A PRÁTICA DA ESPIRITUALIDADE segundo os Padres do Deserto ...

A PRÁTICA DA ESPIRITUALIDADE
segundo os Padres do Deserto
Pe. Athanasius Iskander
athanas@sympatico.ca
Igreja Ortodoxa Copta de Santa Maria
Kitchener – Ontario – Canadá
www.stmaryscopticorthodox.ca

Prólogo
O livro do Genesis nos diz que o homem foi criado à imagem de
Deus. É por isso que o homem tem uma tendência natural de procurar
à Deus, na imagem à qual o homem foi criado.
O homem foi criado também à semelhança de Deus. Isto
significa (entre outras coisas) que o homem foi criado na semelhança
da bondade de Deus, que significa que o homem foi criado com a
tendência de ser bom, na própria semelhança de Deus, o autor da
bondade. Esta força intrínseca que guia o homem a ser bom, é muitas
vêzes chanmada de “A Lei Natural”. (Rom 2:14)
Quando Adão e Eva caíram, a natureza humana também caiu. O
pecado foi introduzido na natureza humana. O pecado fêz
significantes mudanças ( para pior) na vontade do homem e ao
intelecto (mente).
A vontade que foi criada com a afinidade da procura de Deus se
tornou corrompida. A vontade da procura do homem à sua própria
vontade foi introduzida. Isto leva à uma duplicidade de vontades,
uma vontade superior que é a procura de Deus, e uma inferior que é a
procura de satisfações próprias.
O pecado também corrompeu a mente humana, introdizindo “uma
outra lei do pecado” (Rom 7:23) que são as guerras contra a lei
natural da bondade. Isto leva à uma situação frustrante que São Paulo
descreve muito bem em Romanos 7:18-19. “ Eu sei que em mim, isto
é, na minha carne, não habita o bem, porque o querer o bem está em
mim, mas não sou capaz de efetuá-lo. Não faço o bem que eu
gostaria, mas o mal que não quero.
Quando Nosso Senhor foi encarnado e recebeu a carne de nossas
fraquesas, unindo Sua divindade à nossa humanidade, Ele elevou a
natureza caida humana ao seu estado original, o estado de Sua
imagem e semelhança. E quando Ele morreu na cruz, Ele pois um fim
ao dominio do pecado na natureza humana. Nosso Senhor nos deu a
chance de lutar para reconquistar nossa natureza original,
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participando na sua vitória sobre o pecado e morte atravéz do Santo
Batismo.
Renascendo no Batismo, recebemos o Espírito Santo o qual
habita em nós, e trabalha em nós (e conosco) atravéz da graça
e nos ajuda durante as batalhas de toda nossa vida, a restaurar nossa
natureza, uma vêz mais, à semelhança de Deus.
“ Portanto, sede perfeito, assim como o Pai celeste é perfeito”
assim nos diz o Senhor em Mat 5:48. Tendo nos renovado atravéz do
Batismo e nos santificado atravéz do EspíritoSanto, o Senhor nos
encoraja a procurar a perfeição, até a perfeição de nosso Pai que está
nos Céus. Este é o verdadeiro significado de ganhar de novo a
semelhança à Deus e o último objetivo derestaurar a nossa natureza; a
perfeição Cristã.
A Bíblia nos diz em em tantas palavras, o que precisamos fazer
para alcançar esta perfeição. Quando um jovem vai ao Senhor e
pergunta à ele: “ Mestre, que devo fazer de bom para ter a vida
eterna?” (Mat 19:16) O Senhor respondeu à ele: “ Siga os
mandamentos...não matarás, não cometerás adultério, não roubarás,
não dirás falso testemunho, honra teu pai e tua mãe e amarás teu
próximo como a tí mesmo.
(Mat 19:17-19) Quando o jojem disse ao Senhor que ele já vinha feito
tudo isso, o Senhor disse à ele: “Se queres ser perfeito, vai, vende
teus bens, dá-os aos pobres e terás um tesouro no céu, depois vem e
segue-me.” (Mat 19:21) atraves disto, o Senhor estava dizendo ao
jovem que a perfeição da Lei, ou aqueles que pensam esta seguindo a
Lei (de Moises), como os Fariseus, não podem alcançar o Reino
Celestial que o Senhor prometeu aqueles que conseguem a verdadeira
perfeição Cristã, um nível de perfeição que o jovem sem vontade, não
poderia conseguir.
Embora a Bíblia nos diz O QUÊ precisamos fazer para alcançar a
perfeição ( e ganhar a Vida Eterna ), não nos diz COMO alcançar a
perfeição. A Bíblia deixa isso para cada um de nós. “...Trabalhai na
vossa salvação com temor e tremor...” é o que nos diz São Paulo em
Filipenses 2:12.
É bem óbvio que “Trabalhai” é parte essencial deste processo de
salvação de acordo com a Bíblia. Mas neste trabalho, não estamos
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sózinhos, nós temos um poderoso aliado na graça de Deus o qual
trabalha em nós e conosco atravéz do Espírito Santo o qual habita em
nós.
Nos primeiros anos da Igreja, os Cristãos procuravam trabalhar
sua própria salvação atravéz de oferecimentos máximos de sacrifício:
o martírio. Durante os primeiros três séculos, dez grandiosas
perseguições concederam à milhões de Cristãos a chance de
empenhar-se pela perfeição. Derramar o próprio sangue em nome de
Cristo se tornou o ideal no trabalho para a própria salvação.
Quando Constantino se tornou imperador e publicou seu decreto
de tolerância do Cristianismo
(313 D.C.), os Cristãos tiveram que encontrar uma outra forma de
trabalhar na sua salvação. Muitos procuraram suas próprias salvações
na solidão do deserto. Como não era mais possível de derramarem
seu sangue em nome de Cristo, eles procuraram em oferecer à Ele
seus corpos como um “sacrifício vivo, santo, agradável à Deus”
(Rom 12:1). Eles pegaram as dicas de versos como: “Pois os que são
de Jesus Cristo crucificaram a carne, com as paixões e
conscupicências”. (Gal 5:24) e “...castigo o meu corpo e o mantenho
em servidão, de medo de vir eu mesmo a ser excluído depois de eu
ter pregado aos outros” (1Cor 9:27). Outros versos falam desta
estrada à perfeição como uma competição atlética, “Nas corridas de
um estádio, todos correm, mas bem sabeis que um só recebe o
prêmio. Correi pois, de tal maneira que o consigais”.
(1Cor 9:24) e, “Corramos com perseverança ao combate
proposto...(Heb 12:1).
Outros versos ainda falam desta busca para a perfeição como uma
guerra, “Ainda não tendes resistido até o sangue, na luta contra o
pecado”. (Heb 12:4) e, “Suporta comigo os trabalhos, como um bom
solado de Jesus Cristo. Nenhum soldado pode implicar-se em
negócios da vida civil, se quer agradar ao que o alistou.” (2Tim 2:3-
4). Outras imagens desta disputa assemelhan-se como uma luta com
animais selvagens, “Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o
demônio, anda ao redor de vós como um leão que ruge, buscando a
quem devorar”. (1Ped 5:8).
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Mas a imagem que realmente veio à imagiação, foi a imagem de
uma luta contra o demônio, o principe da escuridão, “Pois não é
contra os homens de carne e sangue que temos que lutar, mas contra
os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo
tenebroso, contra as forças espirituais do mal espalhadas nos ares”.
(Efe 6:12). Aqueles atletas de Cristo foram ao deserto para lutar
contra os demônios, com o objetivo de conseguir a perfeição Cristã.
Logo, o monasticismo substituiu o martírio como um ideal para a
perfeição Cristã.
Na tentativa de trabalharem a própria salvação, aqueles atletas de
Cristo, fizeram à todos nós um grande favor. Eles nos deixaram uma
imensa quantidade de escritos sobre como conseguir a perfeição
Cristã.
O deserto do Egito se tornou uma universidade nesta busca para a
perfeição espiritual. Os Padres do Deserto fizeram uma ciencia desta
busca à perfeição, a qual nós chamamos hoje de espiritualidade.
Nesta universidade, foram feitas pesquisas e experiências, com
sucessos e falhas. Resultados destes experimentos tanto como sucesso
ou falhas, foram publicados por muitos que procuraram pela
sabedoria dos Padres do Deserto. Os próprios Padres nunca
escreveram seus pensamentos, e somente falavam aos outros sobre
suas experiências quando eles sentiam a nescessidade de falar.
Os Padres do Deserto catalogaram os pecados e os fatores que
predispuseram à eles, falando em grandes detalhes como combatê-los.
Eles identificaram as várias virtudes e as classificaram, dando
técnicas exatas de como alcança-las.
A coisa maravilhosa sobre os ensinamentos dos Padres do Deserto
são suas concordâncias de opinião. Enquanto alguns viveram no
deserto Oriental, outros no deserto Ocidental ( Ascetas ) e ainda
outros na parte Norte do Egito, eles chegaram às mesmas conclusões.
É esta unanimidade de opiniões que é mais admirável sobre esses
ensinamentos. As diferenças são somente em técnica.
As duas características mais importantes da espiritualidade dos
Padres do Deserto são descritas a seguir:
A primeira é a insistência deles em serem discípulos. Qualquer
pessoa que procure aprender a arte da espiritualidade tem que se
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vincular à um “mestre”. Isto não era uma tarefa fácil, pois aqueles
“mestres” tinham um exame de qualificação” muito rigoroso para os
candidatos. São Pacomio teve que implorar por três dias na porta do
pequeno aposento de São Palaemon, antes de ser aceito como
aprendiz! Os livros desses grandes Santos geralmente dizem que ele
foi “treinado com Abba (papai)”.
É claro que tiveram pioneiros como São Paulo o Anchorita, Santo
Antonio o pai do Monasticismo e São Macario o grande; homens que
construiram os primeiros alicerces desta ciência, e que se tornaram
fundadores desta universidade para o estudo da espiritualidade.
A segunda regra importante era evitar totalmente em confiar em sí
mesmo. O aprendiz tinha que oferecer uma obediência completa e
cega ao “mestre” que assumia responsabilidade total pelo treinamento
do noviço. Os mestres testavam a abodiência de seus discípulos de
formas variadas que podem parecer um absurdo para nós! Como um
mestre que deu um pedaço de galho seco ao discípulo e ordenou que
o regasse! É claro que a obediência não foi em vão, pois após três
anos o galho começou a brotar e a dar frutos! Um outro noviço,
quando reclamou que havia uma hiena aos redores, foi dito pelo seu
mestre: “Pegue-a e traga para mim”. Com uma fé cega, o noviço foi à
procura da hiena e a trouxe ao mestre que lhe falou: “Leve-a de volta,
eu te disse para trazer uma hiena e não um cachorro!”.
Para aqueles que seguiram essas regras fielmente, completaram
seus treinamentos para se tornarem grandes mestres, ensinando aos
outros o que eles haviam aprendido de seus mestres.
Por mais fascinantes que sejam, os ensinamentos dos Padres do
Deserto não são indicados para todas as pessoas. São Paulo diz aos
Corintios em Cor 3:2, “Eu vos dei leite a beber, e não alimento sólido
que ainda não podeis suportar”. Para os principiantes o uso destes
ensinamentos é como dar alimento de uma pessoa adulta à um bebê.
Existem muitos livros sobre espiritualidade baseados nos
ensinamentos dos Padres do Deserto. O livro de São João Climaco
chamado “A Escada da Divina Ascenção” ( The Ladder of Divine
Ascent), e dois livros de João Cassiano “ As Instituições e As
Conferências” (The Institutes e The Conferences), são exemplos de
tais livros.
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Um abade Russo Ortodoxo do Século XVI chamado Theophan o
Recluso, teve uma contribuição significante à espiritualidade
juntando muitos dos ensinamentos dos Padres do Deserto e
adicionando seus próprios comentários em como implementar suas
instruções e imitar seus estilos de vida. Este livro foi escrito por um
monge para monges.
“O Caminho dos Ascetas” (The Way of the Ascetics) é uma
excessão aos livros acima descritos. Foi escrito por um Cristão
Ortodoxo que vive na Europa (Finlandia) na primeira metade do
Século XX. É um livro maravilhoso que aplica os métodos dos Padres
do Deserto às pessoas comum, vivendo seu dia a dia. É um livro que
recomendo à todos que estejam procurando conseguir sua própria
salvação.
Entretanto, como todos sabem, a vida na metade do Século XX é
muito diferente do estilo de vida do Século XXI. A moral é diferente
e os desafios também são diferentes. O mundo está mudando para
pior dia a dia.
Precisamos pegar emprestados os métodos e as técnicas dos
Padres do Deserto e aplicá-los na luta do povo Cristão que vive no
Século XXI.
Este pequeno livro é uma tentativa de seguir nesta direção. É
baseado em sermões que dei aos jovens de nossa Igreja em Kitchener,
Ontario, durante a Quaresma de 2001. A maioria deles foram
publicados em nosso periódico “Parousia”. Alguns audios destes
sermões são disponíveis na internet, sem dúvida é trabalho de nossos
fervorosos jovens!
Uma palavra de precaução aos nossos leitores: este livro não tem
a pretenção de ser um “manual de faça você mesmo” para a
espiritualidade. Assim, antes de você colocar em prática o que está
escrito, por favor consulte seu Confessor ou seu Diretor Espiritual.
Alguns dos exercícios podem não ser adequados à você, e somente
seu Confessor poderá lhe dar um conselho correto referente à isso.
O primeiro passo na busca da perfeição Cristã é de realinhar a
vontade e a mente na direção de se voltar à imagem e semelhança de
Deus. Os capítulos um e dois, lidam com a disciplina da mente e do
desejo.
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Os três capítulos seguintes cuidam da disciplina moral; a luta
contra os pecados. Pecados dos sentidos, pecados da memória e
imaginação também são abordados, em seguida um capítulo é
dedicado aos pecados presumidos, ou “pecados escondidos”.
A última parte se trata de algumas das virtudes esseciais,
nescessárias para iniciar o caminho da perfeição espiritual.
Que o Senhor use este livro para a Glória de Seu Nome.
15 de Fevereiro de 2005
Pe. Athanasius Iskander
Festa da Apresentação ao Templo
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CAPÍTULO UM
A DISCIPLINA DA MENTE
1. Proteja sua mente de conhecimentos prejudiciais e inúteis.
2. Cultive em sua mente o conhecimento espiritual.
CONHECIMENTOS INÚTEIS:
Se você deseja ir ao encalço da perfeição Cristã, você tem que
proteger sua mente das informações que são inúteis para sua alma.
Infelizmente esta é uma era de informação e informação
tecnológica, e o mundo está nos oferecendo isso como nunca
antes. Uma explosão de informação atravéz da TV, livros,
revistas, jornais e por último mas nao o menos importante, a
internet. Mas isso nos leva ao que eu chamo de poluição da mente
com informações inúteis. Hoje nós temos viciados em
informação, pessoas que procuram informação, não para melhorar
sua eficiência no trabalho, mas informação para sí mesmo.
São Paulo nos escreve em 1 Cor 2:2, “Julguei não saber coisa
alguma entre vós, senão Jesus Cristo, e Jesus Cristo Crucificado”.
É somente esse conhecimento que São Paulo julga importante,
Jesus e a entrega de sua vida na cruz.
Eclesiastes 1:18 nos fala, “Porque no acúmulo de sabedoria,
acumula-se tristeza, e quem aumenta a ciência, aumenta a dor”.
O primeiro exemplo de conhecimento inútil é o excesso em
assistir noticiários. É bom saber o que está acontecendo ao nosso
redor e no mundo, mas ficar obcecado em procurar saber a cada
minuto todos os detalhes sobre um acontecimento, não é útil para
quem está procurando a perfeição Cristã. As redes de Televisão,
respondendo ao apetite desenfreado das pessoas sobre notícias,
inventaram os canais de notícias 24 horas.
Tome como exemplo o julgamento do ex-jogador de futebol
americano O.J.Simpson, que foi o evento de maior audiência em
todo o mundo. Eu posso entender se fôsse uma final de uma Copa
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do Mundo, mas um julgamento? O que eu poderia tirar de
proveitoso disso? Nada, nem para a minha alma, mente ou corpo.
Deixe-me falar a respeito de um “exercício” que eu pratico
durante a quaresma, eu me recuso a ouvir as notícias sejam pelo
rádio, jornais ou revistas. É claro que também não assisto
televisão. Acreditem-me, eu não perco nada de importante, pelo
contrário, minha mente fica livre dessa “poluição” de informações
e passa a trabalhar melhor.
Existe uma estória que fala sobre dois monges que estavam
sentados conversando, quando um deles levantou-se e foi para sua
cela (quarto); o outro monge o viu andando em circulos e então
esse perguntou o que ele estava fazendo. O monge respondeu:
“estou me livrando de tudo o que é do mundo a respeito de nossa
conversa, pois eu não quero levar esses assuntos para dentro de
minha cela”.
O segundo exemplo de conhecimento inútil é a curiosidade
ociosa. Procurar informações sobre muitas coisas somente com o
propósito de conhecer mais! Como isso pode me prejudicar? Bem, os
os Padres dizem que este tipo de excesso de conhecimento geral,
leva-me a pensar que eu sei mais que os outros e isso me leva ao
orgulho e arrogância. Isto também leva à falar muito, porque eu quero
exibir meu conhecimento aos outros. Teophan o Recluso nos diz que
no final das contas, nossa mente se torna um ídolo a qual nós
adoramos. Nós nos tornamos teimosos, recusamos pedir ou aceitar
conselhos porque sabemos tudo ! Isto é orgulho da mente, a qual nos
leva à depender de nós mesmos, até mesmo em assuntos espirituais, o
que se torna muito perigoso.
Se você quer buscar a perfeição Cristã, você tem que afastar
sua mente deste vício do conhecimento. São Paulo nos diz em
Corintios 3:18-19, “ ...Se alguém dentre vós se julga sábio à maneira
deste mundo, faça-se tolo para tornar-se sábio, porque a sabedoria
deste deste mundo é tolice diante de Deus”. Sabedoria espiritual e
sabedoria do mundo, não andam de mãos dadas. As pessoas que
procuram a sabedoria deste mundo de um modo excessivo,
frequentemente se tornam ateus. Orgulhosos de suas mentes
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convencidas, eles negam a Deus, o criador de suas mentes. Disto São
Paulo nos diz em 1 Timóteo 6:20-21 “ Ó Timóteo, guarda bem o que
te foi confiado! Evita as conversas frívolas e mundanas, assim como
as contradições de pretensa ciência. Alguns, por seguí-las, se
transviaram da fé. A graça esteja convosco”.
No Salmo 72:22-24 o profeta Daví diz, “ Eu ignorava, não
entendia, como um anima qualquer. Mas estarei sempre convosco,
porque vós me tomastes pela mão. Vossos designios me conduzirão e,
por fim, na glória me acolhereis”. Este é o significado de se tornar
tolo para ser sábio. Se você declara sua tolice perante Deus, Ele
segurará na sua mão direita, te guiará com Seu conselho e
posteriormente te receberá para a glória.
A curiosidade levou a mulher de Lot à morte. E o Senhor nos
dá o mesmo exemplo em nos prevenir sobre a curiosidade no tempo
do Anticristo. Em Mateus 24:15-18 o Senhor nos diz, “ Quando
virdes estabelecida no lugar santo a abominaçao da desolação que foi
predita pelo profeta Daniel, (o leitor entenda bem) então os habitantes
da Judéia fujam para as montanhas. Aquele que está no terraço da
casa não desça para tomar o que está em sua casa. E aquele que está
no campo, não volte para buscar suas vestimentas”.
Isto significa que é para evitar encontrar, ver ou escutar o
Anticristo à todo o custo, simplesmente escapar dele. Pessoas que
tem muita curiosidade, que quer só dar uma olhada, morrerá como a
mulher de Lot. Naquele dia, quem estiver no terraço e suas coisas na
casa, não deverá descer para pegar nada; e quem estiver no campo, da
mesma forma, não deve retornar. Lembre-se da mulher de Lot.
Naqueles dias, deveremos frear toda curiosidade de ver TV,
de escutar radio, em ir “encontros para renascer” ou ter qualquer
curiosidade em saber algo sobre ele. São João Crisóstomo nos
previne, “Ele não disse, `Vá e não acredite; mas `Não vá adiante, nem
afaste-se para lá’. Pois grande será o engano, porque até milagres
enganosos são feitos”. Se você ignorar estes conselhos e seguir sua
curiosidade você será enganado e perecerá.
É por isso que é bom para você se exercitar em jejuar da TV
durante a Quaresma, assim quando o tempo do Anticristo vier sobre
nós, poderemos nos livrar da TV completamente e manter nossos
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olhos fixados no Céu aguardando pela vinda do Senhor nas nuvens
para nos juntar com Ele.
Outra tipo de curiosidade mortal é a curiosidade sobre o
Oculto, Bruxaria, Placa de Ouija e coisas deste tipo, as quais podem
levar à posseções demoníacas e suicidio ou assassinato.
Até agora falamos sobre conhecimento inútil, agora vamos
falar sobre conhecimentos prejudiciais. Isto é uma obscessão em
saber coisas sobre outras pessoas, ou o que a Bíblia chama de ser uma
pessoa intrometida. Em 1 Pedro 4:15 está escrito: “ Que ninguém de
vós sofra como homicida, ou ladrão, ou difamador, ou cobiçador do
alheio”.
A obscessão em saber sobre as coisas dos outros é a raiz da
fofoca. O maligno pode te convencer que você deve saber aquelas
coisas, porque assim você poderá ajudar as outras pessoas. Porém, eu
posso rezar por uma pessoa que está doente sem ter conhecimento do
tipo de doença que ela tem. Eu posso ajudar alguém a se mudar para
uma casa nova sem saber o quanto ela pagou pela casa. Ou ainda, dar
os parabéns à alguém pelo seu novo emprego sem saber o quanto ele
vai ganhar de salário. Especialmente os jovens são obscecados em
saber os “segredos” de seus amigos. Se você não me conta os seus
segredos, então você não é o melhor amigo. Ou, eu te conto os meus
segredos se você me contar os seus. Este é um conhecimento
prejudicial e a Bíblia nos diz que ser uma pessoa intromedita é tão
mal quanto for um assassino ou um ladrão. Muitas pessoas vem à
mim queixando-se sobre outros que estão querendo saber de suas
vidas. Algumas delas ainda me dizem: “eu tenho até que mentir as
vezes porque não quero que os outros saibam de meus assuntos
pessoais.” A minha resposta à elas e sempre a mesma: “não minta,
somente diga à elas que esse é um assunto particular!” E se elas
ficarem aborrecidas com isso e não quisserem mais falar com você,
não se preocupe, isso é porque elas não eram suas verdadeiras
amigas. Verdadeiros amigos respeitam a privacidade de seus amigos
ao invés de insistirem com eles em querer saber seus segredos.
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Conhecimento Espiritual
Todos nós lemos a Bíblia e memorizamos versículos, mas será
que implementamos os princípios espirituais que esses versículos
contém em nossas mentes? Em Deuteronômio 6:6-9 nos diz, “Os
mandamentos que hoje te dou serão gravados no teu coração. Tu os
inculcarás a teus filhos, e deles falarás, seja sentado em tua casa, seja
andando pelo caminho, ao te deitares e ao te levantares. Atá-los-ás à
tua mão como sinal, e os levarás como uma faixa frontal diante dos
teus olhos. Tu os escreverás nos umbrais e nas portas de tua casa”.
Isso significa que nós devemos assimilar o que lemos na
Bíblia e gravar tudo em nossos corações e em nossas mentes, até que
esses ensinamentos se tornem parte de nosso processo de pensar.
Aqui temos alguns exemplos:
A Bíblia nos diz em Lucas 6:26 “Ai de vós, quando vos
louvarem os homens!” e de novo em Lucas 6:22-23, “Bemaventurados
sereis quando os homens vos odiarem, vos expulsarem,
vos ultrajarem, e quando repelirem o vosso nome como infame por
causa do Filho do homem! Alegrai-vos naquele dia e exultai, porque
grande é o vosso galardão no céu.” Segundo esses versículos, ser
desprezado é mais abençoado do que ser elogiado. Será que já
implantei em minha mente que quando as pessoas me elogiam isso é
prejudial para a minha perfeição espiritual, e que, quando me
desprezam e falam mal de mim, levantando falsos testemunhos, eu
sou bem-aventurado? Você pode até dizer que isso é impossível mas
é o que dever ser feito.
O Bispo Youannis costumava ir toda a quinta-feira à uma vila
das redondezas para pregar. Como é comum no Egito ele tinha que
dividir o taxi com outra pessoa para ir até aquela vila. Aconteceu que,
por mera coincidência, a pessoa que dividia o taxi com bispo, toda a
quinta-feira no mesmo horário, era um mulçumano fanático que,
assim que o Bispo Youannis entrava no carro, o homem virava-se
para o outro lado e cuspia! Esse fato aconteceu por anos e anos. Um
dia, como de costume o Bispo foi pegar o taxi mas o outro homem no
veio. O Bispo Youannis se sentiu “magoado”e começou a reclamar à
Deus, “Por que o Senhor me privou dessa benção? Seria por causa
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dos meus pecados que o Senhor decidiu que eu não sou mais digno
de tal benção?
Um outro Bispo de nome Samuel, quem era um incansável
trabalhor do Senhor, e é óbvio que ele tinha muitos inimigos, pessoas
que o odiavam e lhe enviavam cartas horríveis. Ele guardou todas
essas cartas em uma gaveta. Toda vez que ele se sentia
desencorajado ou humilhado, ele abria aquelas cartas horríveis e
lendo-as, começava a sentir melhor outra vez porque ele via em cada
insulto escrito naquelas cartas uma benção. Isso é o que significa por
implementar tudo aquilo que lemos Bíblia dentro dos nossos
corações.
Os Padres leveram muito a sério o treinamento em aceitar
insultos e reijetar elogios. O livro ‘O Paraíso dos Padres’ nos fala
sobre duas histórias maravilhosas sobre essa disciplina da mente.
Um Mestre disse a um discípulo, vai e insulte os mortos!
Então, em completa obediência, o discípulo foi a um cemitério e
começou a gritar insultos aos mortos o dia todo. No dia seguinte, seu
Mestre disse a ele, vai e elogia os mortos. Ele foi ao cemitério e
começou a elogiar os mortos. Quando ele voltou a noite, seu mestre
lhe perguntou, “Quando você insultou os mortos, eles sentiram
alguma coisa? Ele disse, “Nao”. Novamente ele perguntou ao
discípulo, “Quando você elogiou os mortos, eles sentiram alguma
coisa”? Ele respondeu, “Não”. O velho Mestre então disse, “Vai e
seja como eles.”
Uma outra história é sobre um jovem de uma Família rica que
foi para o Mosteiro se tornar um Monge. Seu Mestre disse à ele, “
Seja treinado para aceitar insultos com alegria!” Ele olhou ao redor,
mas não havia ninguém para insultá-lo no Mosteiro. Então ele foi ao
vilarejo e contratou um homem para ir ao Mosteiro e insultá-lo, até
ele ser totalmente treinado em aceitar insultos com alegria.
Um dia, ele estava com outros Monges em uma missão na
cidade, quando um homem muito bravo começou insultar ele, e ele
começou a dar risadas! Os outros Monges perguntaram do que ele
estava rindo, e ele disse: “Eu costumava pagar para isso e agora
recebo isso de graça!”
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A Bíblia nos diz em 1 João 2:15, “ Não ameis o mundo nem
as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor
do Pai” e novamente em Tiago 4:4 “ ...não sabeis que o amor ao
mundo é abominado por Deus? Todo aquele que quer ser amigo do
mundo constitui-se inimigo de Deus”.
Será que já imbutimos isso em nossas mentes? O caminho da
perfeição é desprezar o mundo e todas as coisas do mundo. São Paulo
nos diz em Filipenses 3:8 “Na verdade, julgo como perda todas as
coisas, em comparação com este bem supremo: o conhecimento de
Jesus Cristo, meu Senhor. Por Ele tudo desprezei e tenho em conta de
esterco, a fim de ganhar Cristo.” São Paulo diz “ Eu prefiro perder
tudo para ganhar o conhecimento de Cristo, considerando todas as
coisas do mundo como esterco”. Lixo! Você já implantou em seu
coração que este mundo é uma grande lata de lixo e todas as coisas
nele são lixo? Se eu ainda olho para um carro e fico fascinado com
admiração, esse carro não se torna um ídolo o qual eu idolatro?
Me lembro um dia quando estava dando carona a um grupo de
jovens voltando de uma atividade, no caminho de Mississauga para
Kitchener, e todos eles falavam sobre carros. Você já viu esses
caminhões que levam as carcaças de carros, achatados em pedaços de
metal, indo à caminho do ferro velho? Parece horrível. Toda vêz que
você cobiçar um carro, diga à sua mente, em alguns anos este carro
vai ser um pedaço feio de metal jogado em um horrível ferro velho.
Treine sua mente para desprezar as coisas do mundo e desejar a
perfeição espiritual.
A Bíblia nos diz em Provérbios 16:32 “ Mais vale a paciência
que o heroismo, mais vale quem domina o coração do que aquele que
conquista uma cidade”. Já implantei em minha mente que controlar
minha raiva é realmente fortaleza e não fraqueza? É fácil de
responder à palavras de raiva com com palavras de raiva ou agressão
com agressão, esse é o caminho fácil, o caminho do fraco. Mas
controlar a sua raiva e não responder com a mesma moeda é um
modo difícil, o modo do forte, do poderoso. Você já implantou em
sua mente que dando a outra face não é covardia mas sim coragem?
Você me diz que isso não é possível de fazer, mas eu te digo que você
pode fazer isso.
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Esta é uma estória verdadeira que aconteceu nos anos
noventa. Um Monge foi ao Cairo para consertar um equipamento que
pertencia ao Mosteiro. Em umas das ruas estreitas do Cairo, o carro
que ele estava dirigindo raspou em um carro estacionado. Ele
perguntou pelo proprietário, se desculpou e se ofereceu para pagar o
prejuízo. O dono do carro era um fanático que viu uma chance para
desabafar seu ódio contra os Cristãos, então ele começou a abusar
verbalmente do Monge e o esbofeteou no rosto. O Monge
simplesmente lhe deu a outra face. O homem foi pego de surpresa,
começou a chorar e se desculpou com o monge, dizendo à ele: “ Eles
nos dizem que vocês são maus, mas na verdade vocês são melhores
que nós!” O homem perguntou ao Monge o que ele fazia no Cairo e
quando ele ficou sabendo sobre os concertos que precisava fazer, o
homem disse que ele tinha uma loja que fazia concertos naquele tipo
de equipamento. Não só ele fêz os concertos de graça, mas pediu que
o Monge prometesse que todas as vêzes que precisasse de concertos,
não deveria ir a nunhum outro lugar, mas somente na loja dele.
São Paulo nos diz em Filipenses 1:21 “Porque para mim o
viver é Cristo e o morrer é lucro”.
E de novo em Filipenses 1:23 “Sinto-me pressionado dos dois lados:
por uma parte, desejaria desprender-me para estar com Cristo – o que
seria imensamente melhor”. Já implantei em minha mente que a
morte é realmente um ganho e não uma perda? E que partir e estar
com Cristo é muito melhor? Já treinei minha mente para entender
que: o que o olho não viu, nem o que ouvido não ouviu, nenhum nem
outro vem do coração do homem? Já conseguí o entendimento
espiritual correto do verdadeiro significado da vida e da morte?
15

