Cronologia das Artes em São Paulo 1975 – 1995 - Centro Cultural ...

CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO
1975-1995
CINEMA
Volume 4

Prefeito do Municipio de São Paulo
Paulo Salim Maluf
Secretário Municipal de Cultura
Rodolfo Osvaldo Konder
Diretora do Centro Cultural São Paulo
Miriam Edith Bolsoni
Coordenadora de Eventos
Glória Maria Alves Mota
Diretor da Divisão de Pesquisas
Boris Kossoy
Diretora da Divisão de Artes Plásticas
Maria Camila Duprat Ferreira Martins
Diretora da Divisão de Artes Cênicas e Música
Maria Aparecida Salto de Camargo Penteado
Diretora da Divisão de Bibliotecas
Lívia Maria Girardi de Brito
Diretora da Divisão de Difusão Cultural
Cleide Iracy Tierno Atihe
Diretor da Divisão de Administração
Clayton Gomes Svobonas

PREFEITURA DO MUNICIPIO DE SÃO PAULO
SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO
DIVISÃO DE PESQUISAS
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO
1975 – 1995
CINEMA
Volume 4
São Paulo
1996

Cronologia das Artes em São Paulo 1975 – 1995
Coordenação geral
Boris Kossoy
Edição
Walter Pires
Planejamento visual
Sonia Fontanezzi
Walter Pires
Projeto gráfico / Editoração eletrônica
RP Design
Capa
Roberto de Andrade
Volume 4 – Cinema
Produção
Equipe Técnica de Pesquisa de Cinema
Texto e pesquisa
Thais Sandri
Maria Luiza Garavelli
Assessoria de texto e pesquisa
Albert Roger Hemsi
André Piero Gatti
Luiz Felipe Miranda
Regina Célia Pedroso
S 239c
São Paulo (SP). Centro Cultural São Paulo. Divisão de Pesquisas. Equipe
Técnica de Pesquisa de Cinema
Cronologia das artes em São Paulo 1975-1995: quadro Brasil / Divisão de
Pesquisas.
Equipe Técnica de Pesquisa de Cinema – São Paulo: Centro Cultural
São Paulo, 1996.
198p.; 21 cm. – (Cronologia das artes em São Paulo, 4)
ISBN 85-86196-03-7 (obra completa) – ISBN 85-86196-07-X (v.4)
I. Cinema - Brasil – História 2. Cinema - São Paulo 1.Título. II. Série
CDD – 791.430981

Um percurso arrebatador
Esta detalhada Cronologia das Artes em São Paulo nos permite passear pelos
últimos vinte anos. Os últimos vinte anos na vida das artes, da cidade, de todos
e de cada um de nós. O trabalho exaustivo da Divisão de Pesquisas/IDART,
chefiada com maestria por Boris Kossoy, nos leva em 1975, quando a crise da
economia mundial, o esgotamento de um modelo de desenvolvimento e os
conflitos internos apontavam para o fim da ditadura militar no Brasil. Depois,
a publicação desta série nos traz pela mão, num percurso de duas décadas –
talvez as mais movimentadas da História. As mudanças fluem como um rio
de perigosas corredeiras, por onde as artes descem conosco, debatem-se
conosco num torvelinho incontrolável. Ele arrasta mitos e países, alvoradas e
sonhos, cavalos e planícies. O rio nos arrebata, porque somos a sua própria
fonte. Da nossa sombra, afinal, escorrem os dias e as cronologias – ambos
“fatais e ilusórios”, como advertia Borges.
Rodolfo Konder
Secretário Municipal de Cultura

A publicação, hoje, desta Cronologia das Artes em São Paulo 1975-1995 é
o resultado de intenso e extenso trabalho de pesquisa sobre os últimos 20
anos de atividades culturais na cidade de São Paulo, realizado com rigor e
seriedade pela Divisão de Pesquisas/IDAT, deste Centro Cultural São Paulo.
Esta cronologia que acompanha passo a passo a manifestação artística
paulistana, nas duas décadas de existência da Divisão de Pesquisas/IDART, se
constituirá, certamente, em importante fonte de referência a pesquisadores
de arte, estudantes e aos interessados em compreender melhor a evolução
cultural da cidade de São Paulo.
Demos um grande passo – o primeiro de uma caminhada que, esperamos,
seja contínua no sentido de registrar a efervescência cultural dessa metrópole
nas décadas vindouras.
Miriam Edith Bolsoni
Diretora do Centro Cultural São Paulo

Inclui-se esta publicação no Projeto Referências, proposta cultural que
apresentamos no início de 1995, com o objetivo de resgatar a identidade e
o potencial da Divisão de Pesquisas/IDART do Centro Cultural São Paulo
enquanto centro modelo de informação e documentação.
Além da tarefa de registro e documentação sistemáticas, as equipes técnicas
da Divisão de Pesquisas também estiveram envolvidas em amplo projeto
interdisciplinar visando a elaboração de cronologias das manifestações
artísticas e culturais na cidade de São Paulo que cobrem o período de 1975
a maio de 1995, data esta em que se comemorou o vigésimo aniversário
desta instituição. Resultou desse esforço a Cronologia das Artes em São
Paulo 1975-1995, série de livros temáticos que recuperam a trajetória dessas
manifestações e que propiciam inúmeras pistas para ulteriores investigações
e interpretações.
A série compõe-se de seis volumes, iniciando-se com o Quadro Brasil, que
apresenta um panorama dos principais fatos políticos, econômicos e sócioculturais
nacionais e internacionais.
Os demais volumes – Arquitetura, Artes Cênicas (teatro), Comunicação de
Massa (Rádio e Televisão) e Literatura – obedecem uma mesma orientação
do ponto de vista metodológico. Três grandes tópicos (Quadro de referência,
Produção Artística/Cultural e Registros) foram pensados com o intuito de
abranger informações de diferentes naturezas, além de breves textos que
destacam, ano a ano, os aspectos mais significativos para a compreensão do
fenômeno artístico em São Paulo e no Brasil.
É de se esperar que a série, no seu conjunto, se constitua em útil referência
para a consulta dos estudiosos que desenvolvem suas pesquisas em diferentes
áreas das artes.
Boris Kossoy
Diretor da Divisão de Pesquisas / IDART

SUMÁRIO
Introdução ............................................................................................................. 13
Uma panorâmica sobre o cinema brasileiro .................................................. 15
1975 ..........................................................................................................................19
1976 ......................................................................................................................... 25
1977 ......................................................................................................................... 31
1978 ......................................................................................................................... 37
1979 ......................................................................................................................... 45
1980 ......................................................................................................................... 51
1981 ......................................................................................................................... 59
1982 ......................................................................................................................... 65
1983 ......................................................................................................................... 73
1984 ......................................................................................................................... 79
1985 ......................................................................................................................... 87
1986 ......................................................................................................................... 97
1987 .........................................................................................................................105
1988 .........................................................................................................................115
1989 ........................................................................................................................125
1990 ........................................................................................................................133
1991 ........................................................................................................................141
1992 ........................................................................................................................149
1993 ........................................................................................................................157
1994 ........................................................................................................................165
1995 ........................................................................................................................173
Índice ......................................................................................................................179
Bibliografia ............................................................................................................ 193

Lamarca, de Sergio Rezende, 1994

INTRODUÇÃO
Quando a proposta do Projeto Referências 1975-1995 nos foi apresentada, pela
direção da Divisão de Pesquisas, no sentido de recuperar e refletir sobre a
criação artística e cultural de São Paulo neste período, percebemos que o
desenvolvimento deste empreendimento estava, de certa forma, registrado
num trabalho que já vinha sendo realizado pela área: os Anuários de Cinema
Brasileiro.
A memória da cultura brasileira e curta. Poucas são as instituições que se
preocupam em registrar os acontecimentos culturais contemporâneos, que
servirão de base para estudos futuros. Resta pouco tempo ao pesquisador para
analisar e refletir sobre essa produção, pois, em geral, sua prioridade e a busca
de dados do passado, fundamentais para o entendimento da evolução do cinema
brasileiro.
Com a intenção de cobrir esta lacuna, a Equipe Técnica de Pesquisas de Cinema
da Divisão de Pesquisas do Centro Cultural São Paulo passou a elaborar, a
partir de 1977, os Anuários do Cinema Brasileiro. Estes, apesar das dificuldades
e interrupções decorrentes de propostas de trabalhos diferentes de cada
administração, vêm-se constituindo numa fonte documental importante para o
conhecimento e a pesquisa sobre o cinema nacional.
Esses Anuários procuram registrar sistematicamente os principais
acontecimentos da produção cinematográfica nacional, com ênfase para aqueles
ocorridos na cidade de São Paulo. Esses registros são obtidos através de pesquisa
em jornais, publicações especializadas, material doado por outras entidades
e, principalmente, pelo trabalho dos membros da Equipe freqüentando salas,
produtoras e órgãos estatais (não se excluindo as próprias relações pessoais
para a obtenção de informações).
Embora o Anuário se limite geograficamente ao município de São Paulo, não
perdeu representatividade se considerarmos que, nos últimos anos, a exibição e
os temas mais importantes do cinema brasileiro ocorrem e repercutem em São
Paulo. Sem a intenção de ser analítico, o conjunto de informações selecionadas
tem refletido uma postura da Equipe, com um olhar que procura ser o mais
abrangente possível, sem privilegiar um segmento em detrimento de outro.
Para a elaboração desta Cronologia, os Anuários se constituíram em fonte básica
das informações, complementada por leituras de outras obras de referência e
análise sobre o tema.
Contudo, os critérios adotados, diversamente da abordagem dos Anuários,
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA 13

nortearam-se pela seleção subjetiva dessas informações. Nos três tópicos
principais em que se divide esta Cronologia - Quadro de Referência, Produção
Cultural e Registros - é apresentada uma amostragem dos acontecimentos,
filmes e eventos considerados representativos de cada ano. As informações
apresentam-se conforme a seguinte estrutura:
Quadro de Referência
Campo Temático
Legislação
Produção Cultural
Registros
Simpósios/Congressos/Seminários
Incentivos/Concursos
Associações
Festivais Internacionais/Mercados Internacionais
Exposições/Cursos/Mostras
Obituário
Publicações
Premiações
O Quadro de Referência apresenta dois grupos de informações distintas:
Campo Temático, constituído por dados relativos ao contexto social,
econômico e político desse período, envolvendo as tendências e a produção
cinematográfica, e Legislação, com um resumo dos principais documentos
legais sobre o Cinema no Brasil, entre 1975 e 1995.
No item relativo a Produção Cultural apresenta-se uma seleção anual
das produções representativas de longas, medias e curtas-metragens,
considerando-se o ano de produção de cad a filme, segundo critérios
internacionais. O ano de produção de um filme corresponde ao do seu
registro no Concine, que emitia o Certificado de Produto Brasileiro,
possibilitando sua exibição comercial. Até 1992 obteve-se cópia desses
registros, mas, a partir da extinção do Concine, dificultou-se o acesso às
informações sobre o registro oficial de filmes. Na ausência desse importante
instrumento, passou-se a considerar os informes veiculados pela imprensa.
No item Registros procurou-se ressaltar os principais eventos e
acontecimentos pertinentes ao tema. Com relação aos vários festivais
ocorridos, elegeram-se o Festival de Gramado e o Festival de Brasília
por serem os mais representativos do território nacional, destacando-se
somente a categoria de “melhor filme”, entre as várias premiações.
14
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO 1975-1995 - DIVISÃO DE PESQUISAS

O Festival de Gramado, em razão de sua seriedade e importância, dentre
os que se realizaram em todo o Pais, foi o único que resistiu as sucessivas
crises políticas da América do Sul e tem-se realizado anualmente desde 1973,
tendo como objetivo promover e divulgar o cinema brasileiro além de abrir
caminho para a exportação de nossa produção.
O Festival de Cinema de Brasília, criado em 1965, apesar dos recursos
financeiros escassos, tornou-se importante como reconhecimento simb6lico,
tendo como único prêmio o Troféu Candango. As dificuldades aumentaram
a ponto de, entre 1972 e 1974, ter sofrido uma interrupção por três anos.
Logo depois voltou com força, mas, em 1988, apesar de apoio recebido da
iniciativa privada, a crise política prejudica o festival, desprestigiando-o.
Uma panorâmica sobre o cinema brasileiro
A política de proteção a industria cinematográfica, iniciada em 1934 com
o governo nacionalista de Getulio Vargas, foi a solução encontrada para a
garantia de reserva de mercado aos filmes brasileiros. Com a criação do INC
(Instituto Nacional do Cinema) pelo Decreto-lei n° 43 de 18 de novembro
de 1966, essa política se expande fomentando a produção. Surgem, junto as
grandes produtoras, influenciadas pela experiência do Cinema Novo, dezenas
de microprodutoras, que vão produzir filmes de temas diversificados, como
fatos da história e do folclore brasileiro, alem de outros gêneros de agrado
popular, como as temáticas rurais e também de cunho erótico, estes feitos na
Boca do Lixo, na área central da capital paulista.
O inicio da década de 70 e um período culturalmente intenso. O Tropicalismo
no cinema manifestou-se através de filmes alegóricos e simbólicos, forma
encontrada para burlar a censura política e militar. Entre essas inovações
de linguagem, instauram-se técnicas modernas de fotografia, montagem
e interpretação. Apesar de tudo, esse cinema não consegue aceitação do
grande publico e quem vai efetivamente reconquista-lo são as produções
de filmes de gênero: policiais, sertanejos e comedias eróticas, que atraem
grandes massas de espectadores, como era comum na época das chanchadas
e das comedias carnavalescas cariocas dos anos 50. As inovações do Cinema
Novo, no entanto, permanecem influenciando uma geração de cineastas e
seguidores mais jovens. Estes cineastas remanescentes ou estreantes vão
buscar, entretanto, um estilo de maior comunicação popular, adaptando
obras literárias ou fazendo filmes de técnica apurada.
Nessa década, ainda, os filmes procuram grandes platéias, com produções de
excelente apuro artesanal, na tentativa de criar uma industria cinematográfica.
Durante esse período, o Concine e a Embrafilme (Empresa Brasileira de Filmes
S. A), órgãos vinculados ao Ministério da Educação e Cultura, dominam a
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA 15

legislação e a produção cinematográficas, junto com as pequenas empresas,
responsáveis pelas produções independentes. A Embrafilme incentiva os
filmes de temática histórica e literária, alguns com forte apelo popular, de
acordo com a ideologia do governo militar, que resultam em grande bilheteria.
Desenvolveu-se, por outro lado, a produção de filmes infanto-juvenis, com
o grupo de comediantes de sucesso na televisão, Os Trapalhões, que obtém
sucesso, suplantando ate mesmo as comedias de Mazzaropi, com recordes
de bilheteria. A década de 70, portanto, traz como marco a conquista do
grande público, através da qualidade técnica, das novas temáticas e da narrativa
c1ássica.
O inicio dos anos 80 conta com a media mais elevada de lançamentos
cinematográficos, graças às intervenções da Embrafilme, que passou a regular,
co-produzir e distribuir filmes, desde a segunda metade da década anterior
e principalmente das produções com chancela da Boca do Lixo. A empresa
estatal decidiu, também, promover o cinema brasileiro no Exterior, que passa
a desfrutar de certo prestígio. Os filmes brasileiros são admirados, elogiados
e premiados nos Estados Unidos e na Europa, passando a circular em feiras
e mercados internacionais. Nesse período, a abertura política favorece a
exploração de temas proibidos anteriormente, diversificando e ampliando suas
temáticas.
A produção cinematográfica nacional apresenta como vertente a ressaltar,
nos primeiros anos dessa década, filmes voltados para o temário social e
político, tendo como pano de fundo o processo de Abertura. Isto se manifesta
tanto no longa como no curta-metragem. Neste período foi desenvolvida pela
Equipe Técnica de Cinema da Divisão de Pesquisas do Centro Cultural São
Paulo pesquisa sobre a produção voltada para as greves do ABC paulista e
as condições de vida do operariado. Essas manifestações temáticas possuem
características diferenciadas no longa e no curta, antes de mais nada por razões
de produção e esfera de circulação, já que o cineclubismo atuava livremente
como oposição a Censura e ao regime político vigente. A elaboração do tema
e seu tratamento no longa-metragem têm uma gestação prolongada, pois não
havia permissão para a sua exibição comercial, só ocorrendo com a abertura
política no governo Figueiredo, o que explica a sua eclosão subseqüente nas
telas comerciais.
Ao lado desta vertente, encontram-se também outras de menor escala, como
as adaptações dos textos de Nelson Rodrigues, tendência iniciada na década
anterior e concluída no início dos anos 80, bem como os filmes voltados para
um público jovem.
Se o fim da censura não foi suficiente para manter, nos cinemas, os temas
sociais com o mesmo ímpeto, pode, ao menos, dar vazão a uma vertente que
marcaria a imagem do cinema brasileiro na década: o cinema pornô ou cinema
de sexo explícito. De 1983 a 1988, perto de 60 a 70% da produção nacional
16
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO 1975-1995 - DIVISÃO DE PESQUISAS

pertence a essa categoria, que teve um publico expressivo e garantiu a
sobrevivência de uma parcela dos técnicos desse gênero. No entanto, foi
o cinema publicitário que permitiu a implementação da infra-estrutura de
produção de qualidade e a formação de diretores e técnicos especializados,
obviamente com perfil distinto do grupo anterior.
A metade da década e marcada pela "falência" da Embrafilme e pela tentativa
de buscar novas modalidades de financiamento. Surge a Lei Sarney, em 1986,
que apenas formaliza uma situação de fato, criando, contudo, um novo
emaranhado burocrático que o recém-criado MinC (Ministério da Cultura) não
tem condições de gerenciar. Com as dificuldades crescentes cai a produção do
"cinemão", cinema com recursos de produção/produtor, ao mesmo tempo em
que o público se afasta de maneira geral do circuito exibidor, tendência iniciada
na primeira metade da década.
Há retração considerável de público interno, devido ao surgimento do sistema
de exibição caseiro, através do videocassete. A tentativa de afirmação de
nosso cinema, com a participação e a obtenção de alguns prêmios em festivais
internacionais, faz surgir um tipo de produção voltado para o Exterior. No
final da década, as funções da Embrafilme começam a esvaziar-se com a criação
da Fundação do Cinema Brasileiro, em 1988, pelo ministro da Cultura, Celso
Furtado, além da redução de suas atividades pela crônica falta de verbas.
Infelizmente, com essa crise do cinema nacional, grande parte da nossa produção
deixou de ter acesso aos eventos e aos grandes festivais, como em Cannes,
Berlim ou Moscou, e feiras como a de Milão.
Chega-se ao auge da crise, no ano de 1990, com a extinção, pelo governo Collor,
dos órgãos de fomento da industria cinematográfica: Concine, Embrafilme e
Fundação do Cinema Brasileiro. Com esta atitude governamental, co-produções
internacionais com as emissoras de televisões européias são suspensas, varias
produções nacionais são paralisadas ou nem chegam a ser iniciadas, assim como
filmes concluídos permanecem nas prateleiras.
Alem disso, no inicio dos anos 90, o cinema brasileiro é golpeado duplamente.
Primeiro pelo fim da Lei de Obrigatoriedade, medida protetora que garantia
uma reserva de mercado de exibição ao filme nacional, na tentativa de equilibrar
a preferência dada ao cinema estrangeiro pelos exibidores. Em seguida, pela
extinção da Lei Sarney, que permitia a dedução de parte do imposto de renda
na produção cultural. A partir de então a produção cinematográfica nacional
cai quase a zero.
Apesar do saldo negativo para o longa-metragem, o curta desenvolveu-se
alicerçado por pequenas produtoras e pelos prêmios de estimulo oferecidos
pelas secretarias de cultura. Com filmes criativos e bem elaborados, rendeu
prestigio a alguns diretores, que conquistam prêmios e elogios.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA 17

A opção que se coloca atualmente e de a iniciativa privada assumir a produção. Com
a desarticulação das formas de produção vigentes ate então, surgem como novas
opções as co-produções internacionais (acessíveis somente a alguns cineastas)
e a cotização do filme para investidores privados. Contudo, a iniciativa privada
ainda reluta em assumir o risco da produção, alegando a inexistência de público
para filmes nacionais, provocada pela falta de um filão que atraia o espectador
comum, pela ausência de produtores especializados no "cinema-espetáculo", pela
concorrência provocada pelo filme estrangeiro, pela televisão como fonte de
divertimento popular barato e pelo crescimento do mercado de vídeo e suas
locadoras.
Até os filmes infantis dos Trapalhões e de Xuxa Meneghel sofrem com essa crise
e deixam de ser produzidos, o mesmo acontecendo com os filmes de cunho
popularesco, provenientes da Boca do Lixo.
Atendendo as pressões da classe cinematográfica, de entidades representativas
e de parte da imprensa, o presidente Itamar Franco resolve apoiar o retorno da
atividade de produção no ano de 1994, lançando o premio Resgate do Cinema
Brasileiro, apoiando vinte e quatro novas produções.
Os governos estaduais do Distrito Federal, Ceará e Espírito Santo criam os "pólos
de cinema", que viabilizam outras produções. São lançadas doze produções no
circuito exibidor paulista contra quatro no ano de 1993. Alcança-se o recorde de
produção de curta-metragem com cinqüenta e cinco filmes.
Em meados da década de 1990, o cinema brasileiro ameaça sair desse impasse,
graças as novas formas de incentivo, que começam a apresentar resultados para o
ano de 1995, com cerca de oitenta produções buscando viabilização junto a nova
realidade. Vários filmes se encontram em preparo, outros em produção ou em
acabamento.
Eis em linhas gerais um esboço dos principais fatos cinematográficos nacionais
destes dois últimos decênios, demonstrando que, não obstante algumas
circunstâncias desfavoráveis, o cinema nacional possui uma expressividade única -
característica própria do povo brasileiro.
Agradecimentos
Nossos agradecimentos aos colegas que integraram as várias equipes técnicas de
cinema durante esses anos e colaboraram na realização dos anuários; a todos os
diretores, produtores, atores, cnicos e profissionais de cinema que proporcionaram
a filmografia do cinema brasileiro; e, particularmente, a Inimá Ferreira Simões,
que nos acompanhou no decorrer da pesquisa, dando-nos incentivo e apoio nos
momentos difíceis...
18
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO 1975-1995 - DIVISÃO DE PESQUISAS

Material Publicitário/Arquivo Multimeios
Material Publicitário/Arquivo Multimeios
Ajuricaba - O Rebelde da Amazônia,
de Oswaldo Caldeira, 1977
Xica da Silva, de Carlos Dieguers, 1976

1975
QUADRO DE REFERÊNCIA
Campo Temático
A Embrafilme, subordinada ao Ministério da Educação e Cultura (MEC),
após a extinção do INC, tem seu capital social aumentado, financiando, coproduzindo
e passando, também, a distribuir filmes brasileiros, atendendo,
assim, a uma antiga reivindicação da c1asse cinematográfica.
O Estado passa a interferir no campo temático das produções, privilegiando
traços do nacionalismo da década de 60, trazendo a tona temas como o
"homem brasileiro", "identidade nacional" e respeito as "diversidades
regionais". Alguns diretores aceitam as sugest6es, utilizando-se de textos
consagrados da nossa literatura, e produzem filmes com fachadas "literárias",
mas de cunho er6tico. Inicia-se, no governo do general Ernesto Geisel, um
processo de abrandamento da censura.
Legislação
Resolução do INC (Instituto Nacional do Cinema) nº 106, de 30 de junho:
amplia de 84 para 112 dias/ano a exibição obrigatória de filmes brasileiros.
Lei n° 6.281, de 9 de dezembro: extingue o Instituto Nacional do
Cinema (INC), amplia as atribuições da Empresa Brasileira de Filmes S/A
(Embrafilme) e regulamenta a exibição do curta-metragem nos programas
de filmes estrangeiros.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA 21

PRODUÇÃO ARTÍSTICA/CULTURAL
Lucíola, de Alfredo Sternheim, co-produzido pela Embrafilme. O filme é uma
adaptação literária da obra de Jose de Alencar, com ingredientes eróticos.
O Casamento, de Arnaldo Jabor. Tragicomédia a partir de uma obra
de Nelson Rodrigues, cujo tema é o amor incestuoso entre pai e filha às
vésperas do casamento desta.
Lição de Amor, de Eduardo Escorel. Obra baseada no romance Amar,
verbo intransitivo, de Mário de Andrade. O filme consegue boa receptividade
e foi considerado um paradigma do cinema artesanal.
O Desejo, de Walter Hugo Khouri. Drama psicológico, que obteve o
prêmio adicional de qualidade do INC. Duas mulheres relembram o passado
e as obsessões existenciais.
A Extorsão, de Flavio Tambellini. Último filme sob sua direção e o roteiro
em parceria com Rubem Fonseca. Trata-se de um filme de suspense, em que
um casal de amantes vive sob ameaça de chantagem.
As Mulheres Que Dão Certo, de Adnor Pitanga. Comédia erótica, em
2 episódios, onde as "esposas" sempre arranjam uma maneira de trair seus
maridos.
O Rei da Noite, de Hector Babenco. Drama de época (anos 40), primeiro
longa-metragem do argentino radicado no Brasil e detentor de um dos
prêmios adicionais de qualidade do INC.
Lilian M - Confissões Amorosas, de Carlos Reichenbach. Um filme bem
produzido, de cunho popular e erótico, que enfrentou problemas com a
censura.
Assim Era a Atlântida, de Carlos Manga. Documentário sobre as
comédias produzidas pela antiga Cia. Atlântida, com trechos de filmes da
época e depoimentos.
Pesadelo Sexual de Um Virgem, de Roberto Mauro. Comédia erótica
que causa polêmica ao satirizar a Divina Comédia, de Dante.
22
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

1975
REGISTROS
Incentivos/Concursos
A CIC (Cinema International Corporation), distribuidora multinacional,
participa na produção de filmes brasileiros, recebendo criticas de setores
nacionalistas.
Associações
Criadas a Abraci (Associação Brasileira de Cineastas), pelos diretores de
cinema do Rio de Janeiro, e a Apaci (Associação Paulista de Cineastas),
fundada em 23 de junho em São Paulo, que tem como finalidade desenvolver
atividades que fomentem a produção cinematográfica.
Publicações
Cinema em Close-up, SP, editada pela Mek.
Primeira revista especializada em pornochanchadas da "Boca Paulista".
Crônica do Cinema Paulistano, de Maria Rita Galvão, SP, Ática.
Premiações
Premiações (melhor filme): O Amuleto de Ogum, de Nelson Pereira dos
Santos (Gramado), e Guerra Conjugal, de Joaquim Pedro de Andrade
(Brasília).
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA 23

Material Publicitário/Arquivo Multimeios
Os Trapalhões na Guerra dos Planetas, de
Adriano Stuart, 1978
Material Publicitário/Arquivo Multimeios
Socorro! Eu Não Quero Morrer Virgem,
de Roberto Mauro, 1976
24
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO 1975-1995 - DIVISÃO DE PESQUISAS

Dona Flor e Seus Dois Maridos, de Bruno Barreto, 1976
Material Publicitário/Arquivo Multimeios

1976
QUADRO DE REFERÊNCIA
Campo temático
Da união de produtores importantes (como Luiz Carlos Barreto e
Walter Clark), do elenco consagrado das telenovelas e de roteiristas
de TV e cinema e autores de teatro e literatura (entre eles Leopoldo
Serran, Jose Louzeiro e Aguinaldo Silva), resulta a produção de filmes
com melhores recursos técnicos. Essas produções se voltam para o
espetáculo em si, utilizando-se amplamente da comédia e do erotismo,
sem, contudo deixar de lado o "nacional popular".
A partir do momento em que o Estado passou a interferir na tematização
dos filmes, cineastas recorrem as produções que permitem, a um
espectador mais atento, uma "dupla leitura" desta realização.
Legislação
Decreto n° 77.299, de 16 de março: cria o Conselho Nacional do
Cinema (Concine), que tem a seu cargo a fiscalização das atividades
cinematográficas, a concessão do CPB (Certificado de Produto Brasileiro)
dos filmes de longa e curta-metragem e outras atribuições.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA 27

PRODUÇÃO ARTÍSTICA/CULTURAL
Dona Flor e Seus Dois Maridos, de Bruno Barreto, adaptação do
romance de Jorge Amado, obtém um público superior a 10 milhões de
espectadores. O filme mostra o triângulo amoroso formado por um casal e
o fantasma do ex-marido da viúva, dona-de-casa prendada e exuberante.
Xica da Silva, de Carlos Diegues, baseado no romance histórico de João
Felício dos Santos, utiliza-se do erotismo, visando a sua exportação para
vários paises.
O Seminarista, de Geraldo Santos Pereira, baseado no romance de
Bernardo Guimarães, drama moralista que trata da crise político/religiosa
de um jovem que está prestes a se ordenar padre, mas renuncia pelo amor
de infância.
Soledade, de Paulo Thiago, baseado no romance Bagaceira de Jose
Américo de Almeida. A história se passa na Paraíba, em 1938, em que pai
e filho disputam o amor de uma mulher.
Fogo Morto, de Marcos Faria, baseado no romance de José Lins do Rego,
sobre a decadência dos engenhos nordestinos e os constantes ataques dos
cangaceiros.
Senhora, de Geraldo Vietri, baseado no romance de Jose de Alencar,
drama sobre moça pobre que ao herdar fortuna compra um marido rico.
As Três Mortes de Solano, de Roberto Santos, baseado no conto A
Caçada de Lygia Fagundes Telles. Primeiro longa-metragem realizado pela
ECA/USP, reunindo alunos e professores.
Aleluia Gretchen, de Silvio Back. Na década de 30, família de imigrantes
alemães se instala no Paraná e passa a ter conflitos com adeptos das idéias
do nazismo no Sul do país.
O Mundo Em Que Getúlio Viveu, de Jorge Ileli. Documentário histórico
sobre a vida e a época do ex-presidente e os principais acontecimentos
nacionais.
28
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

