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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - Prefeitura ...

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mais claros da presença destas três concepções numa única proposta de<br />

avaliação.<br />

Ao falar sobre a avaliação diagnóstica proposta por Bloom e seu<br />

colaboradores no ano de 1971, Ramires (2008, p.60) demonstrou o<br />

entendimento de que o referido pesquisador, ao propor o agrupamento<br />

dos estudantes por aproximação de saberes, acabou contribuindo ainda<br />

mais com a organização e o conceito de turmas homogêneas nos espaços<br />

educativos.<br />

Há que se considerar, do mesmo modo, nessa reflexão, a presença<br />

marcante dessas três concepções de avaliação diagnóstica,<br />

desenvolvimentista e classificatória na organização didática e curricular<br />

do ensino fundamental e o quanto este, por sua vez, serviu de base ao<br />

modelo de educação infantil que foi sistematizado e que até hoje ainda<br />

busca demarcar suas especificidades. Em sua tese de doutoramento, ao<br />

relembrar sua pesquisa de mestrado numa turma de pré-escola Godói<br />

(2006, p.1) denunciava: “Analisei naquele momento que a pré-escola, ao<br />

incorporar o modelo de trabalho da escola, também incorporava seu<br />

modelo de avaliação – uma avaliação classificatória e reguladora.”<br />

Se isso não bastasse, a própria organização da educação infantil,<br />

na medida em que procurou qualificar-se como um espaço educativo,<br />

apoiou-se na psicologia e na biologia para fundamentar seus<br />

referenciais, fortalecendo ainda mais as concepções diagnóstica,<br />

desenvolvimentista e classificatória de avaliação.<br />

Para Ramires (2008, p.33) a compreensão do desenvolvimento<br />

das crianças como finalidade da educação infantil perpassa,<br />

necessariamente, pela observação de como este conceito se constituí nas<br />

discussões em torno da infância. Entretanto, faz pouco tempo que a<br />

educação infantil vem estabelecendo trocas com outras áreas do<br />

conhecimento como a sociologia, a antropologia e a história, na<br />

perspectiva de ampliar o entendimento de infância a partir dos diversos<br />

olhares das ciências.<br />

Pelo que percebi nas leituras feitas durante a pesquisa, há uma<br />

ênfase muito grande na importância do acompanhamento do<br />

desenvolvimento das crianças e essa evidência pode ser percebida,<br />

também, nos textos legais como leis, propostas curriculares e<br />

documentos orientadores. Ciasca e Mendes, (2009, p. 301) consideram<br />

ser “[...] relevante que a avaliação se apresente de forma significativa e<br />

permanente, valorizando todos os aspectos do desenvolvimento da<br />

criança, em especial na ‘educação infantil’.”<br />

Entre os principais teóricos que servem de referência quando a<br />

discussão envolve o desenvolvimento infantil, Ramires (2008),

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