CAPÍTULO DOIS
A DISCIPLINA DA VONTADE
São Paulo nos diz em Romanos 7:22-23 “ Deleito-me na lei de
Deus, no íntimo do meu ser. Sinto, porém, nos meus membros outra
lei, que luta contra a lei do meu espírito e me prende à lei do pecado,
que está em meus membros”.
Os Padres nos dizem que isto significa que, temos dentro dentro
de nós, duas vontades: uma vontade superior, o homem interior, o
qual procura as “coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de
Deus” (Col 3:1), e uma vontade inferior, a vontade carnal ou “a lei do
pecado” a qual está em nossos membros que procura as coisas do
mundo e da carne. Estas duas vontades ficam em guerra, uma contra a
outra como São Paulo nos diz em Romanos 7:23.
Infelizmente a vontade do pecado é vitoriosa na maioria das
vezes, lavando ao cativeiro a vontade superior. Não precisa nem dizer
que a vontade carnal ou vontade inferior, ou a lei do pecado, está sob
o comando do mal, nosso inimigo mortal, e a vontade superior está
sob o comando da Graça.
O objetivo da perfeição Cristã é de reverter a situação e colocar a
vontade carnal no cativeiro da vontade superior, que é um objetivo
difícil, mesmo para São Paulo que lamenta esta dificuldade dizendo,
“Homen infeliz que sou. Quem me livrará deste corpo que me
acarreta a morte?” (Rom 7:24).
O demônio é muito esperto, mesmo que tenhamos sucesso,
colocando a vontade carnal abaixo da vontade superior, êle muda de
tática, tentando corromper a vontade superior fazendo trabalhar
independentemente da Graça, desta forma, mesmo que estejamos
fazendo o bem, este bem não é de acordo com a vontade de Deus e é
feito de uma forma que não é agradável à Deus.
Mesmo que êle falhe nesta tentativa, êle tenta uma outra
estratégia, cultivando o orgulho e honra em nossos corações, assim
nos rouba as recompensas de qualquer retidão que possamos ter.
16