1976
REGISTROS
Associações
Criação da Dinafilme, pelo Conselho Nacional de Cineclubes, cuja atividade
principal está centrada no estabelecimento de um mercado paralelo para
os filmes, principalmente os curtas-metragens, que não conseguem atingir
o circuito comercial.
Exposições/Cursos/Mostras
Na Jornada Brasileira de Curta-metragem de Salvador são
premiados filmes do chamado Cinema de Rua, que registram cenas da
realidade brasileira de maneira jornalística, influenciados pelo trabalho de
João Batista de Andrade e realizados pelos seus alunos da ECA/USP.
Obituário
Morre Luis Sérgio Person. Mostras retrospectivas de sua obra são
organizadas em várias capitais do país. O cineasta recebeu diversos prêmios
póstumos pelos seus filmes, entre eles o curta Vicente do Rego Monteiro,
premiado no XI Festival de Brasília e pela APCA (Associação Paulista de
Críticos de Artes).
Publicações
A Bela Época do Cinema Brasileiro, de Vicente de Paula Araújo, SP,
Perspectiva.
O Livro de Cinema no Brasil, de Francisco Silva Nobre, CE, Gráfica
Editorial Cearense.
Retrospectiva do Cinema Brasileiro 1975, de José Inácio de Melo
Souza, SP, A. M. S. Comércio e Representações de Livros.
Premiações
Premiações (melhor filme): O Predileto, de Roberto Palmari (Gramado),
e Xica da Silva, de Carlos Diegues (Brasília).
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA 29

Guerra é Guerra, de Ary Fernandes, Alfredo Palacios, Egidio Eccio, 1977
Material Publicitário Material Publicitário
Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia, de Hector Babenco, 1977

QUADRO DE REFERÊNCIA
1977
Campo Temático
A Embrafilme cria projetos específicos para filmes históricos e para televisão,
com o objetivo de incentivar produções inspiradas nos fatos hist6ricos e nas
adaptações literárias. Geraldo Santos Pereira, Francisco Ramalho Jr. e Ary
Fernandes são alguns exemplos de cineastas que se voltam para a produção
de seriados veiculados na TV.
Convênio firmado entre a Secretaria de Estado da Cultura e a Embrafilme
prevê a criação de um fundo especial para estimular a produção de filmes
de nível artístico e cultural, no Estado de São Paulo, devolvendo ao cinema
paulista o prestígio perdido. Esse tipo de iniciativa da maquina estatal visava
a estimular uma produção mais refinada, porque, dos 76 filmes brasileiros
lançados em São Paulo. 30% foram produzidos na Boca, o maior centro
produtor de pornochanchadas do país.
Um grupo de comediantes conhecido como Os Trapalhões, de grande
sucesso na TV, se lança no cinema ocupando quase sempre os primeiros
lugares em arrecadação. Com produções bem cuidadas e parodiando outros
filmes de grandes bilheterias, acaba por conquistar o público infantil.
A censura, instrumento largamente utilizado pelo Estado autoritário, atua
particularmente neste ano, proibindo a exportação do filme Morte e Vida
Severino, de Zelito Viana. O Departamento de Censura da Divisão de Polícia
Federal proibiu a exibição de As Loucuras de um Sedutor, de Alcino Diniz.
A Policia Federal invade a distribuidora Dinafilme, criada pelo Conselho
Nacional de Cineclubes, aprendendo uma série de filmes.
Legislação
Resolução n° 10 do Concine, de 15 de março: fixa quota obrigat6ria de 112
dias para a exibição do filme brasileiro de longa-metragem.
Resolução n° 18 do Concine, de 24 de agosto: regulamenta a exibição
compulsória do filme brasileiro de curta-metragem, definindo-o para efeito
de cumprimento dessa obrigatoriedade.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
33

PRODUÇÃO ARTÍSTICA/CULTURAL
Tenda dos Milagres, de Nelson Pereira dos Santos, baseado no romance
homônimo de Jorge Amado, segue o tema da brasilidade, miscigenação e
espontaneidade do povo.
Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia, de Hector Babenco, desvenda
o mundo da corrupção policial e do crime organizado em filme polêmico,
baseado em livro de José Louzeiro.
O Crime do Zé Bigorna, de Anselmo Duarte, produção de Luiz Carlos
Barreto, sobre drama de costumes ambientado na década de 30.
O Mártir da Independência - Tiradentes, de Geraldo Vietri, filme
histórico focalizando a figura de Tiradentes.
Mar de Rosas, de Ana Carolina. Sátira sobre a questão do poder dentro
da instituição familiar.
Escola Penal de Meninas Violentadas, de Antonio Meliande, marca sua
estréia como diretor neste policial erótico, com produção de A. P. Galante.
Segundo filme da série abordando a temática sobre presídios femininos.
Barra Pesada, de Reginaldo Faria, baseado na história Querô de Plínio
Marcos. Filme policial abordando o submundo do crime e do trafico de
tóxicos.
O Trapalhão nas Minas do Rei Salomão, de J. B. Tanko, outra comédia do
grupo que conquista o terceiro lugar entre os filmes de maior bilheteria.
Gente Fina é Outra Coisa, de Antonio Calmon, co-produzido com
financiamento da Embrafilme. Comédia erótica de costumes, trazendo a
tona a diversidade cultural do país, enfocando rapaz pobre entre patrões
ricos.
34
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

1977
REGISTROS
Simpósios/Congressos/Seminários
Visando ao mercado internacional, a Embrafilme promove no Itamaraty o
"I Encontro sobre comercialização dos filmes de expressão portuguesa e
espanhola", com participação de delegações de vários paises.
Associações
A Abraci (Associação Brasileira de Cineastas) cria a Cooperativa Brasileira
de Cinema, para estimular as produções nacionais, divergindo da proposta
do produtor Luiz Carlos Barreto e da Embrafilme.
Festivais Internacionais/Mercados Internacionais
Di Cavalcanti, de Glauber Rocha, recebe o prêmio Especial do Júri, no Festival
de Cannes. Imediatamente foi embargado pela família, que considerou
desrespeitoso o tratamento dado ao artista, no filme, pelo diretor.
Exposições/Cursos/Mostras
Nosso Cinema 80 Anos, de 08 a 20/11, mostra retrospectiva itinerante,
organizada pela Embrafilme, em comemoração aos 80 anos de cinema
brasileiro.
1ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, de 21 a 31/10, no
MASP (Museu de Arte de São Paulo), reuniu as mais variadas tendências
cinematográficas mundiais.
Obituário
Morre Paulo Emilio Salles Gomes, professor de cinema, crítico, autor de
vários livros, estimulador da produção cultural no país e mentor de toda
uma geração de cineastas.
Morre Egydio Eccio, ator, roteirista, diretor e montador de seus filmes,
entre eles Fruto Proibido.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
35

Publicações
Brasil em Tempo de Cinema, de Jean-Claude Bernardet, RJ, Paz e
terra.
Filme e Realidade, de Alberto Cavalcanti, RJ, Artenova.
Premiações
Premiações (melhor filme): A Flor da Pele, de Francisco Ramalho Jr.
(Gramado), e Tenda dos Milagres, de Nelson Pereira dos Santos
(Brasília).
36
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

Doramundo, de João Batista de Andrade, 1978
Material Publicitário Material Publicitário
Perversão, José Mojica MArins, 1978

QUADRO DE REFERÊNCIA
1978
Campo Temático
A temática operária reaparece tanto na ficção como no documentário. O
crescimento do proletariado urbano, intensificado nas duas últimas décadas,
especialmente nas regiões metropolitanas, propiciou a consolidação de
uma "classe operária ativa", que luta por melhores salários e que começa
a reivindicar um papel político na sociedade. A rearticulação sindical, no
final do período da ditadura militar, através de reivindicações organizadas,
greves e manifestações políticas e sociais, foi registrada por diversos
cineastas através de documentários e curtas-metragens, alguns deles
subsidiados por essas próprias entidades.
Além da temática, em que o "vagabundo" e o "malandro" das chanchadas
da década de 50 dão lugar ao "trabalhador" e ao "bandido", o cinema
erótico explora o nudismo de suas estrelas. Uma terceira vertente, o
chamado "cinemão", busca respaldo em atores de televisão e escritores,
como Nelson Rodrigues, para justificar a temática sexual e com a intenção
de atrair maiores platéias.
Os financiamentos e as co-produções com o Estado, através da Embrafilme,
juntamente com a ampliação da reserva de mercado, fortalecem a
concentração econômica de alguns produtores. Diretores que não
conseguem financiamento da estatal Embrafilme e não aderiram aos filmes
de apelo popular do Cinema da Boca tentam a produção independente.
Legislação
Resolução do Concine n° 24, de 19 de janeiro: estabelece normas sobre a
exibição de longa-metragem, com obrigatoriedade de exibição na semana
subseqüente, na medida em que a freqüência for igual ou superior a media
semanal.
Lei n° 6.533, de 24 de maio: dispõe sobre a regulamentação das profissões
de artista e de técnico em espetáculos de diversão.
Resolução do Concine n° 33, de 16 de agosto: estabelece o uso de ingresso
padronizado a ser fornecido pela Embrafilme.
Resolução do Concine nº 36, de 5 de dezembro: estabelece copiagem
obrigatória de filmes estrangeiros na bitola 16mm, em laboratórios
brasileiros.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
39

A Queda, de Nelson Xavier e Ruy Guerra. Drama de denúncia social abordando
as condições de trabalho dos operários do metro carioca. O filme retoma os
personagens de Os Fuzis, num outro momento, na grande cidade.
Se Segura, Malandro, de Hugo Carvana. Comédia que exibe painel bemhumorado
da vida carioca, através de personagens típicos.
Tudo Bem, de Arnaldo Jabor. Sátira a burguesia urbana carioca, mostrando
a família do aposentado Barata, que tem sua casa invadida por operários para
reforma do apartamento.
Coronel Delmiro Gouveia, de Geraldo Sarno. Rico comerciante e
exportador sofre perseguições políticas por suas idéias e pelo pioneirismo na
industrialização do Nordeste no começo deste século.
Chuvas de Verão, de Carlos Diegues. Comédia ambientada no subúrbio
carioca, abordando de forma poética a solidão e o amor na velhice.
A Dama do Lotação, de Neville D'Almeida. Melodrama erótico de costumes,
baseado no texto de Nelson Rodrigues, co-produzido pela Embrafilme em
parceria com a Regina Filmes (de Nelson Pereira dos Santos). Teve lançamento
nacional simultâneo em 40 cidades brasileiras, fazendo a segunda maior
bilheteria de todos os tempos (7 milhões de espectadores).
O Bem Dotado, O Homem de Itu, de José Miziara. Comédia erótica, com
produção de Aníbal Massaini, que explora a anedota de que na cidade de ltu
todas as coisas são grandes.
O Cortiço, de Francisco Ramalho Jr . Drama de costumes com ambientação
de época, baseado no romance de Aluízio de Azevedo, contando com elenco
televisivo.
Doramundo, de João Batista de Andrade, baseado na obra homônima de
Geraldo Ferraz, leva para o universo ficcional a critica resultante de sua
militância no jornalismo televisivo. Extravasando a simples crônica policial, a
proposta do diretor e denunciar a censura geral, a arbitrariedade policial e a
repressão a qualquer forma de representação político-partidária.
As Filhas do Fogo, de Walter Hugo Khouri. Utilizando cenários naturais do
Sul e com requintada fotografia, constrói um tipo feminino inesquecível a partir
da personagem de Selma Egrei.
40
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

1978
Anchieta, José do Brasil, de Paulo César Saraceni. Filme histórico,
produzido pela Embrafilme, que, apesar dos esforços da direção, se
torna um fracasso de público.
A Lira do Delírio, de Walter Lima Jr. Drama de amor e violência no
submundo carioca. As cenas de carnaval foram rodadas em 1973, em
16mm, ampliadas depois para 35mm.
Jeca e Seu Filho Preto, de Pio Zamuner e Berilo Faccio. Mazzaropi
mantém seu público caipira com mais um filme sertanejo, abordando o
tema do preconceito racial.
Os Trapalhões na Guerra das Estrelas de Adriano Stuart. Aventura
parodiando o filme norte-americano, com o quarteto dos Trapalhões
reunido pela primeira vez no cinema, com sua formação tradicional. A
partir deste filme seu sucesso cresce junto ao público.
Bandido! - Fúria do Sexo, de David Cardoso. Policial de mistério
que marca a estréia do ator e produtor Cardoso na direção.
Amada Amante, de Cláudio Cunha. Roteiro de Benedito Ruy
Barbosa num drama de apelo erótico, em que uma família do interior
paulista se transfere para o Rio e se choca com os costumes cariocas,
tendo como protagonista Sandra Bréa.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
41

REGISTROS
Simpósios/Congressos/Seminários
I Simpósio Nacional de Cinema Brasileiro realizado entre 22 de setembro e
1º de outubro, no Rio de Janeiro. Houve a tentativa de promover a união da
classe em torno dos seus objetivos comuns: produção, exibição, mercado de
trabalho, censura e entidades oficiais.
"Cinema e História", seminário centrado na filmografia sobre Tiradentes,
coordenado por Jean-Claude Bernardet, realizado no MIS (Museu da Imagem
e do Som), de 04 a 16 de junho e no Instituto Goethe, entre 22 de setembro
e 02 de outubro.
Exposições/Cursos/Mostras
"O roteiro no cinema brasileiro", cicio realizado entre 12 e 22 de dezembro
no MIS. Sob responsabilidade de Heitor Capuzzo, contou com a participação
de diretores, roteiristas e escritores que tiveram suas obras adaptadas para
o cinema.
Obituário
Morre Adhemar Gonzaga. Criador do primeiro grande estúdio do país
(Cinedia), em 1930, no Rio de Janeiro. Foi pesquisador, historiador, critico,
incentivador, produtor, diretor, argumentista e roteirista.
Publicações
Sétima Arte: Um Culto Moderno, de Ismail Xavier, SP, Perspectiva
Minhas Memórias de Cineasta, de Luiz de Barros, RJ, Artenova/
Embrafilme
O Cinema em Festivais e os Caminhos do Curta-Metragem, de
Miriam Alencar, RJ, Artenova.
Humberto Mauro, Sua Vida, Sua Arte, Sua Trajetória no Cinema,
de Alex Viany e outros, Rj, Artenova.
A Experiência Brasileira no Cinema de Animação, de Antonio
Moreno, Rj, Artenova.
42
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

1978
A História do Cinema Vista da Província, de Walter da Silveira, BA,
Fundação Cultural do Estado da Bahia.
Premiações
Premiações (melhor filme): Doramundo, de João Batista de Andrade
(Gramado), e Tudo Bem, de Arnaldo Jabor (Brasília).
Material Publicitário
Maneco Super-Tio, Flávio Migliaccio, 1978
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
43

O Outro Lado do Crime, de Clery Cunha, 1979
Material Publicitário Material Publicitário
A Banda das Velhas Virgens, de Amácio Mazzaropi e Pio Zamuner, 1979

QUADRO DE REFERÊNCIA
1979
Campo Temático
O país encontra-se economicamente aquecido, proporcionando ao cinema
nacional novas possibilidades. Entretanto, os intelectuais e profissionais
liberais enfrentam uma crise social, em que ha menos prestígio cultural,
tornando-se cada vez mais assalariados.
A questão política, no cinema, aflora tanto no plano do documentário -
dirigido às lutas e greves dos trabalhadores -, como no âmbito ficcional,
abordando as greves nacionais, a luta armada, a tortura e as primeiras
manifestações pelas eleições diretas.
Em São Paulo, a produção (principalmente de curtas) se vincula as entidades
sindicais (Dieese, Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo) envolvidas
com os movimentos sociais urbanos, enquanto a Boca paulista se configura
como principal "pólo produtor", onde novos produtores e diretores se
destacam através do binômio "baixo orçamento" x "filmagem rápida". Em
termos de público, a pornochanchada vem sustentando o bom desempenho
das arrecadações.
O Ministério da Justiça exige do Sindicato Brasileiro de Produtores
Cinematográficos a entrega de 32 filmes que enfrentam problemas com a
censura, entre eles 2 filmes de co-produção da Embrafilme (Crônica de Um
Industrial e Marte e Vida Severina).
Legislação
Portaria Interministerial n° 308, de 13 de março: dispõe sobre a
obrigatoriedade, pelas entidades executantes de serviços de radiodifusão
de som e imagens (emissoras de TV), de veiculação semanal de um filme
brasileiro de curta-metragem.
Decreto n° 83.973, de 13 de setembro: sobre a composição dos
representantes do Conselho Superior de Censura.
Decreto-Lei n° 1741, de 27 de dezembro: 25% de taxação de imposto para
filmes estrangeiros.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
47

PRODUÇÃO ARTÍSTICA/CULTURAL
Braços Cruzados, Máquinas Paradas, de Roberto Gervitz e Sergio
Toledo Segall. Documentário sobre a estrutura sindical brasileira, a campanha
eleitoral do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e as greves.
Bye Bye Brasil, de Carlos Diegues. Produção ambiciosa de Luiz Carlos
Barreto que faz referências ao cinema popular, utilizando-se de uma trupe
circense e retratando as conseqüências da modernização no interior do
país.
Os Amantes da Chuva, de Roberto Santos. História de um casal
apaixonado que ao se encontrar provoca chuvas torrenciais. Partindo dessa
situação "fantástica", o filme retrata criticamente a exploração que outros
meios fazem desse fenômeno: o envolvimento pela maquina publicitária, o
repórter sem escrúpulos ...
O Caçador de Esmeraldas, de Osvaldo de Oliveira. Último filme produzido
por Oswaldo Massaini que se destacou nacionalmente nas décadas de 50 a
70, retratando a saga do bandeirante Fernão Dias Paes.
O Guarani, de Fauzi Mansur. Explora a obra literária de José de Alencar,
tendo David Cardoso no papel do índio Peri.
O Coronel e o Lobisomem, de Alcino Diniz. Comédia baseada no
romance homônimo de Jose Cândido de Carvalho, que narra as fantasias de
um coronel que vivia num mundo imaginário.
A Intrusa, de Carlos Hugo Christensen. Baseado num conto do escritor
argentino Jorge Luis Borges, filmado no Rio Grande do Sul, retrata a história
de dois irmãos apaixonados pela mesma mulher.
Eu Matei Lúcio Flávio, de Antonio Calmon. Retrata o Esquadrão da
Morte, grupo de policiais de elite do Rio de Janeiro que atuava à margem
da lei.
Mulher, Mulher, de Jean Garret. Filme erótico aprimorado tecnicamente,
sustentado pela nudez de Helena Ramos.
Desejo Selvagem, de David Cardoso. O diretor, ator e produtor explora
o gênero "aventura e erotismo", iniciando uma serie de filmes realizados no
Pantanal.
48
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

1979
REGISTROS
Simpósios/Congressos/Seminários
"Simpósio Sobre Censura", realizado no dia 30 de maio na Câmara dos
Deputados (Brasília). Celso L. N. Amorim, diretor geral da Embrafilme, em
pronunciamento ressalta as quest6es da censura, da pornochanchada, da
empresa como distribuidora e da televisão.
"Simpósio Sobre o Cinema Brasileiro", de 17 a 19 de agosto, no Rio de
Janeiro.
Festivais Internacionais/Mercados Internacionais
Dona Flor e Seus Dois Maridos, de Bruno Barreto, e lançado nos Estados
Unidos.
Exposições/Cursos/Mostras
1 Festival do Cinema Brasileiro, de 0 I a 07 de outubro, no CineSesc/SP,
com a colaboração da Embrafilme.
Publicações
Cinema Anos 70, de Jean-Claude Bernardet et alli., Rj, Europa.
Cinema Brasileiro: Propostas Para uma História, de Jean-Claude
Bernardet, RJ, Paz e Terra.
Filmografia do Cinema Brasileiro (1990-1935), de Jean-Claude Bernardet,
SP, Jornal 0 Estado de S. Paulo.
Premiações
Premiações (melhor filme): Raoni, de Luiz Carlos Saldanha e J. P. Dutileux
(Gramado), e Muito Prazer, de David Neves (Brasilia).
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
49

Bye Bye Brasil, de Carlos Diegues, 1980
Material Publicitário/Arquivo Multimeios

QUADRO DE REFERÊNCIA
1980
Campo Temático
No inicio dos anos 80, a situação sócio-econômica do país agrava-se intensamente:
dívida externa crescente, inflação galopante, salários baixos, greves ... Essa
crise afeta também o mercado de divers6es publicas. Em São Paulo e no Rio
de Janeiro, apesar da freqüência estável nos filmes brasileiros com ate uma
tendência de aumento, ha uma queda de publico nos filmes estrangeiros. A
televisão torna-se uma opção e, em decorrência disso, há o fechamento dos
cinemas de bairro, concentrando-se as salas nas áreas centrais das cidades e nos
shopping-centers. Em 1980 haviam 2.365 cinemas no Brasil, reduzidas em 1983
a apenas 1.938 salas.
A produção cinematográfica encontra-se, de um lado, vinculada ao Estado e,
de outro, aos "comerciantes" da Boca paulista. A produção da Boca chega ao
limite, passando por um momento de reflexão. Nesse período surge uma nova
geração de cineastas independentes vinda da universidade, formada pela ECA/
USP. Entre esses, aparecem os nomes de Djalma Limongi Batista, Sergio Bianchi,
Chico Botelho, André Klotzel, Wilson Barros e Aloysio Raulino (grupo da Vila
Madalena), que também recebem apoio da Secretaria de Estado da Cultura. O
acesso ao financiamento estatal torna-se cad a vez mais difícil, devido ao aumento
do número de cineastas e de produtores independentes que necessitam desse
tipo de apoio.
A produção cinematográfica vinculada a Boca paulista (que proporcionava
condições favoráveis a distribuição) trabalha principalmente com filmes eróticos,
que neste momento começam a apresentar "takes" mais ousados, meio caminho
para o pornô explicito, graças ao abrandamento da censura.
Legislação
Resolução n° 55 do Concine, de 29 de agosto: estabelece a dublagem obrigatória
no território nacional para filmes destinados a exibição em televisão. A medida
visa a preservar o mercado de trabalho para artistas e técnicos brasileiros.
Resolução n° 61 do Concine, de 19 de dezembro: define o filme de curtametragem,
regulamenta sua exibição compulsória nos cinemas brasileiros em
todas as sessões em que for exibido filme estrangeiro de longa-metragem.
Resolução n° 62 do Concine, de 19 de dezembro: fixa, a contar de 1 ° de
janeiro de 1981, a obrigatoriedade de exibição de filmes brasileiros de longametragem.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
53

nas salas que mudam sua programação de 4 a 7 vezes por semana.
Decreto-Lei nº 1.847, de 30 de dezembro: concede isenção dos
impostos de importação e sobre produtos industrializados, utilizados na
produção cinematográfica e materiais destinados a instalação, ampliação
e renovação de estúdios e laboratórios cinematográficos.
54
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

PRODUÇÃO ARTÍSTICA/CULTURAL
1980
Pixote, a Lei do Mais Fraco, de Hector Babenco. Baseado no romance Infância
dos Mortos, de Jose Louzeiro. Filme de grande impacto e de crítica social, cujo
ator mirim e estreante e vive o papel de um menor carente num reformatório e
nas ruas da cidade sofrendo a violência do submundo.
Eu Te Amo, de Arnaldo Jabor. Filme erótico de luxo, com grande sucesso
de público, que retrata aventuras e desventuras amorosas, ambientado num
apartamento de cobertura no Rio de Janeiro.
A Idade da Terra, de Glauber Rocha. Último filme do cineasta, filmado na Bahia, em
Brasília e no Rio, e uma ambiciosa alegoria sobre a situação de subdesenvolvimento
do Terceiro Mundo, onde os personagens são metáforas de uma situação política
ou arquétipos de um comportamento.
Gaijin, Caminhos da Liberdade, de Tizuka Yamasaki. Primeiro longa da
assistente de Nelson Pereira dos Santos, que aborda o tema da imigração japonesa
e sua aculturação, com domínio da linguagem cinematográfica.
Cabaret Mineiro, de Carlos Alberto Prates Correia. Filme premiado em festivais
nacionais, revela outro pólo do cinema brasileiro e as particularidades da cultura
mineira.
O Homem que Virou Suco, de João Batista de Andrade. Drama do trabalhador
migrante na metrópole, através do seu dia-a-dia nas fábricas, entre as greves e a
repressão.
Estrada da Vida, de Nelson Pereira dos Santos. O diretor consegue penetrar
no universo da industria sertaneja, contando a história da dupla caipira Milionário
e José Rico, migrantes que tentam a vida em São Paulo, dispostos a se tornarem
cantores.
Império do Desejo, de Carlos Reichenbach. Filme erótico marcante pelos
movimentos de câmara cuidadosos e criativos, pela excelente atuação da atriz
Meire Vieira e pela trilha sonora de clássicos americanos.
O Beijo no Asfalto, de Bruno Barreto. Baseado na peça homônima de Nelson
Rodrigues explora os temas humanos da homossexualidade e da perversidade.
Os Sete Gatinhos, de Neville D'Almeida. Baseado na peça de Nelson Rodrigues,
exacerba o erotismo da história.
A Noite das Taras (3 episódios), de Ody Fraga, John Doo e David Cardoso,
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
55

dotado de um erotismo mais ousado atraiu I,5 milhão de espectadores, com
enquadramentos de nudez de atrizes como Matilde Mastrangi, grande estrela
da época.
O Último Cão de Guerra, de Tony Vieira Filme popular, com aventura e
erotismo: moças da região rural são seqüestradas por um general neonazista,
na tentativa de se criar uma raça perfeita, em época e país imprecisos.
Os Três Mosqueteiros Trapalhões, de Adriano Stuart. A luta entre o
bem e o mal, numa sátira do clássico da Iiteratura atraindo o público infantil
para mais uma aventura do quarteto.
56
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

1980
REGISTROS
Festivais Internacionais/Mercados Internacionais
Através da iniciativa da Embrafilme, os filmes nacionais participam de
vários festivais internacionais. Gaijin, Caminhos da Liberdade, de
Tizuka Yamasaki, e premiado em Havana, Paris e Cannes.
Obituário
Morre José Medina. Considerado pela critica como um dos mais
importantes e criativos cineastas do período mudo. Em parceria com
Gilberto Rossi, na década de 20, produziram o "Rossi Jornal". Escreveu
e dirigiu 3 longas entre 1920 e 1925.
Morre Libero Luxardo. Pioneiro do cinema em Mato Grosso, fundou
com Alexandre Wulfes a FAN Filmes, mais tarde se radicou no Para,
realizando longas-metragens com artistas locais.
Publicações
Cinema Brasileiro: Oito Estudos, vários autores, RJ, Funarte
Cinema: Trajetória no Subdesenvolvimento, de Paulo Emilio
Salles Gomes (o ensaio que dá nome ao livro foi publicado originalmente
na revista Argumento n° I, de 1975), SP, Paz e Terra.
Premiações
Premiações (melhor filme): Gaijin, Caminhos da Liberdade, de
Tizuka Yamasaki (Gramado), e Iracema, Uma Transa Amazônica,
de Jorge Bodansky e Orlando Senna, censurado desde 1975 (Brasília).
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
57

Material Publicitário/Arquivo Multimeios
Eles Não Usam Black-tie,
de Leon Hirzman, 1981
Material Publicitário/Arquivo Multimeios
Sonho Sem Fim, de Lauro Escorel Filho, 1986

1981
QUADRO DE REFERÊNCIA
Campo Temático
A Boca paulista passa a produzir cada vez mais filmes com cenas arrojadas
de sexo explícito.
Num balanço geral, o ano foi muito rico em lançamentos e premiações, com
a Embrafilme promovendo os filmes brasileiros no exterior, ao participar
de 30 eventos internacionais.
Legislação
Resolução n° 64 do Concine, de 20 de março: define cineclube, estabelece
normas para seu registro e de suas entidades representativas.
Decreto n° 86.036, de 27 de maio: regulamenta lei de 1978, que obriga as
emissoras de televisão a incluir, nas suas programações semanais de filmes
estrangeiros, um filme, pelo menos, com legenda em português.
Resolução n° 69 do Concine, de 26 de junho: sobre a permanência em
cartaz para a segunda semana do filme brasileiro de longa-metragem.
Decreto-Iei n° 1.891, de 15 de dezembro: dispõe sobre a obrigatoriedade
do uso de borderôs e ingressos padronizados, de emissão da Embrafilme,
pelas salas exibidoras nacionais.
Decreto-Iei n° 1.900, de 21 de dezembro: dispõe sobre a contribuição para
o desenvolvimento da industria cinematográfica nacional.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
61

PRODUÇÃO ARTÍSTICA/CULTURAL
Eles Não Usam Black-tie, de Leon Hirszman. Adaptação da peça de
Gianfrancesco Guarnieri, retrata o movimento sindical em São Paulo,
narrando as diferenças entre pai e filho quanto a política operária.
O Homem do Pau Brasil, de Joaquim Pedro de Andrade. Retrata a
trajetória do polêmico intelectual Oswald de Andrade, sua vida amorosa e
seu engajamento marxista.
Jânio a 24 Quadros, de Luis Alberto Pereira. Documentário sobre a
vida publica de Jânio Quadros, mostrando fatos e personagens políticos
importantes do Brasil nos anos 50 e 60, como as guerrilhas, o levante dos
marinheiros e a condecoração de Che Guevara.
República Guarani, de Silvio Back. Documentário sobre o papel dos jesuítas
no contato com os índios e na construção da República Guarani nos séculos
XVII eXVll1.
Menino do Rio, de Antonio Calmon. Filme dedicado ao público juvenil, que
mostra o mundo dos surfistas e dos que praticam asa delta.
O Olho Mágico do Amor, de José Antonio Garcia e Ícaro Martins. Nova
geração de cineastas, oriundos da universidade, realiza um filme erótico com
produção da Boca do Lixo, conseguindo excelente resultado de público e
crítica.
Mulher Objeto, de Silvio de Abreu. Produzido por Aníbal Massaini/Cinedistri,
onde o diretor tenta conciliar sexo e psicanálise, ao mergulhar nos problemas
de infância da protagonista, vivida por Helena Ramos.
A Fome do Sexo, de Ody Fraga. Um dos primeiros filmes com cenas
ousadas, inaugura o gênero pornô explícito, narrando a história da esposa
que e traída e que resolve vingar seus direitos de mulher, seduzindo um
adolescente.
Deu Pra Ti, Anos 70, de Giba Assis Brasil e Nelson Nadotti. Longametragem
filmado em Super-S, no Rio Grande do Sul, revel a uma nova
geração de cineastas gaúchos, em filme que focaliza as alegrias e angústias da
juventude.
A Estória de Clara Crocodilo, de Cristina Santeiro. Filmado em ritmo
das histórias em quadrinhos, marca o inicio da ascensão do curta-metragem
brasileiro, ao som da música de Arrigo Barnabé, nova revelação da musica
popular brasileira.
62
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

