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Produto 1 - Prefeitura Municipal de Florianópolis

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Tanto isso é verda<strong>de</strong> que a chamada escritura <strong>de</strong> posse se instituiu na Ilha como<br />

um documento <strong>de</strong> reconhecido valor, a fim <strong>de</strong> dar garantia às partes envolvidas.<br />

Curioso é notar que nas transações imobiliárias existe uma exaltação ao fato do<br />

imóvel possuir a escritura <strong>de</strong> posse, sem qualquer menção a existência <strong>de</strong> título<br />

<strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>, ou seja, o mercado imobiliário assimilou esse tipo <strong>de</strong> documento<br />

como suficiente <strong>de</strong> garantidor <strong>de</strong> direitos.<br />

Esse também é um <strong>de</strong>monstrativo <strong>de</strong> como a realida<strong>de</strong> específica <strong>de</strong> cada cida<strong>de</strong><br />

produz os costumes que se consolidam e passam a orientar os negócios.<br />

2.4. Ocupação Territorial no Município <strong>de</strong> Florianópolis.<br />

Com uma ocupação territorial <strong>de</strong> apenas 147 colonos brancos em 1712, cerca <strong>de</strong><br />

25 mil em 1872 e uma população projetada para 1910 da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 38 mil<br />

habitantes, a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Florianópolis até os anos <strong>de</strong> 1930 possuía uma<br />

característica fortemente agrária e <strong>de</strong> baixa ocupação <strong>de</strong>mográfica, com várias<br />

comunida<strong>de</strong>s dispersas formadas por pequenos núcleos: Saco dos Limões,<br />

Pantanal, Córrego Gran<strong>de</strong>, Pregibae (costeira do Pirajubaé), Rio Tavares,<br />

Ribeirão, Caiacanga-Açu, Pantano, Lagoinha, Naufragados, Capivaras, Várzea<br />

Gran<strong>de</strong>, Várzea Pequena, Canasvieiras, Ponta Grossa, Ratones, Santo Antonio,<br />

Sambaqui, Cacopé, Itacorobi, Traz do Morro, Freguesia da Lagoa (Lagoa da<br />

Conceição), Pântano do Sul, Armação, Lagoinha e da Praia do Campeche 4 .<br />

“Florianópolis, que teve uma feição <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> estagnada por várias décadas, com<br />

o <strong>de</strong>clínio da viação marítima e a insuficiência das vias <strong>de</strong> acesso por terra, há<br />

algum tempo é palco <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> dinamização que se acelera<br />

gradativamente. A <strong>de</strong>scentralização da cida<strong>de</strong> é facilmente perceptível. Alguns<br />

dos bairros que se constituíram em freguesias da Ilha no passado, e que foram<br />

incorporados como periferias do centro urbano, eram, no início, habitados pela<br />

população ainda voltada para ativida<strong>de</strong>s rurais e pelas classes trabalhadoras”.<br />

(LAGO, 1996).<br />

Segundo Cecca, nos primeiros vinte anos do século XX, Florianópolis já<br />

apresentava em seu perímetro urbano as características das mo<strong>de</strong>rnas cida<strong>de</strong>s<br />

brasileiras, porém o Município passou a sofrer influências <strong>de</strong> políticas estaduais e<br />

fe<strong>de</strong>rais a partir da década <strong>de</strong> 1930, o que passou a <strong>de</strong>finir um novo perfil<br />

populacional.<br />

A análise dos números <strong>de</strong> loteamentos realizados por ano em Florianópolis<br />

possibilita acompanhar essa variação no início dos anos quarenta, quando se<br />

inicia o gran<strong>de</strong> “boom” do mercado <strong>de</strong> terras, que se esten<strong>de</strong> pelos anos<br />

cinqüenta e sessenta, tendo seu ápice na década <strong>de</strong> cinqüenta, quando um<br />

número significativo <strong>de</strong> loteamentos vão ocorrer, para serem posteriormente<br />

regularizados.<br />

4 Várzea, V. 1985. Santa Catarina - A Ilha. Florianópolis, Ed. Lunar<strong>de</strong>li, p. 240<br />

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