A Tempo - Revista de Pesquisa em Música - n°2 (jan/jun ... - Fames
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com probl<strong>em</strong>as técnicos encontrados <strong>em</strong><br />
estudos e no repertório.<br />
2 – Estudo Interpretativo: <strong>de</strong>ve ser dada<br />
atenção à expressivida<strong>de</strong> musical, formação<br />
<strong>de</strong> frases.<br />
3 – Estudo Performático: <strong>de</strong>ve ser realizado<br />
s<strong>em</strong>pre que uma peça está sendo preparada<br />
para performance. Durante esse estudo, a<br />
obra inteira <strong>de</strong>ve ser tocada s<strong>em</strong> interrupção,<br />
<strong>de</strong> preferência com acompanhamento,<br />
imaginando a presença <strong>de</strong> ouvintes.<br />
Green (2006, p. 21) fala sobre a importância<br />
<strong>de</strong> se estudar isoladamente trechos<br />
probl<strong>em</strong>áticos, com a utilização <strong>de</strong> motivos<br />
rítmicos, para a solução <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as.<br />
Conforme a autora, quando os <strong>de</strong>dos<br />
encontram dificulda<strong>de</strong> ao ler uma passag<strong>em</strong><br />
difícil, é hora <strong>de</strong> escolher um estudo rítmico<br />
a<strong>de</strong>quado. Ela afirma que “o uso <strong>de</strong> motivos<br />
rítmicos po<strong>de</strong> conduzir o aluno ao “princípio<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>scobertas”” (GREEN, 2006, p. 23). Ou<br />
seja, o aluno começa a <strong>de</strong>scobrir on<strong>de</strong> estão<br />
localizados os probl<strong>em</strong>as.<br />
HIGIENE DO ESTUDO<br />
O termo “Higiene do Estudo” está ligado<br />
diretamente com o uso <strong>de</strong> estratégias<br />
<strong>de</strong> estudo, pois se refere aos cuidados<br />
que <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os ter durante o estudo do<br />
instrumento. Esse termo foi utilizado por<br />
Carl Flesch. Ter higiene no estudo significa<br />
passar para a mente uma impressão clara do<br />
texto musical através <strong>de</strong> um equipamento<br />
a<strong>de</strong>quado, limpo, <strong>em</strong> local apropriado,<br />
abordando o material musical <strong>de</strong> maneira<br />
criteriosa. É necessário, antes <strong>de</strong> estudar,<br />
<strong>de</strong>finir estratégias que tornarão o estudo<br />
mais eficaz e consequent<strong>em</strong>ente satisfatório.<br />
Segundo o Flesch, “a “higiene” no estudo<br />
nos permite preservar intacta nossa<br />
expressivida<strong>de</strong> musical e nossa alegria <strong>em</strong><br />
fazer música, mesmo durante o estudo<br />
<strong>de</strong> inevitáveis e necessários exercícios<br />
mecânicos” (FLESCH, 1930, p. 82).<br />
Ele relata que “estudar uma passag<strong>em</strong><br />
difícil apenas na sua forma original provoca<br />
falta <strong>de</strong> concentração e cansaço, <strong>de</strong>vido à<br />
monotonia <strong>de</strong> tal estudo. Além disso, isso<br />
po<strong>de</strong> fazer com que o músico perca o sentido<br />
musical da passag<strong>em</strong>, e a interpretação da<br />
obra fique prejudicada” (FLESCH, 1930, p.<br />
148).<br />
“Dificulda<strong>de</strong>s técnicas <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser estudadas<br />
lentamente” (FLESCH, 1930, p. 148). “Do<br />
ponto <strong>de</strong> vista técnico, violinistas que<br />
estudam lentamente se <strong>de</strong>stacam dos<br />
outros, e o mérito <strong>de</strong>sse estudo é percebido<br />
não tanto na sala <strong>de</strong> estudo, mas sim no<br />
palco do concerto”. Além disso, “o músico<br />
que estuda lentamente possui maior grau <strong>de</strong><br />
conscientização muscular, melhor m<strong>em</strong>ória,<br />
mais auto-controle e corag<strong>em</strong> do que qu<strong>em</strong><br />
estuda rápido” (FLESCH, 1930, p. 149).<br />
“O estudo muito rápido traz diversas<br />
<strong>de</strong>svantagens, como: falta <strong>de</strong> controle <strong>de</strong><br />
afinação, tendência à falta <strong>de</strong> clareza e<br />
po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> articulação, falta <strong>de</strong> auto-controle<br />
(FLESCH, 1930, p. 148)”. “Tecnicamente<br />
e psicologicamente, o músico torna-se<br />
inseguro” (FLESCH, 1930, p. 149).<br />
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