REGISTROS
1981
Simpósios/Congressos/Seminários
O Cinema Paulista na Década de 50: de fevereiro a novembro, projeto de
história oral, desenvolvido pelo MIS, com o objetivo de recuperar a "memória
cinematográfica paulista", com depoimento de diretores, produtores, técnicos,
distribuidores, exibidores e atores.
Festivais Internacionais/Mercados Internacionais
O cinema brasileiro conquista vários prêmios em eventos internacionais:
Pixote, de Hector Babenco, ganha 5 prêmios em festivais internacionais e
é eleito o melhor filme do ano pela Associação de Críticos de Cinema de
Los Angeles/EUA. O Homem que Virou Suco, de João Batista de Andrade,
conquista medalha de Duro no Festival de Moscou. Eles Não Usam Black-tie,
de Leon Hirszman, e premiado no Festival de Veneza, sendo lançado com
êxito na Europa e em Nova York. A opção, de Ozualdo Candeias, vence o
Festival de Locarno/Suíça.
Eu te Amo, de Arnaldo Jabor, sucesso de bilheteria no Brasil e na
Argentina.
Exposições/Cursos/Mostras
Retrospectiva Amado Mazzaropi de 30/06 a 12/07, no MIS, com
exposição de cartazes de alguns filmes do ator, diretor e produtor de cinema,
por ocasião de seu falecimento.
Cópia restaurada do filme Limite, de Mario Peixoto, e exibida no MIS, em I
1 de maio.
Obituário
Morre Glauber Rocha. Líder do movimento do Cinema Novo. Fundador da
Mapa Filmes onde atuou como produtor de alguns filmes. Na década de 70,
esteve exilado em Cuba, Europa e África. Fugindo as regras convencionais da
construção narrativa, misturou lances de denuncia social e política através das
alegorias criadas em seus filmes.
Morre Amácio Mazzaropi. Produtor, diretor, argumentista e ator de
comédias.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
63

alternando temáticas rurais e urbanas, sucesso de bilheteria por quase 30 anos.
Organizou sua própria produtora e distribuidora, a PAM Filmes.
Publicações
O Imaginário da Boca, Inimá Ferreira Simões, SP, IDART/Departamento de
Informação e Documentação Artísticas.
Crítica de Cinema no Suplemento Literário vol. 2, textos de Paulo Emilio Salles
Gomes, publicados no suplemento de O Estado de S.Paulo.
Burguesia e Cinema: o Caso da Vera Cruz, de Maria Rita Galvão, RJ, Alhambra/
Embrafilme.
Premiações
Premiações (melhor filme): Cabaret Mineiro, de Carlos Alberto Prates Correia
(Gramado), e O Homem do Pau Brasil, de Joaquim Pedro de Andrade (Brasília).
Eu Te Amo, de Arnaldo Jabor, 1981
64
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

QUADRO DE REFERÊNCIA
1982
Campo Temático
Em São Paulo, surge um grupo de cineastas independentes, originários em
sua maioria da ECA/USP, que começa a constituir pequenas produtoras
(Tatu Filmes, Tapiri Cinematográfica, Gira Filmes, Atalante Produções, Villa
Filmes, Barca Filmes, Angra Filmes, etc ...). Integrantes do que foi apelidado
de "grupo da Vila Madalena", trazem na bagagem resíduos dos movimentos
políticos estudantis e da contracultura, alguns inclusive com passagem pela
Boca.
No âmbito da produção, principalmente de curtas-metragens, intensificase
a abordagem de assuntos como: negro, prostituição, homossexualismo,
índios e mulheres.
A classe estudantil, em decorrência da liberação dos preços dos ingressos e
do fim da meia entrada para os estudantes, mobiliza-se, chegando a boicotar
alguns cinemas nas grandes capitais.
Legislação
Resolução n° 84 do Concine, de 19 de março: regula as condições de
realização de produções cinematográficas estrangeiras no Brasil.
Resolução nº 87, de 12 de novembro: dispõe sobre a importação de obras
cinematográficas e sobre as remessas financeiras ao exterior, decorrentes
de sua exploração no Brasil.
Resolução n° 90/91 do Concine, de 10 de dezembro: estabelece normas
sobre o prazo de permanência em exibição de filme brasileiro de
longa-metragem e fixa, para o ano de 1983, a quota de dias de exibição
obrigatória.
Resolução nº I do Conselho Superior de Censura, de 16 de dezembro: dispõe
sobre formas de apresentação aos órgãos da Censura Federal, de edições
fílmicas destinadas a exibição por estações de televisão, notadamente as de
produção brasileira.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
67

PRODUÇÃO ARTÍSTICA/CULTURAL
Pra Frente Brasil, de Roberto Farias. Co-produzido pela Embrafilme,
trata da repressão política do início da década de 70.
Amor, Estranho Amor, de Walter Hugo Khouri. Personagem principal,
homem maduro, relembra os momentos vividos as vésperas do golpe de
1937, aos 13 anos, em que sua mãe num bordel era a preferida de um
político paulista.
Asa Branca, um Sonho Brasileiro, de Djalma Limongi Batista. Amparado
pelos órgãos estatais (Embrafilme e Secretaria de Estado da Cultura), traça
a trajetória de um jogador de futebol do interior paulista e seu sucesso na
Copa do Mundo.
Das Tripas Coração, de Ana Carolina. Ambientado num internato de
moças, que está prestes a fechar, o filme tem como objetivo criticar as
instituições tradicionais.
Índia, a Filha do Sol, de Fabio Barreto. Adaptação do romance de
Bernardo Guimarães, a história se passa num garimpo de diamantes de
Goiás, onde um militar se apaixona por uma bela índia.
Luz del Fuego, de David Neves. Inspirado na vida da dançarina e vedete
que se enfeitava com cobras durante suas apresentações e causava polemica
por suas atitudes ousadas para a época.
Manelão, o Caçador de Orelhas, de Ozualdo Candeias. Produção da
Embrafilme, Secretaria de Estado da Cultura e Candeias PC que relata a
vinda de um caboclo do interior contratado por um grupo de latifundiários
que, usando-o para ajustar contas de família e realizar vinganças pessoais, o
transforma num matador profissional.
As Aventuras da Tuma da Mônica, de Mauricio de Sousa. Início da
trajetória cinematográfica do desenhista, uma nova vertente para o público
infantil, que atinge quase um milhão de espectadores.
Profissão Mulher, de Cláudio Cunha. Na tentativa de diversificar os
roteiros, o cineasta passa a trabalhar com escritores, tendo como roteirista a
escritora Márcia Denser. História de quatro mulheres que tentam solucionar
seus problemas de origem emocional, profissional e frustrações.
Gaviões, de André Klotzel. Curta-metragem sobre a violência, o fanatismo
e as comemorações do titulo de campeão de um time de futebol paulista.
68
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

1982
Linha de Montagem, de Renato Tapajós. Filme sobre as greves de
metalúrgicos em São Bernardo do Campo, ocorridas em 1979 e 1980.
Mato Eles?, de Sérgio Bianchi. Curta rodado no sudoeste do Paraná,
sobre os conflitos em terras indígenas.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
69

REGISTROS
Simpósios/Congressos/Seminários
O Cinema Paulista na Década de 50: de fevereiro a dezembro.
Seqüência do projeto de história oral, iniciado pelo MIS em 1981.
Festivais Internacionais/Mercados Internacionais
O Brasil participa em 49 festivais internacionais, faturando 3 milhões e 700
mil dó1ares em contratos fechados. O filme brasileiro conquista prestígio
como produto cultural e passa a ter aceitação nos circuitos comerciais
internacionais, sendo comercializado em vários países da Europa e
da América Latina, através da Columbia Pictures e Fox, as maiores
distribuidoras do mundo.
O desenho animado Meow, de Marcos Magalhães, ganha o prêmio especial
do júri em Cannes, na categoria animação.
O Segredo da Múmia, de Ivan Cardoso, recebe o grande premio da
critica, no Cine Imaginário e Ficção, Madri/Espanha.
Exposições/Cursos/Mostras
Os Cinemas Estio Fechando... : mostra de fotos e filmes de Abrão
Berman, além de mesa-redonda enfocando o desaparecimento dos grandes
cinemas de São Paulo, principalmente os localizados no bairros, de 7.10 a
31.10, no MIS.
Obituário
Morre Lima Barreto. Realizou vários documentários nos anos 40,
ingressando nos anos 50 nos estúdios da Vera Cruz, onde atuou como
ator. Diretor dos documentários Painel e Santuário, além do clássico O
Cangaceiro, vencedor em Cannes.
Morre Alberto Cavalcanti. Cineasta de prestígio e de carreira internacional
atuou nos anos 20 em Paris. Voltou ao Brasil, em 1949, para trabalhar nos
estúdios da Vera Cruz e, em 1952, organizou a produtora Kino Filmes,
adquirindo os estúdios da Maristela. Dirigiu Simão, o Caolho; O Canto do
Mar e Mulher de Verdade. Retornou à Europa em 1954.
70
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

1982
Morre Edward Freund. Argumentista, roteirista, fotógrafo, montador,
ator e diretor, destacou-se com os filmes Diário de uma Prostituta,
Ainda Agarro Esse Machão e A Virgem e o Bem Dotado.
Publicações
Roberto Santos: 23 anos após "O Grande Momento", "Os
Amantes da Chuva", de Olga T. Futemma, editado pela Divisão
de Pesquisas do Centro Cultural São Paulo/Secretaria Municipal de
Cultura.
Movimento Cineclubista Brasileiro, de Felipe Macedo, editado
pelo Cineclube da Fatec/SP.
Premiações
Premiações (melhor filme): Pra Frente Brasil, de Roberto Farias
(Gramado), e Tabu, de Julio Bressane (Brasília).
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
71

1983
QUADRO DE REFERÊNCIA
Campo Temático
Os problemas de discriminação e de injustiças praticadas contra a mulher
constituem-se em temática de alguns filmes importantes deste ano.
Os produtores de pornochanchadas da Boca paulista continuam a realizar
fitas pornográficas para fazer frente aos filmes estrangeiros de sexo explícito.
Esse tipo de produção caracteriza-se pelo baixo custo e rapidez de execução:
finalizadas no prazo de uma semana, algumas são produzidas em apenas 3
dias.
Legislação
Resolução do Concine n° 92: estabelece a cobrança da meia entrada e da
entrada inteira por sessão cinematográfica.
Resolução do Concine n° 98: cria a reserva de mercado para videocassete,
estabelece o percentual mínimo de obras cinematográficas nacionais gravadas
nesse suporte e determina o registro de seus distribuidores.
Resolução do Concine nº 100: atualiza os valores da contribuição para o
desenvolvimento da indústria cinematográfica nacional para 1984.
Resolução do Concine n° 101: aprova tabelas de descontos e preços de
ingressos e fixa preço do borderô padronizado, de uso obrigatório pelas salas
exibidoras do país, a vigorarem no primeiro semestre de 1984.
Resolução do Concine n° 102: dispõe sobre a forma de cumprimento do
disposto no artigo 14 da Lei nº 6.281/75, revogada Resolução do Concine n°
91/82, para 1984, a cota de dias de exibição obrigatória de filmes brasileiros
de longa-metragem.
Lei n° 43 I: prorroga ate 31/12/92 a isenção fiscal concedida as empresas da
indústria cinematográfica, aos laboratórios, aos estúdios e aos distribuidores
que se dediquem exclusivamente a filmes brasileiros.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
75

PRODUÇÃO ARTÍSTICA/CULTURAL
Parayba, Mulher Macho, de Tizuka Yamasaki. O filme conta a história
de Anayde Berriz, amante do assassino de João Pessoa, governador
da Paraíba em 1930. Poetisa, feminista e de personalidade forte, seu
comportamento era considerado liberal para a época.
Sargento Getúlio, de Hermano Penna. Baseado em história de João
Ubaldo Ribeiro, com interpretação marcante de Lima Duarte, no papel
do sargento autoritário, incumbido de escoltar um prisioneiro militante
político.
Bar Esperança, de Hugo Carvana. Comédia que trata das relações entre
os freqüentadores num bar carioca.
A Próxima Vítima, de João Batista de Andrade. No Brás, um bairro
paulistano que abriga migrantes nordestinos, ocorrem vários assassinatos
de prostitutas. Um repórter de TV interessa-se pelo caso, passa a
investigá-lo e acaba envolvendo-se com uma das "meninas".
Inocência, de Walter Lima Jr. Baseado em roteiro inédito do cineasta
Lima Barreto e na obra do Visconde de Taunay, o filme retrata o universo
do interior do país recuperando a temática das raízes nacionais.
Fuscão Preto, de Jeremias Moreira Filho. Inspirado no sucesso musical
de Almir Rogério, em que um misterioso carro preto conquista uma
jovem, interpretada por Xuxa Meneghel.
Bacanal de Colegiais, de Juan Bajon. Metalinguagem sobre os bastidores
do sexo explícito.
Chapeleiros, de Adrian Cooper. Documentário cuja estrutura dramática
registra as diversas fases de um dia de trabalho numa velha fábrica de
chapéus.
Diversões Solitárias, de Wilson Barros. Curta ficcional que funciona
como parábola sobre a alienação e solidão de um jovem que vive na
cidade de São Paulo e de seu relacionamento com jogos eletrônicos.
Hysterias, de Inês Castilho. Curta que retrata a representação da
feminilidade e as relações amorosas entre homem e mulher.
76
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

REGISTROS
1983
Festivais Internacionais/Mercados Internacionais
Parayba, Mulher Macho, de Tizuka Yamasaki, vence os festivais de Cartagena
(Colômbia), Biarritz (França), Huelva (Espanha) e Havana (Cuba).
Exposições/Cursos/Mostras
"O Cinema Brasileiro em Cartaz": exposição de 02 a 30/ I 0, no Centro
Campestre do Sesc, desenvolvida com o objetivo de mostrar os recursos que
o meio cinematográfico se utiliza para atrair seu público e o trabalho técnico e
artístico que precede o lançamento de uma produção brasileira.
Obituário
Morre Humberto Mauro. Ator, diretor de fotografia e cineasta. Destacandose
nesta ultima função, participou do ciclo de Cataguases, onde entre outros
trabalhos brilhou principalmente com Sangue Mineiro (1929). A partir de 1930,
trabalhou no Rio, nos estúdios da Cinédia. Iniciou-se como documentarista do
Ince (Instituto Nacional de Cinema Educativo) de 1936 a 1964, a convite de
Roquette Pinto, filmando mais de 300 pequenos filmes sobre usos e costumes
da realidade brasileira.
Publicações
Cinema: repercussões em caixa de eco ideológica (as idéias da
"nacional" e "popular" no pensamento cinematográfico), de Maria Rita
Galvão e Jean-Claude Bernardet, SP, Brasiliense/Embrafilme.
A Chanchada no Cinema Brasileiro, de Afrânio M. Catani e Jose Inácio de
Melo Souza, SP, Brasiliense.
Cinema, estado e lutas culturais (anos 50/60/70), de José Mario Ortiz
Ramos, RJ, Paz e Terra.
Premiações
Premiações (melhor filme): Sargento Getúlio, de Hermano Penna (Gramado),
e O Mágico e O Delegado, de Fernando Coni Campos (Brasília).
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
77

O Baiano Fantasma, de Denoy de Oliveira, 1984
Material Publicitário/Arquivo Multimeios

QUADRO DE REFERÊNCIA
1984
Campo Temático
A meta que o cinema brasileiro procura atingir e o mercado externo. Para isso
os produtores resolvem investir em superproduções, que se constituem em
produto de exportação cultural e econômica, deixando de lado o hermetismo
do Cinema Novo e partindo para novas e variadas linguagens, de compreensão e
aceitação no âmbito internacional.
O cinema erótico, que imperou ate 1982, encontra-se em decadência com
a redução de investimentos. Os produtores passam a apelar para o sexo
explícito, de custo mais baixo. Essa forma de produção, com alguns filmes mais
bem cuidados, dirigidos com habilidade e com temas diversificados, consegue
contornar a censura com mandados oficiais, obtendo sucesso de público, o que
determina um novo caminho para esses realizadores.
Por outro lado, os custos da indústria cinematográfica brasileira ainda dependem,
em grande medida, dos caros equipamentos importados, do monopó1io
no fornecimento de filmes virgens e dos laborat6rios de revelação. Como
conseqüência, o filme brasileiro, para redução de custos, não acompanha a
prática internacional (filmar a base de cinco tomadas por uma), trabalhando, no
máximo, a base de três por uma.
O cinema brasileiro ainda se restringe ao circuito de exibição em salas fechadas,
devido a inexistência de intercâmbio cinema x televisão. Contudo, alguns fatos
favorecem a divulgação do cinema nacional neste meio: a Embrafilme anuncia
a venda dos direitos de exibição de filmes brasileiros para uma cadeia de TV
australiana; Roberto Parreira, presidente da recém-criada Acla (Associação
Cinematográfica Latino-Americana), revela que a função da entidade é garantir
acesso das produções nacionais as emissoras de televisão; o produtor Luiz
Carlos Barreto negocia a venda de Memórias do Cárcere, de Nelson Pereira dos
Santos, a TV Globo; e esta rede promove o I Festival de Cinema Nacional, com
a exibição de dez longas-metragens.
Comissão instituída pelo ex-ministro da Cultura, Aluísio Pimenta, apresenta
relatório final do projeto de uma política nacional para o cinema brasileiro.
Legislação
O ministro da Cultura, Celso Furtado, entrega ao presidente José Sarney projeto
de lei criando o Certificado Liberatório de Exibição Restrita para os filmes de
pornochanchada.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
81

Resolução do Concine nº 106, de 31/08: fixa normas de
registro de produtores cinematográficos, importadores e
exportadores de obras e equipamentos cinematográficos,
distribuidores de videocassetes, prestadores de mão-deobra
e locadores de equipamentos e serviços do mercado
cinematográfico.
Lei municipal n° 9.752, de 8/11: isenta do imposto sobre
serviços (ISS) de qualquer natureza as produtoras, os
laboratórios de copiagem e reprodução e as distribuidoras
de filmes exclusivamente nacionais.
82
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

1984
PRODUÇÃO ARTÍSTICA/CULTURAL
Memórias do Cárcere, de Nelson Pereira dos Santos. Adaptação da obra
de Graciliano Ramos, tendo Luiz Carlos Barreto como produtor. O cineasta
consegue realizar um filme de temática política de alta qualidade.
Quilombo, de Carlos Diegues. Superprodução de temática histórica, sobre
escravos foragidos que formaram o Quilombo dos Palmares. Realizado visando
ao sucesso internacional, não obtém o êxito esperado.
Jango, de Silvio Tendler. Retrato da polemica carreira política de João Goulart,
através de fotos, documentários antigos, entrevistas e depoimentos, além do
famoso comício na Central do Brasil, que antecedeu o golpe militar de 64.
Bete Balanço, de Lael Rodrigues. Jovem liberada sai de casa para tentar a
carreira de cantora na cidade do Rio de Janeiro, enfrentando vários problemas
da cidade grande (assalto, assédio sexual, produtor mau caráter ...).
A B... Profunda, de Gerard Dominó (pseudônimo de Álvaro Moya). Dirigido
com habilidade e uma produção bem cuidada, e uma par6dia do filme pornô
americano A Garganta Profunda, de grande sucesso de público.
O Viciado em C ..., de Roberto Fedegoso (pseudônimo de David Cardoso).
Sob o tema da insatisfação sexual do ator principal é uma alusão a sua condição
caipira, o filme desfila cenas de sexo em que o abuso das tomadas em primeiro
plano e evidente. Crianças-atores são utilizadas em cenas simuladas de sexo,
o que resultou num processo ao produtor.
Em Nome da Segurança Nacional, de Renato Tapajós. Média-metragem
baseado no Tribunal Tiradentes, realizado em 1983, que julgou e condenou a
Lei de Segurança Nacional. Utilizando material ficcional e documentários de
época, retrata o clima vigente no país a partir do AI-5 e discute a aplicação da
doutrina de segurança nacional.
Mulheres da Boca, de Inês Castilho e Cida Aidar. Curta-metragem sobre a
prostituição no "quadrilátero do pecado", localizado no centro de São Paulo.
Através da visão feminina, procurou desmistificar a prostituição e resgatar
com sensibilidade a condição dessas mulheres.
Araucária, Memória da Extinção, de Silvio Back. Documentário de
curta-metragem, denunciando a ameaça por incêndios, ações predatórias e
desmatamento irracional da principal espécie florestal do sul do país.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
83

Bammersach, de Michael Ruman e Ana Mara Abreu. Curta-metragem
de animação, feito com massa de modelar, num cenário de papelão, que
reproduz uma rua “barra pesada” de uma grande cidade
Divina Previdência, de Sérgio Bianchi. Curta-metragem de ficção sobre
as atribulações de um mendigo às voltas com funcionários públicos,
documentos e prontuários da Previdência Social. A burocracia, a violência e
a falta de recursos fazem dele mais uma vítima do desespero.
Assaltaram a Gramática, de Ana Maria Magalhães. Curta de animaçãoexperimental.
Poetas brasileiros, cada um com seu estilo pessoal, apresentam
seus trabalhos: Paulo Leminsky, Waly Salomão e Chacal. Com trilha sonora
especial para o filme de Lulu Santos e Waly Salomão.
84
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

REGISTROS
1984
Incentivos/Concursos
Assembléia realizada por cineastas paulistas resulta em documento criticando
a atuação da Embrafilme e da Secretaria de Estado da Cultura. A Secretaria
compromete-se a reativar dois importantes prêmios para o cinema paulista:
Prêmio Estímulo de Cinema para Roteirista e Prêmio Governador do Estado,
além de discutir com a Embrafilme novo convênio entre ambas entidades para
realização de longas-metragens paulistas.
Proprietários de cinema em São Paulo promovem preços especiais de ingresso
para enfrentar queda de público, agravada pela crise econômica e, também, pela
péssima qualidade das acomodações, projeções e programações.
Festivais Internacionais/Mercados Internacionais
Cabra Marcado Para Morrer - Vinte Anos Depois, documentário
histórico de Eduardo Coutinho, iniciado em 1964 e retomado em 1981. Após
sua exibição no auditório da Folha de S.Paulo, o cineasta amplia o filme de 16mm
para 35mm, para exibição comercial. Recebe premio de melhor documentário
no Festival do Novo Cinema Latino-Americano de Havana (Cuba) e 0 Grande
Premio no Festival Internacional de Cinema de Tróia (Portugal).
Memórias do Cárcere, de Nelson Pereira dos Santos, recebe premio de
melhor filme da quinzena de realizadores de Cannes e também é premiado no
Festival de Tashkent (URSS).
Araucária, Memória da Extinção, de Silvio Back, recebe o prêmio especial
Osíris em Berlim.
Quilombo, de Carlos Diegues, recebe o prêmio de melhor contribuição
artística ao cinema Latino-Americano no Festival Internacional de Cartagena
(Colômbia).
O Baiano Fantasma, de Denoy de Oliveira. Troféu de Duro de melhor filme
no Festival de Cinema da Língua Portuguesa de Aveiro (Portugal).
Nunca Fomos Tão Felizes, de Murilo Salles. Leopardo de Bronze, no Festival
de Locarno (Suíça).
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
85

Exposições/Cursos/Mostras
XVIII Jornada Nacional de Cineclube: realizada em Curitiba. Mostra
inédita do cinema independente brasileiro e latino-americano, com
apresentação de vídeos e homenagens.
"Primeira Mostra do Novo Cinema Paulista", produção do Grupo
Verdadeiros Artistas e da Associação Paulista de Cineastas, no Cine
Brasília, em Brasília. Debate acompanha a mostra. Paralelamente, no San
Marco Hotel, acontece o curso teórico com participação dos principais
diretores, além de cineastas locais.
Tá Russo, documentário de Luis Alberto Pereira, e exibido na Folha de
S.Paulo, seguido de debate sobre o papel do cinema frente aos novos fatos
sociais que vinham ocorrendo no país.
Obituário
Morre Eduardo Abelim. Pioneiro do cinema gaúcho e fundador da Gaúcha
Filmes. Monta pequeno laboratório para filmes de propaganda e dirige dois
longas entre 1927 e 193I.
Morre José Carlos Burle. Atuou como ator, assistente de direção e diretor
de 18 longas. Fundador da Atlântida Cinematográfica trabalhou nos estúdios
da Multifilmes e foi um dos sócios da Guarujá Cinematográfica.
Publicações
O Cinema à Margem (1960-1980), de Luiz Carlos R. Borges, Campinas,
SP, Papirus.
Carmem Miranda Rodando a Baiana, de Luiz Henrique Saia, São
Paulo, SP, Brasiliense.
Carlos Diegues, os Filmes Que Não Filmei, de Silvio Oroz, RJ,
Rocco.
Premiações
Premiação (melhor filme): O Baiano Fantasma, de Denoy de Oliveira
(Gramado), e Nunca Fomos Tão Felizes, de Murilo Salles (Brasília).
86
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

QUADRO DE REFERÊNCIA
1985
Campo Temático
Ano de transição política, balizado pelo clima democrático, marca o início de
articulações dos diversos segmentos da classe cinematográfica, com o objetivo
de interferir na orientação de uma política para o cinema nacional.
Para estabelecer diretrizes de uma política cinematográfica, foi instituída uma
comissão composta por representantes de todas as entidades de classe que
indicaram Carlos Augusto CaliI para direção geral da Embrafilme.
A produção e finalização dos filmes de curta e média-metragem dependem do
patrocínio advindo de concursos, como os da Secretaria de Estado da Cultura
em convênio com a Embrafilme.
Os produtores de cinejornais Carlos Niemeyer e Primo Carbonari reagem à
portaria do Concine de n° I 17 sobre os complementos nacionais.
Cinema x Imprensa: os filmes de cunho jornalístico tratam do período da
transição política no Brasil e procuram enfocar os depoimentos pessoais sobre
o momento político (Colégio Eleitoral), registrando notícias não veiculadas
pelos telejornais, em geral tendenciosos.
Há predomínio do gênero sexo explícito, responsável por mais de 80% do
público dos filmes nacionais, produzidos com orçamentos baixos. Por outro
lado há "descuido" na parte técnica, principalmente na Boca paulista, onde se
localiza grande parte das produtoras. Os filmes sac realizados rapidamente e
enfocam temas da atualidade (AIDS. Travestis, escândalos da Previdência, etc.),
que facilitam seu lançamento comercial. Foram lançados no circuito comercial
paulistano 86 longas nacionais para um total de 3 milhões e 600 mil espectadores.
A maioria absoluta dos longas exibidos pertence ou e afim ao gênero do sexo
explicito, que predomina nas programações das salas do centro da cidade e
bairros periféricos, muitos em programas duplos. Embora em menor escala que
no ano anterior, verificou-se a "desova" de filmes censurados que esperaram
até quatro anos nas prateleiras pelo mandado de segurança que permitisse o
lançamento.
Legislação
Lei estadual n° 4.520, de 17 de janeiro: institui o mês da Mostra Internacional
de Cinema a realizar-se anualmente em outubro e cria os prêmios Bandeira
Paulista de Crítica e Bandeira Paulista de Público.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
89

Resolução do Concine n° I 17, de 25 de janeiro: regula a exibição de jornais
cinematográficos, permitindo a exibição de um por programa, com exibição
apenas de três minutos e sem veiculação de mensagem publicitária.
Decreto n° 91.144, de 15 de março: transfere para o Ministério da Cultura
o Concine e a Embrafilme, anteriormente vinculados ao Ministério da
Indústria e Comércio.
Lei n° 7.300, de 27 de março ("Lei Sarney Filho"): equipara as empresas
cinematográficas as empresas jornalísticas, ou seja, proíbe a participação de
capital estrangeiro nessas empresas.
Lei municipal nº 9.888, de 13 de maio: proíbe a colocação de cartazes
e material publicitário, inclusive títulos de filmes pornográficos na parte
externa das salas exibidoras.
Portaria do Ministério da Justiça n° 6, de 13 de maio: dispensa liberação
prévia pelo Departamento de Censura de Diversões Publicas os filmes
inscritos em festivais de cinema que antecedem a exibição em circuito
comercial.
Resolução Concine nº119, de 28 de junho: aprova tabela de descontos
de preços de ingressos e fixa preço de borderô padronizado, de uso
obrigat6rio pelas salas exibidoras do país.
Decreto legislativo n° 18, de 10 de setembro: concede isenção de impostos
de importação e sobre produtos industrializados para equipamentos de
produção cinematográfica.
Resolução do Concine nº 122, de 20 de dezembro: regula as condições de
realização de produções cinematográficas estrangeiras no Brasil.
Resolução Concine n° 124, de 20 de dezembro: aprova tabelas de descontos
e preços de ingressos padronizados e fixa preço de borderô padrão, de uso
obrigatório pelas salas exibidoras de país.
90
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

1985
PRODUÇÃO ARTÍSTICA/CULTURAL
Patriamada, de Tizuka Yamasaki. Utilizando documentário e ficção, o
filme procura registrar o período de transição política do final dos governos
militares e da eleição de Tancredo Neves, tendo sua carreira comercial
prejudicada pela morte do presidente eleito.
Muda Brasil, de Oswaldo Caldeira. Registro hist6rico do momento político
brasileiro em 1985, destacando os fatos e personagens significativos: Colégio
Eleitoral, Ulisses Guimarães, Paulo Maluf, etc.
Avaeté Semente da Vingança, de Zelito Viana. Entre denúncia política
e aventura, com cenas de sexo e violência, e um painel informativo sobre o
Brasil. O drama é baseado no massacre aos indígenas em Aripuanã, em 1963,
onde uma criança índia sobrevive e cresce preparando sua vingança.
A Marvada Carne, de André Klotzel. Comédia moderna de costumes
brasileiros, explorando o universo do caipira paulista.
Estrela Nua, de Ícaro Martins e José Antônio Garcia. A grande chance de
uma iniciante de cinema surge quando é convidada para realizar a dublagem
de uma atriz que se suicidara, e sua identidade confunde-se com a da
morta.
Eu Sei Que Vou Te Amar, de Arnaldo Jabor. O filme se baseia em diálogo
entre um jovem casal em crise debatendo seus problemas. Fernanda Torres
conquista o prêmio de melhor atriz em Cannes e o filme obteve um público
de 3 milhões de espectadores.
AIDS, a Fúria do Sexo, de Vitor Triunfo (pseudônimo de Fauzi Mansur).
Rapaz com AIDS tenta descobrir, através de flashbacks, quem o contaminou.
O tema era atual, pois a doença começava a ganhar os noticiários.
Amante Profissional, de Tony Mel (pseudônimo de Antonio Meliande).
As aventuras sexuais de três aeromoças.
Borboletas e Garanhões, de Alfredo Sternheim. O diretor, ex-crítico
de jornal, autor de dois sucessos anteriores, filma para os produtores E.
Szankoviski e Juan Bajon, fita que trata da despedida de solteiro de um rapaz
e acaba em orgia Com a presença de travestis.
Hospital da Corrupção e dos Prazeres, de Rajá de Aragão. Sátira que
combina escândalos do INSS com orgias.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
91

