura da exposição.<br />

Limitou-se ao conjunto composto de alguns<br />

objetos em situação de equilíbrio, pinturas em<br />

duas paredes colocadas em “vê”, plásticos de<br />

diversas cores, presos por fitas adesivas coloridas<br />

no chão e nas paredes. Certamente, o surgimento<br />

do organismo vivo não se deu como na proposta<br />

original. Para Ferro, entretanto, que encara o<br />

seu trabalho como uma série de pesquisas e<br />

experiências, menos como a realização de projetos<br />

que têm necessariamente como critério o “dar<br />

certo” ou o “dar errado”, esse não é um grande<br />

problema. Como jovem artista, a atitude parece<br />

muito salutar, saber alterar o rumo, repensar a<br />

trajetória, reavaliar as ambições fazem parte do<br />

aprendizado. Soltar o trabalho no mundo também.<br />

E pode ser que daqui a alguns anos o trabalho<br />

volte e retribua ao CCSP e a seu público “com os<br />

juros e com os juros dos juros”.<br />

Casa-estúdio do artista<br />

junho de <strong>2010</strong><br />

18 programa de exposições <strong>2010</strong> centro cultural são paulo 19

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