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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - Prefeitura ...

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147<br />

avaliativos. Ou seja, romper com a lógica da classificação social<br />

significa compreender que o conhecimento científico que assume a<br />

forma de conteúdo escolar é apenas uma parte dos conhecimentos<br />

construídos pela humanidade ao longo de sua história. Neste sentido, a<br />

organização escolar secular, pautada na divisão de disciplinas ou áreas<br />

de conhecimento, nos horários fixos, na hierarquia de um conteúdo<br />

sobre o outro e nos instrumentos avaliativos homogeneizados que<br />

determinam quem sabe e quem não sabe deveria sofrer transformações<br />

radicais.<br />

[...] a avaliação educacional (seja a avaliação<br />

pedagógica das aprendizagens dos alunos, a<br />

avaliação profissional dos professores, a avaliação<br />

institucional das escolas ou, mesmo a avaliação<br />

das políticas educacionais) deve visar sobretudo<br />

objectivos de desenvolvimento pessoal e<br />

colectivo, ou seja, deve estar prioritariamente ao<br />

serviço de projectos de natureza mais<br />

emancipatória do que regulatória. (AFONSO,<br />

2003, p.43-44)<br />

Portanto, considero que no espaço da educação infantil seja<br />

possível começar a romper com a lógica da classificação social através<br />

dos instrumentos avaliativos, deixando de lado o papel burocrático e<br />

classificatório que estes vêm desempenhando. Para tanto, precisamos<br />

repensar nossos objetivos, nossas práticas, os conhecimentos a serem<br />

explorados e também a forma como realizamos nossos planejamentos e<br />

nossos registros individuais e coletivos.<br />

O quero dizer é que, entender o processo avaliativo das crianças<br />

como um processo em movimento, sem hierarquia, talvez se configure<br />

como o primeiro passo para romper com a lógica dominante, para<br />

caminhar na contramão do projeto hegemônico, fragmentado e<br />

excludente de sociedade e, ao mesmo tempo, reconhecer e construir<br />

possibilidades de emancipação social para aqueles sujeitos cujas vozes<br />

ainda se configuram como ausentes, no nosso caso, as crianças que<br />

frequentam a educação infantil.<br />

Muitas vezes, o que dá sentido às palavras, atos,<br />

produções, processos, possibilidades, carências,<br />

está silenciado, nem por isso, ausente. Apenas<br />

invisibilizado no discurso e nas práticas. Para<br />

avaliar, é preciso produzir instrumentos e

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