Miss Close, de Carlos Nascimento e Syllas Bueno. Sobre a escolha de uma
"miss" para uma boate "gay", tentando aproveitar-se da fama do travesti
Roberta Close.
A Classe que Sobra, de Peter Overbeck. Média-metragem sobre origens,
condições de vida, formas de organização e luta por melhores condições
de vida dos trabalhadores cortadores de cana.
Cinema Pornô, de Ricardo Lobo. Curta/reportagem que aborda, sob o
ponto de vista social, o fenômeno dos cinemas pornográficos das grandes
metrópoles.
Boca Aberta, de Rubens Xavier. Curta/documentário sobre o cinema
brasileiro, explorando a Boca em São Paulo, através de depoimentos
de alguns cineastas: Alex Prado, Ozualdo Candeias, Ody Fraga e Tony
Vieira.
Mulher índia, de Eliane Bandeira. Curta sobre a imagem do índio que
a escola e a literatura ajudaram a criar. Coloca a mulher guarani como
determinante para a preservação de sua cultura e religião.
92
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

REGISTROS
1985
Simpósios/Congressos/Seminários
I Seminário de Política Cinematográfica, promovido pela Apaci (Associação
Paulista de Cineastas): realizado de 28/1 a 212, no MIS. Durante o seminário
houve a elaboração de documento com propostas para uma nova política do
cinema brasileiro. Instituída comissão composta por representantes de todas
entidades de classe para resolver o problema de diretrizes para uma política
cinematográfica e indicação do diretor geral da Embrafilme.
Fórum da Apaci: promovido pela Associação Paulista de Cineastas, no Sesc
Fábrica da Pompéia, nos dias 09 e 101/1I para discutir a política do cinema
brasileiro.
Associações
Sociedade Paulista dos Críticos de Cinema e fundada em 30/04 com finalidade
de promover, incentivar e defender a arte.
Festivais Internacionais/Mercados Internacionais
Em Nome da Segurança Nacional, documentário de Renato Tapajós,
é premiado no Festival de Oberhausen (Alemanha), mas a Censura Federal
resolve liberar o filme para o território nacional com cortes, decisão rejeitada
pelo cineasta.
Embrafilme assina acordos para co-produções com a França e, paralelamente,
é organizada uma retrospectiva de 120 filmes brasileiros no Centro Georges
Pompidou (Paris).
Cabra Marcado para Morrer, de Eduardo Coutinho. Premiado no Festival
de Berlim e no Festival de Cinema Real (Centro Georges Pompidou).
Memórias do Cárcere, de Nelson Pereira dos Santos. Recebe o prêmio da
crítica no Festival Internacional da Índia.
Exposições/Cursos/Mostras
"Curta Brasil", mostra realizada no auditório da Folha de S.Paulo, de 06/04
a 10/04 e a "Mostra do Cinema Independente Paulista", em dezembro,
no Centro Cultural São Paulo (CCSP), divulgaram a produção dos curtas.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
93

"O Cinema Brasileiro, anos 50": mostra no Museu de Arte de São Paulo,
com exibição de 14 filmes brasileiros, dos diretores Nelson Pereira dos
Santos e Roberto Santos, além de produções da Vera Cruz e chanchadas da
Atlântida.
"Cinema Brasileiro • anos 60": de 26/09 a 14/ I 1, no Cineclube Oscarito,
curso promovido pelo Centro de Estudos Paulo Emilio Salles Gomes e
ministrado por Jean-Claude Bernardet.
"O Escritor e o Cinema": mostra organizada pelo Cineclube Bixiga, paralela
ao Congresso Brasileiro de Escritores.
"Cinema em seis Iições": curso promovido pela Editora Brasiliense,
na Fundação Getulio Vargas, realizado durante os meses de novembro e
dezembro.
Presença de filmes brasileiros na televisão: na TV Record atinge grande
audiência o programa "Sala Especial", com a exibição de pornochanchadas; a
Rede Globo reapresenta os filmes exibidos no "I Festival de Cinema Nacional",
que chegou ao pico de audiência de 70 pontos, o que gerou o "II Festival".
Apesar disso, a TV Cultura decide tirar do ar o programa "Cine Brasil", o
que provocou protesto de telespectadores e ganhou até matéria de jornal; a
emissora, diante da reação do público, exibe no segundo semestre, filmes do
acervo Vera Cruz.
"Da idéia ao filme": exposição de fotos, croquis de cenografia e objetos
de cena do filme A Marvada Carne, de André Klotzel, realizada pela Equipe
Técnica de Pesquisas de Cinema da Divisão de Pesquisas do CCSP.
Obituário
Morre Marcos Faria. Participou da fase inicial do Cinema Novo (como diretor
do primeiro episódio de Cinco Vezes Favela e produtor na Saga Filmes), foi
diretor-roteirista de A Vingança dos Doze e diretor de A Cartomante, Fogo
Morto e Bububu no Bobobó.
Publicações
Roteyros do Terceyro Mundo, livro sobre a obra de Glauber Rocha, organizado
por Orlando Senna, Rj, Alambra/Embrafilme.
Cineastas e Imagens do Povo, de Jean-Claude Bernardet, SP, Brasiliense.
Cultura Brasileira e Identidade Nacional, de Renato Ortiz, SP,
Brasiliense
94
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

1985
O Desafio do Cinema. A Política do Estado e a Política dos
Autores, de Ismail Xavier, Jean-Claude Bernardet e Miguel Pereira, RJ,
Jorge Zahar.
Premiações
Premiações (melhor filme): A Marvada Carne, de André Klotzel
(Gramado), e A Hora da Estrela, de Suzana Amaral (Brasília).
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
95

O Beijo da Mulher Aranha, de Hector Babenco, 1986

QUADRO DE REFERÊNCIA
1986
Campo Temático
O presidente Sarney apresenta projeto de lei para incentivar a produção cultural,
estimulando a iniciativa privada a investir na cultura, inclusive no cinema. Além
disso, assina decreto alterando as normas definidoras da nacionalidade brasileira
das produções cinematográficas.
O presidente da Embrafilme, Carlos Augusto Calil, extingue o sistema de
financiamento, criado em 1984. A distribuição realizada pela empresa e desativada
temporariamente e diversos filmes de qualidade acumularam-se a espera de seu
lançamento.
A lei de reserva de mercado torna-se impossível de ser cumprida por falta de
produção de filmes brasileiros, segundo o presidente do Sindicato dos Exibidores,
Roberto Darze.
Em vista da pouca aceitação, por parte do público, dos curtas-metragens nacionais
que precediam a exibição dos filmes estrangeiros, em cumprimento a Lei de
Obrigatoriedade, o Concine institui um júri para avaliar e selecionar os curtas a
serem exibidos.
Com o advento da Nova República, filmes de linha popular ganham novo alento
retratando o dia-a-dia do trabalhador e as tragédias da vida cotidiana, com uma
linguagem aberta, compreensível em todos os níveis.
Cineastas do "jovem cinema paulista" defrontam-se com uma realidade cultural
que está voltada a produção e ao consumo, mas enfrentam uma tradição
cinematográfica que visava a crítica social.
Os pornôs nacionais, com raras exceções, são de baixa qualidade e só foram
comercializados para poder cumprir o decreto que obriga as distribuidoras a
exibir no mínimo 25% de filmes nacionais. O ciclo de sexo explícito prolongou-se
artificialmente com a fase de zoofilia (sexo com animais).
Legislação
Decreto-lei nº 92.488, de 24.03.86, define filme nacional de longa-metragem.
Decreto-Iei nº 93.881, de 23.12.86, dispõe sobre o Conselho Nacional do Cinema
(Concine).
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
99

Resolução do Concine n° 134, de 19.12.86, estabelece normas
para o benefício da isenção de impostos de importação incidentes
sobre equipamentos cinematográficos.
O ministro da Justiça, Fernando Lyra, apresenta ao presidente
José Sarney anteprojeto da lei de censura, que cria o Conselho
de Defesa da Liberdade e Expressão.
100
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

PRODUÇÃO ARTÍSTICA/CULTURAL
1986
O Beijo da Mulher Aranha, de Hector Babenco. Baseado em livro do
argentino Manuel Puig, o filme resultou da associação de produtores, técnicos
e artistas americanos, brasileiros e argentinos, permitindo a realização de um
filme que fugiu ao nacionalismo exacerbado predominante nas produções
nacionais. Um ativista político e um homossexual dividem cela de uma prisão,
num país sul-americano de regime ditatorial, e descobrem, apesar de diferentes
aparentemente, que ha muito em comum entre ambos.
A Hora da Estrela, de Suzana Amaral. Obra baseada na novela de Clarice
Lispector, sobre uma jovem nordestina que vive na cidade grande manipulada
pelas pessoas que a rodeiam: o namorado, o patrão, a colega esperta e a
cartomante.
Cidade Oculta, de Chico Botelho. Filme policial ambientado numa São Paulo
noturna, com história inspirada em quadrinhos, que apresenta vivencias de
determinada juventude paulistana, envolvida com corrupção policial, drogas,
etc.
Anjos do Arrabalde, de Carlos Reichenbach. O filme aponta para a
multiplicidade de visões da vida cotidiana de uma metrópole como São Paulo,
através da história de três professoras da rede pública que se defrontam com os
problemas sociais da escola e suas vidas pessoais.
O Homem da Capa Preta, de Sergio Rezende. Biografia de Tenório Cavalcanti,
político cujo reduto eleitoral era em Duque de Caxias (RJ), de trajet6ria polemica
e violenta, tornou-se popular por portar sempre uma metralhadora.
Nem Tudo É Verdade, de Rogerio Sganzerla. Utilizando do documentário
e da ficção, 0 filme reconstitui o período do Estado Novo, da Segunda Guerra
Mundial e a relação Brasil x EUA. O filme mescla os fatos históricos com a
presença mítica no Brasil de Orson Welles, que, em sua passagem pelo pais,
filma o inacabado It's All True.
Ópera do Malandro, de Ruy Guerra. Musical baseado na peça homônima de
Chico Buarque. Ambientado nos anos 40, durante a Segunda Guerra Mundial,
em que bandido explora cantora de cabaré e depois a abandona para associar-se
ao contrabando.
As Sete Vampiras, de Ivan Cardoso. Planta carnívora transforma as vítimas em
vampiros e, na tentativa de desvendar o mistério, o filme parodia e homenageia
as antigas chanchadas.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
101

Céu Aberto, de João Batista de Andrade. Documentário que procurou
registrar a história oficial e seus bastidores por ocasião da doença e morte
de Tancredo Neves.
A Garota do Cavalo, de Juan Bajon. Depois de briga conjugal, esposa
(atriz de filme pornô) mantém "relações" (simuladas) com um animal.
O Jumento Gozador, de Di Angel. Caboclo é traído pela mulher com
seu jumento.
Minha Cabrita, Minha Tara, de José Adauto Cardoso. Gênero "caipira
explícito" que consegue movimentar a platéia, apesar de situações ridículas
e grosseiras das cenas de homossexualismo e sexo.
Mulheres Taradas por Animais, de Joahannes Freyger (pseudônimo de
Ody Fraga). Três soció1ogas preparam tese e vão ao campo para pesquisar
o sexo entre animais.
Seduzida Por Um Cavalo, de Juan Bajon. Vida conjugal e extraconjugal
de um casal que trabalha numa fazenda-haras.
Nada Será Como Antes, Nada, de Renato Tapajós. Documentário de
media-metragem sobre a pratica política da esquerda no inicio dos anos 80
e a discussão do uso do cinema, sob o ponto de vista pessoal.
O Dia Em Que Dorival Encarou a Guarda, de Jorge Furtado e Jose
Pedro Goulart. Curta de ficção, vencedor no Festival de Gramado/86. É um
manifesto anti-repressivo engraçado e tocante ao mesmo tempo, de ágil e
fluente linguagem cinematográfica.
102
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

REGISTROS
1986
Simpósios/Congressos/Seminários
Elementos de Tecnologia de Cinema: seminário realizado no MIS, de 9 a
13 de junho, sobre assuntos vinculados a tecnologia do cinema.
Festivais Internacionais/Mercados Internacionais
A Hora da Estrela, de Suzana Amaral, conquista três prêmios no Festival
de Berlim.
O Beijo da Mulher Aranha, de Hector Babenco, premiado com o "Oscar"
de melhor ator (William Hurt) na Academia de Cinema de Hollywood.
Fernanda Torres recebe o prêmio de melhor atriz, no Festival de Cinema de
Cannes, por sua participação no filme Eu Sei Que Vou Te Amar, de Arnaldo
Jabor.
Exposições/Cursos/Mostras
Salas de Cinema em São Paulo: exposição de 8/ l0 a 5/ I I no Centro
Cultural São Paulo, realizada pela E. T. P. Cinema, da Divisão de Pesquisas do
CCSP.
Ozualdo Candeias, Uma Opção de Cinema: mostra retrospectiva, de 9
a 15/6 no Masp.
"O Cinema de Primo Carbonari": mostra realizada na Estação Madame
Satã, a partir de 05/08, com apresentação do cineasta.
Obituário
Morre Adolfo Celi. Foi ator e diretor de teatro. Junto com Franco Zampari
e Ruggero Jacobbi foi um dos idealizadores e criadores da Cia. Vera Cruz e o
primeiro diretor dos estúdios com o filme Caiçara. Fez carreira internacional
no cinema, nos anos 60, como ator.
Morre Eurides Ramos. Dirigiu vários comediantes como Cole, Ankito, Jose
Lewgoy, Mazzaropi, Arrelia, Zé Trindade, Procópio Ferreira e Dercy Gonçalves,
sendo responsável por 23 longas.
CRONOLOGIA DAS ARTES 1975-1995 - CINEMA
103

Publicações
Cinema de Invenção, de Jairo Ferreira, Sp, Max Limonad/Embrafilme.
Cinema, a Aventura do Sonho, de Heitor Capuzzo, SP, Nacional.
O Cinema Dilacerado, de José Carlos Avellar, RJ, Alhambra
Premiações
Premiações: (melhor filme) O Homem da Capa Preta, de Sergio Rezende
(Gramado), e A Cor de Seu Destino, de Jorge Duran (Brasília).
107
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

Material Publicitário/Arquivo Multimeios
Jogo Duro, de Ugo Giorgetti, 1985
Material Publicitário/Arquivo Multimeios
A Hora da Estrela, de Suzana Amaral, 1985

QUADRO DE REFERÊNCIA
1987
Campo Temático
A indústria cinematográfica brasileira, precária em recursos financeiros, ressentese
também da falta de normas técnicas. Faz-se necessário um estabelecimento de
normatização que defina desde o mínimo de qualidade aceitável no equipamento
básico de produção as condições mínimas de exibição no circuito comercial, pois a
redução de público se deve não somente a crise financeira, mas também a qualidade
técnica (de projeções, acomodações e até de programações).
A Embrafilme estuda forma de privatizar algum setor da empresa. Depois de o
Congresso Nacional ter aprovado a Lei nº 7.084/87, criando a FCB (Fundação do
Cinema Brasileiro), a Embrafilme perde a atribuição de definir a política federal
para o cinema, ficando responsável apenas pela distribuição e pelo financiamento da
produção cinematográfica.
Escasseia a produção de filmes devido tanto a crise econômica pós-cruzado quanto a
ausência de uma nova política de estímulo, decorrendo daí o Encontro Nacional de
Cineastas, em São Paulo, onde são apresentados documentos com sugestões para
uma nova política cinematográfica e reformulação dos órgãos oficiais.
Resolução do Concine n° 137, de 24/04/87: regulamenta a obrigatoriedade de
exibição, a remuneração e distribuição de filmes nacionais de curta-metragem e
estabelece normas para a concessão do certificado de produto brasileiro as obras
cinematográficas assim consideradas.
Cineastas da Boca do Lixo, sentindo-se vítimas de uma política injusta da Embrafilme,
promovem o Combracine (Congresso Nacional de Cinema), para tentar obter espaço
na mídia, resultando num intento sem sucesso.
Num rápido balanço, um fato curioso acontece: embora tenha ocorrido uma queda
de produção, multiplicam-se os festivais de cinema no país, ocorrendo, como
conseqüência imediata, o abastardamento desse tipo de evento.
O filme de curta-metragem, nos últimos anos, passou ppr um processo de
transformação e obteve sucesso junto ao público, devido a criatividade de Iinguagem,
o documentário de cunho social cedeu lugar as crônicas cinematográficas urbanas,
pois a ficção proporcionou ao realizador a liberdade que ele não encontrava no
documentário tradicional.
Legislação
Resolução do Concine nº 137, de 24/04/87: regulamenta a obrigatoriedade de
exibição, a remuneração e distribuição de filmes nacionais de curta-metragem e
estabelece normas para a concessão do certificado de produto brasileiro às obras
cinematográficas assim consideradas.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA 107

Portaria n° 12 do Concine, de 22/06/87: estabelece que será mantido em
cartaz o filme brasileiro de longa-metragem contratado para a programação
inicial mínima de uma semana, quando nesta primeira semana de exibição
houver sido atingida a freqüência media estabelecida pelo Concine.
Portaria n° 14 do Concine, de 20107/87: estabelece os procedimentos
a serem seguidos na concessão do Certificado de Produto Brasileiro de
obras cinematográficas de longa, media e curta-metragem, de caráter
publicitário e originalmente produzidos em vídeo.
108
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

PRODUÇÃO ARTÍSTICA/CULTURAL
1987
Besame Mucho, de Francisco Ramalho Jr .. Baseado em peça de Mario Prata, o
filme acompanha vinte anos na vida de dois casais de amigos, fazendo um balanço da
geração dos anos 60. Primeira produção a utilizar uma nova opção de investimento,
através da venda de cotas a investidores financeiros.
Quincas Borba, de Roberto Santos. Adaptação da obra homônima de Machado de
Assis e ultimo filme do cineasta. Discípulo do filósofo Quincas Borba recebe fortuna
de herança com a morte de seu mestre, a qual acaba dilapidando.
Ele, o Boto, de Walter Lima Jr. Filme baseado num roteiro do cineasta Lima
Barreto. Narra a lenda de um boto que se transforma em homem e seduz mulheres,
assustando um povoado.
Jubiabá, de Nelson Pereira dos Santos. Adaptação da obra homônima de Jorge
Amado. História do amor impossível entre o negro Baldo e a ruiva Lindinalva.
O País dos Tenentes, de João Batista de Andrade. 0 filme retrata o papel dos
militares nos acontecimentos políticos brasileiros dos últimos sessenta anos, como
o movimento tenentista e o golpe de 1964.
Sonho de Valsa, de Ana Carolina. Filme sobre a mulher e seu lugar no mundo,
tentando Iivrar-se dos fantasmas do passado.
Um Trem Para as Estrelas, de Carlos Diegues. Filme para juventude, sobre o
relacionamento entre um musico de rock e sua namorada, envolvida no trafico de
drogas.
Guerra do Brasil, de Silvio Back. Com cenas documentais e de ficçã, o filme faz
ampla analise sobre a Guerra do Paraguai. Conquista prêmio no Festival de Havana/
Cuba.
Duas Mulheres e Um Ponei, de Juan Bajon. Duas mulheres, um homem que
oferece carona para dois assaltantes e um pônei. Depois de uma tentativa de assalto
na estrada a história se desenrola num sítio.
Carnaval 87 • Só Deu Bumbum, de Syllas Bueno e Carlos Nascimento. Filmagens
de uma orgia num salão de baile, com musicas carnavalescas e comentários de um
locutor.
Fêmeas Que Topam Tudo, de Alfredo Sternheim. Jovem seminarista e "tentado"
por sua prima de todas as formas.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
109

Beijo na Boca, de Jacira Melo. Documentário de media-metragem,
realizado na Boca do Lixo em São Paulo, abordando o universo das
mulheres prostitutas.
Como Era Velha a Nova República, de Nelson de Araújo. Documentário
de curta-metragem que trata das eleições constituintes, os métodos de
campanha, o poder econômico e a participação dos meios de comunicação.
Mostra a insatisfação popular após o Plano Cruzado II e a violência policial
no quebra-quebra de novembro/86.
João Sem Terra, de Tatiana Barbosa. Documentário de curta-metragem,
sobre a questão da reforma agrária tratada em cordel criado por Cláudio
Ferrario.
Meninas de Um Outro Tempo, de Maria Inês Villares. Documentário
de curta-metragem, sobre a velhice em nossa sociedade e seus problemas,
como a solidão.
110
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

REGISTROS
1987
Simpósios/Congressos/Mostras
Encine • Encontro Nacional de Cineastas: realizado de l0 a 13/8 nas
Oficinas Culturais Três Rios/SP. O encontro tratou da transição política:
as mudanças previstas para os organismos governamentais de cinema, os
cineastas e o cinema brasileiro.
Associações
Criado o Cinema Cultural Paulista pela ABD/SP (Associação Brasileira de
Documentaristas), que exibe em conjunto todos os curtas e médias-metragens
feitos em São Paulo, durante o ano, e registra essa produção, importante a
memória filmográfica nacional.
Festivais Internacionais/Mercados Internacionais
Vera, de Sergio Toledo Segall, conquista vários prêmios internacionais,
destacando-se o do Festival Internacional de Berlim (Alemanha).
Operação Brasil, de Luis Alberto Pereira. Prêmio das escolas superiores
alemãs no 33° Festival Internacional de Curta-Metragem de Oberhausen
(Alemanha).
Besame Mucho, de Francisco Ramalho Jr., melhor filme no Festival de
Huelva (Espanha).
Exposições/Cursos/Mostras
"Projeto 35mm": mostra destinada a inaugurar espaço dedicado ao cinema
no Sesc/Vila Nova, aberta em 27.05.87.
"Curtas-Metragens na Folha": de 14 a 17107, no auditório da Folha,
promoção conjunta do jornal Folha de S.Paulo, Embrafilme, Companhia
Distribuidora de Filmes, Associação Brasileira de Documentaristas.
"Cinema de Invenção": de 22 a 31/08 no MIS, cicio de filmes marginais
programado como parte do evento de lançamento do livro homônimo de
Jairo Ferreira.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
111

”Atualidade no cinema nacional”: de 16 a 20/09. Cicio promovido pelo Centro
Cultural São Paulo para lembrar os dez anos da morte de Paulo Emilio Salles Gomes,
com exibição de curtas-metragens do Cinema Independente Paulista.
Retrospectiva de 10 Anos da Mostra Internacional de São Paulo: de 6 a 17/10,
organizado pela Estação Madame Satã com alguns dos destaques nos 10 anos da
realização da mostra.
“Memória Vera Cruz”: de 17/1 0 a 29/11. Projeto organizado pelo MIS (Museu
da Imagem e do Som) e Embrafilme. Uma reconstituição do maior estúdio brasileiro,
através de publicações, exposição e mostra de filmes.
“Le Cinema Bresilien”: de 26/03 a 12/ I 0 no Centro Georges Pompidou em Paris.
Através de um acordo cultural estabelecido entre Brasil e França foram exibidos mais
de uma centena de filmes, configurando um amplo painel da hist6ria cinematográfica
brasileira.
Obituário
Morre Leon Hirszman. Iniciou atividade cinematográfica em 1962, figura importante
do Cinema Novo, cujos filmes demonstram grande interesse pelos temas sociais (A
Falecida, São Bernardo, Eles Não Usam Black-tie).
Morre Roberto Santos, ao voltar do Festival de Gramado, onde seu último filme
Quincas Borba não foi bem recebido. Considerado um grande diretor de atores, fez
também documentários para televisão e foi professor no curso de cinema da USP.
Realizador dos clássicos O Grande Momento e A Hora e a Vez de Augusto Matraga.
Morre Ody Fraga. Dirigiu dezenas de filmes e escreveu vários roteiros para
companheiros da Boca. Exerceu papel importante na formação de muitos cineastas
da pornochanchada, sendo considerado como o grande ideólogo deste tipo de
produção.
Morre Fernando Ramos da Silva (Pixote). Conhecido pela sua interpretação no filme
de Hector Babenco, mereceu destaque na imprensa internacional.
Publicações
Filme Cultura, revista editada pela Embrafilme tem sua publicação interrompida.
História do Cinema Brasileiro, organização Fernão Ramos, SP, Art Editora/
BCN.
112
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

1987
Cinema Marginal (1968-73) - a Representação em Seu Limite, de
Fernão Ramos, SP, Embrafilme/Brasiliense.
Nova Legislação Cinematográfica Nacional, de Jose Augusto Lemos de
Almeida, RJ, Forense.
Nelson Pereira dos Santos: o Sonho Possível do Cinema Brasileiro,
de Helena Salem, RJ, Nova Fronteira.
Premiações
Premiações (melhor filme): Anjos do Arrabalde, de Carlos Reichenbach
(Gramado), e Anjos da Noite, de Wilson Barros (Brasília).
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
113

Material Publicitário
A Garota das Telas, de Cao Hamburguer, 1988
Material Publicitário
A Voz da Felicidade, de Nelson Nadotti, 1987

QUADRO DE REFERÊNCIA
1988
Campo Temático
De um total de cem projetos de longas-metragens, uma equipe de consultores
selecionou vinte a ser financiados pela Embrafilme, em três modalidades:
produção, desenvolvimento de projeto e roteiro.
A Casa de Imagens foi escolhida para desenvolver doze argumentos. Essa
nova produtora paulista, formada por cineastas tradicionalmente vinculados
a produção independente de São Paulo, planeja produzir seis filmes durante
o ano.
Oito novos cineastas estréiam este ano, depois de passarem pela Embrafilme
e iniciativa privada à procura de apoio: Roberto Gervitz (Feliz Ano Velho),
Walter Rogério (Beijo 2348/72), Isay Weinfeld e Marcio Kogan (Fogo e Paixão),
Alain Fresnot (Lua Cheia), Rodolfo Brandão (Dede Mamata), Maria Letícia (1º
de Abril Brasil) e Anna Penido (Super Xuxa Contra o Baixo Astral).
No âmbito internacional, a tendência dominante no cinema de animação foi a
produção independente, associada a novas tecnologias. As técnicas de produção
com auxílio do computador, além de permitirem uma melhor resolução de cor,
cálculo e execução do movimento, ajudam a acelerar e a baratear o processo
de animação. No Brasil, desperta-se o interesse por cursos de cinema de
animação, após ampla repercussão internacional obtida pela nova geração de
animadores brasileiros, que conquistaram inúmeros prêmios nos festivais e
mostras internacionais.
Em comemoração aos 90 anos do cinema brasileiro, o ano de 1988 apresentou
vários eventos relacionados com o tema, incluindo retrospectiva hist6rica,
simpósios, concursos. Em São Paulo, o espírito holiywoodiano esteve
presente durante a mostra comemorativa, realizada no Shopping Morumbi,
num empreendimento da Daniel Azulay Produções e Artplan Publicidade,
com apoio do Banco do Brasil. Atores, diretores e produtores festejaram o
acontecimento com trajes a rigor, canhão de luz e flores.
O 21º Festival de Cinema de Brasília enfrenta neste ano sua maior crise. Mesmo
sem precisar do dinheiro do Estado, pois a iniciativa privada deu todo apoio,
o festival foi adiado por duas vezes, desrespeitou o calendário de mostras e
acabou sendo desdenhado pelos grandes produtores.
Inaugurado no Brasil o ciclo de filmes feitos para a televisão, através de contrato
de colaboração entre a Rede Globo e a Embrafilme. O contrato
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
117

previu inicialmente a realização de quatro minisséries que, depois de exibidas
na TV, se transformariam em longas-metragens. A Embrafilme caberia financiar
as minisséries, associada a um produtor, e a Globo participaria como précompradora,
garantindo as produções uma amortização a priori de cerca de
50% do orçamento de cada uma.
Legislação
Decreto-Iei n° 95.673, de 27 de janeiro: aprova o estatuto da Fundação do
Cinema Brasileiro (FCB).
Resolução do Concine n° 153, de 05/02: estabelece normas sobre a forma de
cumprimento da exibição compulsória de filmes nacionais de longa-metragem
(permanência em cartaz).
Resolução do Concine n° 156, de 25/03: regula a permanência em cartaz e a
divisão de receita dos filmes nacionais de longa-metragem, abaixo de 100% da
freqüência média dos cinemas.
Resolução do Concine n° 161, de 02/05: estabelece norma para o cumprimento
da obrigatoriedade de exibição de filmes nacionais, através do sistema de
distribuição de parte da quota a outras salas exibidoras.
Resolução do Concine nº 163, de 15/07: estende a concessão do Certificado de
Origem emitido pelo Concine as obras cinematográficas de curta-metragem.
Resolução do Concine n° 171, de 09/12: dispõe sobre a forma de cumprimento
do estabelecido no artigo 14 da Lei n° 6.281/75, fixa a quota de dias de exibição
obrigatória de obras cinematográficas nacionais de longa-metragem.
Resolução do Concine nº 175, de 19/12: cria a etiqueta de controle para obras
cinematográficas reproduzidas em vídeo destinadas a exibição pública.
Resolução do Concine n° 177, de 19/12: atualiza os valores das contribuições
destinadas para o desenvolvimento da industria cinematográfica nacional para
o ano de 1989.
O Ministério da Justiça divulga as normas para expedição dos certificados de
classificação indicativa da faixa etária para os filmes exibidos em salas de cinema
e emissoras de televisão.
118
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