Acho que agora percebemos como esta guerra é cruel. E iremos
lutar com isso até nosso último suspiro! São Paulo nos adverte em
Hebreus 12:4 “Ainda não tendes resistido até o sangue, na luta contra
o pecado”. Ele também nos lembra em Efésios 6:12-13, “ Pois não é
contra homens de carne e sangue que temos que lutar mas contra os
principados e potesdades, contra os príncipes deste mundo tenebroso,
contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares. Tomai,
portanto, a armadura de Deus, para que possais resistir nos dias maus
e manter-vos inabaláveis no cumprimento do vosso dever”. São Pedro
também nos avisa, “ Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o
demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge buscandoa quem
devorar”. (1 Pedro 5:8)
É uma batalha penosa que temos que lutar e é esperado que
ganhemos. Você pode dizer, isto é muito difícil. Bem, o Senhor Jesus
concorda 100%, “Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho da
vida e raros são os que o encontram”. (Mat 7:14)
Entretanto a boa notícia, é que nosso adversáio, o demônio, o leão
que ruge, não pode forçar nossa vontade própria. Ele age somente
como um vendedor esperto tentando vender seus produtos. Depende
unicamente de nós em aceitar or ou rejeitar a mercadoria.
Quando chegamos ao Canadá, fomos enganados muitas vezes por
espertos vendedores que nos venderam muitas coisas que acabaram se
tornado inúteis. Mas com a experiência aprendemos em não acreditar
em tudo que o vendedor nos diz. Com muitos deles nos telefonando
nas horas mais impróprias e nos aborrecendo com suas promessas,
aprendemos como ser duros com eles, cortar a conversa e não
permitir que eles nos envolvam em discussão. Ás vezes você precisa
ser rude para se livrar deles.
Essas pessoas usam vários truques para nos convencer a cair em
suas armadilhas. Conhecemos muito bem esses dizeres: “Parabéns,
você acabou de ganhar uma viagem para Miami” ou uma TV, etc.,
mas se você for sábio, você poderá destruir o truque. Eu
particularmente digo à eles, “É contra minha religião aceitar qualquer
coisa que seja grátis” e desligo o telefone.
É o mesmo com o demônio, ele usará truques. Truques muito
espertos, mas se você insistir em dizer “não”, ele não poderá fazer
17

nada. Ele mudará suas táticas como foi dito antes, mas você terá
vitória nessa guerra se você for sóbrio e vigilante como nos diz São
Pedro.
Como eu posso resistir às vendas de mercadorias que o demônio
sempre joga contra mim? A primeira coisa é através da oração. Leve
suas fraquezas ao Senhor Jesus, reze as orações que aprendemos na
Litugia das Horas, “Se é difícil de um justo ser salvo, o que será então
de um pecador como eu? O peso e a pressão do dia eu não pude
carregar devido a minha fragilidade humana”. Grite com São Paulo
dizendo, “Quem irá me libertar desta morte” a não ser Vós, Ó meu
Senhor. Diga com o salmista, “Tende piedade de mim, Senhor,
porque desfaleço...” (Salmos 6:3). O demônio não pode prevalecer
em alguém que reconhece sua fraqueza diante o Senhor.
A segunda coisa é ensinar à você mesmo como odiar o pecado e o
vendedor do pecado. Da mesma forma que você aprendeu a não
gostar daqueles vendedores irritantes que interrompem o seu jantar,
aprenda como odiar o pecado e o vendedor do pecado, o demônio.
Lembre-se que o a recompensa que o pecado dá, é a morte e que mais
cedo ou mais tarde, todos nós estaremos diante do Trono do
Julgamento de Cristo. Repita em sua mente as palavras da Liturgia
das Horas, “Veja, estou prestes a estar em frente ao Justo Juiz,
amedontrado e aterrorizado pelos meus inúmeros pecados”.
A oração e se lembrar do Dia do Julgamento são suas linhas de
defesa, mas o que posso fazer quando o inimigo ataca? Vamos ver um
exemplo: Suponha que uma pessoa abusou de você verbalmente.
Imediatamente o vendedor vem até você, te convencendo a defender
sua honra e não deixar que aquele ignorante pense que você seja um
covarde, afinal de contas, foi ele que começou tudo isso e você estará
agindo somente em defesa própria. E aconversa de vendedor
continua. Sua primeira reação é perceber que isso é uma comversa de
vendedor Satânica. Diga à você mesmo: “Isso é uma conversa para
me vender o pecado da raiva eum outro de vingança.” Identifique
que tipo de pecado está sendo vendido à você. Depois, aprisione-o
antes que chegue ao seu coração e comece a agitar suas emoções.
Livre-se dele dizendo: “Saia de perto de mim Satanás”. Não pense
que que o demônio vai te escutar e sair de perto. Aquí então é quando
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as defesas que falamos anteriomrnte entram em ação. Treine você
mesmo para odiar essas sugestões e considerá-las seu inimigo mortal.
Diga com o salmista, ”Ó filha da Babilônia, a devastadora, feliz
aquele que se apoderar de teus filhinhos, para esmagá-los contra o
rochedo”. (Salmos 136:8-9). Os Padres nos dizem que os filhos da
filha da Babilônia são os pensamentos malígnos que nos atacam. Os
Padres do Deserto também nos ensinam uma oração que eles usam
muito para combater esses pensamentos. É a arma secreta que
podemos sempre usar contra o vendedor e suas mercadorias. É o
segundo verso do Salmo 69, “Comprazei-vos, Ó Deus, em me livrar;
depressa, Senhor, vinde em meu auxilio”. Há um capítulo inteiro no
livro de John Cassian chamado “As Conferências” (The Conferences)
sobre o uso desta arma secreta contra esses pensamentos. Continue
dizendo esta oração repetidamente em sua mente até você ter sua paz
de volta. Algumas pessoas dizem que se você fizer o Sinal da Cruz
repetidamente enquanto disser esta oração, ela se torna mais eficaz.
Se você quer erradicar esses pensamentos completamente, faça o
oposto do que o vendedor diz à você para fazer; um ato de caridade
em direção a esse agressor. Procurar a perfeição não significa
somente erradicar o pecado, mas também plantar uma virtude no
lugar dele. Este é o significado no Salmo 34-15, “Aparta-te do mal e
faze o bem; busca a paz e vai ao seu encalço”. O Senhor nos diz a
mesma coisa, “...Amai os vossos inimigos, fazei o bem,...e sereis
filho do Altíssimo, porque ele é bom para com os ingratos e os
maus”. (Lucas 6:35)
Não precisa dizer que que esses exercícios da vontade não serão
bem sucedidos, se primeiro não tivermos atingido com sucesso os
exercícios da mente discutido anteriormente. Sua mente deve ser
treinada para aceitar com toda confiança o que o Senhor nos disse,
“Maldito sejas quando os homens falarem bem bem de você” e
“Bendito sejas quando os homens o insultarem e disserem todas
coisas más falsamente contra você...Alegre-se e seja excessivamente
agradecido”.
Apesar de tudo isso, a guerra pode não nos dar trégua e os
pensamentos podem nos vir como as ondas do mar, um após o outro.
Para ser capaz de reagir, você tem que memorizar alguns versos que
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você pode usar como um grito de guerra contra seu inimigo, por
exemplo diga com o Salmista: “O Senhor é minha luz e salvação, a
quem temerei? O Senhor é o protetor da minha vida, de quem terei
medo? Quando os malvados me atacam para me devorar vivo, são
eles, meus adversários e inimigos, que resvalam e caem. Se todo um
exército se acampar contra mim, não temerá meu coração”. (Salmos
26:1-3) Repita este verso em sua mente.
Também procure a ajuda da Virgem Maria, “Ó pura Virgem,
lance a sombra de sua proteção sobre mim, seu servo. Mantenha
afastadas de mim as ondas dos desprezíveis pensamentos”. Estas
orações foram nos dadas pelos Padres do Deserto para nos ajudar
nesta guerra entre as vontades.
Se os pensamentos continuam te atacando, sempre se lembre que:
aqueles que estão conosco são mais do que aqueles que estão contra
nós.
Um dia um rei do mal enviou um exército inteiro contra Eliseu o
profeta do Senhor, e quando seu servo viu as carruagens e o
armamento cercando eles, ele sentiu muito medo, mas Eliseu disse à
ele, “Não temas, os que estão conosco são mais numerosos do que
estão com eles. Orou Eliseu e disse: “Senhor, abrí-lhe os olhos, para
que veja. O Senhor abriu os olhos do servo, e este viu o monte cheios
de cavalos e carros de fogo ao redor de Eliseu”. (2 Reis 6:16-17)
O mesmo aconteceu com São Moises o Negro. Pensamentos
malígnos o atacavam e toda vêz, ele ia se confessar com São Isidoro
para dizer sobre aqueles pensamentos que o aborreciam. Após ele ter
ido por 14 vezes, São Isidoro o levou para cima, na sua cela
(aposento) e disse à ele: “Olhe para o Oeste e diga-me o que vê”. E a
resposta foi: “Eu vejo demônios atirando flexas de fogo contra os
Monges.” E São Isidoro perguntou: “Agora olhe para o Leste e o que
você vê?” e respondeu: “Eu vejo Anjos defendendo os Monges das
flexas de fogo dos demônios.” E perguntou mais uma vêz: “Quem é a
maioria, aqueles que nos atacam ou aqueles que nos defendem?” São
Moises disse: “Aqueles que nos defendem”. Imediatamente os
pensamentos cessaram de atacá-lo.
20

Resistir os pensamentos que que o inimigo implanta em nossas
mentes, tem sua recompensa como esta estória que os Padres nos contam;
Um jovem Monge vivendo com o seu mestre, tinha o hábito de
nunca ir dormir sem antes se prostar diante o seu mestre pedindo à ele
sua benção. Uma noite ele chegou e se prostrou e disse; “Me abençoe
Mestre”, mas seu Mestre estava dormindo. Ele permaneceu no local
esperando que o Mestre pudesse acordar, mas o mesmo continuou
dormindo toda a noite. Aconteceu que durante o sono, o Mestre sete
Anjos colocando sete coroas na cabeça de seu discípulo. De manhã
ele perguntou ao discípulo: “O que aconteceu durante a noite?” O
jovem Monge disse à ele: “Desculpe-me Mestre mas durante a noite,
por sete vezes tive o pensamente de deixá-lo e ir dormir, e em todas
as vezes, eu resistí à estes pensamentos.” O Mestre sabia que as
coroas eram por ele ter resistido aos pensamentos. Ele contou a
estória à outros Monges mas não disse nada ao jovem discípulo, a fim
de que ele não se sentisse orgulhoso.
Devemos sempre plantar bons pensamentos ao invés dos maus
pensamentos que o vendedor do mal planta em nossas mentes. Aquí
estão alguns exemplos de como podemos fazer isso:
Se o demônio oferecer à você pensamentos de murmuração e
reclamação porque você falhou no exame ou um infortúnio aconteceu
à você, e ele começa a te dizer que isso não é justo, lute contra eles
dizendo: “Obrigado Senhor”. No começo você vai dizer isso da boca
para fora e somente depois de um tempo, seu coração vai estar
dizendo em companhia de sua boca.
Se a mercadoria oferecida são pensamentos de raiva contra
alguém que agiu mal contra você, se oponha à eles tentando inventar
desculpas para aquela pessoa. Se os pensamentos continuarem a
vindo como ondas, lute contra eles dizendo: “Perdoe ele e perdoe a
mim”.
Uma arma importante para lutar contra essas mercadorias do
vendedor, é pedir ao seu confessor ou diretor espiritual para rezar por
você. Simplesmente telefone à ele e diga: “O vendedor está quase me
convencendo, por favor me ajude com suas orações”.
O livro, O Paraiso dos Padres, (The Paradise of the Fathers) nos
diz que um Monge foi enviado pelo seu confessor em uma missão na
21

cidade, quando à uma casa que devria ir, uma linda garota tentou
seduzí-lo levando-o ao pecado com ela. Ele imediatamente gritou:
“Senhor, pelas orações do me confessor, por favor salve-me”, e
imediatamente ele se viu na estrada que levava ao Mosteiro.
22

CAPÍTULO TRÊS
A DISCIPLINA DOS SENTIDOS
Teofan o Recluso, compara o homen com um rei (a alma) que
mora em um castelo (o corpo).
O castelo tem 5 janelas e uma porta. As 5 janelas são os cinco
sentidos. A porta é a mente. O inimigo não pode entrar no castelo
exceto através das janelas ou pela porta. Se todas estiverem fechadas,
o inimigo não pode entrar no castelo.
Através dessas janelas, o vendedor do pecado pode trazer
amostras de diferentes experiências ou sensações que traz prazer à
alma. Com isso a alma se delicía juntando em um circulo de conforto
e prazer (divertimento). A alma passa a considerar esse círculo de
prazer como seu principal bem e objetivo. Nesta forma, a ordem das
coisas se tornam invertidas, e ao invés de procurar a Deus e Seu
Reino, a alma procura o “divertimento”.
A pessoa que procura iniciar na estrada da perfeição espiritual,
tem que reestabelecer a ordem da vida original; para encontrar
conforto em Deus e não no divertimento. Algumas vêzes tomamos
essas decisões, e ainda assim o esforço é longo e difícil. Após anos se
agradando e satisfazendo as paixões, é muito difícil da alma se
desapegar de seus maus hábitos que adquiriu através dos anos.
Disciplinar os sentidos é crucial para o sucesso deste conflito em
reestabelecer a ordem normal das coisas dentro dentro de sí mesmo.
Cada sentido tem seus assuntos agradáveis e desagradáveis. A
alma se delicía em coisas agradáveis e se torna viciada nelas, e
sempre a cobiça vem depois delas. E dessa forma, cada sentido
introduz na alma várias cobiças ou paixão aos apegos. Estas cobiças
permanecem dormentes na alma até que o objeto da cobiça uma vêz
mais, é experimentado pelo sentido. Uma vêz que a cobiça é acesa
novamente na alma, começa uma reação em cadeia como São Tiago
nos diz em Tiago 1:15 “A concupiscência, depois de conceber, dá à
luz o pecado; e o pecado, uma vêz consumado, gera a morte”. Agora
23

