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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - Prefeitura ...

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De acordo com esta autora, mesmo tecendo críticas ao modelo<br />

quantitativo e redefinindo algumas das práticas, a partir de novas<br />

perspectivas teóricas, a avaliação qualitativa continua sendo uma prática<br />

classificatória, sendo que as mudanças, em termos de avaliação, ficaram<br />

limitadas a maneira como a coleta de dados passou a ser feita, na<br />

substituição dos testes e provas objetivas por outros com questões mais<br />

abertas, que “[...] pretendem estimular uma maior participação do<br />

sujeito que aprende na elaboração de respostas e captar o processo de<br />

aprendizagem [...]” (ESTEBAN, 2003, p. 27)<br />

Essa participação dos sujeitos na apreensão, compreensão e<br />

posicionamento diante das escolhas de suas aprendizagens que, no<br />

discurso parecem ser simples, de caráter pessoal, são diretamente<br />

influenciadas pelos condicionamentos sociais e culturais do coletivo<br />

onde estão inseridos que, por sua vez, têm suas trajetórias históricas<br />

vinculadas as relações de poder que se estabeleceram ao longo do tempo<br />

e que, na modernidade foram fortalecidas a luz dos conhecimentos<br />

científicos considerados válidos.<br />

Na medida em que alguns conhecimentos científicos foram<br />

tomados como verdades indiscutíveis, eles passaram a determinar o que<br />

podia ou não ser considerado válido, quais seriam os padrões de<br />

condutas sociais aceitáveis, ou seja, a diminuir a possibilidade de<br />

escolhas dos sujeitos frente às construções humanas. Para Boaventura de<br />

Souza Santos (2008) nesse embate precisaríamos de uma Sociologia das<br />

Ausências, ou seja,<br />

[...] uma investigação que visa demonstrar que o<br />

que não existe é, na verdade, activamente<br />

produzido como não existente, isto é, como uma<br />

alternativa não credível ao que existe. O seu<br />

objecto empírico é considerado impossível à luz<br />

das ciências sociais convencionais, pelo que sua<br />

simples formulação representa já uma ruptura com<br />

elas. O objectivo da sociologia das ausências é<br />

transformar objectos impossíveis em possíveis e<br />

com base neles transformar as ausências em<br />

presenças. (SANTOS, 2008, p.102)<br />

Nesse processo, Santos (2008) identificou ainda Cinco modos de<br />

Produção da Não Existência que correspondem às seguintes lógicas:<br />

Lógica da Monocultura do Saber e do Rigor do Saber; Lógica da<br />

Monocultura do Tempo Linear; Lógica da Classificação Social; Lógica<br />

da Escala Dominante; Lógica Produtivista. Ainda de acordo com o

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