PRODUÇÃO ARTÍSTICA/CULTURAL
1988
Fronteira das Almas, de Hermano Penna. Entre a ficção e o documentário,
o filme confere certo grau de autenticidade a narrativa, em que mostra os
problemas da ocupação da Amazônia por camponeses sem terra.
Fogo e Paixão, de Isay Weinfeld e Marcio Kogan. Uma recriação, em colagem,
da cidade de São Paulo, numa inovação da comedia inteligente. 0 filme foi
recusado pela Embrafilme, no entanto faz sucesso de bilheteria no Cinesesc.
O Mentiroso, de Werner Schunemann. Grupo de quatro jovens, unidos por
uma grande amizade, sofre ameaça de desintegração, quando um deles recebe
proposta de emprego em outra cidade. Todos resolvem acompanhá-lo, mas a
viagem se transforma em aventura.
Romance, de Sergio Bianchi. Destacando os problemas da realidade brasileira
(corrupção política, qualidade de vida e a AIDS), o filme trata da morte de um
intelectual em acidente misterioso.
Feliz Ano Velho, de Roberto Gervitz. Com roteiro adaptado livremente a
partir do best-seller de Marcelo Rubens Paiva, apresenta uma inspirada crônica
dos anos 70, durante a ditadura militar.
O Romance da Empregada, de Bruno Barreto. Drama de conflitos e ilusões,
narrando a trajetória de figuras humanas do subúrbio carioca: a relação entre uma
jovem empregada doméstica e um velho, que a presenteia e a leva passear.
A Dama do Cine Shangai, de Guilherme de Almeida Prado. Filmado em São
Paulo, com varias locações noturnas, o filme e uma aventura policial, em que
corretor de imóveis entra num velho cinema do centro e conhece uma mulher
misteriosa, muito parecida com a atriz principal do filme.
Dedé Mamata, de Rodolfo Brandão. Adaptado do romance homônimo de
Vinicius Viana. Trajetória de um adolescente dos anos 70, filho de militante
político desaparecido.
Eternamente Pagu, de Norma Bengell. Sobre uma das figuras mais polêmicas
do modernismo brasileiro, seus encontros com personalidades da intelectualidade
e sua militância política. Pagu viveu com Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral
num triângulo amoroso.
O Brasil os índios e Finalmente, a USP, documentário em 16mm. de
Marcelo Tassara, com entrevistas e depoimentos de professores e cidadãos
comuns a história da fundação e a trajetória da Universidade de São Paulo. O
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
119

filme, que pretendia apenas comemorar o cinqüentenário da USP, acabou
traçando um panorama mais amplo da história da cidade de São Paulo e da
vida brasileira.
O Diabo na Cama, de Michelle Massimo Tarantini. Divertida comédia com
mulheres bonitas e pitadas de erotismo tem encadeamentos chaplinianos
repetindo as mesmas situações absurdas e cômicas.
Bonecas do Amor, de Juan Bajon. Trata-se de uma comedia com a dupla
Walter Gabarron e Sandra Morelli, interpretando o casal de swing que
domina os últimos lançamentos explícitos.
A Garota das Telas, de Cao Hamburger. Um curta-metragem de animação,
em massa sintética, com referências satíricas ao suspense noir de Humphrey
Bogart, ao western e aos monstros pré-históricos de cinema japonês.
Adeus, de Celso D'Elia, Curta-metragem de animação, utilizando metáfora
para retratar o desejo.
A Mulher do Atirador de Facas, de Nilson Villas Boas. "O amor é uma
faca afiada que se crava no alvo cada vez mais próxima do corpo que veste
vermelho".
Caramujo-Flor, de Joel Pizzini. O itinerário poético de Manoel de Barros,
através de uma "collage" de fragmentos sonoros e visuais.
120
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

1988
REGISTROS
Simpósios/Congressos/Seminários
Encontro realizado no MIS (8/6) entre o presidente da Fundação do Cinema
Brasileiro, Affonso Beato, e os realizadores paulistas da área.
Seminário de Ensino de Cinema realizado entre 26 e 28/10 na ECA/USP,
cujo objetivo e discutir e preparar a proposta para um novo currículo para os
cursos de cinema.
I Encontro Nacional dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica;
entre 22 e 25/6, promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica
do Estado, com o apoio da Secretaria de Cultura, para discutir e
deliberar questões de interesse dos trabalhadores.
Associações
A Associação Paulista de Cineastas (Apaci) encaminha documento ao ministro
da Cultura, Celso Furtado, no qual cineastas paulistas criticam a diretoria da
Embrafilme, que anunciou apenas três produções para São Paulo.
Festivais Internacionais/Mercados Internacionais
Ganga Bruta, de Humberto Mauro, é exibido sem autorização dos produtores
no Festival de Toronto (Canada).
Eva Nil, uma das musas do cinema mudo brasileiro nos anos 20, é homenageada
na França, ao ilustrar capa da publicação “Livre D’or”, em comemoração aos 50
anos da Fiaf (Federação Internacional dos Arquivos e Filmes).
24ª Edição dos Encontros Internacionais de Cinema: de 23 a 29/10, em
Sorrento (Itália), foi dedicada ao cinema brasileiro com exibição de dez longas e
sete curtas, uma resenha informativa sobre os anos 60 do cinema brasileiro, uma
sessão sobre cinema e futebol e um encontro sobre Jorge Amado e o cinema.
Paulo Antonio Paranaguá recebe o prêmio da Crítica de Cinema Francesa como
editor da melhor obra literária sobre cinema brasileiro.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
121

Exposições/Cursos/Mostras
O cineasta Mário Peixoto é homenageado no Centro Cultural Mário Peixoto,
em Mangaratiba (RJ), em 09/10/88, por seu filme Limite, considerado a obra
mais significativa da cinematografia brasileira nos seus 90 anos.
“90 Anos do Cinema – Uma Aventura Brasileira”, série produzida
pela Meta Vídeo, dirigida por Eduardo Coutinho e exibida pela TV Manchete,
mostra a obra do cineasta Humberto Mauro, a influência que o cinema
brasileiro recebia do neo-realismo e a estréia de Nelson Pereira dos Santos.
A resistência do cinema paulista, as chanchadas da Atlântida e a falência dos
grandes estúdios brasileiros são alguns dos assuntos focalizados pela série.
A TV Cultura inclui, na sua programação dominical, produções da Cia.
Cinematográfica Maristela (anos 50) e um ciclo de chanchadas produzidas,
entre 1952 e 1962, pelos Estúdios da Atlântida. Além disso, teve início a
série “Cultura Documento”, que procurou resgatar um pouco da memória
política, cultural e social, mostrando a história do Brasil no cinema e o cinema
brasileiro na história, através de documentários produzidos em diversas
épocas.
Obituário
Morre Joaquim Pedro de Andrade. Participou do movimento do Cinema
Novo e da organização da Difilm. Adaptou poema de Carlos Drummond de
Andrade, contos de Dalton Trevisan e dirigiu os clássicos Macunaíma, Os
Inconfidentes, Guerra Conjugal e O Homem do Pau Brasil.
Morre Fernando Coni Campos. Ganhou notoriedade no curta-metragem
e com os seus longas Viagem do Fim do Mundo, Ladrões de Cinema e O
Mágico e o Delegado.
Publicações
90 Anos de Cinema – Uma Aventura Brasileira, de Helena Salem, RJ.
Meta Vídeo/Instituições Financeiras Sogeral.
História Ilustrada dos Filmes Brasileiro, 1929 – 1988, de Salvyano
Cavalcanti de Paiva, RJ, Francisco Alves.
50 Anos de Cinédia, da Coleção Cinédia Documento, RJ, Record.
Cinema e Verdade, de Francisco Luiz de Almeida Salles, SP, Companhia
das Letras.
122
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

1988
Premiações
Premiações (melhor filme): Feliz Ano Velho, de Roberto Gervitz (Gramado), e
O Mentiroso, de Werner Schunemann (Brasília).
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
123

Que Bom Te Ver Viva, de Lúcia Murat, 1989
Material Publicitário

QUADRO DE REFERÊNCIA
1989
Campo Temático
A situação do cinema brasileiro é o reflexo de uma crise conjuntural, política
e econômica, e para reverter este quadro, a produção cinematográfica nacional
buscaria algumas alternativas através dos incentivos fiscais, fornecidos pela Lei
Sarney. Uma delas seria a conversão da dívida externa brasileira em capital de
risco dos bancos credores junto as atividades industriais no Brasil, no campo da
exibição e produção; e com a busca de co-produções internacionais, visando a
novos mercados. Para atrair essa parceria estrangeira, os produtores brasileiros
destacam algumas vantagens: temática, custos baixos, qualidade técnica, potencial
dramatúrgico e paisagens exuberantes. Realizam-se, então, vários contratos de coprodução
internacional (Cuba, Espanha, Holanda e Portugal).
A Secretaria de Estado da Cultura e a Embrafilme, através de convenio firmado,
chegam a anunciar em dezembro a liberação de verbas para a produção de dez
longas, iniciativa que faria parte do I Projeto de Cinema Paulista.
A partir da segunda quinzena de abril, os curtas-metragens exibidos em todos os
cinemas de São Paulo, precedendo os longas estrangeiros, faziam parte de nova
safra, muitos deles premiados em festivais. Predominam os temas de ficção como
tendência geral dessa produção recente.
A arrecadação de 2,2% da renda bruta da bilheteria, obrigatória pelo Concine e
administrada pela Fundação do Cinema Brasileiro, destina-se aos produtores que
tiveram seus curtas selecionados para entrar no mercado e o resto a copiagem
e produção de curtas-metragens. A lei exige a exibição de um curta antes da
projeção de um longa-metragem, provocando insatisfação do público devido a falta
de critério na escolha dos curtas por parte dos proprietários dos cinemas. Para
reverter essa imagem, a Distribuidora Sagres, nova no mercado, reúne cinco bons
filmes numa única fita de 77 minutos - Curta Com as Estrelas -, com elenco de
nomes famosos e temas em comum.
Devido a alta inflação, a Secretaria de Estado da Cultura passa a corrigir o Premio
Estimulo de Cinema para realiza~ao de curta-metragem pela BTN (índice vigente
na época), atendendo assim a antiga reivindicação dos cineastas.
Convênio entre a Fundação do Cinema Brasileiro e a Funteve e assinado em
junho, em Brasília, para financiar a produção da nova série "Telecine Brasil", de
100 documentários. A primeira serie, contendo epis6dios do cinema brasileiro, foi
exibida durante doze meses pela TV Cultura e mostrou 77 filmes.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
127

Cerca de três mil cópias de filmes são incineradas no Brasil neste ano,
conforme as regras de mercado cinematográfico: o certificado de censura
e valido por cinco anos, vencido esse prazo, todas as cópias de filmes
sac habitualmente destruídas para desespero dos colecionadores e das
cinematecas.
Os documentos do extinto Departamento de Censura Federal referentes
ao período da ditadura militar (1964 a 1985) foram colocados a disposição
do público para consultas, no Arquivo Nacional/Rio de Janeiro. Entre os
materiais - peças teatrais, letras de musicas, telenovelas - existem 5.500
filmes para TV.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
128

PRODUÇÃO ARTÍSTICA/CULTURAL
1989
Jorge, Um Brasileiro, de Paulo Thiago. Adaptação do livro de Oswaldo França
Junior. História de um caminhoneiro pelas estradas do Brasil, que no decorrer da
trama descobre que seu patrão e um explorador.
Faca de Dois Gumes, de Murilo Salles. Baseado no livro homônimo de Fernando
Sabino. "Um thriller psicol6gico sobre a paixão e o poder", de cunho policial, que
apresenta uma hist6ria simples, linear, contada em flashback, com realismo.
Que Bom Te Ver Viva, de Lucia Murat. Um resgate dos acontecimentos dos
anos 60 e inicio dos 70. Entre documentário e ficção, intercalando depoimentos de
oito mulheres, o filme reconstitui a tortura as presas políticas durante a ditadura
militar.
Sermões, de Julio Bressane. Traduz em imagens o pensamento do padre Antonio
Vieira. Othon Bastos incorporou Vieira, dando autenticidade as alocuções do padre
rebelde e herético.
LiIi, a Estrela do Crime, de Lui Faria. Comédia policial estrelada por Betty Faria
e Reginaldo Faria, que atuam como assaltantes de banco.
Lua Cheia, de Alain Fresnot. Hist6ria de um fazendeiro que ao beber se torna
generoso, sempre as voltas com negociatas, jogos de influencias e corrupção; seu
motorista aproveita-se disso, conseguindo vantagens.
Doida Demais, de Sergio Rezende. Triangulo amoroso formado por Letícia
(falsificadora de quadros), seu amante e secretario particular de um milionário, que
compra os quadros como se fossem originais, e um piloto de avião por quem a
falsificadora se apaixona e foge.
Dias Melhores Virão, de Carlos Diegues. Hist6ria de uma dubladora que atinge o
estrelato internacional porque tem coragem de ir fundo no mau-caratismo. O filme
estréia na TV Globo, antes do circuito comercial, recebendo uma soma equivalente
a bilheteria de dois milhões de espectadores.
Kuarup, de Ruy Guerra, baseado em obra literária homônima de Antonio Callado.
Orçado em 5 milhões de dólares e com tomadas pelo Xingu, narra a história de um
ex-padre, que e preso pelas forças policiais do golpe militar em 64, relembrando sua
vida, quando se envolve em lutas camponesas e abandona a Igreja.
A Festa, de Ugo Giorgetti, narra as aventuras de três profissionais contratados
para entreter os convidados numa reunião de alta sociedade, em homenagem a um
político.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
129

1º de Abril Brasil, de Maria Letícia. Baseado numa peça de Leilah Assumpção.
Os conflitos dos anos 60 são vistos sob uma ótica feminina, através da
história da dona de uma república que pretende vender sua casa a um grupo
internacional.
A Princesa Xuxa e Os Trapalhões, de José Alvarenga Jr. A história é
simples, sobre uma princesa que vive aprisionada num castelo em um planeta
deserto, onde as crianças são escravizadas. Muitos efeitos especiais fazem
desse filme uma viagem ao reino da fantasia.
Ilha das Flores, de Jorge Furtado. Curta-metragem com colagem de imagens,
mostrando a trajet6ria de um tomate, da plantação ao lixão.
Dov'É Meneghetti?, de Beto Brant. Curta-metragem que narra a fuga deste
celebre ladrão anarquista que apavorou os paulistas ricos na década de 20.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
130

1989
REGISTROS
Incentivos/Concursos
Jorge da Cunha Lima e Jece Valadão, através da Secretaria Municipal de Cultura,
lançam o "ticket cultural", que se enquadra na Lei Sarney, convenio firmado com
todos os cinemas da capital paulista. O projeto visa a ampliar e formar novos
públicos.
De acordo com resolução do Concine, os ingressos com preços promocionais
(1/2 entrada) foram suspensos, retomando, conforme a Resolução 92, os preços
diferenciados para os horários. A medida causou descontentamento dos gerentes
dos cinemas e protestos do público.
Associações
O movimento cineclubista brasileiro comemora sessenta anos de existência, a
partir do "Chaplin Club", fundado em 1928. Em São Paulo, inaugura-se o Elétrico
Cineclube.
Festivais Internacionais/Mercados Internacionais
Kuarup, de Ruy Guerra, bate recorde de público superando outros filmes de
sucesso. Participou do 420 Festival de Cannes.
Vamos a Disneilândia, curta-metragem de Nelson Xavier, é premiado em
Moscou no 1° Festival de Cinema Infanto-Juvenil.
Exposições/Cursos/Mostras
"O Cinema Cultura Paulista 1989": de 05/11 a 10/12, no MIS. Mostra que
reuniu toda a produção paulista de curtas e médias-metragens, lançados durante
o ano. Organizada pela ABD/SP (Associação Brasileira de Documentaristas),
Fundação do Cinema Brasileiro e Secretaria de Estado da Cultura.
"O Cinema Brasileiro dos Anos Dourados": cicio de vídeos no Sesc/
Pompéia, dia 22/02, com produções realizadas nos estúdios da Cinédia e Vera
Cruz.
"Mostra de Chanchadas": 04/09, na Sala Cinemateca, com lançamento do
livro Este Mundo é Um Pandeiro, de Sergio Augusto. Cicio de 26 filmes
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
131

feitos entre 1936 e 1961 do gênero chanchada e suas variações, documentários
e curtas-metragens.
A Cinemateca Brasileira em conjunto com as Oficinas Culturais Três Rios
promove mostra e curso de cinema, de 26/06 a 20109. Vasto painel do cinema
paulista, procurando sua identidade, com exibição de 50 filmes, entre raridades
e obras consagradas, na Sala Cinemateca. O curso "Formação do Cinema em
São Paulo", realizou-se nas Oficinas Culturais Três Rios.
"80 Curtas dos Anos 80": no MIS, de 29/08 a 10/10. Mostra de uma seleção
dos melhores filmes de curta e media-metragem, segundo pesquisa do MIS.
Mostra representativa da evolução dessa produção cinematográfica na década
de 80.
"O Cinema da Boca do Lixo": no MIS, de 16 a 21/05. Mostra de filmes
produzidos pelo cineasta Ozualdo Candeias.
"Uma Rua Chamada Triunpho": no MIS, de 16 a 21/5. Exposição com
cerca de 180 fotos feitas entre o final da década de 60 e inicio dos anos 80 pelo
cineasta Ozualdo Candeias, na Boca do Lixo, incluindo projeção de I1 longas
produzidos entre 1968 e 1985.
Obituário
Morre Lael Rodrigues. Diretor-roteirista de musicais, inaugurando nova onda
de filmes para juventude como Bete Balanço, Rock Estrela e Radio Pirata.
Morre Ruy Santos. Documentarista da década de 40, trabalhou nos estúdios
da Cinédia e da Brasil Vita, considerado pela critica o melhor fotógrafo do
cinema brasileiro da época. Na década de 70, atuou no cinema er6tico. Dirigiu
7 longas-smetragens e deixou inacabado o longa Aglaia.
Morre Dina Sfat. Marcante atuação em Macunaíma, estreou em 1966 em Três
Histórias de Amor e, em seguida, atuou nos filmes o Corpo Ardente e Jardim
de Guerra. Conquistou prêmio de melhor atriz do Festival de Brasília por sua
interrpretação em Os Deuses e os Mortos. Atuou ainda em Tati, A Garota, O
Homem do Pau Brasil, Álbum de Família, Das Tripas Coração e Eros, 0 Deus
do Amor.
Premiações
Premiação (melhor filme): A Festa, de Ugo Giorgetti (Gramado), e Que Bom
Te Ver Viva, de Lucia Murat, (Brasília).
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
132

Beijo 23481/72, de Walter Rogério, 1990.

QUADRO DE REFERÊNCIA
1990
Campo Temático
A produção nacional foi duramente atingida no ano de 1990 devido a vários fatores:
extinção de órgãos diretamente ligados ao cinema, como a Embrafilme, Fundação
do Cinema Brasileiro e Fundação Pró-Memória; extinção da Lei Sarney, de incentivo
a cultura, e da lei de reserva de marcado; e bloqueio dos cruzados, incluindo a
verba para o financiamento de muitos filmes. Cerca de 40 filmes ficaram retidos
na Embrafilme sem canal de distribuição. Várias produções foram paralisadas, com
exceção do segmento do sexo explícito, que conseguiu sobreviver adaptando seu
esquema de produção, realizando vários filmes ao mesmo tempo e utilizando os
mesmos cenários, atores e trechos de fitas reaproveitadas na montagem de novas
produções.
Acontecem várias manifestações em defesa da cultura, por parte de artistas em geral,
inclusive produtores e cineastas, nos mais distantes pontos do pais. E uma reação a
crise provocada pelo novo governo, principalmente pelos efeitos do Plano Collor.
O secretário Especial da Cultura, Ipojuca Pontes, cria a Comissão de Estudos
Nacional. Muitos projetos foram apresentados, entre eles o que previa investimento
dos distribuidores de vídeo na produção.
A nível estadual e municipal, as secretarias de cultura tentaram incentivar a produção,
realizando concursos para co-produções e desenvolvimento de roteiros. Para os
cineastas mais conhecidos, a saída foram as co-produções com TVs estrangeiras,
principalmente européias.
Através do projeto SOS Cultura, a Secretaria de Estado da Cultura quer garantir
a produção cultural no Estado, financiando atividades artísticas. Para o cinema,
organizou-se um concurso de roteiros e a co-produção de 5 documentários e 3
minisséries.
Nos últimos cinco anos, os curtas-metragens têm sido a sensação dos festivais, tanto
nacionais como internacionais. Um levantamento realizado pelo MIS aponta que de
1980 a 1989 foram produzidos 964 filmes, enquanto no ano de 1990 reduziram-se a
somente 30 curtas, sendo que mais da metade vem de São Paulo, graças ao Prêmio
Estimulo de Cinema da Secretaria de Estado da Cultura.
Legislação
Lei Municipal n° 10.871, de 20/08/90: obriga as salas de cinemas a manter 25% de sua
lotação com cadeiras numeradas.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
135

PRODUÇÃO ARTÍSTICA/CULTURAL
Lua de Cristal, de Tizuka Yamasaki. História baseada no conto A Gata Borralheira,
reunindo em filme infantil Xuxa Meneghel e Sergio Mallandro.
Uma Escola Atrapalhada, de Antonio Rangel. Na busca do publico adolescente,
neste filme os Trapalhões deixaram a trama central para o casal formado por
Angélica e o cantor Supla, atraindo o publico que fez do filme a 2ª bilheteria do
cinema brasileiro em 1990.
A Rota do Brilho, de Deni Cavalcanti. Tentativa de filme policial em produção da
Boca do Lixo, fugindo do esquema das fitas pornográficas.
O Mistério de Robin Hood, de José Alvarenga Jr. Reunindo os Trapalhões, já sem
a presença do Zacarias, e a segunda incursão da trupe com o personagem Robin
Hood.
Um Sonho de Verão, de Paulo Sérgio de Almeida. Comédia juvenil com Sérgio
Mallandro, Paquitas e Paquitos, com romance e muita música.
Boca de Ouro, de Walter Avancini. Baseado em peça homônima de Nelson
Rodrigues, refilmagem protagonizada por Tarcisio Meira.
Forever, de Walter Hugo Khouri. Uma co-produção ítalo-brasileira, que recorre a
atores estrangeiros como garantia para distribuição do filme no mercado europeu
e americano. Neste filme o diretor reverencia a cidade de São Paulo, local onde
ocorre a morte de empresário que mantinha casos com várias mulheres.
Stelinha, de Miguel Faria Jr. O filme enfoca a ascensão e queda de uma ex-estrela
do radio brasileiro dos anos 50, que sonha com um amor impossível.
A Lambada Erótica, de Custódio Gomes. Filme pornográfico que aproveita a
onda da lambada: professor de dança utiliza seu talento para excitar e levar suas
alunas para a alcova, até o dia que encontra uma parceira a altura, por quem se
apaixona e dedica seus melhores passos.
Arabesco, de Eliane Caffé. Curta-metragem premiado em Gramado. Durante
um assalto, situações estranhas e absurdas transformam a realidade do roubo em
diferentes atitudes frente ao desconhecido.
A Terra dos Viaçás, curta-documentário de Sylvio Vieira. Uma parábola entre a
extinção dos índios viaçás e a atual situação da Mata Atlântica.
Cristo Procurado, curta de animação de Rui de Oliveira. Sobre personalidades
136
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

1990
que, assistindo a uma missa dominical, percebem que o Cristo não está mais
preso na cruz.
Espectador, de Tadeu Knudsen. Homem desencantado apaixona-se pela
modelo de um comercial de TV e sai em busca da mulher de seus sonhos.
Hip-Hop, de Francisco César Filho. Violência urbana de São Paulo vista através
da musica, dança e grafites da juventude negra integrante do movimento hiphop.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
137

REGISTROS
Simpósios/Congressos/Seminários
Fórum Permanente de Cultura: no mês de abril instalou-se no Tuca/SP
com o objetivo de debater alternativas e sugestões, como "Cultura e Estado":
para a cultura brasileira pós-Plano Collor.
I Seminário Internacional de Política Cinematográfica: de 23 a 28/10, no
Espaço da Cultura, promovido pela Secretaria de Estado da Cultura, reunindo
cineastas e produtores brasileiros e estrangeiros. Discussão sobre alternativas a
atuação da Embrafilme e outros mecanismos de patrocínio ao cinema.
Festivais Internacionais/Mercados Internacionais
Ilha das Flores, de Jorge Furtado, é premiado com o Urso de Prata no Festival
de Berlim.
Boca de Ouro, de Walter Avancini, é exibido na mostra paralela ao Festival
de Berlim.
Exposições/Cursos/Mostras
1º Projeto de Cinema Paulista: de 13 a 23/02, no MIS. Mostra de cineastas
paulistas cujos roteiros (curtas e longas-metragens) foram selecionados com o
objetivo de incentivar a criação cinematográfica, promovido pela Secretaria de
Estado da Cultura.
13ª Mostra Anual de Cinema Brasileiro; de 20 a 25/02 em São Bernardo.
A mostra foi dedicada ao diretor, ator e produtor Amacio Mazzaropi.
"Oswald de Andrade": de 15 a 25/03, no MIS. Ciclo de filmes ligados a vida,
obra e idéias do escritor, além de depoimentos e exposições.
"Semana de Estudos Cinematográficos"; de 07 a 11/05, na ECA/USP.
Estudo que objetiva analisar o cinema sob o ponto de vista estético político e
econômico.
1º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo, realizado
entre 21/08 a 02/09, no MIS. Mais de 80 filmes de 13 países participam
138
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

1990
do evento, inclusive filmes que fizeram parte dos festivais de Oberhausen, Clermont-
Ferrand e Gramado, onde convidados internacionais debatem com o público.
2° Núcleo Permanente de Elaboração de Projetos Cinematográficos de
curta e média-metragem: de 23/03 a 21/06, na Oficina Cultural Oswald de
Andrade, promovido pela Secretaria de Estado da Cultura. Curso sob coordenação
da Cinema Distribuição Independente e coordenação pedagógica de Denoy de
Oliveira.
O Cinema Cultural Paulista 1990: de 03 a 09112, no MIS. Mostra de filmes de
curta e média-metragem. Importante evento onde os diretores paulistas mostram
sua produção experimental.
Obituário
Morre Tony Vieira. Nome artístico de Mauri de Queiroz, atuou, produziu e dirigiu
dezenas de filmes nas décadas de 70 e 80 na Boca do Lixo.
Morre Osvaldo de Oliveira. Atuou como diretor de fotografia no inicio de sua
carreira; eclético realizador de fitas de cangaço, sertanejas, policiais, pornochanchadas
e de série de presídios femininos.
Morre Zacarias (Mauro Faccio Gonçalves). Comediante e ator, integrante do grupo
Os Trapalhões, atuou em vários filmes do grupo.
Morre Eliana (Ely de Sousa Murce). Estrela das chanchadas da Atlântida: estreou em
1949 em O Mundo Se Diverte, seguindo-se mais 22 filmes.
Morre Zé Trindade (Milton da Silva Bittencourt). Chegou ao cinema no final dos
anos 40, comediante que se destacou em filmes da Herbert Richers. Despediu-se
do cinema com Um Trem Para as Estrelas, no final dos anos 80.
Morre Sonia Mamede. Estrela de teatro de revista nos anos 50 atuou em 16 filmes
da Atlântida, como parceira de Oscarito.
Publicações
Oscarito, Nosso Oscar de Ouro, texto de Elias Fajardo e pesquisa fotográfica
de Raymond Asseo, AC&M.
Dicionário de Cineastas Brasileiros, de Luiz Felipe Miranda, SP, Art e Secretaria
de Estado da Cultura.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
139

Gonzaga, Por Ele Mesmo, de Alice Gonzaga e Carlos Aquino, RJ,
Record.
Salas de Cinema em São Paulo, de Inimá Ferreira Simões, SP, PW/
Secretaria Municipal de Cultural/Secretaria de Estado da Cultura.
Premiações
Premiações (melhor filme): Stelinha, de Miguel Faria Jr. (Gramado), e
Beijo 2348/72, de Walter Rogério (Brasília).
O ator Grande Otelo e homenageado com o recém-criado troféu
"Oscarito", no encerramento do Festival de Cinema de Gramado.
140
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

QUADRO DE REFERÊNCIA
1991
Campo Temático
Ressentindo-se do Plano Collor imposto a nação em 1990, o ano de 1991 foi
um dos piores para a produção cinematográfica nacional. Muitos cineastas,
sentindo dificuldade para produzirem seus filmes, buscam alternativas: uns
procuram novas atividades, enquanto outros buscam co-produções.
Ipojuca Pontes deixa a Secretaria de Cultura depois de vários atritos com
artistas e intelectuais e para substituí-lo e escolhido pelo presidente da
República o diplomata Sérgio Paulo Rouanet, que defende o retorno de
incentivos fiscais para a cultura.
As administrações municipais procuram incentivar a produção cinematográfica.
Em São Paulo, através do Programa de Incentivo ao Cinema (Lei Marcos
Mendonça). a Secretaria Municipal de Cultura libera verba com 0 objetivo de
co-patrocinar filmes de longa-metragem.
No Rio de Janeiro, criada pela Lei n° 1.672, de 25/0 I, a RioFilmes Distribuidora
S/A., vinculada a Secretaria Municipal de Cultura, tem como objetivo estimular
as atividades cinematográficas do município, fomentando a produção e a
distribuição de filmes.
Em Brasília cria-se o Pólo Cinema e Vídeo, cujo objetivo e fomentar a
produção de filmes.
Diretores e profissionais do cinema buscam novas alternativas: Arnaldo Jabor
brilha nas crônicas da Folha de S. Paulo; o cinegrafista Antonio Luis de Oliveira
atua como mecânico de automóveis, enquanto o financiamento da Prefeitura
não acontece; Djalma Limongi Batista estréia como diretor de teatro; Ana
Carolina escreve a comédia As fraldas da Previdência; Hugo Carvana volta a
ser ator na novela das oito "O Dono do Mundo". Alguns preferem trabalhar
no exterior, como Bruno Barreto que vai filmar nos EUA; Walter Salles Jr.
lança seu filme A Grande Arte nos EUA; Sergio Toledo filma produção do
Channel 4 de Londres, One Man's War.
A crise econômica se faz sentir também no âmbito do espectador, que é
diretamente afetado quando o preço do ingresso de cinema aumenta, apesar
do "congelamento", esvaziando, ainda mais, as salas de cinema. Essa retração
do público, entretanto, não é sentida nos filmes de sexo explícito, pois eles
conseguem ter aumento de 4% em suas bilheterias. Apesar disso, a produção
do cinema pornô retraiu-se e cai sensivelmente a produção de novos longas,
com o aparecimento das "remontagens", reaproveitando, em
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
143

grande parte, o "material de arquivo", chegando ao cúmulo de relançar
velhos filmes com títulos novos. Esse mercado em 1990 chegou a
representar cerca de 70% dos lançamentos nacionais.
A expansão e o amadurecimento do mercado de vídeo torna-se uma
realidade. Cadeias de locadoras se fortalecem, oferecendo ambientes
espaçosos com atendimento rápido e adoção de novas técnicas de
marketing.
Apesar de toda crise, realiza-se a 2ª' Auvicom-Telecom, a maior feira
de áudio, vídeo, comunicações e telecomunicações do país, no Parque
Anhembi, com cerca de 120 mil visitantes e mais de 200 títulos novos no
mercado, refletindo a crescente organização do mercado de home vídeo,
que provou ser a forma de lazer mais barata.
O Concine tinha tomado para si a função de legislar sobre esta nova
forma de audiovisual. Com a sua extinção, os selos de vídeos passam a ser
emitidos pela Secretaria de Cultura do governo federal.
Nos últimos 5 anos, o curta-metragem assume a vanguarda da cineprodução,
sendo a sensação dos festivais nacionais e internacionais. O cicio
de curtas brasileiros, exibido em Bolonha, foi muito prestigiado, tendo
uma afluência significativa de público, que chegou a ocupar metade da sala
de projeção. Segundo os críticos italianos, "esta produção representa a
verdadeira espinha dorsal do novo cinema brasileiro".
Legislação
Lei Municipal nº I 0.923 (Lei Marcos Mendonça): cria o Fundo Municipal
de Cultura. As pessoas físicas ou jurídicas domiciliadas no município de
São Paulo podem abater 70% do valor aplicado em projetos culturais no
pagamento do ISS e do IPTU, até o limite de 20% do imposto devido.
Lei Municipal nº 10.978, de abril: isenta cineclubes e salas especiais do
pagamento do IPTU, desde que funcionem há mais de três anos, sem fins
lucrativos.
Lei de Incentivos Culturais (Lei Rouanet): sancionada em dezembro
pelo presidente da Republica, permitindo as empresas que investirem
na produção cultural do país deduzir do IR parte das aplicações na área
cultural.
144
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