as palavras de Jeremias se cumprem, “A morte assomou às nossas
janelas, introduzindo-se em nossos palácios...”
(Jer 9:20). E isto significa que a morte entrou em nossa alma através
dos sentidos.
A disciplina dos sentidos é dupla. Não somente prevenimos
nossos sentidos de querer saber e de obter impressões prejudiciais,
mas também devemos treinar nossos sentidos para receber impressões
proveitosas de cada criatura e de tudo.
DISCIPLINA DOS OLHOS:
Existem muitos versos na Bíblia que nos estimula à disciplinar
nossos olhos: “O olho é a luz do corpo. Se teu olho é são, todo o teu
corpo será iluminado. Se teu olho estiver em mau estado, todo o teu
corpo estará nas trevas...” (Mat 6:22-23) e “Se teu olho direito é para
tí causa de queda, arranca-o e lança-o longe de ti, porque te é
preferível perder-se um só de teus membros, a que o teu corpo todo
seja lançado na geena”. (Mat 5:28)
Antigamente manter os olhos puros não era muito difícil. O
mandamento “Não desejar a mulher do próximo” não era difícil de
seguir, pois as mulheres naqueles dias se vestiam apropriadamente e
cobertas. Hoje entretanto é muito difícil de manter os olhos longe das
ofensas. Não só o modo de vestir se tornou ofensivo, mas existem
muitas maneiras que o demônio, o vendedor de pecados, pode
introduzir impureza nos olhos.
Revistas e livros estão hoje cheios de pornografia, e parece que a
sociedade está gradualmente aumentando sua tolerância e de fato seu
desejo mais e mais por pornografia explícita.
Você vai ao shopping e enquanto está em pé na fila do caixa, seus
olhos são bombardeados de todas as direções com figuras ofensivas.
Mercearias agora tem filas de doces grátis e só falta colocarem filas
de pornô grátis.
Lojas de departamentos não são melhores que as outras. A
variedade de roupa íntima que está nas vitrinas e da forma que são
apresentadas, torna as coisas difíceis para que os olhos não saltem da
cara. Mesmo que você esteja só andando no shopping, as vitrines de
muitas lojas são cheias com mostruários de roupa íntima. Como se
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isso não bastasse, algumas lojas exibem esses ítens em manequins.
Letreiros em ruas e em transporte público, mostram agora muito
material que ofende os olhos (ou dá prazer, depende se seu olho é
puro ou nocivo).
A TV nos oferece mais versões animadas da mesma coisa.
Dificilmente se encontra um filme sem algum tipo de pornografia,
mesmo em desenhos animados.
A Internet já se igualou, ou mesmo superou a TV no que se diz
respeito ao volume e à variedade de ofertas visuais depravadas que
oferece, e estão somente à uma distância de um clique de mouse.
Quando tentamos constantemente desapegar os olhos de cenas
depravadas, eles se acostumam a fazer isso e é bom refletir no que a
Bíblia nos diz. O livro do Genesis diz que: “...os filhos de Deus viram
que as filhas dos homens eram belas, e escolheram esposas entre
elas”(Gen 6:2). Os resultados foram desastrosos, como então nos é
dito em Genesis 6:7 “...Exterminarei da superfície da terra o homem
que criei...” Procurar e desejar uma mulher leva à destruição da
humanidade.
A estória de Davi deve ser sempre nos lembrar como é perigoso
para os olhos perambular sem controle. O autor dos Salmos se tornou
um adúltero e assassino por causa do falta de cuidado em controlar
seus olhos.
Devemos combater até sangrar conta tudo o descrito acima. É
muito difícil, mas absolutamente nescessário para nossa salvação.
Uma coisa é encontrar essas coisas enquanto estamos andando ou
fazendo compras, e outra coisa completamente diferente é olhá-las,
procurando por elas na TV ou internet, ou pior ainda, alugar videos
pornográficos, ou comprar revistas pornográficas. O castigo é muito
maior para o usuário do que para quem fêz o programa ou revista.
Assistir violência também é um outro pecado. Hoje em dia
dificilmente tem um filme sem violência. Mesmo os desenhos
animados estão cheios de muitas cenas de violência. Muitos esportes
são violentos, por exemplo o hockey, que sempre tem pancadaria, e
ainda mais perigoso, chamado de “esporte”, a luta livre.
Os pais deveriam prestar mais atenção nos filhos e ter certeza de
que eles estão vendo programas apropriados para a idade deles.
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Existem formas de evitar que as crianças assistam pornografia na TV
e internet. Você deveria investigar e instalar esses meios de
prevenção antes de colocar internet ou cabo em sua casa.
Olhar com desejo para comida e para fotos de comida também
deve ser evitado principalmente durante o jejum. Lembre-se que isto
foi o que Eva fêz, “A mulher, vendo que o fruto da árvore era bom
para comer, de agradável aspecto,...tomou dele, comeu...” (Gen 3:6).
Hoje em dia somos bombardeados por tantas fotos não reais de
hamburguers, sorvetes e mesmo muitos chocolates que dão água na
boca.
Desejar outras coisas do mundo como carros, casas móveis,
roupas, computadores, brinquedos, etc.... são outros pecados que
cometemos com os olhos. O Senhor Jesus foi tentado desta forma
quando o vendedor de pecado mostrou Jesus “...e lhe mostrou todos
os reinos do mundo e a sua glória, e disse-lhe: “Dar-te-ei tudo isso se,
prostrando-te diante de mim, me adorares” (Mat 4:8-9). O demônio
ainda usa o mesmo truque nos tentando fazer cobiçar as coisas do
mundo. Jesus resistiu à tentação usando versos da Bíblia para
responder à Satanás. Podemos fazer o mesmo quando ele nos tentar,
nos lembrando que
“...Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai” (1João
2:15) e que “ Adúlteros, não sabeis que o amor do mundo é
abominado por Deus? Todo aquele que quer ser amigo do mundo
constitui-se inimigo de Deus.
O olho mau ou um olho invejoso, é uma outra forma que os olhos
podem nos ofender. Olhar com inveja no que pertence aos outros, é
um pecado que somos advertidos tanto no Velho Testamento como
no Novo Testamento. O livro de Jó nos dizque: “...a inveja leva o tolo
à morte” (Jó 5:2).
A Parábola do pai de família, que saiu cedo pela manhã para
contratar trabalhadores para sua vinha, é um exemplo de como a
inveja é tratada por Deus. Em Mateus 20:1-15 nos diz que o homem
contratou trabalhadores e concordaram com o salário. Então ele
contratou outros que trabalharam menos mas ele pagou o mesmo
salário. Então os que trabalharam durante o dia todo reclamaram que
o pai de família deu aos que trabalharam menos o mesmo salário.
26

“Isto não é justo!” disseram. Mas o pai de familia respondeu: “Não é
certo que eu possa fazer o que eu quiser com aquilo que me pertence?
O teu olho é mau porque eu sou bom?”
Uma pergunta que frequentemente muitas pessoas me fazem é:
“Como é que aqueles que estão afastados de Deus, sempre
conseguem boas coisas em suas vidas?” O mesmo pensamento teve o
escritor do Salmo 72, “...porque me indignava contra os ímpios,
vendo o bem estar dos maus...Dos sofrimentos dos mortais não
participam, não são atormentados como os outros homens...Assim são
os pecadores que, tranquilamente, aumentam suas riquezas.” Deus,
respondendo à estas resmungações, mostrou ao Salmista o fim dos
maus, conforme nos é esclarecido mais adiante no mesmo Salmo:
“Reflito para compreender esse problema...até o momento que entrei
no vosso santuário e em que me dei conta da sorte que os espera. Sim,
vós os colocais num terreno escorregadio; à ruina vóz os conduzís.
Eis que subitamente se arruinaram, sumiram, destruídos por
catástrofe medonha.”
Não há injustiça com Deus. Aqueles que escolheram em não
trabalhar pela vida eterna, obtém sua parte nesta vida. Nos diz o
Salmo 16:14-15 “com vossa mão, livrai-me dos homens, desses cuja
única felicidade está nesta vida, que têm o ventre repleto de bens,
cujos filhos vivem na abundância e deixam ainda aos seus filhos o
que lhes sobra. Mas eu, confiado em vossa justiça, contemplarei a
vossa face; ao despertar, saciar-me-ei com a visão do vosso ser.” A
parábola do homem rico e Lázaro é um outro exemplo disso, quando
o homen rico pediu à Abraão: “...manda Lázaro que molhe em água a
ponta de seu dedo, a fim de me refrescar a língua, pois sou
cruelmente atormentado nestas chamas.” Abraão respondeu à ele:
“Filho, lembra-te que recebeste teus bens em vida, mas Lázaro,
males; por isso ele agora aquí é consolado, mas tu estás em
tormento.” (Lucas 16:24-25)
O USO CORRETO DOS OLHOS:
Não devemos treinar nossos olhos somente para não olhar com
desejo para alguém ou para alguma coisa, mas também devemos
treinar os olhos para ver Deus em todos e em tudo. Temos muitos
27

exemplos dos Padres do Deserto que nos mostram como fazer isto.
Um monge foi enviado por seu superior à uma missão em Alexandria,
e quando ele retornou os outros monges perguntaram à êle: “Como é
Alexandria?”
Ele simplesmente respondeu: “Eu não tive nenhuma intenção de olhar
para coisa alguma em Alexandria.” Ele foi até lá para seus negócios e
não teve desejo de fazer nenhum turismo! Em uma outra
circunstância, foram até a cidade para comprar algumas coisas que
precisavam, e uma mulher de má reputação começou a andar nua na
praça, e todos eles desviaram os olhares exceto um monge mais
velho. Quando os outros monges perguntaram à ele o que ele sentiu
quando viu a mulher nua, ele disse à eles: “Eu louvei o Senhor por ter
criado tal beleza.”
Nós podemos nos treinar da mesma maneira, olhando as coisas
com simplicidade. Ver Deus em todas as criaturas, anumadas e
inanimadas. Se eu vejo uma linda pessoa do outro sexo, ao invés de
tornar ele ou ela um objeto de desejo, eu deveria pensar em Deus o
Criador que fêz uma pessoa tão bonita. Isto é o que Cristo nos diz:
“Se teu olho é são, todo o teu corpo será iluminado.”
Da mesma forma, se você ver uma linda casa, lembre-se que sua casa
verdadeira é a Jerusalém Celeste. Diga à você mesmo: “Se essa casa é
tão bonita, quanto mais linda será a casa que não é construida por
mãos humanas, que o Senhor está preparando para mim?” Repita em
sua mente as lindas palavras ddo belo hino: “Jerusalém minha feliz
morada, quando deverei ir até tí, quando minhas aflições terminarão,
para que eu possa ver suas alegrias?”
De modo similar, quando você olha para um carro e diz: Puxa!
Medite em quanto mais linda era a carruagem de fogo que levou Elias
aos céus.
Outro exercício que os Padres usam, é utilizar o que estão vendo
para meditar sobre a Paixão de Nosso Senhor. Por exemplo, se você
ver uma corda, medite em como o Senhor foi amarrado para sua
salvação. Se você ver um prego, pense nos pregos que foram
colocados nas mãos de Cristo por causa de seus pecados.
E por último, o que eu devo fazer se inadivertidamente eu ver
alguma coisa ofensiva? Apague isso de sua mente da mesma forma
28

que você apaga as coisas no computador! Com um intensa força de
vontade, deixe a figura em branco e apague por completo! Isso talvez
seja o que o Senhor quer dizer com: se seu olho te ofender, arranca-o
e atira-o para longe. Arranque a ofensa de sua mente e esmague-a
contra uma rocha.
DISCIPLINA DOS OUVIDOS:
Talvez a ofença mais comum de se ouvir é uma má música, más
letras, mesmo letras de blasfêmia. Músicas muito altas eviolentas
também devem ser evitadas. Às vezes entro em alguma loja para
comprar alguma coisa e detesto a música que fica bombardeando
meus ouvidos. Algumas músicas me dá a impressão que o demônio é
quem está na bateria!
Um dos mais ofensivos tipos de mídia são os clips e videos de
música. Você não é somente bombardeado por letras de cobiça
cantadas com muito desejo, mas seus olhos também são
bombardeados com cenas de muita luxúria. Os resultados são
devastadores e eles estão em todos os canais de TV.
Músicas ruins geralmente grudam em sua mente e as palavras
ficam se repetindo enquanto você trabalha, anda ou mesmo quando
está rezando.
Outra ofensa é escutar conversas ou ver programas de heresia na
TV. Eu geralmente olho e escuto os tão chamados evangelizadores da
TV, e nenhum deles passa pelo meu rigoroso teste de Ortodoxia.
Geralmente há belas palavras da Bíblia que atrai os mais simples e
aos que não tem crítica, mas sempre há o veneno escondido no mel.
“Pregadores” que pensam que eles podem explicar as professias
da Bíblia, estão em todos os meios de transmissão. Tem aqueles que
falam da fantasia “Deixar para tráz”, também conhecida como
“Heresia do êxtase”. Essa heresia tem menos de 150 anos e ensina
que Cristo virá para tirar a Igreja do mundo antes da “Grande
Tribulação”.
Dar ouvidos a novos ensinamentos, pode ser a queda de muitos no
tempo do Anticristo. O impostor pregará a Bíblia para que possa
29

enganar o povo, e colocar veneno em seus ensinamentos como uma
pílula disfarçada de Bíblia.
Escutar fofocas é uma outra ofensa. Talvez você diga que não faz
parte de fofocas, mas mesmo escutar uma fofoca é um pecado. O
desejo de saber os negócios dos outros, é igualado por São Tiago
como assassinato ou roubo, “Que ninguém de vós sofra como
homicida, ou ladrão, ou difamador, ou cobiçador do alheio”. (1 Pedro
4:15)
Escutar fofocas eventualmente nos leva a julgar outras pessoas,
tendo impressões erradas sobre elas, resultando em espalhar rumores
sobre elas.
Escutar à outras pessoas me dizerem o que fulano de tal está
dizendo pelas minhas costas, é um problema sério, especialmente
entre os jovens. Alguém chega até você e diz que tal pessoa está
dizendo pelas tuas costas, coisas más sobre você e você não quer mais
falar com essa tal pessoa. O que você não percebe é que a pessoa que
está te contando essas coisas, é ela mesma que está falando pelas
costas de uma outra pessoa! A solução para isso? Diga à pessoa que
está te falando: “Venha e me fale sobre isso na frente de tal pessoa”.
Lembre-se que uma pessoa é inocente até que provem o contrário.
Escutar à conversas vazias e vãs é um outro pecado! Lembre-se
do que o Senhor disse: “Eu vos digo: no dia do juizo os homens
prestarão contas de toda palavra vã que tiverem proferido.” (Mat
12:36) Lembre-se da estória do monge que batia papo com outro
monge, então indo para sua cela, um outro monge o viu circulando
sua cela várias vêzes, então perguntou o que ele estava fazendo. Ele
respondeu:
“Estou me livrando das conversas deste mundo que estava tendo pois
não quero que elas entrem comigo na minha cela”.
E por último, uma ofensa muito difícil de se livrar é escutar
bajulação! Todos nós gostamos disso quando as pessoas dizem coisas
boas sobre nós, mas esquecemos o que o Senhor nos disse: “Ai de
vóz, quando vos louvarem os homens...” (Lucas 6:26) A bajulação
será uma das armas potentes que o Anticristo usará para enganar as
pessoas. O livro de Daniel nos diz isso. Em Daniel 11:21 nos diz:
“...surgirá repentinamente e apossar-se-á da realeza pelas suas
30

intrigas”. Também em Daniel 11:32, “Submeterá com com suas
lisonjas, os violadores da aliança...” e novamente em Daniel 11:33-
34, “Os homens doutos deste povo instruirão um grande
número...mas perecerão...Enquanto forem caindo desta maneira, serão
um tanto amparados...e um bom numero unirse-á hipocritamente a
eles.
PROPÓSITO DO USO DOS OUVIDOS:
Novamente aquí nós devemos desacostumar nossos ouvidos de
escutar coisas ruins, que já se acostu-maram à escutar. Faça os
exercícios você mesmo. A Quaresma é uma boa época para ensinar
seus ouvidos à jejuar pelas musicas ruins, de fofocas e todas as outras
coisas desnecessárias como ficar longo tempo no telefone com com
conversa fiada, papo furado.
Podemos treinar nossos ouvidos para reconhecer Deus em tudo
que ouvimos. Por exemplo, se ouvir uma linda música, pense quanto
mais maravilhosa será a música que escutaremos no céu. Repita em
sua mente as palavras deste maravilhoso hino: “Lá está David com a
harpa nas mãos como maestro do coro. Dez mil vezes o homem é
abençoado, que possa escutar essa música. Nossa Senhora canta o
Magnificat com uma musica harmoniosa e doce e todas as virgens
cantam sua parte sentadas a seus pés.”
Outro exercício é meditar sobre a Paixão de Nosso Senhor,
quando ouvimos coisas ruins. Por exemplo, se você escutar as
badaladas de um relógio, medite nos sons dos pregos sendo pregados
nas mãos de Nosso Salvador.
DISCIPLINA DA LÍNGUA:
Este sentido do paladar tem que ser treinado para que não dê ordens à
uma pessoa do quê deve comer. Ter uma preferência por comidas
sofisticadas o tempo todo, e inversamente, não gostar de de comidas
mais humildes, não é o caminho para a perfeição espiritual. Lembrese
de nossa mãe Eva. Uma mordida no fruto proibido, teve um
resultado disastroso. Amos 6:4 nos diz: “Deitados em leitos de
marfim, estendidos em sofás, comem os cordeiros do rebanho e os
31

novilhos do estábulo.” Aquí não é a comida que está se sencurando,
mas o estilo de vida.
Lembre-se também do homem rico que, “tinha suntuosas
refeições todos os dias”. Lucas 16:19 enfatiza a palavra “todos os
dias”, pois não é pecado ter refeições deliciosas de vêz em quando,
por exemplo em dias de festa ou quando temos convidados. Mesmo
porque o Pai do Filho Pródigo ordenou: Trazei também um novilho
gordo e matai-o; comamos e façamos uma festa”. (Lucas 15:23)
Mesmo os Padres do Deserto quebram essa dieta rígida de pão seco,
sal e água, sempre que eles têm um convidado. Eles realemente
esbanjam; o mestre diria à seu discípulo: “Ferva algumas lentilhas em
nome do convidado!
São Paulo nos diz: “...Estou acostumado a todas as viscitudes: a
ter fartura e a passar fome, a ter abundância e a padecer
nescessidade”. (Filipenses 4:12) Isto significa que posso apreciar uma
boa refeição e também posso suportar a fome. Algumas vezes eu
como pratos deliciosos mas também, quando preciso, como comida
humilde, por exemplo durante o jejum. Treine seu paladar para que
esteja contente com qualquer tipo de comida que houver.
OUTROS PECADOS DA LÍNGUA:
A lingua não é somente um orgão de paladar, é também o órgão da
fala. Os pecados da língua são familiares para nós, como xingar,
mentir, fofocar e falar sobre o nome de Deus em vão. E tenho certeza
que todos nós confessamos sobre esses pecados e recebamos
conselhos do nosso confessor. O que eu quero falar à você, é sobre os
pecados que nós não confessamos porque a maioria de nós não sabe
que são pecados.
FALAR MUITO:
O falar muito, é um pecado óbvio do qual a Bíblia nos diz. Aquí estão
alguns versos do Velho Testamento referente ao falar muito: “Não
pode faltar o pecado num caudal de palavras; quem modera os lábios
é um homem prudente”. (Provérbios 10:19) “O que mede suas
palavras possui a ciência...(Prov 17:27). A vóz do tolo é conhecida
pela multidão de palavras, mas a mais rigorosa advertência sobre
32

falar muito, vem do próprio Senhor da Glória em Mateus 12:36-37,
“Eu vos digo: no dia do juizo os homens prestarão contas de toda
palavra vã que tiverem proferido. É por tuas palavras que serás
justificado ou condenado”.
Significa que toda palavra dita desnescessariamente, teremos que
prestar contas no dia do julgamento. Isto é assustador!
Os Padres nos dizem que falar muito é sinal de orgulho. Uma
pessoa muito falante sente que tem muita sabedoria e se sente na
obrigação de dividir isso com o mundo!
Falar muito é a mãe da fofoca e da calúnia, e a ruína da reputação
das pessoas. É a raíz da discussão e ostentação. Uma pessoa faladora
geralmente embeleza suas histórias exageros e meia-verdades para
atrair a admiração dos ouvintes.
Os jovens gastam horas falando no telefone, sem saberem que
estão fazendo algo de errado. Mas isso é exatamente o que quer dizer
“palavras inúteis” as quais temos que levar em conta.
Uma nova versão dessas longas conversas de telefone são as infames
conversas por MSN. Conversar pela internet é a moda do momento.
Você nem precisa mais de um computador graças as mensagens de
texto disponíveis no telefone celular.
Uma coisa interessante é que alguns jovens ficam horas no MSN
e depois pegam o telefone para conversar com a pessoa com quem
estava teclando.
Os Padres consideram seriamente este pecado, pois eles cultivam
a virtude do silêncio de várias formas. Santo Arsenio disse uma vêz: “
Muitas vêzes falei e me arrependí, mas do silêncio eu nunca me
arrependo”.
O primeiro passo para combater esse pecado, é compreender que
isto é um pecado. Também embutir em sua mente o versículo de
Mateus 12,36-37 sobre “palavras inúteis”. A seguir, você tem que se
exercitar em silêncio. Um dos Padres costumava colocar uma pedra
lisa embaixo da língua para lembrá-lo de ficar em silêncio quando era
atacado pela vontade de falar. Bem, talvez você encontre uma forma
mais simples de fazer isso, usando um grande botão de uma roupa
velha!
33

