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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - Prefeitura ...

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66<br />

educação infantil. No seu entendimento, a educação infantil primeiro<br />

passou por uma etapa médica, seguida da etapa assistencial e só<br />

atualmente então seria possível falar dessa perspectiva educacional que,<br />

entre outras características, também seria neutra. Para este autor, o que<br />

se tomava como pedagógico era, na verdade um modelo que havia sido<br />

idealizado e, portanto, talvez fosse o caso de se “[...] avaliar se o próprio<br />

assistencialismo não representaria uma proposta educacional.”<br />

(KUHLMANN JR., 1991, p.18)<br />

Ainda nas palavras do próprio Kulmann Jr (1998 35 , p.4 apud<br />

BUJES, 1998, s.p.):<br />

O que cabe avaliar e analisar é que, no processo<br />

histórico de constituição das instituições préescolares<br />

destinadas à infância pobre, o<br />

assistencialismo, ele mesmo, foi configurado<br />

como uma proposta educacional específica para<br />

esse setor social, dirigida para a submissão não só<br />

das famílias, mas também das crianças das classes<br />

populares. (......) O fato dessas instituições<br />

carregarem em suas estruturas a destinação de<br />

uma parcela social, a pobreza, já representa uma<br />

concepção educacional.<br />

De acordo Bujes (1998, s.p.), para essa discussão sobre a<br />

dualidade assistencialismo e educação, foram fundamentais as<br />

contribuições das pesquisadoras Maria Malta Campos e Fúlvia<br />

Rosemberg, na medida em que estas advogaram na defesa de que os<br />

programas que se predispunham a promover o atendimento às crianças<br />

pequenas deveriam, na verdade, preocupar-se com o educar e cuidar.<br />

Para Campos (1994), essa perspectiva cuidar e educar seria mais<br />

adequada para a noção moderna de “cuidado”, que envolve atividades<br />

de proteção e apoio às crianças e que ganha visibilidade em ações<br />

vinculadas à alimentação, à higienização, à cura, ao aconchego, etc.<br />

Portanto, ações que estão vinculadas diretamente ao que a modernidade<br />

também chama de “educar”. Ainda de acordo com essa autora,<br />

Esta concepção torna mais fácil a superação da<br />

dicotomia entre o que se costuma chamar de<br />

"assistência" e educação. Com efeito, não só todos<br />

35 O texto de Kulmann Júnior a que Bujes se refere é o Parecer sobre a versão preliminar do<br />

RCN/Infantil. São Paulo, FCC, 1998. Entretanto não consegui encontrá-lo, durante essa<br />

pesquisa, para que eu pudesse fazer a leitura diretamente na fonte.

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