PRODUÇÃO ARTÍSTICA/CULTURAL
1991
A Grande Arte, de Walter Salles Jr. Visando ao mercado internacional, o filme falado
em inglês e com a participação de atores estrangeiros tem excelente acabamento e
é baseado no best seller homônimo de Rubem Fonseca, sobre um fotógrafo norteamericano
que acaba envolvendo-se no submundo do Rio de Janeiro.
Vai Trabalhar Vagabundo II, de Hugo Carvana. Inicia-se com "flashes" da polícia
fazendo uma retrospectiva da vida do personagem principal do filme de 1973. O
malandro continua aplicando golpes em milionárias solteironas, na cidade balneária
de Acapulco e retorna ao Brasil, reencontrando sua namorada.
Matou a Família e Foi ao Cinema, de Neville O'Almeida. Jovem assassina pai
e mãe e vai ao cinema, onde assiste a varias histórias anunciadas por manchetes de
jornais sensacionalistas, entremeadas por cenas de um homem que rouba callcinhas
de mulheres. Julio Bressane fez em 1969 uma primeira versao, totalmente inovadora
e surpreendente.
Não Quero Falar Sobre isso Agora, de Mauro Farias. Sujeito comum tenta varias
profissões e consegue fracassar em todas.
Radio Auriverde, de Silvio Back. O documentário que gerou grande polêmica, versa
sobre a participação dos pracinhas brasileiros da FEB na II Guerra Mundial.
Manobra Radical, de Elisa Tolomelli. Filme ambientado no universo adolescente
dos surfistas cariocas.
Os Trapalhões e a Árvore da Juventude, de Jose Alvarenga Jr. Última produção
do grupo Os Trapalhões, que são guardas florestais na selva amazônica com intuito de
protegê-Ia e se deparam com a água da fonte da árvore da juventude. Não alcançou
o mesmo sucesso dos filmes anteriores.
Gaúcho Negro, de Jessel Buss. Aventura de ação e romance para o público juvenil,
onde a figura do mascarado negro surge num Festival de Musica do Rio Grande do
Sul para desvendar os roubos de gado e queimadas.
Horas Ardentes, de Carlos Nascimento. Duas mulheres examinam candidatos de
um concurso de bem-dotados. Filme sem continuidade ou enredo, com inclusão de
fragmentos de outras produções.
Se a Galinha É Boa, o Pinto Não Falha, de Carlos Nascimento. Produção feita
com "retalhos" de outros filmes, tenta mostrar imagens do mundo caipira que tem o
seu filão no cinema erótico nacional.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
145

Momentos de Prazer, de Custódio Gomes. O filme é 90%
recondicionado, produzido com imagens de arquivo. Uma produção
pobre em que qualquer retorno financeiro e lucro.
A Cidade e o Corpo, de Chico Botelho. Curta-metragem que retrata
as relações entre a cidade e o corpo através de diferentes personagens.
A Revolta dos Carnudos, de Eliana Fonseca. Numa clínica de
emagrecimento, pacientes gordos e funcionários se desentendem por
causa das dietas.
Moleque de Rua, de Marcio Ferrari. Na periferia de São Paulo, uma
banda composta por meninos de rua cria seus próprios instrumentos e
músicas.
146
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

REGISTROS
1991
Simpósios/Congressos/Mostras
O Mercado 91 Para o Cinema Brasileiro: de 25 a 27/03, nas Oficinas Culturais
Oswald de Andrade. Cicio de debates com o objetivo de analisar os problemas e
perspectivas para o cinema nacional em 1991.
Festivais Internacionais/Mercados Internacionais
Ilha das Flores, curta de Jorge Furtado, representou o Brasil no Festival de curtametragem
de Clermont-Ferrand e recebeu o Prêmio do Público, considerado o mais
importante para a categoria.
Exposições/Cursos/Mostras
2º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo: de 20 a 31/08,
no MIS e Museu Lasar Segall. Mostra de curta e media-metragem, organizada pelo MIS
e Secretaria de Estado da Cultura, com a participação de 18 países.
Fotógrafos de Cinema: de 30/0 I a 10/02, na Sala Cinemateca. Mostra de 20 filmes
de diversas épocas, que tiveram trabalho de fotógrafos importantes.
Cinema Recuperado: de 20/02 a 03/03, na Sala Cinemateca. Mostra de filmes
restaurados, mudos e sonoros, brasileiros e estrangeiros, recuperados no labooratório
da Cinemateca Brasileira.
Curtas Paulistas do Prêmio Estímulo de Cinema: de 12 a 17/03, no MIS.
Retrospectiva dos curtas-metragens premiados pela Secretaria de Estado da Cultura,
dos últimos cinco anos.
O Cinema Cultural Paulista 1991: de 03 a 08/ I1, no MIS. Mostra de curtas e
médias-metragens produzidos em São Paulo no ano.
Atlântida: 50 Anos de Cinema: de 13 a 17/1I, no MIS. Mostra de filmes produzidos
pela Atlântida, desde a sua criação em 1941 até o fechamento em 1962, totalizando
62 filmes.
Dez Anos Sem Glauber: de 19 a 22/08/91. Numa série de homenagens aos dez
anos de sua morte, a Radio Cultura AM, TV Cultura e Sala Cinemateca de São Paulo
transmitem programas sobre o cineasta.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
147

Sala Cinemateca desenvolve importante trabalho de divulgação e apoio
ao bom cinema de todas as épocas, alem de promover as pré-estréias de
Césio 137, Beijo 2348/72, Minas Texas e Natal do Portela.
Obituário
Morre Paulo Barreto de Sá Pinto. Sócio-fundador da empresa cinematográfica
Sul Paulista, diretor da Art Filmes do Rio e responsável pela introdução do
cinema em 3ª dimensão no país.
Morre Chico Botelho. Professor da ECA/USP, diretor de fotografia e
cineasta. Diretor dos longas Janete e Cidade Oculta, procurou aliar a
qualidade técnica com a conquista do mercado.
Publicações
A Experiência do Cinema, organizado por Ismail Xavier, SP, Graal, 2ª
edição.
O Cinema dos Anos 80, organizado por Amir Labaki, SP, Brasiliense
(críticas de filmes lançados nos anos 80).
A Pequena Notável, de Martha Gil Monteiro, RJ, Record, tradução de
Tati de Moraes.
Vigo, Vulgo Almereyda, de Paulo Emilio Salles Gomes, SP, Brasiliense,
tradução de Lucia Nagib.
Premiações
Premiações (melhor filme): Não Quero Falar Sobre Isso Agora, de
Mauro Farias (Gramado), e O Corpo, de José Antonio Garcia (Brasília).
148
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

Material Publicitário
Material Publicitário
Esta Não É a Sua Vida, de Jorge Furtado, 1992
Novela, de Otto Guerra, 1992

QUADRO DE REFERÊNCIA
1992
Campo Temático
No ano de 1992, são realizados só dois longas-metragens, mesmo assim
enfrentando múltiplos problemas. É muito difícil iniciar-se uma nova produção,
enquanto outras tentam sua finalização já há muitos anos. Os técnicos estão
parados ou buscando emprego na publicidade ou na televisão. Alguns diretores
e fotógrafos de maior prestígio vão trabalhar no exterior.
Durante este ano, São Paulo produz 43 curtas com 23 estréias, através de
eventos especiais realizados pelo MIS, como o projeto mensal "Curtas Inéditos"
e o Festival Internacional de Curtas-Metragens. A maioria absoluta dos curtas
produzidos foi devido ao esforço de seus realizadores e ao apoio de empresas
que colaboraram diretamente na sua realização. O gênero curta documentário
vem cad a vez mais diminuindo a atração sobre os jovens cineastas. Neste ano,
70% dos filmes de curta e media-metragem são de ficção, enquanto apenas 16%
são documentários.
Realizadores de curtas-metragens qualificam o regulamento do Premio Estímulo
de Cinema como uma armadilha, pois consideram a exigência de os roteiros
enfocar exclusivamente aspectos da realidade brasileira como forma de censura
prévia e de direcionamento temático.
O 20° Festival de Cinema de Gramado decide internacionalizar-se devido as
dificuldades que enfrenta a produção cinematográfica brasileira e também a
consciência pró-integração do pais. O 25° Festival de Cinema de Brasília, em
conseqüência da falta de filmes nacionais, e adiado por duas vezes.
É assinado em São Paulo, pelo governador e pelo presidente do Banespa,
o Programa Banespa de Apoio a Industria Cinematográfica. Foi criada,
posteriormente, uma comissão para estudar os projetos e decidir os
financiamentos.
A ecologia é o tema que os cineastas exploram no momento. Vários projetos
“verdes” têm inicio, assim como os direitos de filmagens da vida de Chico
Mendes são negociados.
Marcelo Alencar, prefeito do Rio de Janeiro, inaugura a distribuidora RioFilmes
S/A, vinculada a Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer, tendo como
uma de suas metas a distribuição de filmes nacionais e a reativação da produção
carioca de cinema.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
151

Legislação
Decreto sancionado pelo presidente Fernando Collor transfere os bens
e o acervo da Embrafilme para outros ministérios, que serão repassados a
Secretaria da Cultura do governo federal.
Foi sancionada pelo presidente da República a Lei do Audiovisual, aprovada
pelo Congresso no final de 1991, resultado de um projeto sugerido pelos
cineastas.
Lei Municipal n° 273 reconhece a Mostra Internacional de Cinema como
evento oficial, subvencionando sua realização com 3.500 UFMs.
Lei Estadual nº 7.844, de 13/05/92, decreta a cobrança de meia entrada para
estudantes em atividades culturais, sociais e esportivas.
Lei municipal cria o Programa de Incentivo ao Cinema (PIC) para produção
de filmes.
152
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

PRODUÇÃO CULTURAL
1992
Perfume de Gardênia, de Guilherme de Almeida Prado. Mulher de chofer de
táxi, fascinada pelo mundo do cinema, abandona marido e filho para ser atriz de
filme pornô.
Oswaldianas. Co-produção da Secretaria de Estado da Cultura. Filme em episódios
de vários diretores, enfocando a vida do escritor modernista Oswald de Andrade.
A Causa Secreta, de Sergio Bianchi. Inspirado em conto de Machado de Assis,
numa adaptação modernizada para os dias atuais, sobre o prazer provocado pela
dor alheia. Diretor teatral manda seus atores as ruas e hospitais para pesquisarem
situação de miséria.
A Maldição de Sanpaku, de José Joffily. História policial, mesclando humor
e suspense, onde uma aeromoça se vê envolvida em contrabando de pedras
preciosas.
Sua Excelência, o Candidato, de Ricardo Pinto e Silva. Baseado na peça
homônima de Jandira Martini e Marcos Caruso. Comédia que trata da corrupção
política, onde "sua excelência" se envolve em vários escândalos (amante, mordomo
travesti, filho ilegítimo, porta-voz inspirado em PC Farias).
Conterrâneos Velhos de Guerra, de Vladimir Carvalho. Documentário sobre
a migração nordestina, a partir de um massacre que teria ocorrido em 1959 num
canteiro de obras de Brasília.
A Gaiola da Morte, de W. A. Kopezky. Produção de Fauzi Mansur, numa tentativa
de a Boca do Lixo, fora do cinema pornô, atrair o publico dos filmes de full contact,
em trama policial de realização frouxa.
As Rosas Não Calam, curta de Anna Muylaert. Uma visita ao universo poético
de Guilherme de Almeida. Ganhador do Premio Estímulo de Cinema da Secretaria
de Estado da Cultura.
Batimam e Robim, de Ivo Branco. Curta vencedor do Prêmio Estímulo de
Cinema da Secretaria de Estado da Cultura. A vida de dois marginais no subúrbio.
Disque N Para Nascer, de Arnaldo Galvão. Um curta de animação sobre o
nascimento, vida e morte dos mamíferos.
PR Kadeia, de Eduardo Caron. Vencedor no Festival de Gramado (melhor Curta,
direção, montagem, som e critica). Radio clandestina é instalada com aparelhagem
roubada por dois bandidos e acaba interferindo em outras rádios.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
153

Squich!, de Flavio del Carlo. Curta de animação, drama enfocando um
publicitário insatisfeito.
Zona Leste Alerta, de Francisco César Filho. Documentário sobre os
movimentos populares na periferia leste da cidade, onde atuam as rádios
comunitárias.
154
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

REGISTROS
1992
Festivais Internacionais/Mercados Internacionais
Esta Não É a Sua Vida, curta de Jorge Furtado, recebe menção especial no
Festival Internacional de Locarno e no 4° Festival Internacional de Clermont-
Ferrand, que e considerado um dos eventos mais importantes do mundo na
categoria.
O Corpo, de José Antonio Garcia, com roteiro adaptado da obra de Clarice
Lispector, e considerado o melhor filme no 32° Festival Internacional de
Cinema de Cartagena, conquistando três prêmios.
O Fio da Memória, de Eduardo Coutinho, documentário escolhido como
um dos melhores filmes do 10° Festival Cinematográfico Internacional do
Uruguai.
Exposições/Cursos/Mostras
3° Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo: de 20/08
a 30/08/92, no MIS, com participação de 290 filmes de 22 países.
Mostra do Cinema Paulista: de 13 a 26/04 e de 0 I a 03/05, no MIS. Mostra
da produção cinemat6grafica paulista e inauguração do acervo do cineasta
Chico Botelho. Exibição de 42 filmes pertencentes a Embrafilme e Fundação
do Cinema Brasileiro.
Companhia Cinematográfica Vera Cruz: de 16 a 24/05, no Centro
Cultural São Paulo. Ciclo composto de oito longas-metragens produzidos pela
companhia na década de 1950.
Nelson Rodrigues no Cinema: de 19 a 29/ I1, na Sala Cinemateca. Ciclo de
14 filmes baseados em textos do escritor carioca, que expressam seu universo
doentio, misto de tara e repressão.
O Cinema Cultural Paulista 1992: de 08 a 13/12 no MIS. Ciclo que
reúne 43 produções de curtas e médias-metragem realizadas em São Paulo.
Inclui retrospectiva seletiva das 5 edições anteriores (1987-1991), além de
homenagem a Wilson Barros.
TV Cultura e TV Manchete homenageiam a atriz Leila Diniz, pelos 20 anos de
sua morte.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
155

Obituário
Morre Mario Peixoto, aos 84 anos, diretor do c1assico Limite e autor de vários
projetos nos anos 30.
Morre Wilson Barros, aos 44 anos. Professor de roteiro e direção na ECA/USP
começou no cinema como assistente de direção de João Batista de Andrade e
com seu longa Anjos da Noite obteve vários prêmios.
Morre Roberto Palmari. Um dos fundadores da extinta TV Excelsior (SP),
estagiou no Centro Experimental de Cinema e na RAI (Itália). Dirigiu O
Predileto; o episódio "As Três Virgens" do longa Contos Eróticos e Diário da
Província.
Morre Alex Viany, aos 74 anos. Critico e pesquisador de cinema, autor do
livro Introdução ao Cinema Brasileiro, em 1959, e diretor de curtas e quatro
longas.
Publicações
Ivampirismo - O Cinema em Pânico, vários autores, organização Ivan
Cardoso e Rubens F. Lucchetti, RJ, Brasil América.
Filmografia do Cinema Brasileiro (4° fascículo), compreendendo o período
de 1926 a 1930, RJ, Fundação Cinema Brasileiro.
Premiações (melhor filme): Conterrâneos Velhos de Guerra, de Vladimir
Carvalho (prêmio especial do júri de Gramado), e A Maldição de Sanpaku,
de José Joffily (Brasília).
156
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

A Causa Secreta, de Sergio Bianchi, 1992
Material Publicitário

QUADRO DE REFERÊNCIA
1993
Campo Temático
A Câmara Federal aprova complemento à Lei do Audiovisual, prometendo US$
15 milhões para a retomada da atividade cinematográfica no Brasil. O Congresso
aprova também crédito especial para o cinema (US$ 13 milhões), criando-se
com isso mecanismos de financiamento e captação de recursos, capazes de
transformar o cinema em uma atividade permanente no País. Ao Ministério da
Cultura prometeu-se verba da antiga Embrafilme, extinta no governo Collor,
para incentivar e financiar a produção de filmes nacionais.
A nível estadual, o Programa Banespa de Apoio à Indústria Cinematográfica
destina US$ 5 milhões ao financiamento de produções nacionais, sendo US$
4 miihões para a produção de longas-metragens (US$ 500 mil por projeto)
e US$ I milhão para a sua finalização e comercialização. A premiação causou
polêmica entre os cineastas, pois, segundo eles, a maioria dos projetos beneficia
os cineastas cariocas e os nomes já consagrados.
As salas de cinema em São Paulo, neste ano, enfrentam grande queda de público,
devido a aumentos freqüentes dos ingressos, com o conseqüente fechamento
de salas. Para reverter o quadro, os governos estadual e municipal decretam
cobrança de meia entrada para estudantes. O Consórcio Severiano Ribeiro
& Marcondes projetava a venda de 84,5 milhões de ingressos, enquanto 65
cinemas sac fechados. Entre 1980 e 1992, o público caiu 2,5 vezes e o ingresso
subiu 2,43 vezes. Em 1980 as bilheterias do país arrecadaram US$ 117 milhões,
enquanto em 1992 caiu para US$ I12,5 milhões. Em 1980 tivemos 165 milhões/
público para 2.800 cinemas, enquanto, em 1992, 65 milhões/públiico para I .465
cinemas.
Até 1991, no Festival de Gramado só concorriam filmes nacionais. No ano
passado, por falta do "produto nacional" torna-se ibero-americano. Este ano
aprofunda a internacionalização e passa a ser um festival de cinema latino,
com inclusão de França e Itália em sua mostra competitiva. O Troféu Oscarito
concedido anualmente pela Fundação Banco do Brasil e de Alberto Ruschel, por
seu desempenho no clássico filme de Lima Barreto, O Cangaceiro.
Legislação
Lei Municipal n° 11.355, de 06/05: concede meio entrada para estudantes em
cinemas, cineclubes, teatros, shows, circos e eventos esportivos.
Lei n° 3.908, de 30/06: complemento it Lei do Audiovisual, que cria mecanismos
de financiamento e captação de recursos para estimular o cinema.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
159

PRODUÇÃO ARTÍSTICA/CULTURAL
Vagas Para Moças de Fino Trato, de Paulo Thiago. Baseado na peça de
Alcione Araújo. co-produção Brasil/França.
Era Uma Vez..., de Arturo Uranga. Dirigido ao público adolescente, o filme é
uma sátira moderna aos contos de fada, ambientado num mundo mágico, cujos
heróis lutam contra a destruição provocada pelas guerras e pela ambição dos
homens.
A Terceira Margem do Rio, de Nelson Pereira dos Santos. Co-produção,
inspirada em contos de Guimarães Rosa, em que um homem abandona tudo
(mulher, filhos) para isolar-se numa canoa no meio de um rio. Seu contato com
as pessoas é feito através da busca diária de comida, que seu filho deixa na beira
do rio.
Capitalismo Selvagem, de André Klotzel. Comédia, de produção francogermânico-brasileira,
sobre um poderoso empresário que tem negócios em
terras indígenas, onde pretende obter lucros com a exploração mineral. Em
contato com uma jovem jornalista descobre sua origem indígena.
Noite Final Menos Cinco Minutos, de Débora Waldman. Curta sobre a
trajetória de um carro que avança em alta velocidade por estradas vazias.
Jardim da Luz, de Maximo Barro. Curta que aborda a história e as
transformações do Jardim da Luz.
Opressão, de Mirella Martinelli. Curta de ficção sobre um jovem oprimido
numa metrópole.
Tietê, de Cao Hamburger. Documentário sobre o rio Tietê.
160
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

REGISTROS
1993
Simpósios/Congressos/Seminários
Memória da Teoria e da Prática Cinematográfica: 22/12, no
MIS. Projeto da Secretaria de Estado da Cultura. Seminário reunindo
depoimentos e debates com profissionais da área de cinema. Participação
do fotógrafo Hugo Kovensky e do cineasta Francisco Ramalho Jr., que fala
sobre a produção americana realizada no Brasil.
Festivais Internacionais/Mercados Internacionais
Boa repercussão do curta brasileiro PR Kadeia, de Eduardo Caron, no 50°
Festival de curtas de Clermont-Ferrand (França).
Conterrâneos Velhos de Guerra, de Vladimir Carvalho, estréia em São
Paulo. O filme foi premiado em Havana e Gramado.
Boca do Lixo, de Eduardo Coutinho, melhor documentário no Festival
Latino-Americano de Guadalajara.
Histórias dos Anos 80, de Roberto Moura, recebe prêmio na categoria
ficção no Festival de cinema e vídeo de Nova lorque.
Homenageado o cineasta Júlio Bressane, durante o Festival de Cinema de
Taormina, na Sicília.
Exposições/Cursos/Mostras
Primeiros Passos: de 09 a 14/02, no MIS. Ciclo composto de curtas do
inicio da carreira e longas de 12 cineastas paulistas.
17° Festival de Curtas Inéditos: de 09 a 12103, no MIS. Exibição de 3
filmes que se destacaram no Festival de Brasília/92.
85 Anos de Desenho Animado: de 06/03 a 04/04, no Sesc/Pompéia.
Mostra contando um pouco do desenho animado, com exposição, projeção
de filmes e vídeos, palestras e oficinas.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
161

4º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo: de 19 a
29/08, no MIS. Promovido pela Secretaria de Estado da Cultura, com patrocínio
da Enterpa Engenharia, com 263 filmes de 30 países, sendo 125 brasileiros, dos
quais 55 trabalhos realizados nos últimos 12 meses, sob a denominação geral
"Panorama Brasil".
Fotógrafos do Cinema Paulista: de 18 a 23/05, no MIS. Ciclo de seis longasmetragens,
que homenageia os fotógrafos do cinema paulista: José Roberto
Eliezer, César Charlone, Pedro Farkas, Rodolfo Sanchez, Antonio Meliande e
Adrian Cooper.
Cinema de Mulheres: de 08 a 12/09, no MIS. Grande panorâmica da produção
cinematográfica feminina no Brasil, com Ana Carolina, Tizuka Yamasaki e Suzana
Amaral, que se revezam com o time da nova geração formado por Monique
Gardenberg, Maja Vargas, Silvia Zatz, Andrea Seligman e Débora Waldman.
Ciclo Mário de Andrade: de 03 a 10/ 10, no CCSP. Filmes adaptados de obras
do escritor e sobre sua época, documentando o contexto social em que viveu.
70 Anos do Rádio Paulistano: de 05 a 0711 I, no CCSP. Evento que homenageia
0 radio com eXibi~ao dos filmes: Queremos as Ondas do Ar, de Tatá Amaral;
Ecos Urbanos, de Nilson Villas Boas; PR Kadeia, de Eduardo Caron; Stelinha,
de Miguel Faria Jr.; Rádio Auriverde, de Silvio Back; A Estrela Sobe, de Bruno
Barreto; 0 Bandido da Luz Vermelha, de Rogerio Sganzerla; Rio. Zona Norte, de
Nelson Pereira dos Santos.
1º Festival do Cinema Europeu/Eurocine: de 17 a 28/II, no MIS e Sala
Cinemateca. Mostra que tem por objetivo enfocar a cad a ano um tema especifico.
A primeira edição aproveita para comemorar os trinta anos do Cinema Novo
brasileiro e traz como temática o diálogo da produção nacional com as escolas
européias no início dos anos 60.
O Cinema Cultural Paulista 1993: de 07 a 12112, no MIS. Produção anual de
curtas-metragem realizados em São Paulo. Além dos 42 filmes, retrospectiva de
trabalhos feitos no curso de cinema da ECNUSP, e exibição do programa "Cine
MTV Especial: Roteiros".
Projeto Ensaio Cinematográfico: outubro, curso de cinema promovido pela
Oficina Cultural do Tatuapé Raul Seixas. As atividades dividem-se em 3 etapas:
discussão da linguagem cinematográfica; refilmagem de uma cena de São Paulo
S/A, clássico do Cinema Novo dirigido por Luis Sergio Person e finalização e
montagem da seqüência refilmada. Ministrado por profissionais de cinema, como
Carlos Reichenbach, Guilherme de Almeida Prado, Denoy de Oliveira, entre
outros, tendo como objetivo a formação de novos profissionais para o cinema.
162
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

1993
Exibido em Londres, o vídeo realizado pela Channel 4 local: Brazil: Beyond
Citizen Kane, de Simon Hartog, analisa a trajet6ria do proprietário da Rede
Globo, Roberto Marinho. O filme pirateado para o Brasil e exibido no MIS e
retirado de cartaz por ordem do governador Fleury.
Obituário
Morre Alfredo Oroz. Argentino radicado no Brasil destaca-se com os roteiros
dos filmes A Hora da Estrela, O Grande Mentecapto e Lamarca.
Morre J. B. Tanko. Croata, radicado no Brasil desde 1948, foi assistente de
direção, roteirista e argumentista na Cinelândia Filmes. Na Atlântida, foi assessor
técnico dos primeiros filmes de Carlos Manga. Em 1969, funda a J. B. Tanko
Filmes, tendo lançado varias atrizes, além do cômico Mussum e do ator Arlindo
Barreto. Diretor e roteirista de todos os seus filmes, na década de 70 dedica-se
à feitura de comédias infanto-juvenis dos Trapalhões.
Morre Grande Othelo, aos 79 anos, quando chegava a Paris para ser homenageado.
Nome artístico de Sebastião Prata, Grande Othelo atuou no cinema desde 1935,
em mais de 100 filmes, notabilizando-se por sua parceria com Oscarito.
Morre Wilson Grey, aos 70 anos. Ator de maior atividade no cinema brasileiro,
participando de 210 filmes.
Morre Aron Feldman. Cineasta marginal de Santo André, autor de curtasmetragens
premiados no exterior e de longas realizados em cinema e vídeo.
Publicações
Alegorias do Subdesenvolvimento - Cinema Novo, Tropicalismo,
Cinema Marginal, de Ismail Xavier, SP, Brasiliense.
Introdução ao Cinema Brasileiro, de Alex Viany. SP, Revan/Cinemateca do
MAM, reedição.
Adeus Cinema, de Oséas Singh Jr., SP, Massao Ohno, (autobiografia do ator e
diretor Anselmo Duarte).
Premiações
Premiações (melhor flIme): Batimam e Robim, de Ivo Branco (melhor curta
35mm em Gramado), e Alma Corsária, de Carlos Reichenbach (Brasília).
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
163

Alma Corsária, de Carlos Reicenbach, 1994
Material Publicitário

QUADRO DE REFERÊNCIA
1994
Campo Temático
Depois de uma produção praticamente nula no ano de 1993, consegue-se no ano
de 1994 que 12 filmes cheguem ao público. Estabeleceram-se, também, vários
incentivos através de concursos públicos, de nível federal, estadual e municipal,
co-produções estrangeiras e parcerias com a televisão.
É a primeira vez, desde o início do governo Collor e da extinção da Embrafilme
em 1990, que o governo federal, através do Ministério da Cultura, destina
verbas para o cinema nacional, distribuindo US$ 5,5 milhões para produção de
13 roteiros.
Cineastas consideram este ano como o "ano da retomada da produção",
impulsionada em parte pelas verbas concedidas em 1993 pelo Banespa e pelo
projeto intitulado "Resgate do Cinema Brasileiro", concurso realizado pelo
Ministério da Cultura.
Apesar do momento de crise nacional, o americano descobre Jose Mojica Marins,
0 "Zé do Caixão", que lança em vídeo seus filmes de terror, cujo personagem
é chamado de Coffin Joe. Diretor e ator em filmes de sucesso dos anos 60 e
70, aderiu a onda pornográfica na década de 80 e retoma seu personagem nos
anos 90.
Um dos pontos de preocupação dos cineastas e produtores e o estrangulamento
do mercado exibidor para filmes brasileiros, sobretudo em relação ao mercado
paulista, pois, em 1993, filmes de longa-metragem exibidos no Rio não chegaram
às salas de São Paulo. Para reconquistar O espaço perdido nas salas de exibição
de todo pais, os produtores contam com sete filmes prontos e 26 em produção.
Também esta havendo descentralização da produção, com vários filmes sendo
realizados fora do eixo Rio-São Paulo.
A Comissão de Cinema do Estado do Rio assina convenio com o Banerj
para propor a participação de produtoras americanas em longas-metragens
brasileiros.
Depois de vários anos de queda do numero de salas de exibição no Brasil, a
partir de 1989 ocorre um aumento considerável devido as salas construídas
nos shoppings, que, apesar do ingresso mais caro, oferecem maior variedade de
filmes, alem de segurança e conforto.
A Rede Bandeirantes premiou vários curtas brasileiros, que foram selecionados
para a mostra competitiva Prêmio Cineclube Banco do Brasil.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
167