DAR CONSELHOS:
Dar conselhos é um pecado? Em alguns casos, sim. Primeiro, se o
conselho for dado sem que tenha sido pedido. Segundo, quando você
não é qualificado para dar conselhos. O problema é que, quando nos
pedem para dar conselhos, imediatamente nós nos tornamos experts
no assunto, mesmo que a gente não saiba nada a respeito do assunto!
Pouquíssimos são aqueles que tem a sabedoria e coragem de dizer:
“Eu não sei”.
Infelizmente muitos jovens pedem uns aos outros por conselhos
sobre coisas importantes, como assuntos espirituais e
“relacionamentos”. Em vêz de pedirem conselhos a alguém com
conhecimento, procuram conselhos com alguém que não tem
experiência suficiente para ser útil à eles.
A Bíblia tem algo a dizer sobre isso: “...”Pode acaso um cego
guiar outro cego? Não cairão ambos na cova?” (Lucas 6:39)
Oferecer conselhos sobre coisas importantes é um pecado grave,
porque você se torna responsável pelo comportamento da pessoa que
está aconselhando. É claro que se alguém te pedir conselhos sobre um
trabalho da Faculdade ou coisa parecida, você tem que aconselhar,
mas se o seu melhor amigo te disser sobre a pessoa que está
interessada nele ou nela e o quê fazer sobre o assunto, não comece a
ensinar seu amigo em algo sério como isso, porque isso leva à pecar,
e você será o responsável.
Se alguém disser à você que ele/ela está usando drogas, fumando
ou se masturbando, insista com ele/ela à procurar conselhos com um
Padre ao invés de tentar ajudar, uma vêz que, você têm sua própria
nescessidade de ter alguém que te ajude com seus próprios
problemas. Você pode encorajar aquela pessoa dizendo: “Sabe, eu
tive um problema parecido e fui conversar com o Padre da minha
Paróquia e ele me orientou a me livrar do problema”.
Uma coisa que você pode fazer para ajudar seu amigo, é rezar
muito por ele ou ela. Escreva o nome dele ou dela em um papel, e
entregue ao Padre para que ele coloque no Altar e peça à ele que reze
por aquela pessoa.
Algumas vezes penso que o problema é tão sério que acho que o
Padre deveria saber disso. Mas e quanto a minha promessa solene que
34

fiz ao meu amigo para manter segredo? Uma coisa que você pode
fazer é dizer ao Padre que isso é uma confissão que você está fazendo
à ele. Desta forma, ele não pode mencionar a informação à ninguém,
inclusive à pessoa que está envolvida. O Padre irá rezar por esta
pessoa e pedir à Deus que o guie em como se aproximar deste
problema sem divulgar a informação que você deu à ele.
O OLFATO:
O olfato pode provocar desejos em pensamentos e sentimentos.
Perfumes muito fortes pode produzir movimentos desejosos da carne.
Não se deve usar perfumes fortes para qu enão ofendam os outros. A
Bíblia tem algo a dizer contra usar perfumes caros e exóticos. Amós
6:6 nos adverte dizendo: ai daqueles que “...perfumam-se com óleos
preciosos...” e em Isaias 3:24 somos avisados: “...E então, em lugar
de perfume, haverá podridão”.
Se eu me encontrar em uma situação quando um perfume forte me
trouxer pensamentos de fornicação, lembre-se de Isaias dizendo que a
carne que você está desejando, vai apodrecer e cheirar mal.
O cheiro da comida também pode ofender, especialmente se você
está jejuando. Se você está jejuando e passa por uma lanchonete ou
pizzaria, o aroma pode ser muito perturbador. Bem “não inale!”
O santo bispo de Fayum, Anba Abraão se sentiu obrigado uma
vêz, pelo desejo de comer pomba recheada (um prato típico do Egito),
então ele disse ao seu servo para preparar o prato. Quando estava
pronto, ele disse ao servo para deixar como estava. Sempre que o
servo pergutava se ele queria, a resposta era “Deixe aí”. Após alguns
dias a carne apodreceu (Naquela época não havia geladeira), então ele
pediu ao servo que trouxesse à ele. Tinha um cheiro terrível. O santo
disse à ele mesmo, “Isto é o que seu coração deseja Abraão, vá em
frente e coma isso!”
O USO APROPRIADO DO OLFATO:
Se você sentir um aroma agradável, sempre entregue seu pensamento
à Maria que ungiu o Senhor com o doce aroma do bálsamo e como
“...a casa encheu-se do perfume do bálsamo”. (João 12:3)
35

O TATO:
O tato teve um papel importante no pecado original. Quando
Satanás estava disfarçado de serpente, foi até Eva para tentá-la.
Perguntou à ela sobre o mandamento de Deus quanto a árvore do
conhecimento do bem e do mal. Ela respondeu à serpente: Deus nos
disse, “...Vós não comereis dele, nem o tocareis para que não
morrais”.
Eva deve ter tocado o fruto proibido com curiosidade e deve ter
sentido que era tão bom e irresistível, que o apanhou da árvore.
Sabemos dolorosamente que o tato pode levar ao prazer, mas com
terríveis consequências tanto ao corpo como à mente. Por exemplo, se
sentado em um ônibus e meu corpo começa a ficar perto de uma
pessoas de outro sexo, mesmo que os corpos estejam separados por
camadas de roupa, de alguma forma, alguns sentimentos pecaminosos
começa a perturbar meu corpo e minha mente. Algumas vezes
lutamos contra, mas outras nós nos rendemos e até mesmo
procuramos tais situações. A pessoa com os sentidos treinados
evitaria tal situação a todo custo.
Me lembro de uma estória do livro Paraíso dos Padres sobre um
jovem Monge que recebeu a visita de sua mãe. Ele queria
acompanhá-la de volta até a saida da cidade e enquanto estava indo,
ele tinha que atravessar um riacho e como cortesia, ele carregou sua
mãe para atravessar. Mas antes disso, ele enrolou sua mãe em um
cobertor e sua mãe com surpresa disse: “Eu sou sua mãe!” e o Monge
respondeu: “Eu não tenho medo de tocar seu corpo mamãe, mas tocála
me fará lembrar que toquei outras mulheres nos tempos eu era
leviano.
São Judas nos incentiva a detestar até a roupa manchada pela
carne. (Judas 1:23) Todos sabemos que o local de algumas roupas nas
vitrines ou em catálogos, podem agitar sensações impuras nos nossos
corpos. Tocar esses tipos de roupas, pode também agitar sensações
impuras.
Tocar certas partes de nosso corpo pode produzir intensa
estimulação sensual que não é casta e impura, e sei que muitos jovens
de ambos os sexos tem um conflito muito grande com essas
sensações.
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No nosso meio social devemos ser muito cuidadosos com o
“tato”, nunca se utilize dele indiscriminadamente, especialmente com
pessoas do outro sexo. Jovens normalmente se abraçam e colocam os
braços sobre os ombros de jovens de outro sexo em nome da amizade.
Alguns jovens podem dizer: “Eu não vejo nada de errado”. Outros
ainda podem dizer: “Eu não sinto nada de impróprio”. Mas e a outra
pessoa? Se eu desperto nele ou nela sensações impróprias, vou ter que
responder por isso.
Eu posso fazer esses exercícios indo um passo mais adiante
evitando de se acostumar mal meu tato, evitando de tocar roupas
caras, não usar perfumes caros e cremes amaciante da pele. A ordem
é, moderação.
O tato também é um veículo através do qual sentimos sensações
ou dores desagradáveis. A pessoa com um bom treino do tato,
aprenderá como aceitar a dor, mesmo o benefício da dor relembrando
que o Senhor suportou a dor por mim. Teofan o Recluso dá alguns
exercícios neste sentido. Se sinto dor na minha mão, devo pensar nos
pregos que atravessaram as mãos do Senhor. Se minhas costas dói, eu
deverei meditar nas 39 chibatadas que o Senhor suportou em meu
nome. Se a dor for de lado, deverei lembrar da lança, e se minha
cabeça dói, na coroa de espinhos deveria estar meu pensamento.
37

CAPÍTULO QUATRO
A DISCIPLINA DA MEMÓRIA E DA IMAGINAÇÃO
Deus nos dotou com a habilidade de guardarmos as informações
em nossa memória e de reaver essas informações quando quisermos.
Deus nos de a memória para que lembrássemos de seus
Mandamentos:
“...recoedeis de todos os mandamentos do Senhor, e os
pratiqueis...”(Num 15”30-40) Através da memória, os discípulos
lembraram das palavras do Senhor Jesus quando estava com eles e
depois escreveram o Evangelho e as Epístolas. Os Evangelhos foram
gravados na memória dos que acreditaram, como tradição oral muito
antes de serem escritos.
Uma outra razão pela qual nos foi dada a memória, é para nos
lembrar de todas as coisas boas que o Senhor tem feito por nós,
“Moisés disse ao povo: Conservareis a memória deste dia, em que
saístes do Egito, da casa da servidão, porque foi pelo poder de sua
mão que o Senhor nos fez sair deste lugar...”
(Exod 13:3)
Imaginação, por outro lado, não foi uma doação de Deus. Teofan
o Recluso nos diz que criaturas racionais (anjos e humanos) foram
criados por Deus sem imaginação. Satanás caiu na desgraça quando
ele desenvolveu uma imaginação e imaginou que poderia ser igual à
Deus. Satanás introduziu a imaginação nas mentes de Adão e Eva,
quando disse à eles que se comessem do fruto proibido, poderiam se
tornar como Deus.
Satanás pode usar tanto a imaginação como a memória para nos
tentar a cair no pecado. Qualquer objeto que percebemos pelos nossos
sentidos, deixa uma impressão na nossa memória que pode ser
chamada de volta, para o bem ou para o mal.
Os pecados da memória e da imaginação, são mais perigosos do
que os pecados dos nossos sentidos pelas seguintes razões:
Os pecados gerados pelos nossos sentidos, são feitos por
encontrar um objeto que estimula os sentidos, ver alguém ou alguma
coisa, um som ou um aroma, etc...Isto significa que os pecados dos
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sentidos são gerados por objetos externos. Por outro lado, atraves da
memória, uma pessoa pode se lembrar imediatamente das mesmas
sensações que ele ou ela encontraram através dos sentidos, e habitam
nela mesmo em sua ausência.
A imaginação pode adicionar “efeitos especiais” em dar impulsos
à objetos guardados no memória, fazendo deles mais atraentes e mais
excitantes do que originariamente eles eram.
Nosso sono também é atacado; os pecados da memória e da
imaginação nos atacam através dos sonhos.
PECADOS DA MEMÓRIA: A lembranças de antigos males
Na Liturgia, nós rezamos para que Deus nos limpe “das lembranças
do mal que nos vincula com a morte”. Lembrar do mal significa tanto
lembrar do mal que eu fiz no passado, como algum mal feito por uma
outra pessoa contra mim.
Imoralidade Sexual:
A lembrança dos pecados cometidos no passado pode voltar a
assombrar mesmo após termos parado de comete-los. Alguns dos
grandes Santos do deserto sofreram por muitos anos disso. São
Moisés o Preto era atormentado por pensamentos sobre seu passado
pecador por muitos anos. Amma Sarah, que foi uma Freira
contemporânea de São Macarius o Grande, lutou contra esse tipo de
pensamento durante 14 anos, antes que o Senhor permitisse a
liberdade desses ataques.
Fotografias ou filmes sexualmente imorais que são vistos na TV
ou internet, são firmemente gravadas na memória e com frequência
vêem nos ofender violentamente.
Raiva:
Eu posso ter tido uma discussão ou briga com alguém, e mesmo que
tenhamos nos reconciliado, nos lembrando do que aconteceu no
passado, pode nos atiçar com pensamentos de raiva e vingança e isso
pode ser muito doloroso. O demônio pode fazer que as coisas se
pareçam muito piores do que realemnte são. Muitos casais vivem na
miséria por causa disso. Uma pequena discussão na manhã antes de ir
39

para o trabalho é geralmente usada muito efetivamente pelo demônio.
Durante o trabalho, o demônio faz com que o incidente da manhã seja
lembrado pelos dois. Sentimentos ardentes de raiva e indignação são
implantados nos pensamentos do casal, desta forma quanto voltam
para casa, aquela pequena discussão que tiveram de manhã se torna
uma grande briga que pode roubar por semanas a paz interior dos
dois. Como você pensa que os divorcios começam?
Algumas pessoas se lembram de coisas marcantes do passado e
trazem sempre de volta à memória quando uma discussão acontece.
Por exemplo, um casal pode estar casado por 10 anos e cada vêz que
eles tem uma discussão, a esposa lembra o marido de alguma coisa
que ele fêz no passado (ou não fêz) enquanto eles estavam em lua de
mel! O marido pode também fazer o mesmo e lembrar ela sobre
alguma coisa que a mãe dela disse quando eram noivos.
Julgamento:
Você pode ter testemunhado ou escutado alguma coisa que foi
feita por uma outra pessoa e você imediatamente julga aquela pessoa.
Você pode ter até estar arrependido e ter se confessado por ter
julgado a pessoa, mas o assunto não está terminado. Toda vêz que
você se encontra com a pessoa, você se lembra do que ele ou ela fêz,
então sua mente começa a julgar a pessoa de novo. É bem possível
que essa pessoa também tenha se arrependido e confessado sobre o
que quer que seja tenha feito, talvez tenha até esquecido do caso (
como deveríamos fazer quando nos arrependemos e nos confessamos)
e mesmo assim você continua cometendo o pecado de julgar ele ou
ela, pela lembrança do mal.
Vanglória:
Algumas vezes fazemos algo que nos parece bom. Por exemplo: Eu
posso ter ajudado a reconciliar duas pessoas, mas depois eu continuo
a lembrar das “palavras sábias” que eu disse à eles, e festejo e fico
contente em glória, dizendo à mim mesmo: “Eu não sou demais?”
Um professor da Escola Dominical pode ter dado graças pela aula que
deu. Essa graça é geralmente dada em nome das crianças e não por
causa do conhecimento do professor, mas ele começa a relembrar de
40

