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A Tempo - Revista de Pesquisa em Música - n°2 (jan/jun ... - Fames

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Dessa forma, os el<strong>em</strong>entos que estabelec<strong>em</strong><br />

o metro ultrapassam os limites do<br />

estabelecimento da fórmula <strong>de</strong> compasso.<br />

Todos os el<strong>em</strong>entos presentes na música,<br />

entre eles altura, duração, acentuações<br />

e harmonia, entre outros, corroboram<br />

para fixação do metro que po<strong>de</strong> ser<br />

percebido auditivamente, não necessitado,<br />

estritamente, do registro gráfico. Segundo<br />

Hasty, “[p]ara a formação do metro são<br />

necessárias duas coisas: primeiro, uma<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medida continuamente<br />

recorrentes <strong>de</strong> duração <strong>de</strong>terminada e,<br />

segundo, a recorrência <strong>de</strong> um evento que<br />

t<strong>em</strong> como duração um múltiplo da unida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> pulso” (HASTY, 1981, p. 185, tradução<br />

nossa).<br />

compassos. Não seria mais fácil? Certamente.<br />

Entretanto a intenção do compositor não<br />

era apenas trabalhar a passag<strong>em</strong> <strong>de</strong> uma<br />

fórmula <strong>de</strong> compasso simples para outra<br />

composta, e vice-versa, e sim introduzir o<br />

pianista à linguag<strong>em</strong> rítmica e harmônica<br />

da música cont<strong>em</strong>porânea partindo da<br />

tradição, neste caso, representada por pelos<br />

exercícios <strong>de</strong> Czerny.<br />

Retornando a nossa análise, a primeira<br />

vista, t<strong>em</strong>os a impressão que a harmonia<br />

(mão esquerda) e a melodia (mão direita)<br />

realizam movimentos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />

e não correlacionados, pois o ouvido<br />

acostumado ao tonalismo, busca um ponto<br />

<strong>de</strong> apoio, ou caminho auditivo familiar, e<br />

não encontra. Se imaginarmos a execução<br />

somente da harmonia, que auditivamente<br />

acaba conduzindo a escuta, s<strong>em</strong> a melodia,<br />

é provável que tenhamos dificulda<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> execução. Por que supomos isto?<br />

Pois a tradição musical nos acostumou a<br />

pensarmos as durações como unida<strong>de</strong>s<br />

estáticas e pré-<strong>de</strong>finidas, entretanto Prado,<br />

<strong>em</strong> Mudanças <strong>de</strong> Compassos, questiona<br />

implicitamente este conceito.<br />

Por fim probl<strong>em</strong>atizamos: Por que o<br />

compositor não manteve s<strong>em</strong>pre a mesma<br />

harmonia e melodia, variando apenas os<br />

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