Legislação
Os ministros da Cultura, Luis Roberto Nascimento e Silva, e 0 da Fazenda,
Ciro Gomes, assinam em 29/12, no MIS/SP, decreto-Iei que isenta de
impostos de importação e sobre produtos industrializados, equipamentos
e película utilizados na produção de filmes. 0 decreto faz parte de uma
serie de medidas que o governo vem tomando no sentido de incentivar a
retomada da produção cinematográfica nacional.
168
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

1994
PRODUÇÃO ARTÍSTICA/CULTURAL
Lamarca, de Sergio Rezende. Roteiro baseado no livro homônimo Lamarca,
o capitão da guerrilha, de Emiliano Jose e Oldak Miranda. HistÓria do excapitão
que se tornou um mito na luta armada contra a ditadura.
Carlota Joaquina • a Princesa do Brazil, de Carla Camurati. Comédia
irreverente que satiriza a passagem da familia real portuguesa pelo Brasil.
Sábado, de Ugo Giorgetti. A hist6ria desenvolve-se num prédio construído
para abrigar a nata da sociedade paulista dos anos 30, já decadente, em um
sábado dos anos 90, quando seus moradores se envolvem numa serie de
incidentes em virtude da filmagem de um comercial.
Mil e Uma, de Suzana Moraes. Comedia sobre uma mulher que sai de uma
crise conjugal e resolve fazer um filme sobre a visita imaginaria, no inicio do
século, do artista plástico francês Marcel Duchamp ao Brasil.
Alma Corsária, de Carlos Reichenbach. Três décadas da vida de dois amigos
que lançam juntos um livro de poesia, numa pastelaria paulistana. Durante a
festa, ocorre uma sucessão de flashbacks. Essa produção inaugura uma nova
proposta de seu realizador dentro de uma linha memorialista.
Erotique, de Ana Maria Magalhães, Lizzie Borden, Clara Law e Monika Treut.
Co-produção Brasil/EUA/China. Longa dividido em quatro episódios, dirigido
por mulheres de nacionalidades diferentes, cada qual mostrando sua visão
sobre o sexo e o universo feminino.
O Menino Maluquinho, de Helvécio Ratton. Baseado na obra literária de
Ziraldo, o filme é uma comédia infantil em que Maluquinho é o menino travesso
da cidade, que sofre quando seus pais se separam e seu avô Passarinho o leva
para férias num sítio.
Rocky & Hudson, Os Caubóis Gays, de Otto Guerra. Desenho sobre dois
cowboys homossexuais, composto de dois epis6dios: A Pistola Automática do
Dr. Brain e Pé na Estrada.
Juvenilla, de Paulo Sacramento. Curta-metragem que venceu o grande prêmio
dos Encontros Internacionais Henri Langlois, na França. O filme enfoca jovens
saudáveis mutilando um cão, tendo como cenário o Matadouro Municipal.
Amor!, de José Roberto Torero. Ficção tentando definir o sentimento.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
169

Dizem Que Sou Louco, de Miriam Chnaiderman. Curta retrata as
pessoas que perambulam pela cidade.
Roberto, de Amilcar M. Claro. Documentário sobre a vida e a obra do
cineasta Roberto Santos.
170
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

REGISTROS
1994
Simpósios/Congressos/Seminários
"Cinema e Teatro": 02/0 I, no MIS, conferência com Ismail Xavier. O evento
faz parte do projeto "Cinema no Século", organizado pela Secretaria de Estado
da Cultura, promovido pelo Museu da Imagem e do Som.
Cicio de palestras sobre o panorama das técnicas de cinema de animação: 15/08
a 08/09, na Oficina Cultural Raul Seixas, coordenado pelo austríaco Rudi Bohm,
Arnaldo Bonsch e Wanderlei Gomes.
"O Cinema no Real": 26 e 27/11, no Memorial da América Latina. Cicio de
debates para discutir os novos caminhos para o cinema nacional.
Festivais Internacionais/Mercados Internacionais
Alma Corsária, de Carlos Reichenbach conquista premio no Festival de
Pesaro, na ltália.
Exposições/Cursos/Mostras
25ª Mostra de Curtas Inéditos: de 12 a 17/07, no MIS.
18ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo: de 20/ l0 a 04/
II, organizada por Leon Cakoff. A partir dessa edição passa a ter caráter
competitivo, premiando novos diretores com o Troféu Bandeira Paulista. O
objetivo do premio e revelar talentos e tendências.
Obituário
Morre Oswaldo Massaini, aos 75 anos. Distribuidor e produtor, colocou nos
cinemas mais de cem títulos brasileiros. Conquistou a Palma de Ouro de 1962
em Cannes, com o filme O Pagador de Promessas de Anselmo Duarte.
Morre David Neves, aos 56 anos. Critico de cinema nos jornais o Metropolitano,
Tribuna da Imprensa e na revista Filme Cultura. Cineasta, fundador
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
171

e um dos idealizadores do movimento Cinema Novo. Dirigiu vários
documentários nos anos 70 e na década seguinte realiza uma trilogia sobre
a zona sul carioca (Muito Prazer, Fulaninha e Jardim de Alah).
Publicações
O Autor no Cinema, de Jean-Claude Bernardet, SP, Brasiliense
Filmes Noutra Margem, de Silvio Back, PR, Secretaria de Estado da
Cultura.
A Vinha do Desejo, de Silvio Back, Geração, SP, Livraria Cultura
Uma História de Paixão e Consciência, de Jalusa Barcellos, RJ, Nova
Fronteira/lBAC.
Pioneiros do Cinema Brasileiro, de Jurandyr Noronha, SP, Câmara
Brasileira do Livro.
Cinema Brasileiro - História e Relações com o Estado, de Antonio
Moreno, RJ, Universidade Federal Fluminense.
Nelson Pereira dos Santos - Um Olhar Neo-realista, de Mariarosária
Fabris, SP, Edusp.
Premiações
Premiações (melhor filme): Mil e Uma, de Suzana Moraes (prêmio especial
do júri de Gramado), e Louco Por Cinema, de André Luis Oliveira
(Brasília).
172
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

Material Publicitário
Material Publicitário
O Quatrilho, de Fábio Barreto, 1995
O Quatrilho, de Fábio Barreto, 1995

1995
QUADRO DE REFERÊNCIA
Campo temático das produções
Neste ano de 1995, as atenções de todo mundo estão voltadas para as
comemorações do centenário do Cinema.
Foi criado no ano de 1995 o Certificado de Investimento Audiovisual,
permitindo a iniciativa privada investir em projetos dessa área e deduzir do
imposto de renda. A Lei do Audiovisual garante apenas 28 dias de exibição
de produção nacional por ano, e o órgão que controla a exibição é formado
pelos próprios exibidores. A reivindicação geral de cineastas, de artistas e de
produtores culturais, a fim de reativar a industria do cinema nacional, e para
que o governo proteja o cinema e as leis já existentes sejam cumpridas.
Na década de 70, a media de publico era um milhão e meio de espectadores
por filme. Uma produção dos Trapalhões, quando era exibida, levava 3
milhões de espectadores as salas de cinema, enquanto, hoje, filmes com 75
mil espectadores são comemorados como "um grande sucesso".
Em São Paulo, 1995 inicia-se com o surpreendente sucesso do filme histórico
Carlota Joaquina, primeiro longa de Carla Camurati. O filme infantil O Menino
Maluquinho, de Helvécio Ratton, alcança grande repercussão. Entre os filmes
já prontos, outros em fase de acabamento ou filmagem e os que estão sendo
rodados, a "safra" para este ano deve atingir, aproximadamente, 80 títulos.
O Espaço Banco Nacional e o CineSesc formam o pequeno circuito para a
exibição dos filmes nacionais.
Legislação
O ministro Francisco Weffort discute com artistas e produtores a
desburocratização da cultura e diz que há R$ 95 milhões disponíveis para este
ano, através da Lei Rouanet. Pretende descomplicar a lei, fazendo mudanças
na alíquota de dedução do imposto de renda, na forma de apresentação
dos projetos e maior divulgação. A intenção é estimular parcerias entre
produtores culturais e investidores. Os planos do MinC incluem, também, a
criação de uma espécie de Fapesp da cultura, nos moldes de uma fundação
com gastos administrativos de no Maximo 3% dos seus recursos.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
175

Em São Paulo, a Secretaria de Estado da Cultura encaminha projeto de lei
para a criação de uma fundação cultural e a nova regulamentação sobre a Lei
Fleury de incentive a cultura.
Terra Estrangeira, de Walter Salles Jr., 1995
176
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

1995
PRODUÇÃO CULTURAL
O Mandarim, de Julio Bressane. Musical que retrata a vida do cantor Mario
Reis, que teve parceiros como Lamartine, Noel Rosa, Sinhô e outros.
O Quatrilho, de Fabio Barreto. Baseado no romance homônimo de José
Clemente Pozzenato. Casal tem que enfrentar o conservadorismo das
primeiras décadas do século. E o primeiro filme a ser realizado com parte
da verba proveniente do Certificado de Investimento Audiovisual, que são
títulos negociados no mercado de ações, para levar recursos para produções
de cinema e vídeo. Utilizou também o prêmio do projeto "Resgate do Cinema
Brasileiro", do MinC.
Cinema de Lágrimas, de Nelson Pereira dos Santos. Semidocumentário
que participou da comemoração dos cem anos do cinema. Atormentado pelas
lembranças do suicídio da mãe, famoso diretor teatral sai em busca de um
filme que ela assistiu pouco antes de morrer.
O Guarani, de Norma Bengell. Em fase de finalização, a produção foi orçada
em R$ 2,5 milhões e já arrecadou quase R$ I milhão com a venda de certificados
de investimentos para a iniciativa privada. Trata-se de uma adaptação do livro
homônimo de José de Alencar.
Acossado, de Ricardo Nauenberg. Curta de ficção, sobre homem desesperado
que se imagina nu depois de se recusar a pagar por um truque de mágica.
Caligrama, de Eliane Caffé. Ensaio poético realizado com sons, gestos,
imagens e objetos das pessoas que vivem nas ruas da cidade de São Paulo.
Criaturas Que Nasciam em Segredo, de Chico Teixeira. Documentário
sobre a vida de 5 anões que vivem na cidade de São Paulo e que garantem sua
subsistência através da profissão ligada a diversão.
Glaura, de Guilherme de Almeida Prado. Musical sobre uma mulher que não
aprecia música.
Vira-Lata, de Murillo Mathias. Ficção enfocando a rua e a desilusão.
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
177

REGISTROS
Festivais Internacionais/Mercados Internacionais
Veja Esta Canção, de Carlos Diegues, e A Causa Secreta, de Sergio
Bianchi, representam o Brasil no 10º Festival de Cinema de Dublin
(lrlanda).
A Causa Secreta, de Sergio Bianchi, participa no 45º Festival
Internacional de Cinema em Berlim. O Grupo Novo de Cinema e TV
monta um estande para comercializar a produção nacional recente e
alguns títulos consagrados.
Exposições/Cursos/Mostras
Festival do Sesc de Melhores Filmes de 1994: de 17/03 a 13/04, no
CineSesc. Mostra selecionada de 28 filmes exibidos no ano passado, em
São Paulo.
São Paulo em Cenas: de 03/05 a 15/06, no Espaço Banco Nacional de
Cinema. Exposição de 23 painéis, que recriam imagens da cidade de São
Paulo vista por cineastas. Concepção de Celso Fioravante, coordenação
de Eduardo Simantob, coordenação fotográfica de Adi Leite. Projeto da
Folha de S. Paulo e Banco Nacional.
Obituário
Morre Augusto Ribeiro Jr., aos 45 anos. Cineasta que preparava o inicio
das fiImagens de O Quinze, adaptação da obra homônima de Raquel
de Queiroz. Atuou como assistente de direção de Nelson Pereira dos
Santos.
178
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

A
À Flor da Pele (filme) 36
A. P. Galante 34
ABD/SP (Associação Brasileira de
Documentaristas) III; 131
Abraci (Associação Brasileira de Cineastas) 23;
35
Abrão Berman 70
Acla (Associação Cinematográfica Latino-
Americana) 81
Acossado (filme) 177
Adeus (filme) 120
Adeus Cinema (livro) 163
Adhemar Gonzaga 42
Adi Leite 178
Adnor Pitanga 22
Adolfo Celi 103
Adrian Cooper 76; 162
Adriano Stuart 41 ; 56
Afrânio M. Catani 77
Aglaia (filme) 132
Aguinaldo Silva 27
AIDS, a Fúria do Sexo (filme) 91
Ainda Agarro esse Machiio (fiIme) 71
Alain Fresnot I 17; 129
Alberto Cavalcanti 36; 70
Alberto Ruschel 159
Álbum de Familia (filme) 132 Alcino Diniz 33; 48
Alcione Araújo 160
Alegorias do Subdesenvolvimento • Cinema
Novo Tropicalismo,
Cinema Marginal (livro) J 63
Aleluia Gretchen (filme) 28
Alex Prado 92
Alex Viany 42; 156; 163
Alexandre Wulfes 57
Alfredo Oroz 163
Alfredo Sternheim 22; 91; 109
Alice Gonzaga 140
Alma Corsária (filme) 163; 169; 171
Almir Rogério 76
Aloysio Raulino 53
Aluisio Pimenta 81
Aluizio de Azevedo 40
Amacio Mazzaropi 16; 41; 63; 103; 138
Amada Amante (filme) 41
Amante Profisslonal (filme) 91
Amantes da Chuva, Os (filme) 48
Amílcar M. Claro 170
Amir Labaki 148
Amor! (filme) 169
Amor, Estranho Amor (filme) 68
Amuleto de Ogum, O (filme) 23
Ana Carolina 34; 68; 109; 143; 162
Ana Mara Abreu 84
Ana Maria Magalhães 84; 169
Anchieta, José do Brasil (filme) 41
André Klotzel 53; 68; 91; 94; 95; 160
André Luis Oliveira 172
Andréa Seligman 162
Angélica 136
Angra Filmes 67
Aníbal Massabni 40; 62
Anjos da NOite (filme) I 13; 156
Anjos do Arrabalde (filme) 101; I 13
Ankito 103
Anna Muylaert 153
Anna Penido 117
Anselmo Duarte 3-4; 163; 171
Antonio Callado 129
Antonio Calmon 3-4; 48; 62
Antonio Luis de Oliveira 143
Antonio Meliande 34; 162
Antonio Moreno 42; 172
Antonio Rangel 136
Aopção (filme) 63
Apaci (Associação Paulista de Cineastas) 23;
86; 93
APCA (Associação Paulista de Críticos de
Artes) 29
Arabesco (filme) 136
Araucária, Memória da Extinção (filme) 83; 85
Arlindo Barreto 163
Arnaldo Bonsch 171
Arnaldo Galvão J 53
Arnaldo Jabor 22; 40; 43; 5S; 63; 91; 103; 143
Aron Feldman 163
Arquivo Nacional 128
Arrelia 103
Art Filmes 148
Artplan Publicidade I 17
Arturo Uranga 160
Ary Fernandes 33
Asa Branca, um Sonho Brasileiro (filme) 68
Assaltaram a Gramática (filme) 84
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
181

Assim Era a Adandda (filme) 22
Atalante Produções 67
Atlântida: 22; 94; 122; 139; 163
Atlântida: 50 Anos de Cinema 147
Atualidade no cinema nacional 112
Augusto Ribeiro Jr 178
Autor no Cinema, O (livro) 172
Auvicom-Telecom. 2º 144
Avaeté, Semente da Vingança (filme) 91
Aventuras da Turma da Mônica, As (filme) 68
B
B ... Profunda, A (filme) 83
Bacanal de Colegiais (filme) 76
Baiano Fantasma, O (filme) 85; 86
Bammersach (filme) 84
Bandeira Paulista de Crítica (prêmio) 89
Bandeira Paulista de Publico (prêmio) 89
Bandido da Luz Vermelha, O (filme) 162
Bandido! - Fúria do sexo (filme) 41
Bar Esperança (filme) 76
Barca Filmes 67
Barra Pesada (filme) 34
Batimam e Robim (filme) 153; 163
Beijo 2348/72 (filme) 117; 140; 148
Beijo da Mulher Aranha, O (filme) 101; 103
Beijo na Boca (filme) I10
Beijo no Asfalto, O (filme) 55
Bela Época do Cinema Brasileiro, A (Iivro) 29
Bem Dotado, O Homem de ltu, 0 (fiIme) 40
Benedito Ruy Barbosa 41
Berilo Faccio 41
Bernardo Guimarães 28; 68
Besame Mucho (fiIme) 109; III
Bete Balanço (filme) 83; 132
Beto Brant 130
Betty Faria 129
Boca Aberta (filme) 92
Boca de Ouro (filme) 136; 138
Boca do lixo 15; 16; 18; 23; 33; 39; 47; 53; 61;
62; 67; 75; 89; 107; I 10; I 12; 132; 136;
139; 153
Boca do lixo (filme) 161
Bonecas do Amor (filme) 120
Borboletas e Garanhões (filme) 91
Braços Cruzados, Máquinas Paradas (filme) 48
Brasil em Tempo de Cinema (livro) 36
Brasil Vita 132
Brasil, os Índios e, Finalmente, a USP, O
(filme) 119
Brazil - Beyond Citizen Kane (vídeo) 163
Bruno Barreto 28; 49; 55; 119; 143; 162
Bububu no Bobobó (filme) 94
Burguesia e Cinema O Caso da Vera Cruz
(livro) 64
Bye Bye Brasil (filme) 48
C
Cabaret Mineiro (filme) 55; 64
Cabra Marcado Para Morrer - Vinte Anos
Depois (filme) 85; 93
Caçador de Esmeraldas, O (filme) 48
Caiçara (filme) 103
Caligrama (filme) 177
Candeias PC 68
Cangaceiro, O (filme) 70; 159
Canto do Mar, O (filme) 70
Cao Hamburger 120; 160
Capitalismo Selvagem (filme) 160
Caramujo-Flor (filme) 120
Carla Camurati 169; 175
Carlos Alberto Prates Correia 55; 64
Carlos Aquino 140
Carlos Augusto Calil 89; 99
Carlos Diegues 28; 29; 40; 48; 83; 85; 109;
129; 178
Carlos Diegues, os Filmes Que Não Filmei
(livro) 86
Carlos Drummond de Andrade 122
Carlos Hugo Christensen 48
Carlos Manga 22; 163
Carlos Nascimento 92; 109; 145
Carlos Niemeyer 89
Carlos Reichenbach 22; 55; 10 I; I 13; 162; 163;
169; 171
Carlota Joaquina - a Princesa do Brazil (filme)
169; 175
Carmen Miranda Rodando a Baiana (Iivro) 86
Carnaval 87 • S6 Deu Bumbum (fiIme) 109
Cartomante, A (filme) 94
Casamento, O (filme) 22
Causa Secreta, A (filme) 153; 178
Celso D’Elia 120
Celso Fioravante 178
Celso Furtado 81
Certificado de Investimento Audiovisual 175;
182
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

Certificado de Produto Brasileiro 14; 108
Certificado liberat6rio de Exibição Restrita 81
César Charlone 162
Césio 137 (filme) 148
Ceu Aberto (filme) 102
Chacal 84
Chanchada no Cinema Brasileiro, A (livro) 77
Chapeleiros (filme) 76
Chaplin Club 13 I
Chico Botelho 53; 101; 146; 148; 155
Chico Teixeira 177
Chuvas de Verão (filme) 40
Cia. Cinematográfica Maristela 122
CIC (Cinema International Corporation) 23
Ciclo Mário de Andrade 162
Cida Aidar 83
Cidade e o Corpo, A (filme) 146
Cidade Oculta (filme) 101; 148
Cinco Vezes Favela (filme) 94
Cine Brasil 94
Cine MTV Especial - Roteiros 162
Cineastas e Imagens do Povo (livro) 94
Cineclube Bixiga 94
Cinedia 42; 77; 131; 132
Cinedistri 62
Cinelandia Filmes 163
Cinema: repercussões em caixa de
eco ideo1ógica (as idéias da “nacional”
e “popular” no pensamento cinematográfico
brasileiro) (livro) 77
Cinema - Trajet6ria no Subdesenvolvimento
(livro) 57
Cinema II Margem (1960-1980), O (livro) 86
Cinema Anos 70 (livro) 49
Cinema Brasileiro • anos 60 94
Cinema Brasileiro - Hist6ria e Relações com o
Estado (livro) 172
Cinema Brasileiro • Oito Estudos (livro) 57
Cinema Brasileiro - Propostas Para uma
História (livro) 49
Cinema Brasileiro dos Anos Dourados, O 131
Cinema Brasileiro em Cartaz, 0 77
Cinema Brasileiro, anos 50, O 94
Cinema Bresilien, Le 112
Cinema Cultural Paulista 1989, 0 131
Cinema Cultural Paulista I I I
Cinema Cultural Paulista 1900, O 139
Cinema Cultural Paulista 1991, O 147
Cinema Cultural Paulista 1992, O 155
Cinema Cultural Paulista 1993, O 162
Cinema da Boca do lixo, O 132
Cinema de Invenção III
Cinema de Invenção (livro) 104
Cinema de Lagrimas (filme) 177
Cinema de Mulheres 162
Cinema de Primo Carbonari, O 103
Cinema de Rua 29
Cinema Dilacerado, O (livro) 104
Cinema dos Anos 80, O (livro) 148
Cinema e História 42
Cinema e Teatro 171
Cinema e Verdade (livro) 122
Cinema em Close-up (revista) 23
Cinema em Festivais e os Caminhos do Curta-
Metragem, O (livro) 42
Cinema em Seis lições 94
Cinema Marginal (1968-73) - a Representação
em Seu limite (livro) 113
Cinema no Real, O 171
Cinema no Século 171
Cinema Novo 15; 63; 81; 94; 112; 122; 162; 172
Cinema Paulista na Década de 50, 0 63; 70
Cinema Pornô (filme) 92
Cinema Recuperado 147
Cinema, a Aventura do Sonho (livro) 104
Cinema, Estado e Lutas Culturais (Anos
50/60/70) (livro) 77
Cinemas Estão Fechando ... , O 70
Cinemateca Brasileira 132
Cinqüenta Anos de Cinédia (livro) 122
Ciro Gomes 168
Clara Law 169
Clarice Lispector 10 I; 155
Classe que Sobra, A (filme) 92
Cláudio Cunha 41; 68
Cláudio Ferrario I10
Colé 103
Combracine (Congresso Nacional de Cinema)
107
Comissão de Estudos Nacional 135
Como Era Velha a Nova República (filme) 110
Companhia Cinematográfica Vera Cruz 70; 94;
103; 13 I ; I55
Concine (Conselho Nacional do Cinema) 14;
15; 17; 27; 33; 39; 53; 61; 67; 75; 82; 89; 90;
99; 127; 131; 144
Conselho Nacional de Cineclubes 29; 33
Conterrâneos Velhos de Guerra (filme) 153;
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
183

156; 161
Contos Eróticos (filme) 156
Cooperativa Brasileira de Cinema 35
Cor de Seu Destino, A (filme) 104
Coronel Delmiro Gouveia (filme) 40
Coronel e O Lobisomem, O (filme) 48
Corpo Ardente, O (filme) 132
Corpo, O (filme) 132; 148; 155
Cortiço, O (filme) 40
CPB (Certificado de Produto Brasileiro) 27
Criaturas Que Nasciam em Segredo (filme) 177
Crime do Zé Bigorna, O (filme) 34
Cristina Santeiro 62
Cristo Procurado (filme) 136
Crítica de Cinema no Suplemento literário vol.
2 (livro) 64
Crônica de Um Industrial (filme) 47
Crônica do Cinema Paulistano (livro) 23
Cultura Brasileira e Identidade Nacional
(livro) 94
Cultura Documento 122
Curta Brasil 93
Curta Com as Estrelas (filme) 127
Curtas Inéditos (evento) 151
Curtas Paulistas do Premio Estímulo de
Cinema 147
Curtas-Metragens na Folha III
Custódio Gomes 136; 146
C. R. Almeida (construtora) 134
D
Da idéia ao filme 94
Dalton Trevisan 122
Dama do Cine Shangai, A (filme) 119
Dama do Lotação, A (filme) 40
Daniel Azulay Produções 117
Das Tripas Coração (filme) 68; 132
David Cardoso 41; 48; 55
David Neves 49; 68; 171
Debora Waldman 160; 162
Dede Mamaea (filme) I 17; 119
Deni Cavaltanti 136
Denoy de Oliveira 85; 86; 139; 162
Departamento de Censura Federal 128
Dercy Gonçalves 103
Desafio do Cinema, A Política do Estado e a
Política dos Autores, O (livro) 95
Desejo Selvagem (filme) 48
Desejo, O (filme) 22
Deu Pra Ti, Anos 70 (filme) 62
Deuses e os Mortos, Os (filme) 132
Dez Anos da Mostra Internacional de São Paulo
112
Dez Anos Sem Glauber 147
Di Angel 102
Dia Em Que Dorival Encarou a Guarda, O
(filme) 102
Diabo na Cama, 0 (filme) 120
Diário da Província (filme) 156
Diário de uma Prostituta (filme) 71
Dias Melhores Virão (filme) 129
Dicionário de Cineastas Brasileiros (livro) 139
Difilm 122
Dina Stat 132
Dinafilme 29; 33; 94
Disque N Para Nascer (filme) 153
Distribuidora Sagres 127
Diversões Solitárias (filme) 76
Divina Previdência (filme) 84
Divisão de Pesquisas do CCSP 94; 103
Dizem Que Sou Louco (filme) 170
Djalma Limongi Batista 53; 68; 143
Doida Demais (filme) 129
Dona Flor e Seus Dois Maridos (filme) 28; 49
Doramundo (filme) 40; 43
Dov’É Meneghetti? (filme) 130
Duas Mulheres e Um Pônei (filme) 109
E
E, Szankoviski 91
ECA (Escola de Comunicações e Artes) 28; 29;
53; 67; 138; 148; 156; 162
Ecos Urbanos (filme) 162
Edição dos Encontros Internacionais de Cinema,
24º 121
Eduardo Abelim 86
Eduardo Caron 153; 161; 162
Eduardo Coutinho 85; 93; 122; I55; 161
Eduardo Escorel 22
Eduardo Simantob 178
Edward Freund 71
Egydio Eccio 35
Ele, o Boto (filme) 109
Elementos de Tecnologia de Cinema 103
Eles Não Usam Black-tie (filme) 62; 63; I 12
Elétrico Cineclube 131
Eliana (Ely de Sousa Murce) 139
Eliana Fonseca 146
Eliane Bandeira 92
Eliane Caffé 136; 177
184
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

Elias Fajardo 139
Elisa Tolomelli 145
Em Nome da Segurança Nacional (filme) 83; 93
Embrafilme (Empresa Brasileira de Filme) 15; 16;
17; 21; 22; 33; 34; 3S; 39; 40; 41; 42; 47; 49;
57; 61; 68; 81; 85; 89; 90; 93; 99; 107; 117;
119; 121; 127; 135; 138; 152; 155; I59; 167
Emiliano José 169
Encine (Encontro Nacional de Cineastas) 107;
III Encontro Nacional dos Trabalhadores na
Industria Cinematográfica, 1º 121
Encontro sobre comercialização dos filmes de
expressão portuguesa e espanhola, 1º 35
Enterpa Engenharia 162
Era Uma Vez... , (filme) 160
Eros, O Deus do Amor (filme) 132
Erotique (filme) 169
Escola Penal de Meninas Violentadas (filme) 34
Escritor e O Cinema, O 94
Espectador (filme) 137
Esta Não É a Sua Vida (filme) 155
Este Mundo É Um Pandeiro (livro) 131
Estória de Clara Crocodilo, A (filme) 62
Estrada da Vida (filme) 55
Estrela Nua (filme) 91
Estrela Sobe, A (filme) 162
Estúdios da Atlântida 122
Eternamente Pagu (filme) 119
Eu Matei Lucio Flavio (filme) 48
Eu Sei Que Vou Te Amar (filme) 91; 103
Eu Te Amo (filme) 55; 63
Eurides Ramos 103
Eva Nil 121
Experiência Brasileira no Cinema de Animação,
A (livro) 42
Experiência do Cinema, A (livro) 148 Extorsão,
A (filme) 22
F
Fabio Barreto 68; 177
Faca de Dois Gumes (filme) 129
Falecida, A (filme) 112
FAN Filmes 57
Fauzi Mansur 48; 153
Felipe Macedo 71
Feliz Ano Velho (filme) 117; 119; 123
Fêmeas Que Topam Tudo (filme) 109
Fernanda Torres 91; 103
Fernando Coni Campos 77; 122
Fernando Ramos da Silva I 12
Fernando Sabino 129
Fernão Ramos I 12; I 13
Festa, A (filme) 129; 132
Festival de Brasília 14; 15; 23; 29; 36; 43; 49;
55;57;64;71;77;86;95; 104; 113; 117; 123;
132; 140; 148; 151; 156; 163; 172
Festival de Cinema Nacional, 1º 81; 94
Festival de Curtas Inéditos, 17º 161
Festival de Gramado 14; 15; 23; 29; 36; 43; 49;
57; 64; 71; 77; 86; 95; 102; 104; 112; 113;
123; 132; 136; 140; 148; 151; 153; 156; 159;
161; 163; 172
Festival do Cinema Brasileiro, 1º 49
Festival do Cinema Europeu/Eurocine, 1º 162
Festival do Sete de Melhores Filmes de 1994
Festival Internacional de Curtas-Metragens I 51
Festival Internacional de Curtas-Metragens de
São Paulo, 1º 138
Festival Internacional de Curtas-Metragens de
São Paulo, 2º 147
Festival Internacional de CurTas-Metragens de
São Paulo, 3º 155
Festival Internacional de Curtas-Metragens de
São Paulo, 4º 162
Fiaf (Federação Internacional dos Arquivos e
Filmes), 121
Filhas do Fogo, As (filme) 40
Filme Cultura (revista) 112; 171
Filme e Realidade (livro) 36
Filmes Noutra Margem (livro) 172
Filmografia do Cinema Brasileiro (1990-1935)
(livro) 49
Filmografia do Cinema Brasileiro (revista) 156
Fio da Memória, O (filme) 155
Flavio del Carlo 154
Flavio Tambellini 22
Fogo e Paixão (filme) I 17; 119
Fogo Morto (filme) 28; 94
Folha de S. Paulo 143; 178
Fome do Sexo, A (filme) 62
Forever (filme) 136
Formação do Cinema em São Paulo 132
Fórum da APACI 93
F6rum Permanente de Cultura 138
Fotógrafos de Cinema 147
Fotógrafos do Cinema Paulista 162
Francisco César Filho 137; 154
Francisco Luiz de Almeida Salles 122
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
185