cada palavra que foi dita e o coração fica cheio de alto-gratificação,
como se as palavras ditas fossem vindas dele e não de Deus.
Deixe-me te dar um exercício para combater essa tentação. Assim
que essas lembranças vierem à sua mente, lembre-se que o Senhor
usou um jumento para repreender Balaão. (Num 22:21-43 e
2Pedro 2:14-15) Diga a você mesmo (a), “Eu não tenho mais direito à
gloria do que o jumento de Balaão!”
PECADOS DA IMAGINAÇÃO:
Imoralidade Sexual:
Suponha que eu trabalhe com um colega de outro sexo. A pessoa
é decente e nunca teve interesse por mim. Todavia em minha
imaginação, eu posso cometer todos os tipos de pecados de
imoralidade sexual com aquela pessoa inocente. A pessoa pode ser
modesta na maneira de vestir, mas na minha imaginação, eu a vejo
em qualquer roupa fútil que eu imaginar, ou mesmo imainá-la
despida, e cometo fornicação com aquela pessoa repetidas vezes.
Agora o inverso acontece, sempre que vejo tal pessoa eu começo a
lembrar do pecado imaginário que cometí com ela. Como você acha
que o assédio sexual começa?
Um outro pecado que cometemos através da imaginação, é
quando nos intrometemos na vida sexual de outra pessoa. Deixe-me
te dar um exemplo: Você está sentado em um restaurante ou em um
ônibus, e percebe que um homem já de idade e uma moça estão
sentados juntos conversando de uma forma amigável. Imediatamente,
em sua imaginação, você cria um cenário de pecado, imaginando que
o chefe é o chefe dela no trabalho, e ela é sua amante...a verdade é
que a moça está sentada conversando com o pai dela, e você não só
está caindo no pecado da fantasia sexual, mas também está julgando
eles.
Raiva:
Você tem um chefe no trabalho que é maldoso e sempre te
menospreza, ou um brigão na escola que sempre te incomoda. Na
realidade você não pode fazer nada à respeito, então você se vinga
41

daquela pessoa pela sua imaginação. Você se imagina chingando
aquela pessoa ou espancá-la. Você pode também imaginar vários
tipos de acidentes acontecendo com ela, como ter um acidente fatal
ou caindo de um prédio alto...e todas as vezes, esses sentimentos de
maldade gerando prazer enchem seu coração. O que você não percebe
é que está cometendo assassinato na sua imaginação.
Julgamento:
Se desaprovamos o que alguém está fazendo, quer esteja certo ou
errado, muitas vezes nos imaginamos dando um sermão à tal pessoa!
Estamos então fazendo um ardente sermão, repleto de versos da
Bíblia, censurando a pessoa pela sua maldade e lembrando-a do
julgamento de Deus contra queles que fazem tal maldade, e
veementemente falar para a pessoa que se arrependa! O que eu não
percebo é que estou cometendo o grave pecado de julgar os outros, e
do julgamento de Deus contra mim por estar pensando nisso, e isso
excede a qualquer julgamento que Deus tenha sobre aquela pessoa.
Eu estou dando um sermão pela minha imaginação.
Esses pensamentos podem ser tão arrogantes, que algumas vezes
eu me permito a dar sermão ao meu dirigente de grupo de oração
(diretor espiritual) ou aos meus pais ou mesmo ao meu confessor.
Vanglória:
Algumas vezes o demônio excita (provoca) em minha imaginação
visões da minha “honradez”(retidão). Eu posso me deliciar,
imaginando como um Padre famoso, salvando milhares de almas
pelas minhas “palavras de sabedoria” e pela minha “vida de retidão”.
Ou me imaginar como uma Freira ou Monge, excedendo (superando)
todos os meu colegas no asceticismo...(jejum, orações, etc.) Quando
eu tinha mais ou menos 12 anos, eu geralmente tinha fantasias de ser
um mártir! Eu me satisfazia em minha imaginária firmeza,
suportando todas as torturas diabólicas impostas sobre meu “sagrado”
ser!
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Devaneio:
Ninguém pode ficar livre dos devaneios, mas se entregar
excessivamente à devaneios é um pecado que a pessoa tem que
confessar. Devaneios são inúteis, eles gastam tempo valioso que
poderia ser usado em estudos, orações ou leitura da Bíblia. Muitos
estudantes se sentam para estudar, automaticamente abrem seus
livros, pegam as canetas, mas imediatamente se afundam em suas
fantasias enganadoras.
Um perigo muito real desses devaneios é que geralmente
começam como fantasias inocentes, mas acabam sempre como
fantasias sexuais. As garotas geralmente fantasiam com o seu
casamento! Elas imaginam o vestido, as madrinhas, a linda Igreja em
que o casamento vai ser celebrado, a suntuosa festa...mas, cedo ou
tarde esta aparentemente inocente fantasia, levará a fantasiar sobre a
noite do casamento.
O Amor do mundo:
O amor do mundo, é estar em inimizade com Deus. (Tiago 4:4)
São Tiago nos diz no mesmo verso que aquele que ama o mundo, é
inimigo de Deus. A respeito disso, nós geralmente caimos nesse
pecado nos imaginando viver em grandes palácios, ventir as roupas
de última moda ou dirigir um daqueles carros dos sonhos. Carros são
coisas importantes nas mentes dos jovens. Falam sobre eles, colocam
adesivos e posters em seus quartos e sonham sobre eles.
Eu estava dando uma carona à um grupo de jovens de nossa Igreja
após um dia de atividades, e todos eles falavam somente sobre carros!
Essa tentação foi uma das três tentações que o demônio tentou
Nosso Senhor, quando levou Cristo no alto da montanha e mostrou
em um instante todos os reinos do mundo e suas glórias, e disse à Ele:
“Dar-te-ei tudo isso se, prostrando-te diante de mim, me adorares.”
(Mateus 4:9) É claro, Jesus repreendeu-o, mas quantas vezes o
demônio nos tenta com o mesmo truque nos mostrando as coisas do
mundo que ele pode dar, somente se cairmos e adorá-lo. Todas as
vezes que aceitamos essas fantasias, estamos realemente dando
consentimento à ele.
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Fantasiar com a comida:
Isso é muito perigoso quando jejuamos! Faltam duas semanas
para terminar a Quaresma e você fantasia com um jantar magnífico
que você vai ter após a Missa da meia noite. Você quase pode sentir a
comida em sua boca e o aroma que exala. É tão real que você começa
a ter água na boca!
Mesmo quando você não está jejuando, de repente começa a
imaginar um delicioso cheeseburguer, um fabuloso sorvete ou
qualquer outra coisa que te dê água na boca. O que você não sabe, é
que está cometendo o pecado da gula na sua imaginação!
No velho testamento, esse pecado atacou os Israelitas após
eles terem deixado o Egito. Eles disseram à Moisés: “Lembramo-nos
dos peixes que comía-mos de graça no Egito, os pepinos, os melões,
os alhos bravos, as cebolas e os alhos. Agora nossa alma está seca.
Não há mais nada, e só vemos maná diante de nossos olhos”.
(Números 11:5-6) Deus enviou codornas ao povo mas puniu-os
severamente por sua gula. “Ainda a carne estava nos seus dentes, e
ainda não estava mastigada, quando a cólera do Senhor se inflamou
contra o povo e o Senhor feriu o povo com um grande flagelo.
O tratamento:
O primeiro passo é reconhecer esses pecados como eles realmente
são, e não pensar que eles são pensamentos ou fantasias inocentes que
não podem fazer mal. Como tal, você deve mencionar eles em sua
confissão. Como qualquer outro pecado que você luta contra, você
precisa rezar e pedir pela graça de Deus para ajudá-lo a superá1-lo.
44

CAPÍTULO CINCO
PECADOS DO ORGULHO
No Salmo 18:14, Davi reza dizendo: “Preservai, também, vosso
servo do orgulho; não domine ele sobre mim, então serei íntegro e
limpo de falta grave.”
Quais são esses pecados do orgulho? São os pecados ocultos,
escondidos. São pecados que são disfarçados exteriormente de
justiça, desta forma não são percebidos como pecados. Podem
também ser virtudes verdadeiras, que são praticadas de uma forma
que não agradam à Deus, ou não estão de acordo com a vontade de
Deus.
Algumas vezes esses pecados são chamados de “Pecados de
direito”, porque são pecados que estão mascarados de virtudes.
Exemplos dos pecados do orgulho:
1. Autoconfiança:
Você escuta um sermão e sente remorso em seu coração, um
desejo queima dentro de você para se corrigir e seguir pelo caminho
certo. Você começa com grande dedicação, você jejua, você reza
muito e lê a Bíblia. Você sente uma energia extraordinária te
movendo, e você errôneamente pensa que é a graça de Deus, mas que
tristeza, em poucos dias você você abandona tudo e volta a ser pior
que antes.
O problema é a autoconfiança. A solução é procurar seu confessor
e deixar ele te guiar. Ele poderá te dar um programa modesto de
leituras, orações e jejum.
2. Integridade excessiva:
Mesmo que você faça isso corretamente e vai ao seu confessor, o
demônio começa a te convencer que você deve fazer mais do que o
seu confessor te disse para fazer. O demônio começa a te dizer: “ O
Padre provavelmente não conhece o seu desenvolvimento espiritual!”
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ou “ O Padre está atrazando o seu progresso espiritual”. Então você
começa a esconder seus esforços ascéticos do Padre e só faz uma
confissão simples. Uma vêz que você faz isso, o demônio realmente
vai te ajudar em empenhar-se em seu ascetismo, fazendo que jejue
por muitas horas mais, ler a Bíblia excessivamente, rezar mais e mais.
Porque o demônio faria isso? A resposta é: Para fazer que o seu
esforço ascético seja o abjetivo, ao invés de ser uma forma para
atingir a perfeição. Você começa a sentir feliz com tantas horas que
consegue ficar em jejum e com a quantidade de orações que faz. A
Bíblia tem muito a dizer sobre isso.
“Não sejas justo excessivamente, nem sábio além da medida.
Porque te tornarias estúpido?” (Eclesiastes 7:16)
“Em virtude da graça que me foi dada, recomendo a todos e a
cada um: não façam de si próprios uma opinião maior do que
convém, mas um conceito razoavelmente modesto, de acordo com o
grau de fé que Deus lhes distribuiu”. (Romanos 12:3)
O demônio costumava ir até Santo Antonio depois que ele
terminava suas orações e começava a descansar, e dizia à ele:
“Antonio, acorde e reze!” Mas o sábio Santo Antonio costumava
responder: “Eu rezo quando eu quero e eu nunca vou te escutar.”
Temos que ser moderados em tudo. Essa moderação é chamada
pelos Padres do Deserto “O Caminho Real”, não desviar para a direita
( integridade excessiva) ou para a esquerda ( propensão para o
pecado).
3. Autopunição:
Algumas vezes, em nossa espiritualidade “faça-você-mesmo”, nos
punimos pelos pecados que cometemos. Então, se você comete certos
pecados, você aumenta seu jejum, aumenta as orações e pensa que
solucionou o problema. Em pouco tempo isso vai te levar à:
46

4. Autoabsolvição:
Por exemplo, você está viajando de avião e a comida é servida
mas você está jejuando, então você permite se perdoar e justificar à
você mesmo que pelo fato de você jejuar bastante, você tem o direito
de quebrar aquele jejum. O que você não percebe, é que o demônio
fêz com que você pense que tem a autoridade de punir-se ou perdoarse,
as quais pertencem ao Padre. Na verdade é o maligno que está
apertando e soltando você. Ele fez você perder seu conselheiro
espiritual e se tornou seu consultor espiritual! Novamente, a Bíblia
noz diz algo sobre isso: “Ninguém acende uma lâmpada e a põe em
lugar oculto ou debaixo da vasilha, mas sobre um candeeiro, para
iluminar os que entram.” (Lucas 11:33). Os Padres do Deserto nos
dizem que isto significa que, não esconda suas obras ascéticas do seu
orientador espiritual e não pratique o ascetismo escondido de seu
confessor.
5. As desilusões da integridade:
Se você continuar dessa forma, o demônio vai te convencer que
você está fazendo a coisa certa, que você está no camiho que leva à
vida eterna, que na verdade você está no caminho da perdição, em
perder sua salvação. De novo, a Bíblia nos adverte contra isso: “Vê,
pois, que a luz que está em ti não sejam trevas.” (Lucas 11:35) Em
Apocalípse 3:17, o Senhor repreende um dos Bispos das sete Igrejas
dizendo à ele: “Pois dizes: Sou rico, faço bons negócios, de nada
necessito – e não sabes que é infeliz, miserável, pobrre, cego e nu.”
As pessoas que atingem este estágio estão quase perdidas. Teofan
o Recluso nos diz que essas pessoas descobrem o seu estado somente
após morrerem. São dessas pessoas que que o Senhor diz: “Muitos
me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não pregamos nós em vosso
nome, e não foi em vosso nome que espulsamos os demônios e
fizemos muitos milagres? E, no entanto, eu lhes direi: nunca vos
conheci. Retirai-vos de mim, operários maus!” (Mateus 7:22-23)
47

6. Falsas revelações, visões, sonhos:
Para que possa the confirmar em sua ilusão, o demônio pode
algumas vezes fazer que você “saiba das coisas” antes que elas
aconteçam!, ou conhecer o pensamento das pessoas!
Como pode o demônio fazer isso? Muito fácil! Ele sabe que sua
avó que vive no Egito está morrendo, então ele coloca um
pensamento em sua mente. Você telefona para o Egito e eles te dizem
que de fato, ela está muito doente. Se você acreditar nisso, ele vai
continuar a te dizer coisas para te convencer que Deus está te
favorecendo com essas revelações, e te enche de pecados mortais de
orgulho e de integridade.
São João Clímaco nos diz que o demônio pode implantar um
pensamento na mente de alguém e revelá-lo à outra pessoa, para dar a
ilusão que ele pode ler a mente de alguém! Onde você pensa que
todos esses “médiuns” adquirem conhecimento? Vem do demônio.
Na verdade, a maioria dos “médiuns” são realmente pessoas
possuidas pelos demônios.
Três Monges estaval tendo “revelações” e estavam discutindo
entre eles se aquelas “revelações” vinham de Deus ou do demônio.
Eles decidiram ir perguntar à Santo Antonio o Grande sobre isso.
Enquanto estavam no caminho para ir ver Santo Antonio, o burrico
que ia junto deles, morreu. Eles retomaram a viagem e quando se
encontratam com Santo Antonio, ele disse: “Que pena que seu burrico
morreu!” Eles perguntaram: “Como você sabia a respeito do
burrico?” Ele contou à eles: “O demônio me disse!” E eles falaram:
“Você respondeu à nossas perguntas antes que perguntássemos:.
Algumas pessoas tem visões de santos ou anjos. A pessoa
tem que ser muito cuidadosa antes de aceitar isso, porque o demônio
pode imitar essas visões para arruinar sua vida espiritual. A história
dos Padres do Deserto são repletas de histórias de horror sobre
pessoas que aceitaram essas visões sem discernir se elas vinham de
Deus ou do demônio.
Uma dessas istórias é a istória de Heron, um Monge que ficou 50
anos no ascetísmo e foi levado à ruina por um anjo falso que
apareceu à ele por muito tempo. Ele parou de ir à Igreja e se recusava
a aceitar o conselho de outros Monges, que aconselhavam ele a contar
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ao superior do Mosteiro sobre o que estava acontecendo. No final, o
“anjo” o convenceu que ele iria ser levado com vida ao céu como
Elias. O pobre homem foi se despedir de seus colegas Monges, que
tentaram em vão convencê-lo que aquilo era o demônio, mas ele não
teria escutado. O “anjo” levou-o a uma montanha e o convenceu a
pular, e é claro, ele caiu para encontrar a morte. O superior do
Mosteiro não permitiu que os Salmos fossem cantados para ele, pois
foi considerado como quem comete suicídio.
Um outro “anjo” apareceu a um outro Monge durante três anos. A
cela que o Monge vivia estava brilhando com a luz do “anjo” assim
ele não precisava acender nenhuma vela! Após três anos, o “anjo”
deu à ele a visão do “Paraíso” mostrando a ele, os Judeus sendo
acolhidos por Abraão, enquanto os Cristãos estavam sendo torturados
na região dos mortos. Ele deixou o Cristianismo e se tornou Judeu.
Porém haviam Monges mais sábios. O “Gabriel” apareceu a um
Monge com uma mensagem de Deus! Disse à ele: “Você deve ter
vindo a cela errada, pois sou um pecador indígno de receber
revelações, mas o Monge da cela ao lado é um santo homem.”
“Gabriel desapareceu na fumaça!
A um outro Monge, o “Senhor” apareceu e disse para adorá-lo,
mas o Monge disse: “Eu não quero ver o Senhor na terra, eu quero
vê-lo no céu.” Novamente, o falso “Senhor” desapareceu na fumaça.
Estas coisas aconteceram com Monges séculos atrás, mas o
demônio continua usando as mesmas técnicas nos dias de hoje com
grande sucesso. Muitos anos atrás, eu percebí que um dos meus
servos parou de vir à Igreja e de receber a comunhão por muito
tempo, e eu decidí visitá-lo e perguntar qual era o motivo. Ele
simplesmente me disse: “O Papa me aparece todos os Domingos e me
dá a comunhão!”
Um outro servo que vivia fora da cidade, me disse que alguma
coisa estava perturbando sua consciência. Sendo que eu não conhecia
os detalhes da vida do servo e eu não era seu confessor, eu o
aconselhei a se confessar com o Padre de sua Paróquia. Na manhã
seguinte ele me telefonou e disse que o “Papa” visitou-o em sonho,
pedindo que se confessasse e que deu a absolvição. Ele me perguntou
se isso era o suficiente, mas eu disse à ele: “Eu ainda te sugiro
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firmemente que você vá se confessar com o Padre de sua Paróquia, e
conte à ele sobre seu sonho.”
Existem aparições verdadeiras, mas também existem as aparições
falsas, da mesma forma que existe dinheiro verdadeiro e dinheiro
falsificado. E o procedimento correto de lidar com revelações,
aparições e sonhos, é consultar o Padre de sua Paróquia.
Uma pessoa espiritual sempre irá se considerar indigna de receber
essas revelações. Sonhos estão totalmente sob o controle do demônio.
Deus falou através dos sonhos à algumas pessoas, mas estes podem
ser contados nos dedos e eles eram santos e profetas, não pecadores
como nós. Nós não deveríamos dar muita importância aos sonhos.
Santo Antonio disse uma vêz: “Aquele que acredita em sonhos é o
brinquedo dos demônios.”
7. Falsos talentos:
Em um estágio mais avançado, o demônio pode te dar realmente
“talentos espirituais” como o talento da cura, como pessoas que te
pedem para rezar por elas e em pouco tempo, os problemas são
resolvidos. O demônio pode causar uma dor de cabeça a uma certa
pessoa, e pode tirar a dor de cabeça quando você reza pela pessoa! Ou
causar um problema a alguém, e depois resolve o problema quando
você reza por aquela pessoa.
Um exemplo deste tipo de truque nos é dado na vida do Padre
Pacômio. Havia um outro Monge sendo treinado com ele sob a
orientação do superior Palaemon, que costumava insultar São
Pacômio dizendo que ele não se esforçava o suficiente. Como prova
disto, o Monge costumava andar sobre carvão em braza sem se
queimar! São Pacômio se sentia muito desanimado, pois não
conseguia fazer o mesmo. Um dia, o Monge disse à ele: “Hoje eu vou
me jogar na fornalha e não vou me queimar!” Ele se jogou na
fornalha, e foi consumido pelo fogo.
São Pacômio ficou muito chocado com isso e foi ao deserto e
começou a rezar, dizendo à Deus: “Isso é muito difícil para mim!”
Mas Deus enviou um anjo para consolar São Pacômio que disse: “Por
causa da sua humildade, Deus te dará dicernimento, assim o demônio
50

