UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - Prefeitura ...
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referência os objetivos curriculares previstos. Entre estes instrumentos<br />
destacam-se: “[...] inventários, escalas de atitude, questionário, fichas de<br />
registro de comportamento (check lists) [...]”. (RAMIRES, 2008, p.54)<br />
Foi o próprio Tyler, no EUA, em 1939, que publicou o trabalho<br />
Princípios Básicos de Currículo e Ensino, cujo enfoque ficou conhecido<br />
como “avaliação por objetivos” na perspectiva de que o resultado destas<br />
poderia levar a modificação dos currículos escolares e por consequência<br />
a melhoria dos processos de ensino. De acordo com Ramires (2008,<br />
p.56) Tyler estaria implementando aí a ideia de “ideologia da eficiência<br />
social”.<br />
Na perspectiva de superar os problemas advindos do fracasso das<br />
escolas públicas em relação a sua proposta de garantir o aprendizado da<br />
leitura e escrita por parte da população e considerando que, nessa época,<br />
poucas crianças acessavam aos chamados jardim de infância, tendo<br />
então seu primeiro contato com a educação institucionalizada somente<br />
ao acessar a escola, foi que, no Brasil, Manoel Bergström Lourenço<br />
Filho propôs e aplicou pela primeira vez, em 1928, os famosos Testes<br />
ABC que viriam a ganhar notoriedade mundial, ao longo do século XX.<br />
Tais testes eram constituídos por oito provas que analisavam<br />
questões como coordenação visual-motora, resistência à inversão na<br />
cópia de figuras, memorização visual, coordenação auditivo motora,<br />
capacidade de prolação, resistência à ecolalia, memorização auditiva,<br />
índice de fatigabilidade, índice de atenção dirigida, vocabulário e<br />
compreensão geral. (LIMA, 2007, p. 146) Estes testes, procuravam<br />
verificar o nível de maturidade necessária para a aprendizagem da<br />
leitura e escrita por parte das crianças que ingressavam na 1ª série<br />
primária (LOURENÇO FILHO, 2008) e seus “[...] resultados<br />
distribuíam-se na forma de uma curva normal, a partir da qual era<br />
possível dividir a população em três grupos “homogêneos” de crianças:<br />
fortes, médias e fracas.” (LIMA, 2007, p. 146)<br />
Além do diagnóstico das condições de maturidade das crianças,<br />
os testes ABC tinham a pretensão de fazer o prognóstico do<br />
comportamento delas em situações contínuas de ensino e de verificar a<br />
necessidade de maiores estudos com certos alunos considerados<br />
“crianças-problemas”, ou seja, crianças que não se encaixavam num<br />
perfil de normalidade projetadas pelo criador dos testes.<br />
Considerando que os testes padronizados de aprendizagem<br />
requerem condições igualitárias e regras rígidas de controle de aplicação<br />
dos mesmos, certamente desconsideram aspectos individualizados<br />
oriundos das trajetórias de vida de cada estudante testado, levando em<br />
conta apenas os aspectos socialmente esperados pela ideologia que os