Francisco Ramalho Jr. 33; 36; 40; 109; II I; 161
Francisco Silva Nobre 29
Francisco Weffort 175
Franco Zampari 103
Fronteira das Almas (filme) I 19
Fruto Proibido (filme) 35
Fulaninha (filme) 172
Fundação Banco do Brasil 159
Fundação do Cinema Brasileiro 17; 107; 118;
121; 127; 131; 135; 155
Fundação Pró-Memória 135
Funtevê 127
Fuscão Preto (filme) 76
Fuzis, Os (filme) 40
G
Gaijin, Caminhos da Liberdade (filme) S5; 57
Gaiola da Morte, A (filme) 153
Ganga Bruta (filme) 121
Garota das Telas, A (filme) 120
Garota do Cavalo, A (filme) 102
Gaúcha Filmes 86
Gaúcho Negro (filme) 145
Gaviões (filme) 68
Gente Fina e Outra Coisa (filme) 34
Geraldo Ferraz 40
Geraldo Santos Pereira 28; 33
Geraldo Sarno 40
Geraldo Vietri 28; 34
Gerard Dominó (pseudônimo de Álvaro
Moya).83
Gianfrancesco Guarnieri 62
Giba Assis Brasil 62
Gilberto Rossi 57
Gira Filmes 67
Glauber Rocha 3S; 55; 63; 64; 94
Glaura (filme) 177
Gonzaga, Por Ele Mesmo (livro) 140
Graciliano Ramos 83
Grande Arte, A (filme) 143; 145
Grande Mentecapto, O (filme) 163
Grande Momento, O (filme) 112
Grande Othelo (nome artístico de Sebastião
Prata) 163
Grupo Novo de Cinema e TV, 0 178
Grupo Verdadeiros Artistas 86
Guarani, 0 (filme) 48; 177
Guarujá Cinematográfica. 86
Guerra Conjugal (filme) 23; 122
Guerra do Brasil (filme) 109
Guilherme de Almeida I S3
Guilherme de Almeida Prado I 19; I S3; 162; 177
Guimarães Rosa 160
186
Grande Othelo (nome artístico de Sebastião
Prata) 163
Grupo Novo de Cinema e TV, 0 178
Grupo Verdadeiros Artistas 86
Guarani, 0 (filme) 48; 177
Guarujá Cinematográfica. 86
Guerra Conjugal (filme) 23; 122
Guerra do Brasil (filme) 109
Guilherme de Almeida I S3
Guilherme de Almeida Prado I 19; I S3; 162; 177
Guimarães Rosa 160
H
Hector Babenco 22; 34; S5; 63; 101; 103; I 12
Heitor Capuzzo 42; 104
Helena Ramos 48; 62
Helena Salem I 13; /22
Helvecio Ratton 169; 175
Herbert Richers 139
Hermano Penna 76; 77; I 19l
Hip-Hop (frIme) 137
História do Cinema Brasileiro (Iivro) 112
História do Cinema Vista da Provincia, A (livro)
43
História lIustrada dos Filmes Brasileiros, 1929-
1988 (livro) 122
Histórias dos Anos 80 16 I
Homem da Capa Preta, O (filme) 101; 104
Homem do Pau Brasil, O (filme) 62; 64; 122;
132
Homem que Virou Suco, O (filme) S5; 63
Hora da Estrela, A (filme) 95; 10 I; 103; 163
Hora e a Vez de Augusto Matraga, A (filme) 112
Horas Ardentes (filme) 145
Hospital da Corrupção e dos prazeres (filme) 91
Hugo Carvana 40; 76; 143; 145
Hugo Kovensky 161
Humberto Mauro 42; 77; 121; 122
Humberto Mauro, Sua Vida, Sua Arte, Sua
Trajetória no Cinema (livro) 42
Hysterias (filme) 76
I
Ícaro Martins 62; 91
Idade da Terra, A (filme) 55
Ilha das Flores (filme) 130; 138; 147
Imaginário da Boca, 0 (livro) 64
Império do Desejo (filme) 55
INC (Instituto Nacional do Cinema) 15; 21; 22
Inconfidentes, Os (filme) 122
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

Índia, a Filha do Sol (filme) 68
Inês Castilho 76; 83
Inimá Ferreira Simões 18; 64; 140
Inocência (filme) 76
Introdução ao Cinema Brasileiro (livro) 156;
163
Intrusa, A (filme) 48
Ipojuca Pontes 135; 143
lracema, Uma Transa Amazônica (filme) 57
Isay Weinfeld 117; 119
Ismail Xavier 42; 95; 148; 163; 171
Ivampirismo - 0 Cinema em Pânico (livro) 156
Ivan Cardoso 70; 10 I; 156
Ivo Branco 153; 163
J
J. B. Tanko 34; 163
J. B. Tanko Filmes 163
J. P. Dutileux 49
Jacira Melo I10
Jairo Ferreira 104; III
Jalusa Barcellos 172
Jandira Martini 153
Janete (filme) 148
Jango (filme) 83
Jânio a 24 Quadros (filme) 62
Jardim da Luz (filme) 160
Jardim de Alah (filme) 172
Jardim de Guerra (filme) 132
Jean Garret 48
Jean-Claude Bernardet 36; 42; 49; 77; 94; 95;
172
Jeca e Seu Filho Preto (filme) 41
Jece Valadão 13 I
Jeremias Moreira Filho 76
Jessel Buss 145
Joahannes Freyger (pseudônimo de Ody Fraga)
102
João Batista de Andrade 29; 40; 43; 55; 63; 76;
102; 109; 156
João Felício dos Santos 28
João Sem Terra (filme) 110
João Ubaldo Ribeiro 76
Joaquim Pedro de Andrade 23; 62; 64; 122
Joel Pizzini 120
John Doo 55
Jorge Amallo 28; 34; 109; 121
Jorge Bodansky 57
Jorge da Cunha Lima 131
Jorge Duran 104
Jorge Furtado 102; 130; 138; 147; 155
Jorge lIeli 28
Jorge Luis Borges 48
Jorge, Um Brasileiro (filme) 129
Jornada Brasileira de Curta-metragem de
Salvador 29
Jornada Nacional de Cineclube, 18’ 86
José Adalto Cardoso 102
José Alvarenga Jr. 130; 136; 145
José Américo de Almeida 28
José Antonio Garcia 62; 91; 148; 155
José Augusto Lemos de Almeida I 13
José Candido de Carvalho 48
José Carlos Avellar 104
José Carlos Burle 86
José Clemente Pozzenato 177
José de Alencar 22; 28; 48; 177
José Inácio de Melo Souza 29; 77
José Joffily 153; 156
José Lewgoy 103
José Lins do Rego 28
José Louzeiro 27; 34; 55
José Mario Ortiz Ramos 77
José Medina 57
José Miziara 40
José Mojica Marins 167
José Pedro Goulart 102
José Roberto Eliezer 162
José Roberto Torero 169
Juan Bajon 76; 91; 102; 109; 120
Jubiabá (filme) 109
Julio Bressane 129; 145; 161; 177
Jumento Gozador, O (filme) 102
Jurandyr Noronha 172
Juvenilia (filme) 169
K
Kino Filmes 70
Kuarup (filme) 129; 131
L
Ladrões de Cinema (filme) 122
Lael Rodrigues 83; 132
Lamarca (filme) 163; 169
Lambada Erótica, A (filme) 136
Lei de Obrigatoriedade 17; 99
Lei do Audiovisual 152; I 59; 175

Lei Fleury 176
Lei Rouanet 144; 175
Lei Sarney 17; 127; 131; 135
Leilah Assumpção 130
Leon Cakoff I7I
Leon Hirszman 62; 63; I 12
Leopoldo Serran 27
Líbero Luxardo 57
Lição de Amor (filme) 22
Lili, a Estrela do Crime (filme) 129
Lílian M - Confissões Amorosas (filme) 22
Lima Barreto 70; 76; 109; 159
Lima Duarte 76
Limite (filme) 63; 122; 156
Linha de Montagem (filme) 69
Lira do Delírio, A (filme) 41
Livro de Cinema no Brasil, O (livro) 29
Lizzie Borden 169
Louco Por Cinema (filme) 172
Loucuras de um Sedutor, As (filme) 33
Lua Cheia (filme) I 17; 129
Lua de Crista I (filme) 136
Lucia Murat 129; 132
Lucio Flavio, o Passageiro da Agonia (filme) 34
Lucíola (filme) 22
Lui Faria 129
Luis Alberto Pereira 62; 86; III
Luis Roberto Nascimento e Silva 168
Luis Sergio Person 29; 162
Luiz Carlos Barreto 27; 34; 35; 48; 81; 83
Luiz Carlos R. Borges 86
Luiz Carlos Saldanha 49
Luiz de Barros 42
Luiz Felipe Miranda I 39
Luiz Henrique Saia 86
Lulu Santos 84
Luz del Fuego (frIme) 68
Lygia Fagundes Telles 28
M
Machado de Assis 109; 153
Macunaíma (filme) 122; 132
Mágico e o Delegado, 0 (filme) 77; 122
Maja Vargas 162
Maldição de Sanpaku, A (filme) 153; 156
Mandarim, O (filme) 177
Manelão, O Caçador de Orelhas (filme) 68
Manobra Radical (filme) 145
Manoel de Barros 120
Manuel Puig 101
Mapa Filmes 63
Mar de Rosas (filme) 34
Marcelo Rubens Paiva I 19
Marcelo Tassara I 19
Márcia Denser 68
Márcio Ferrari 146
Márcio Kogan I 17; I 19
Marcos Caruso 153
Marcos Faria 28; 94
Marcos Magalhães 70
Maria Inês Villares I 10
Maria Letícia I 17; 130
Maria Rita Galvão 23; 64; 77
Mariarosária Fabris 172
Mário de Andrade 22
Mário Peixoto 63; 122; 156
Mário Prata 109
Maristela 70
Martha Gil Monteiro 148
Mártir da Independência – Tiradentes, O (filme)
34
Marvada Carne. A (filme) 91; 94; 95
Matilde Mastrangi 56
Mato Eles! (filme) 69
Matou a Família e Foi ao Cinema (filme) 145
Mauricio de Sousa 68
Mauro Farias 145; 148
Máximo Barro 160
MEC (Ministério da Educação e Cultura) 15; 21
Meire Vieira 55
Memória da Teoria e da Prática Cinematográfica
161
Memória Vera Cruz 112
Memórias do Cárcere (filme) 81; 83; 85; 93
Meninas de Um Outro Tempo (filme) 110
Menino do Rio (filme) 62
Menino Maluquinho, O (filme) 169; 175
Mentiroso, O (filme) 119; 123
Meow (fiIme) 70
Mercado 91 Para o Cinema Brasileiro. 0 147
Meta Vídeo 122
Metropolitano, O (jornal) 171
Michael Ruman 84
Michelle Massimo Tarantini 120
Miguel Faria Jr. 136; 140; 162
Miguel Pereira 95
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
187

Mil e Uma (filme) 169; 172 Minas Texas (filme)
148
MinC (Ministério da Cultura) 17; 90; 159; 167;
175; 177
Minha Cabrita. Minha Tara (filme) 102
Minhas Mem6rias de Cineasta (livro) 42
Ministério da Industria e Comercio 90
Mirella Martinelli 160
Miriam Alencar 42
Miriam Chnaiderman 170
Miss Close (fiIme) 92
Mistério de Robin Hood, O (filme) 136
Moleque de Rua (filme) 146
Momentos de Prazer (filme) 146
Monika Treut 169
Monique Gardenberg 162
Morte e Vida Severina (filme) 33; 47
Mostra Anual de Cinema Brasileiro. 13° 138
Mostra de Chanchadas 13 I
Mostra de Curtas Inéditos. 25’ 171
Mostra do Cinema Independente Paulista 93
Mostra do Cinema Paulista 155
Mostra Internacional de Cinema 89; 1 S2
Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.
18’ 171
Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.
I’ 35
Movimento Cineclubista Brasileiro (livro) 71
Muda Brasil (filme) 91
Muito prazer (filme) 49; 172
Mulher de Verdade (filme) 70
Mulher do Atirador de Facas, A (filme) 120
Mulher Índia (filme) 92
Mulher Objeto (filme) 62
Mulher, Mulher (filme) 48
Mulheres da Boca (filme) 83
Mulheres Que Dão Certo. As (filme) 22
Mulheres Taradas por Animais (filme) 102
Multifilmes 86
Mundo Em Que Getulio Viveu. 0 (filme) 28
Mundo Se Diverte. O (filme) 139
Murillo Mathias 177
Murilo Salles 85; 86; 129
Museu da Imagem e do Som 42; 171
Mussum 163
N
Nada será Como Antes. Nada (filme) 102
Não Quero Falar Sobre Isso Agora (filme) 145;
148
Natal da Portela (filme) 148
Nelson de Araújo 110
Nelson Nadotti 62
Nelson Pereira dos Santos 23; 34; 36; 40; 55; 81 ;
83; 85; 93; 94; 109; 122; 160; 162; 171; 177
Nelson Pereira dos Santos - O Sonho Possível do
Cinema Brasileiro (livro) 113
Nelson Pereira dos Santos - Um Olhar Neorealista
(livro) 172
Nelson Rodrigues 16; 22; 39; 40; 55; 136
Nelson Rodrigues no Cinema 155
Nelson Xavier 40; I31
Nem Tudo E Verdade (filme) 101
Neville O’Almeida 40; 55; 145 Nilson Villas Boas
120; 162
Noite das Taras. A (filme) 55
Noite Final Menos Cinco Minutos (filme) 160
Norma Bengell I I 9; I 77
Nosso Cinema 80 Anos 35
Nova Legislação Cinematográfica Nacional (livro)
113
Noventa Anos de Cinema - Uma Aventura
Brasileira (livro) 122
Noventa Anos do Cinema - Uma Aventura
Brasileira 122
Núcleo Permanente de Elaboração de Projetos
Cinematográficos de curta e média metragem.
2° 139
Nunca Fomos Tão Felizes (filme) 85; 86
O
Ody Fraga 55; 62; 92; 102; I 12
Oficinas Culturais Três Rios 132
Oitenta Curtas dos Anos 80 132
Oitenta e Cinco Anos de Desenho Animado
161
Oldak Miranda 169
Olga T. Futemma 71
Olho Mágico do Amor, O (filme) 62
Ópera do Malandro (filme) 101
Operação Brasil (filme) I I I
Opressão (filme) 160
Orlando Senna 57; 94
Oscarito 163
Oscarito, Nosso Oscar de Ouro (livro) 139
Oseas Singh Jr. 163
Osvaldo de Oliveira 48; I 39
Oswald de Andrade 62; 119; 138; 147; 153
Oswaldianas (filme) 153
188
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

Oswaldo Caldeira 91
Oswaldo França Junior 129
Oswaldo Massaini 48; 171
Othon Bastos 129
Otto Guerra 169
Owaldo Candeias 63; 68; 92; 132
Owaldo Candeias. Uma Opção de Cinema 103
P
Pagador de Promessas. O (filme) 171
Painel (filme) 70
Pais dos Tenentes. O (filme) 109
PAM Filmes, 64
Panorama Brasil 162
Paquitas e Paquitos 136
Parayba, Mulher Macho (filme) 76; 77
Patriamada (filme) 91
Paulo Antonio Paranaguá 121
Paulo Barreto de Sa Pinto 148
Paulo César Saraceni 41
Paulo Emilio Salles Gomes 35; 57; 64; 148
Paulo Leminsky 84
Paulo Sacramento 169
Paulo Sergio de Almeida 136
Paulo Thiago 28; 129; 160
Pedro Farkas 162
Pequena Nouvel, A (livro) 148
Perfume de Gardênia (filme) 153
Pesadelo Sexual de Um Virgem (filme) 22
Peter Overbeck 92
Philippe Paraire 178
Pio Zamuner 41
Pioneiros do Cinema Brasileiro (livro) 172
Pixote, a Lei do Mais Fraco (fiIme) 55; 63
Plínio Marcos 34
Pólo Cinema e Vídeo (Brasília) 143
PR Kadeia (filme) 153; 161; 162
Pra Frente Brasil (filme) 68; 71
Predileto, O (filme) 29; 156
Premio Cineclube Banco do Brasil 167
Prêmio Estímulo de Cinema 127; 135; 151; 153
Primeira Mostra do Novo Cinema Paulista 86
Primeiro de Abril Brasil (filme) I 17; I30
Primeiros Passos 161
Primo Carbonari 89
Princesa Xuxa e Os Trapalhões. A (filme) 130
Procópio Ferreira 103
Profissão Mulher (filme) 68
Programa Banespa de Apoio a Indústria
Cinematográfica 151; 159
Programa de Incentivo ao Cinema 143; 152
Projeto 35mm III
Projeto de Cinema Paulista, 1° 127; 138
Projeto Ensaio Cinematográfico 162
Próxima Vitima, A (filme) 76
Q
Quatrilho, O (filme) 177
Que Bom Te Ver Viva (filme) 129; 132
Queda, A (filme) 40
Queremos as Ondas do Ar (filme) 162
Quilombo (filme) 83; 85
Quincas Borba (filme) 109; 112
Quinze, O (filme) 171
R
Rádio Auriverde (filme) 145; 162
Rádio Pirata (filme) 132
Raja de Aragão 91
Raoni (filme) 49
Raquel de Queiroz 171
Rede Bandeirantes 167
Rede Globo 94; 117; 163
Regina Filmes 40
Reginaldo Faria 34; 129
Rei da Noite, O (filme) 22
Renato Ortiz 94
Renato Tapaj6s 69; 83; 93; 102
Republica Guarani (filme) 62
Resgate do Cinema Brasileiro 18; 167; 177
Retrospectiva Amacio Mazzaropi 63
Retrospectiva do Cinema Brasileiro 1975 (livro)
29
Revolta dos Carnudos. A (filme) 146
Revolução do Cinema Novo (livro) 64
Ricardo Lobo 92
Ricardo Nauenberg 177
Ricardo Pinto e Silva 153
Rio. Zona Norte (filme) 162
Rio Filmes Distribuidora S/A 143; 151
Roberta Close 92
Roberto (filme) 170
Roberto Darze. 99
Roberto Farias 68; 71
Roberto Fedegoso (pseudônimo de David
Cardoso). 83
Roberto Gervitz 48; 117; I 19; 123
Roberto Marinho 163
Roberto Mauro 22
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
189

Roberto Moura 161
Roberto Palmari 29; 156
Roberto Parreira 81
Roberto Santos 28; 48; 94; 109; 112; 170
Roberto Santos - 23 anos após O Grande
momento, Os amantes da chuva (livro) 71
Rock Estrela (filme) 132
Rocky & Hudson, Os Caubóis Gays (filme) 169
Rodolfo Brandão 117; 119
Rodolfo Sanchez 162
Rogério Sganzerla 101; 162
Romance (filme) I19
Romance da Empregada, 0 (filme) 119
Roquette Pinto 77
Rosas Não Calam, As (filme) 153
Rossi Filmes 57
Rota do Brilho, A (filme) 136
Roteiro no Cinema Brasileiro, O 42
Roteyros do Terceyro Mundo (livro) 94
Rubem Fonseca 22; 14S
Rubens F. Lucchetti 156
Rubens Xavier 92
Rudi Bohm 171
Ruggero Jacobbi 103
Rui de Oliveira 136
Ruy Guerra 40; 10 I; 129; 131
Ruy Santos 132
S
Sábado (filme) 169
Saga Filmes 94
Sala Especial 94
Salas de Cinema em São Paulo 103; 140
Salvyano Cavalcanti de Paiva 122
Sandra Bréa 41
Sandra Morelli 120
Sangue Mineiro (filme) 77
Santuário (filme) 70
São Bernardo (filme) 47; 112
São Paulo em Cenas 178
São Paulo S/A (filme) 162
Sargento Getulio (filme) 76; 77
Se a Galinha E Boa, o Pinto Não Falha (filme)
145
Se Segura, Malandro (filme) 40
Secretaria de Cultura 143; 144
Secretaria de Estado da Cultura 33; 53; 68; 85;
89; 127; 131; 135; 138; 139; 153; 161; 162; 171;
172; 176
Secretaria Municipal de Cultura 131; 143
Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer
151
Seduzida Por Um Cavalo (filme) 102
Segredo da Múmia, 0 (filme) 70
Selma Egrei 40
Semana de Estudos Cinematográficos 138
Seminário de Ensino de Cinema 121
Seminário de Política Cinematográfica, 1° 93
Seminário Internacional de Política
Cinematográfica, 1º 138
Seminarista, 0 (filme) 28
Senhora (filme) 28
Sergio Augusto 13 I
Sergio Bianchi 53; 69; 84; 119; I S3; 178
Sergio Mallandro 136
Sergio Paulo Rouanet 143
Sergio Rezende 10 I; 104; 129; 169
Sergio Toledo 48; II I; 143
Sermões (filme) 129
Sete Gatinhos, Os (filme) 55
Sete Vampiras, As (filme) 101
Setenta Anos do Radio Paulistano 162
Sétima Arte - Um Culto Moderno (livro) 42
Silvia Zatz 162
Silvio Back 28; 62; 83; 85; 109; 145; 162; 172
Silvio de Abreu 62
Silvio Oroz 86
Silvio Tendler 83
Simão, o Caolho (filme) 70
Simon Hartog 163
Simpósio Nacional de Cinema Brasileiro, 1042
Simpósio Sobre Censura 49
Simpósio Sobre o Cinema Brasileiro 49
Sindicato Brasileiro de Produtores
Cinematográficos 47
Sindicato dos Trabalhadores na Industria
Cinematográfica do Estado 121
Sociedade Paulista dos Críticos de Cinema 93
Soledade (filme) 28
Sonho de Valsa (filme) 109 Sonia Mamede 139
SOS Cultura (projeto) 135
Squich! (filme) 154
Stelinha (filme) 136; 140; 162
Sua Excelência, o Candidato (filme) I S3
Sui Paulista 148
Super Xuxa Contra o Baixo Astral (filme) I 17
Supla 136
190
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

Suzana Amaral 95; 101; 103; 162
Suzana Moraes 161; 169; 172
Syllas Bueno 92; 109
Sylvio Vieira 136
T
Tá Russo (filme) 86
Tabu (filme) 71
Tadeu Knudsen 137
Tapiri Cinematográfica 67
Tarcisio Meira 136
Tata Amaral 162
Tati, A Garota (filme) 132
Tatiana Barbosa I10
Tatu Filmes 67
Telecine Brasil 127
Tenda dos Milagres (filme) 34; 36
Terceira Margem do Rio, A (filme) 160
Terra dos Viaçás, A (filme) 136
Tietê (filme) 160
Tizuka Yamasaki S5; 57; 76; 77; 91; 136; 162
Tony Mel (pseudônimo de Antonio Meliande).
91
Tony Vieira (pseudônimo de Mauri de Queiroz)
56; 92; 139
Trapalhão nas Minas do Rei Salomão, O
(filme) 34
Trapalhões e a Árvore da Juventude, Os
(filme) 145
Trapalhões na Guerra das Estrelas, Os
(filme) 41
Trapalhões, Os 16; 18; 33; 139; 175
Tres Hist6rias de Amor (filme) 132
Três Mortes de Solano, As (filme) 28
Três Mosqueteiros Trapalhões, Os (filme) 56
Tribuna da Imprensa (jornal) 171
Troféu Bandeira Paulista 171
Troféu Oscarito I59
Tudo Bem (filme) 40; 43
TV Cultura 94; 122; 127
TV Record 94
U
Ugo Giorgetti 129; 132; 169
Último Cão de Guerra, O (filme) 56
Um Sonho de Verão (filme) 136
Um Trem Para as Estrelas (filme) 109; 139
Uma Escola Atrapalhada (filme) 136
Uma História de Paixão e Consciência
(livro) 172
Uma Rua Chamada Triunpho 132
V
Vagas Para Moças de Fino Trato (filme) 160
Vai Trabalhar Vagabundo II (filme) 145
Vamos a Disneylândia (filme) 131
Vejja Esta Canção (filme) 178
Vera (filme) II1
Viagem do Fim do Mundo (filme) 122
Vicente de Paula Araújo 29
Vicente do Rego Monteiro (filme) 29
Viciado em C, 0 (filme) 83
Vigo, Vulgo Almereyda (livro) 148
Villa Filmes 67
Vingança dos Doze, A (filme) 94
Vinha do Desejo, A (livro) 172
Vinicius Viana 119
Vira-Lata (filme) 177
Virgem e o Bem Dotado, A (filme) 71
Visconde de Taunay 76
Vitor Triunfo (pseudônimo de Fauzi Mansur). 91
Vladimir Carvalho 153; 156; 161
W
W. A. Kopezky 153
Walter Avancini 136; 138
Walter da Silveira 43
Walter Gabarron 120
Walter Hugo Khouri 22; 40; 68; 136
Walter Lima Jr. 41; 76; 109
Walter Rogério I 17; 140
Walter Salles Jr. 143; 145
Waly Salomao 84
Wanderlei Gomes 171
Werner Schunemann 119; 123
Wilson Barros 53; 76; 113; 155; 156
Wilson Grey 163
X
Xica da Silva (filme) 28; 29
Xuxa Meneghel 18; 76; 136
Z
Zacarias 136; 139
Zé Trindade 103; 139
Zelito Viana 33; 91
Ziraldo 169
Zona Leste Alerta (filme) 154
191
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

BIBLIOGRAFIA
ALMANAQUE Abril. São Paulo: Abril, 1976.
(Foram também consultados os anos subseqüentes até 1995)
BARROS, Edgard Luiz. Os Governos militares. 4. ed. São Paulo: Contexto,
1994.
125 p. (Repensando a história)
100 Anos de República. 1974-1981. São Paulo: Nova Cultural, v. 9. 1989. 60 p.
100 Anos de República. 1974-1981. São Paulo: Nova Cultural, v. 10. 1989. 60 p.
GRANATO, Fernando. Sociedade de ladrões. São Paulo; Scritta, 1994. 124 p.
ISTO É, São Paulo, v. 8, n. 418, dez. 1984
LIVRO do ano. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil, 1976.
(Foram também consultados os anos subseqüentes até 1989)
MICELI, Sérgio (org.) Estado e cultura no Brasil. São Paulo: Difel, 1984. 240 p.
(Corpo e Alma do Brasil)
1967- 1992 Museu Lasar Segall 25 anos: cronologia. São Paulo: Museu Lasar
Segall, 1992. 172 p.
NOSSO século 1960/1980 sob as ordens de Brasília 2. parte. São Paulo: Circulo
do Livro, Abril Cultural, s.d.
PAES, Maria Helena Simões. A Década de 60. São Paulo: Ática, 1992. 95 p.
(Princípios)
RIBEIRO, Darcy Rodrigues Lopes. Aos trancos e barrancos: como o Brasil deu
no que deu. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1986.
RODRIGUES, Marly. A Década de 80. São Paulo: Ática, 1992. 77 p. (Princípios)
SCHAFF, Adam. História de verdade. Lisboa: Estampa, 1974, 306 p.
VEJA, São Paulo, n. 747, dez. 1982
VEJA, São Paulo, n. 799, dez. 1983
CRONOLOGIA DAS ARTES EM SÃO PAULO 1975-1995 - CINEMA
192

VEJA, São Paulo, n. 851, dez. 1984
VEJA, São Paulo, v. 23, n. 51, dez. 1990
VEJA, São Paulo, v. 25, n. I, jan. 1992
VEJA, São Paulo, v. 25, n. 53, jan. 1992
VEJA. O Ano de 1981. São Paulo, n. 695, dez. 1981. Edição especial.
VEJA. O Ano de 1985. São Paulo, v. 18, n. 904, jan. 1986. Edição especial.
VEJA. O Ano de 1988. São Paulo, v. 21, n. 52, dez. 1988. Edição especial.
VEJA. Os Anos 70. São Paulo, n. 590, dez. 1979.
VEJA. A Década de 80. São Paulo, v. 22, n. 51, dez. 1989. Edição especial
VEJA. 20 Anos. São Paulo, v. 20, n. 37, set. 1988. Edição comemorativa.
VEJA. 25 Anos. São Paulo, v. 26, n. 43, out. 1993. Edição comemorativa.
20 Textos que fizeram História. São Paulo: Folha de S. Paulo, 1991. 270 p .
VISÃO, São Paulo, v. 33, n . 53, dez. 1984. Número especial.
PERIÓDICOS CONSULTADOS
Foram pesquisados os seguintes periódicos correspondentes aos anos 70, 80 e 90:
O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, Jornal da Tarde.
193
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - DIVISÃO DE PESQUISAS

Apoio Técnico
Indexação (Divisão de Pesquisas)
Andréa Andira leite
Claudia de Brito Lameirinha
Walter Pires
Assessoria de informática
Aloysio Lazzarini de Almeida Nogueira (Divisão de Bibliotecas)
A. Helio Valeiro (Divisão de Difusão Cultural)
Administração (Divisão de Pesquisas)
Filomena Aparecida Derosa
José Luiz Leite
Agradecimento
Instituto Moreira Salles
(Doação de equipamentos de informática para a
Divisão de Pesquisas, utilizados na edição final da publicação)
Editora Abril
(Autorização para uso de imagens fotográficas)

Impressão e fotolito
Graficentro Gráfica e Editora Ltda.
Papel
Cartão Supremo 150 g (capa)
Pólen Rustic 85g (miolo)
Fontes utilizadas:
Gill Sans (miolo)
Adobe Caslon e Gill Sans (capa)
Impresso em agosto de 1996