não poderá te enganar, e você será capaz de ajudar outros que se
tornaram seus discípulos.”
De onde você pensa que todos esses “Curadores” que aparecem
na TV recebem esses talentos? Vêm do demônio. A Bíblia nos diz
que o demônio pode causar doenças. Pessoas possessas curadas pelo
Senhor, geralmente eram cegas, surdas, epiléticas ou outras doenças
causadas pelos demônios. No livro de Jó, nos é dito que Satanás “...e
feriu Jó com uma lepra malígna, desde a planta dos pés até o alto da
cabeça.” Satanás pode causar temporáriamente uma cegueira em
alguém, então permitir ao “curador” de “curar” a pessoa. Porque?
Porque tanto o curador, quem foi curado e também os expectadores
são enganados por esses falsos “milagres.”
8. Falsa consolação e falsas lágrimas:
Algumas vêzes o demônio, para te certificar da sua ilusão, te dá
um falso calor em seu coração, mesmo falsas lágrimas que você
derrama quando reza. Isto é muito fácil. Basta ele dizer aos seus
demônios para não te perturbar ou tentar você, para que então você
seja enganado e pensar que está fazendo as coisas certas.
Aquí está um verdadeiro exemplo de como ele faz isso. Há muito
tempo atrás, conheci um jovem casal que viviam juntos no pecado.
Eles costumavam me dizer, “Padre, nós rezamos a Liturgia da Palavra
juntos e lemos a Bíblia juntos, como isso pode ser errado?”
Tem uma antiga música que a letra diz o seguinte: “Eu não posso
estar errado quando me parece tão certo!” Toda vêz que escuto essa
canção, eu penso comigo mesmo: “O próprio demônio deve ter
escrito essa letra.”
9. A paz antes da tempestade:
Este é um outro truque que o demônio usa para fazer emboscada
aos jovens, para que caiam no pecado. Funciona assim: Um rapaz
conhece uma garota e eles começam a se encontrar sem os pais
saberem. Eles tem receio de contar ao Padre, então eles ignoram essa
parte durante a confissão. “É só amizade”, o demônio sussurra no
ouvido deles. Eles passam horas juntos sem terem nenhum desejo
inadequado. Eles não se beijam e nem se tocam ( porque o malígno
51

disse aos demônios para não atacarem eles.) Eles caem na armadilha
da segurança falsa. Eles popdem estar sózinhos em uma sala, mesmo
sentados no sofá sem fazerem nada de impuro (de novo, este é um
caso escrito pelo demônio). Um determinado dia, eles estão sentados
no mesmo sofá como costumam fazer por muitos meses, e
repentinamente, os demônios atacam de todas as direções.
Sentimentos de desejos rapidamente envolvem eles. Totalmente
despreparados, eles caem no pecado.
10. A guerra dos opostos:
Este é um outro truque do demônio pelo qual ele tenta nos deixar
exaustos espiritualmente, e nos tornar uma presa fácil. Ele planta dois
pensamentos opostos em nossa mente. Ambos pensamentos são bons,
mas eles se alternam em sua mente sem parar. Cada um deles tem
suas razões, e são fundamentados por apropriados versos da Bíblia.
Você continua com os pensamentos dia após dia, tentando descobrir
qual deles é de Deus e qual não é. A verdade é que ambos são do
demônio. Ele faz isso para te estressar e prender a sua mente em
preocupações inúteis, de forma que você fique enfraquecido e se
torne uma presa fácil para ser atacada. A solução mais fácil para este
dilema, é conversar com o seu confessor.
11. A guerra do progresso espiritual:
O demônio pode te tornar super ancioso sobre seu progresso
espiritual. “Você não está tendo nenhum progresso, mude para outro
confessor”, ele cochicha em seu ouvido. O que não sabemos, é que
Deus nos esconde os frutos de nossa discórdia, mesmo até o último
dia de nossas vidas. Ele faz isso por amor à nós, pois se soubermos do
resultado, iríamos imediatamente atribuí-los à nossa própria piedade e
não à Graça, perdendo assim, tudo o que ganhamos de nossa
discórdia ao orgulho e auto-integridade.
Quando o Senhor conduziu Israel à terra prometida, Ele disse:
“Ele expulsará pouco a pouco essas nações diante de ti; tu não as
destruirás de uma só vez, para que não se multipliquem as feras ao
redor de ti”. (Deut 7:22) Os Padres do Deserto nos explicam isso,
dizendo que essas “nações” simbolizam os nossos pecados. O Senhor
52

