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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - Prefeitura ...

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requerem condições igualitárias e regras rígidas de controle de aplicação<br />

dos mesmos, certamente desconsideram aspectos individualizados<br />

oriundos das trajetórias de vida de cada estudante testado, bem como os<br />

problemas de ordem estrutural a que estão sujeitas as instituições<br />

avaliadas.<br />

Por isso, entendo que pensar em avaliação institucional, implica,<br />

necessariamente, mobilizar os diversos segmentos que compõem a<br />

comunidade educativa e também dos gestores dos sistemas<br />

educacionais, no sentido de criar estratégias de avaliação que<br />

possibilitem a geração de ações de ordem política e pedagógica com<br />

vistas à superação dos problemas educacionais. Logo, a criação de tais<br />

instrumentos avaliativos, ao invés de seguir a lógica classificatória dos<br />

números, deveria utilizá-los como fonte de análise qualitativa,<br />

transformando-os em indicadores que possam apontar soluções para<br />

cada instituição, respeitando suas características.<br />

Quanto à Avaliação Emancipatória, embora existam referenciais<br />

teóricos que a associem às concepções de avaliação processual,<br />

formativa e mediadora, outras discussões têm alertado para o fato de que<br />

a participação dos sujeitos na apreensão, compreensão e posicionamento<br />

diante das escolhas de suas aprendizagens são diretamente influenciadas<br />

pelos condicionamentos sociais e culturais do coletivo onde estão<br />

inseridos, os quais, por sua vez, têm sua trajetória histórica vinculada às<br />

relações de poder que se estabeleceram ao longo do tempo.<br />

Sendo assim, também considero válida a preocupação com a<br />

possibilidade de que a avaliação qualitativa possa estar respaldando as<br />

práticas classificatórias no campo educacional, inclusive na educação<br />

infantil. Penso, entretanto, que, no espaço da educação infantil, seja<br />

possível começar a romper com a lógica da classificação social, na<br />

medida em que consigamos repensar nossos objetivos, nossas práticas,<br />

os conhecimentos a serem explorados, a forma como realizamos nossos<br />

planejamentos, nossos registros individuais e coletivos, bem como os<br />

instrumentos que construímos para avaliar as crianças. Ou seja, talvez o<br />

primeiro passo para romper com a lógica dominante seja o de entender<br />

as avaliações que são feitas sobre as crianças como parte de um processo<br />

pedagógico em movimento e sem hierarquias, onde seja possível<br />

reconhecer e construir possibilidades de emancipação social para<br />

aqueles sujeitos cujas vozes ainda se configuram como ausentes, no<br />

nosso caso, as crianças que frequentam nossas instituições de educação<br />

infantil.<br />

Delimitado o espaço teórico que consegui acessar, penso ser<br />

importante lembrar, também, que mesmo havendo pouca produção sobre

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