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compreender que a fórmula de compasso, não necessariamente representa a estrutura métrica da música. A fórmula de compasso “[...] deve ser traduzida em uma estrutura métrica em diferentes níveis, para ser bem compreendido” (WINOLD, 1975, p. 218, tradução nossa). Dessa forma, “[...] metro é apenas um caso especial de musical motion e que motion, embora possa estar imbuído de uma grande variedade de qualidade, surge da unificação estrutural dos eventos [rítmicos]” (HASTY, 2009, p. 192, tradução nossa). Compreendemos ainda que, estudar os aspectos rítmicos de uma peça, não significa isolar o ‘ritmo’ dos outros aspectos da música; e sim estudar e analisar todos os fatores que dão origem a continuidade e fluxo musical como um todo (LESTER, 1986, p. 12). Em nossas análises percebemos, em consonância ao pensamento de Lester, que [e]stabelecer a hierarquia métrica de uma peça ou seção envolve o estabelecimento de um pulso e a organização desse pulso. O pulso surgi do valor rítmico recorrente em uma parte, no ritmo composto, ou da regularidade que ocorre em meio a outros padrões duracionais. A atividade contínua faz cada unidade de pulso palpável. Mas não é necessário ouvir todas as unidades, a fim de saber que estas unidades existe. (LESTER, 1986, p. 67, tradução nossa) A peça Valsa em quatro andamentos, representa, além dos aspectos já mencionados, uma forma de introdução a diferentes maneiras de se pensar a performance musical e aspectos composicionais. Analisando-se a peça, fora do âmbito morfológico, podemos construir argumentos que embasariam diferentes performances e escolhas em composição. Todos estes aspectos ressaltam a figura de Prado como grande compositor, que através de uma mesma ‘idéia’ musical pode desenvolver diversas variantes que, ao mesmo tempo, soam como ‘idéias’ inteiramente novas. Por fim, acreditamos que o estudo de questões rítmicas na música podem servir como fonte de reflexões musicais que ampliam as possibilidades de escuta, composição e execução musical. Neste sentido, a Cartilha Rítmica para Piano de Almeida Prado, configura-se como relevante instrumento de estudo e pesquisa. Referências Bibliográficas COHEN, Sara; GANDELMAN, Salomea. Cartilha Rítmica para piano de Almeida Prado. Rio de Janeiro: [s.n.], 2006. GANDELMAN, Salomea; COHEN, Sara. A cartilha rítmica para piano, de Almeida Prado: vertentes pedagógicas. In: CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM MÚSICA, 15., 2005, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: Associação Nacional de pesquisa e pós-graduação em música, 2005, p. 1491-1499. Disponível em: . Acesso em 1 dez. 2011. GANDELMAN, Salomea; COHEN, Sara. Tempo fixo e tempo livre na Cartilha rítmica para piano. In: CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM MÚSICA, 16., 100
2006, Brasília. Anais... Brasília: Associação Nacional de pesquisa e pós-graduação em música, 2006, p. 719-724. Disponível em: . Acesso em: 1 dez. 2011. HASTY, Christopher F. Rhythm in Post-Tonal Music: Preliminary Questions of Duration and Motion. Journal of Music Theory, v. 25, n. 2, p. 183-216, 1981. Disponível em: . Acesso em: 15 jan. 2009. LESTER, Joel. The Rhythms of Tonal Music. Carbondale: Southern Illinois University press, 1986. MORAIS, Marcos Ribeiro de. Teoria Musical: Algumas anotações didáticas. 2002. Material não publicada preparado para os alunos da disciplina Fundamentos da Música I, do curso de Licenciatura em Música da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). ______. Musicalidade Métrico tonal: Condições primeiras para a comunicação verbal sobre a música. 2003. 190f. Tese (Doutorado em Comunicação e semiótica) – Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2003. WINOLD, Allen. Rhythm in the Twentieth-Century Music. In: DELONE, Richard et al. Aspects of Twentieth- Century music. New Jersey: Prentice-Hall, 1975. 101
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