02.09.2014 Views

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - Prefeitura ...

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - Prefeitura ...

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - Prefeitura ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

2 LEGISLAÇÃO E AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O<br />

QUE ESTÁ POSTO.<br />

65<br />

2.1 AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ASPECTOS DA<br />

LEGISLAÇÃO<br />

Recorrendo à história da educação infantil em nosso país, é<br />

possível perceber o quanto, ao longo dos anos, preponderou à existência<br />

da dualidade assistencialista e educacional nos serviços oferecidos a<br />

essa parcela da população: a assistencialista pautada numa perspectiva<br />

educacional compensatória, que buscava suprir perdas de ordem sócioafetivas<br />

e até mesmo cognitivas; já a educacional, numa perspectiva de<br />

antecipar conhecimentos ou ainda de preparar as crianças para que<br />

pudessem enfrentar o processo de escolarização propriamente dito.<br />

No meu entendimento, nenhum destes caminhos convergiu com<br />

os interesses mais democráticos e de cidadania da maioria da população<br />

brasileira, tanto pelas concepções preconceituosas como pelas práticas<br />

excludentes que trouxeram consigo, uma vez que a educação<br />

institucionalizada promovida ao longo da história em creches e préescolas<br />

exerceu também o papel de disciplinar os corpos e, portanto,<br />

ajudou a moldar as crianças para que atendessem as expectativas criadas<br />

sobre seus papéis sociais.<br />

A respeito da perspectiva assistencialista para a educação infantil,<br />

de acordo Bujes (1998, s.p.), o autor<br />

Kulmann Júnior (1991) situa a assistência à<br />

infância como resultado de uma articulação de<br />

forças jurídicas, empresariais, políticas, médicas,<br />

pedagógicas e religiosas em torno de interesses<br />

sustentados por três influências básicas: a médicohigienista,<br />

a jurídico-policial e a religiosa.<br />

Portanto, ele é contra a polarização que coloca de<br />

um lado o caráter assistencial, opondo-o ao<br />

educacional.<br />

Kulmann Júnior (1991), ao ponderar sobre esta polarização<br />

assistencialismo x educacional, no texto onde ele procurou traçar um<br />

perfil das etapas vivenciadas pelas instituições pré-escolares<br />

assistencialistas no Brasil no período compreendido entre 1899 e 1922,<br />

apontou que ela estaria presente apenas nos estudos atuais sobre a

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!