não quer destruir nossos pecados rapidamente, para que as bestas do
orgulho e auto-integridade não cresçam em nós e não nos devorem.
O Senhor
nos deu também uma parábola para que não esperar ver os resultados
da nossa luta, e Ele disse: “O reino de Deus é como um homem que
lança a semente à terra. Dorme, levanta-se, de noite e de dia, e a
semente brota e cresce, sem ele o perceber”. (Marcos 4:26-27) Se
você tem uma planta em casa, ela vai crescer todos os dias, mas se
você ficar olhando para ver se ela cresce, você pode ver isso?
Assim é com a nossa vida espiritual, não espere ver os resutados
porque Deus esconde os resultados de nós para o nosso próprio bem.
12. Pecados secundários:
Os Padres do Deserto dizem que cada demônio que sai para lutar
contra o fiel, tem dois “demônios assistentes”, um na sua direita e
outra na sua esquerda. O do lado direiro é chamado de demônio do
orgulho, e o do lado esquerdo é chamado de demônio do desespero.
Se o demônio principal for bem sucedido em te tentar a cair em
pecado, o demônio do desespero assume a situação. Ele começa a te
sensurar cruelmente para que você se desespere pela sua salvação.
Você pode pensar que isso é a sua consciência, ou Deus te sensurando
por causa das seus repetidos fracassos, mas você está enganado. Os
Padres do Deserto nos dizem que quando Deus sensura, Ele sensura
gentilmente e com amor, nunca cruelmente.
Se você resiste a tentação, o demônio do orgulho começa a
colocar pensamentos de auto-integrigade em você dizendo: “Você
realmente se tornou experiente em lutar contra esse pecado!” ou
alguma coisa parecida com isso, para que você perca a vitória que
acabou de conseguir pela graça de Deus.
O demônio do desespero algumas vezes implanta pensamentos de
blasfêmia em nossas mentes, ou pensamentos de fornicação enquanto
estamos na fila para receber a comunhão. Então ele nos sensura
duramente tentando fazer nos desesperar pela salvação. Um Monge
foi falar com seu superior porque estava muito aflito, devido aos seus
pensamentos de blasfêmia que atacavam ele constantemente.
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O superior disse ao Monge para ignorar tais pensamentos e a dizer:
“Esses são seus pensamentos não são meus, e que essa blasfêmia
volte para você”.
O tratamento para esses truques é estar ciente sobre eles, expô-los
e lutar contra eles. Vá até seu confessor e revele à ele seus
pensamentos. Os Padres do Deserto nos dizem que assim que você
revelar os pensamentos ao seu confessor, eles vão desaparecer.
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CAPÍTULO SEIS
EM BUSCA DAS VIRTUDES
Virtudes são os frutos necessários que cada um de nós precisa
gerar na sua jornada espiritual para a perfeição Cristã. “...toda árvore
que não produzir bons frutos será cortada e lançada ao fogo. (Mateus
3:10). Isso é o que o Senhor nos diz sobre a importância desses frutos.
Entretanto, antes de seguirmos em frente, vamos escutar o que o
Senhor nos diz adiante: “Permanecei em mim e eu permanecerei em
vós. O ramo não pode dar fruto por sí mesmo, se não permanecer na
videira. Assim também vós: não podeis tampouco dar fruto, se não
permanecerdes em mim. Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem
permanecer em mim e eu nele, este dá muito fruto; porque sem mim
nada podeis fazer.” (Jõao 15:4-5)
Assim, a primeira regra para gerar frutos é esta, “sem mim nada
podeis fazer”. Ninguém pode produzir frutos, somente por esforço
próprio. É Deus quem nos faz produtivo.
Deus é como o fazendeiro que possue as terras e Quem contrata o
servo para cuidar da terra. A terra e as sementes pertencem à Deus, e
até o fertilizante pertence à Deus. Deus envia a chuva e o sol que são
necessários para o cultivo. Mas o servo que foi contratado tem que
lavrar a terra, colocar as sementes, arrancar as ervas daninhas e
colocar fertilizante, então fazer a colheita do seu trabalho. Mas,
apesar do seu trabalho, o servo contratado não tem mérito no que ele
faz e assim somos nós, como o Senhor nos diz: “Assim também vós,
depois de terdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: Somos
servos como quaisquer outros; fizemos o que devíamos fazer.” (Lucas
17:10)
As virtudes não acontecem por acaso. Cada um tem que treinar
por elas de forma apropriada. As virtudes são comparadas com uma
escada de muitos degraus que liga a terra ao céu. Algumas das
virtudes estão na parte baixa da escada, outras lá em cima. Os Padres
do Deserto dizem que não podemos “pular” mas devemos subir a
escada das virtudes de uma maneira ordenada.
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Na base da escada existem duas virtudes básicas, a obediência e a
paciência. No topo da escada estão as virtudes superiores, a
humildade e o amor. Amor é considerado a mais alta das virtudes.
Geralmente é chamado de “a virtude envolvente”. Aquele que tem
amor, terá todas as outras virtudes também.
No caminho do treinamento para as virtudes, somos aconselhados
a buscá-las uma de cada vêz. Uma vêz que tivermos terminado nosso
treinamento de uma, devemos passar para o degrau seguinte.
As virtudes são cumulativas. O treino em uma virtude, torna mais
fácil para adquirir a virtude seguinte. Por exemplo, se você está se
treinando na obediência e na paciência, a mansidão estará ao seu
alcance. E uma vêz que você tiver conseguido a mansidão, você
estará à porta da humildade, e assim por diante.
Para treinar é preciso ter um treinador ou orientador. Ningém
pode ser um atleta sem um treinador.
O seu treinador é o seu confessor. Ele deveria ser o responsável pelo
seu programa de treinamento. Se você leu e compreendeu o capítulo
anterior, então você descobriu os perigos de tentar fazer isso sozinho.
Obediência e paciência são considerados pré-requisitos para todas
as outras virtudes. Você não pode gerar frutos em qualquer outra
virtude, se não tiver atingido primeiro essas virtudes básicas. As
razões que são dadas para isso é que, se você não for obediente, você
não irá seguir as instruções dadas pelo treinador! Obviamente, não
haverá progresso. Da mesma forma, sem paciência você não será
capaz de perseverar até que você produza frutos.
Na parábola do semeador, Nosso Senhor nos diz: “A que caiu na
terra boa são os que ouvem a palavra com o coração reto e bom,
retêm-na e dão fruto pela perseverança.” (Lucas 8:15)
No restante deste capítulo, iremos considerar algumas “técnicas”
práticas no treinamento da obediência e paciência.
OBEDIÊNCIA:
Obediência é sujeitar a sua vontade à vontade de uma outra
pessoa. Os Padres do Deserto sofreram bastante para treinar seus
novos discípulos nesta tão importante virtude básica. Conhecemos
São João Colobos (o baixo), que recebeu instrução de seu mestre para
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pegar um graveto, colocar na terra e regar todos os dias! Um outro
mestre, disse ao noviço para ficar na porta do Mosteiro e fazer
reverência inclinando a cabeça à todas as pessoas que passassem pela
porta, pedindo à eles, “Por favor rezem por mim que sou um
leproso!” Isso pode ser ridículo para você e para mim, mas isto
mostra como os Padres do Deserto levavam a sério o treino para as
virtudes. E antes de julgar as “técnicas” deles, por favor olhe para os
resultados ou frutos. Após anos regando arduamente o graveto, o
mesmo começou a dar brotos e gerou frutos, e o “mestre” deu os
frutos aos outros Monges e disse: “Venham comer os frutos da
obediência”.
Para ser verdadeiramente obediente, você não tem que concordar
com a ordem que recebeu. E quanto mais objeção você tiver pela
ordem recebida, muito maior será sua recompensa pela sua
obediência. Quando Deus pediu para Abraão para oferecer seu filho
Isaac em sacrifício, Abraão nunca parou por um momento para
perguntar se aquele pedido era “razoável”. Ele simplesmente o fêz. É
claro que Deus nunca teve a intenção que Abraão assassinasse seu
filho. Deus deu à Abraão essa aparente ordem “injusta” para testar a
obediência dele, e foi generosamente recompensado pela sua
obediência.
Da mesma forma, você não ganha pontos pelas coisas que você
gosta ou com que concorda. Você ganha pontos quando pratica a
obediência nas coisas que você discorda ou não gosta. Por exemplo,
se seu pai te diz: “Vai se trocar porque você vai jantar no seu
restaurante favorito” e você responde “Sim senhor!” Não acho que
você vai ser recompensado por Deus por este tipo de obediência! Mas
se teu pai te pede para ajudá-lo a cortar a grama ou recolher o lixo, ou
se sua mãe te pede para lavar os pratos e você diz: “Sim senhor” ou
“Sim senhora”, ai é quando você vai receber a recompensa.
Um aspecto importante da obediência é que deveria ser “no
Senhor”. “Filhos, obedeceis a vossos pais segundo o Senhor; porque
isto é justo”. (Efésios 6:1) O pedido tem que ser de acordo com os
ensinamentos da Bíblia porque: “...Importa obedecer antes a Deus do
que aos homens”.
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O TREINAMENTO PARA OBEDIÊNCIA:
Após ter consultado seu confessor, e sinceramente ter rezado à Deus
para que te inicie e que te mantenha empenhado, você pode então
começar a trabalhar no seu treinamento. Comece cedo pela manhã,
revendo todas as chances que Deus te dá para praticar essa virtude
maravilhosa. Comece com determinação em ser obediente aos seus
pais, seus professores, seu marido ou esposa durante todo o dia. Diga
à você mesmo: “Eu não estou fazendo isso por eles, mas em nome de
Deus”. Uma vêz que você tomou essa resolução, faça isso sem
hesitação. Isso pode ser difícil no começo, especialmente se seus pais
te pedirem ajuda para fazer algum serviço durante sua novela
favorita! Se esforce para fazer isso em nome de que seus esforços
sejam bem sucedidos, para implantar essa maravilhosa virtude em sua
alma.
Se você detestar sua missão, tente se distrair dizendo à você
mesmo: “Meus pais pensam que estou sendo obediente à eles. Eles
não sabem que estou fazendo isso para meu próprio bem!” E se a
tarefa é muito repreensível, se console dizendo: “Estou fazendo isso
para receber uma recompensa de Deus e não de meus pais (ou esposo
ou esposa).
Não pergunte à sí mesmo se a tarefa é ou não razoável,
simplesmente faça-a para coseguir a virtude da obediência. De fato,
quanto mais sem sentido for a tarefa, mais rápido você vai conseguir
a virtude. Este é um exemplo clássico é dado no livro “O caminho
dos ascetas”: Sua esposa te diz, “Leve o guarda chuva porque vai
chover hoje”. Você olha lá fora, tem sol e nem sequer uma nuvem no
céu, então você pensa: “Hoje não via chover de jeito nenhum!” Bem,
talvez você esteja certo, mas esta é uma oportunidade de praticar a
obediência, em nome da obediência. E se as pessoas te olharem,
estranhando que você está carregando um guarda chuva em um dia
como esses, sorria e diga para você mesmo: “Eles não tem nenhuma
idéia para que estou fazendo isso!”
Ser obediente é estar pronto para fazer o que te mandaram fazer.
As duas respostas clássicas que os jovens dão quando alguém pede
para fazerem alguma coisa são: “Tenho que fazer isso?” e “Em um
minuto!” É claro que um minuto, demora uma eternidade. Se você
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quiser levar a sério o seu treinamento na virtude da obediência, você
tem que se esforçar a estar sempre pronto.
Uma história que ilustra isso, é a história de um Monge chamado
“Marcos, o Calígrafo” que vivia em um Mosteiro com outros
Monges. Os Monges reclamaram com o Bispo que o superior do
Mosteiro gostava mais de Marcos do que dos outros! O Bispo foi
investigar e perguntou ao superior sobre isso, e ele disse: “Venha e
lhe mostrarei”. O superior ia pelo corredor batendo nas portas dos
Monges e cada um deles dizia, “Estou indo” e só abriam a porta
minutos depois. Quando bateu na porta de Marcos, a porta foi aberta
imediatamente e o superior entrou com o Bispo e o levou até onde
Marcos estava sentado trabalhando. Havia um manuscrito que Marcos
estava decodificando, e a última letra estava escrita pela metade.
Marcos escutou baterem na porta e não terminou de escrever a
palavra que estava decidificando, pois foi abrir a porta. Quando o
Bispo viu isso, disse: “Não só eu entendo porque você o ama, mas
agora eu amo ele também!”
Por quanto tempo eu devo fazer isso? Se você for sincero em
fazer esses exercícios da forma que está descrita, provavelmente não
vai levar mais que duas semanas para enraizar em sua alma esta
maravilhosa virtude. Será difícil no começo, mas depois você fará
tudo sem esforço nenhum. A obediência se tornará parte da sua
natureza!
PACIÊNCIA:
A importância da paciência nos é dada pelo próprio Senhor.
Falando da Grande Tribulação que virá antes de Sua segunda vinda, o
Senhor nos diz: “Sereis odiados de todos por causa de meu nome,
mas aquele que perseverar até o fim será salvo” (Mateus 10:22) e de
novo “É pela vossa constância que alcançareis a vossa salvação”
(Lucas 21:19).
Falando desses últimos dias que precede a Sua segunda vinda, o
Senhor nos diz: “...Mas quando vier o Filho do homem, acaso achará
fé sobre a terra?” (Lucas 18:8) e novamente, “E, ante o progresso
crescente da iniquidade, a caridade de muitos se esfriará” (Mateus
24:12). Isso significa que a fé e o amor serão enfraquecidos naqueles
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dias perigosos, mas “aquele que suportar (ser paciente) será salvo”. E
pela paciência pode-se possuir (ou preservar) a alma. A paciência
pode ser a virtude que salvará alguém naqueles últimos dias.
No livro do Apocalipse, que nos fala dos últimos dias, de novo
enfatiza a importância da paciência em superar as dificuldades dos
últimos dias. “Eis o momento para apelar para a paciência dos Santos,
dos fiéis, aos mandamentos de Deus e a fé em Jesus.” (Apoc 14:12).
Mas a paciência não é só importante para nossa sobrevivência
naqueles dias, ela é importante para a nossa sobrevivência espiritual
de hoje. “Pois vos é necessária a perseverança para fazerdes a
vontade de Deus e alcançardes os bens prometidos”. (Hebreus 10:36).
Mesmo após fazer a vontade de Deus, nós ainda precisamos da
paciência para que possamos receber as promessas de Deus. “Tende,
pois, paciência, meus irmãos, até a vinda do Senhor. Vede o lavrador:
ele aguarda o precioso fruto da terra e tem paciência até receber a
chuva do outono e da primavera” (Tiago 5:7). Paciência é o que nos
mantém caminhando, com esforço à caminho da perfeição, na
esperança pelo “fruto precioso”. Novamente, “...Corramos com
perseverança ao combate proposto...” assim nos diz São Paulo
(Hebreus 12:1).
O TREINAMENTO PARA A PACIÊNCIA:
Assim como qualquer outra virtude, peça orientação ao se
confessor. Reze então à Deus para te guiar, usando muitas ocasiões
que que Ele te concede todos os dias, para que você possa praticar a
paciência. Entretanto, não imite aquela pessoa que rezou à Deus
dizendo: “Deus por favor, me dê paciência, e eu quero agora”.
Deus, em Seu amor para conosco, nos dá muitas chances de
praticar e de adquirir esta importante virtude da paciência.
Infelizmente, porque não estamos “sintonizados” propriamente com
Deus, nós falhamos em perceber essas oportunidades e na maioria das
vezes nós perdemos a oportunidade de tirar proveito delas.
Por exemplo, você já está há dois meses sem trabalho. Você já
enviou centenas de Curriculos, você tem rezado fervorosamente, mas
nenhuma resposta sequer. Você começa a culpar Deus e diz: “Porque
Deus está fazendo isso comigo?” A resposta é esta, Deus está te
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dando ua oportunidade de ouro para praticar a paciência. Seria uma
coisa muito fácil para Deus te dar um emprego imediatamente, mas
um rápido emprego não te levará ao Reino dos Céus, mas a paciência
sim. Então, Deus te dá a chance de praticar e conquistar a paciência, e
o quanto antes você conseguir, mais cedo Ele vai te dar um emprego!
Acontece frequentemente que estamos absorvidos nos problemas
tentando descobrir porquê Deus está fazendo isso, ou tentando
resolver da nossa maneira sem perceber que Deus na Sua
misericórdia está nos enviando esse problema. São Paulo nos diz em
Romanos 8:28, “...sabemos que todas as coisas concorrem para o bem
daqueles que amam a Deus...” Isto significa que todas as coisas que
acontecem conosco são para o nosso próprio bem, se amamos Deus.
A pessoa sábia, assim que alguma coisa acontece com ela e não
entende o porquê, deve perguntar a sí mesma, qual é a mensagem que
Deus está me mandando? Qual virtude Deus quer que eu pratique
agora?
São Paulo nos diz em Hebreus 12:11, “É verdade que toda
correção parece, de momento, antes motivo de pesar de que alegria.
Mais tarde, porém, granjeia aos que por ela se exercitaram o melhor
fruto de justiça e de paz”. Isso quer dizer que, mesmo que
inicialmente o problema não seja algo que nos traga alegria, mas se o
usarmos como um exercício em paciência, os frutos nos darão alegria
e paz.
“Meus filhos estão me deixando louca!” foi o que uma mãe me
disse, e eu disse à ela, “Você tem sorte! Seus filhos são uma escola de
virtude a qual vai te guiar para a vida eterna, você deveria agradecer a
Deus por eles!”
A Bíblia nos diz muitas e muitas vezes que os “problemas” são
bons para nós porque eles nos ensinam a paciência. “Sabendo que a
prova da vossa fé produz a paciência. Mas é preciso que a paciência
efetue a sua obra, a fim de serdes perfeitos e íntegros, sem fraqueza
alguma” (Tiago 1:3-4). Quer dizer, o sofrimento e a tribulação geram
a paciência em nós, mas somos advertidos que esse “trabalho de
paciência” tem que ser perfeito (é nescessário praticar) antes de
alcançarmos nosso objetivo da perfeição Cristã.
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São Paulo nos diz a mesma coisa em Romanos 5:3-4, “...sabemos
que a tribulação produz a paciência...”.
Uma vez que aceitamos que todas as dificuldades que são
colocadas em nossos caminhos são para o nosso próprio bem, e que
através delas podemos nos exercitar e sermos experientes na
paciência, não teremos problema em obter esta virtude salvadora.
Tendo reconhecido o “problema” como uma oportunidade para
praticar a paciência, eu tenho que preparar minha mente para usar
essa oportunidade no seu completo potencial, ou “deixe a paciência
fazer o seu trabalho perfeito” nos diz São Tiago.
Se já se passaram dois meses sem uma entrevista, eu deveria
decidir colocar em minha mente, “Mesmo que leve dois anos sem eu
conseguir emprego, mas para que eu adquira a perfeita paciência, eu
vou suportar isso”. Conforme-se dizendo: “Deus me ama, e por isso
Ele quer me dar o incorruptível ao invés do corruptível, o celeste ao
invés do terreno e o eterno ao invés do temporário”.
Fortaleça-se dizendo “O quanto antes eu decidir em ‘aguentar até
o fim’ mais cedo Deus vai resolver o problema para mim”.
Um dos Santos disse certa vêz, “Você não pode descrever a
alguém o gosto do mel, ele mesmo tem que provar”. Isso quer dizer
que, você tem que tentar você mesmo. Você tem que se exercitar
nessa virtude cheio de fé antes de sentir os doces resultados do seu
exercício. E os resultados valem a pena, pois irão resistir com você.
Uma vêz que você tiver completado esse exercício com sucesso, a
experiência permanecerá com você até o fim da sua vida. Você irá
sempre voltar à mesma decisão que inicialmente tomou e se lembrar
dos doces frutos daquela decisão; Deus após ter te dado a graça da
paciência através da tribulação, retira a tribulação e te dá mais do que
você esperava ou do que tenha pedido.
Você agora tem o alicerce da paciência e está pronto para seguir
para o próximo degrau da escada que te leva à perfeição Cristã.
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CAPÍTULO SETE
MANSIDÃO
Mansidão é um “fruto do Espirito” (Gálatas 5:22-23). O próprio
Senhor nos exorta à mansidão dizendo: “Tomai meu jugo sobre vós e
recebeis minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e
achareis o repouso para vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu
peso é leve”. (Mateus 11:29-30)
Como podemos imitar a mansidão do Senhor? Vamos ver o que a
Bíblia nos diz a respeito de Sua conduta, “Ele não grita, nunca eleva a
voz, não clama nas ruas. Não quebrará o caniço rachado, não
extinguirá a mecha que ainda fumega” (Isaias 42:2-3). Assim é como
Isaias o grande profeta descreve o Senhor profeticamente. A figura
que temos aquí, é de alguém quieto, fala com voz baixa e é pacífico
em tratar os outros. Em outras palavras, alguém que tem a raiva
dominada.
São Paulo nos exorta em Romanos 12:18, “Se for possível,
quando depender de vós, vivei em paz com todos os homens”.
Hoje em dia a raiva é um problema muito sério nas pessoas de
todas as idades. Temos raiva nas estradas, raiva nos vôos e raiva sem
nenhum motivo. Filmes e TV, jogos no coputador e até desenhos
animados condicionam a raiva nas pessoas que assistem. Não é para
menos que cursos de “Gerenciamento de Raiva” se tornaram um
grande negócio.
NÍVEIS DE MANSIDÃO:
Os Padres do Deserto nos dão os níveis de mansidão. Eles
correspondem aos níveis de fertilidadade que o Senhor falou na
parábola do semeador, “Outras, emfim, cairam em terra boa: deram
frutos, cem por um, sessenta por um, trinta por um”. (Mateus 13:8)
O primeiro grau é não pagar o mal com o mal. São Paulo nos
aconselha em Romanos 12:17, “Não pagueis a ninguém o mal com o
mal”. São Pedro nos diz a mesma coisa, “Não pagueis mal com mal,
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nem injúria com injúria. Ao contrário, abençoai, pois para isto fostes
chamados, para que sejais herdeiros da benção”. (1 Pedro3:9)
Nosso Senhor foi um perfeito exemplo disso, “Ele ultrajado, não
retribuia com idêntico ultraje; ele, maltratado, não proferia ameaças,
mas entregava-se àquele que julga com justiça”. (1 Pedro 2:23)
O segundo grau é aceitar o insulto sem perder sua paz interior.
Algumas pessoas se contém em pagar o mal com o mal, mas por
dentro estão fervendo de raiva. Estão cheios de pensamentos de raiva
e com desejo de vingança. Estas pessoas pararam no começo do
segundo degrau da mansidão. Temos exemplos dos Padres do Deserto
para ilustrar que este segundo nível da mansidão é possível.
São João Colobos foi muito famoso e muitas pessoas iam até ele
para escutá-lo. Um outro Monge estava com inveja da fama dele,
então disse á ele, na frente de todas as pessoas que tinham ido escutálo:
“João, você é como uma pervertida exibindo seu corpo nas frente
de seus amantes.” João respondeu à ele: “Irmão, você vê meu exterior
e diz essas coisas, o que você diria se conhecesse meu interior?” As
pessoas que estavam ao redor perguntaram se ele tinha ficado agitado
internamente por causa do insulto, e ele respondeu: “O que João sente
no exterior é o que ele sente no interior.”
Alguns Monges da Siria ouviram sobre a fama dos Monges
Egipcios, e foram à um Mosteiro Egipcio para verem como os
Monges se comportavam. Era costume dos Monges Egipcios,
comerem mais cedo se eles estavam com visitas, para que não
forçasses seus acetismos nas outras pessoas. Assim, quando a mesa
estava posta para as visitas da Siria, eles pensavam entre sí: “Esses
Monges Egipcios são frouxos, nós perceveramos sem comida até o
final do dia, e aquí eles comem na nona hora!” O superior,
percebendo o pensamentos deles, decidiu dar uma lição neles. Havia
um Monge idoso que ia ao redor da mesa distribuindo pão aos irmãos,
assim, qunado ele chegou ao superior para oferecer o pão, o superior
deu um soco bem forte no rosto dele. O Monge idoso continuou a
oferecer o pão com a mesma expressão no seu rosto, do que tinha
antes de ser agredido. Os Monges Sirios se prostaram diante do
superior dizendo: “Nos perdoe mestre, pois podemos perseverar sem
64

comida por mais tempo, mas não podemos controlar nossas paixões
da forma que vocês controlam.”
O terceiro grau, é a pessoa que é insultada e se sente angustiada
por te causado à outra pessoa que cometesse pecado.
O TREINO PARA A MANSIDÃO:
Novamente, recebendo permissão de seu confessor, volte às suas
orações. Peça ao Senhor para te ensinar como obter a mansidão igual
à dele. Diga à ele, “Senhor, vós dissestes, aprenda de mim pois eu sou
manso, ensina-me esta mansidão para que eu possa encontrar paz em
minha alma.”
O próximo passo é você raciocinar desta forma. Paz é um
presentedo Senhor para mim, por isso Ele nos disse: “Deixo-vos a
paz, dou-vos a minha paz.” (João 14:27) Toda vêz que você fica com
raiva, você perde sua paz, a preciosa graça que Cristo deu
pessoalmente para você. É como pegar essa graça de Cristo e jogá-la
fora. Imagine se algum Bispo te der um presente, você jogaria o
presente na rua? Se a resposta é não, quanto mais importante é a
graça de Cristo, que você realmente jogou fora cada vêz que fica com
raiva?
Uma vêz que você tiver realmente se conscientizado disso, faça o
seguinte exercício sugerido por Teofan o Recluso: Após você ter feito
suas orações da manhã, reveja em sua mente todas as situações que
podem surgir e que possam levar você a perder sua paz. Imagine as
piores situações e então se pergunte, mesmo que isso aconteça, vale a
pena jogar fora a preciosa graça do Senhor? Se você tiver feito
corretamente o passo anterior, sua resposta ser um enfático NÃO!
Decida então que você não vai permitir que qualquer das coisas que
você imaginou, mesmo que elas aconteçam, não vão perturbar a sua
paz.
Meu amigo, deixe-me te dizer uma coisa: isto funciona! Anos
atrás eu li sobre este exercício em um livro chamado “”A guerra
invisível” e decidí tentar. Os resultados foram além das minhas
expectativas. Eu recomendo esses exercícios a várias pessoas e
aquelas que levam a sério, ficam maravilhadas com os resultados.
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Uma mãe de quatro filhos que fêz seriamente os exercícios e os
seguiu religiosamente, contou-me que seus filhos perguntaram:
“Mamãe você está doente ou coisa parecida?” Ela não está doente, ela
está somente desfrutando a graça da paz que Cristo dá à cada um de
nós e que infelizmente, nós jogamos fora tão facilmente.
Mas a arma final a ser confirmada neste estado de paz interior, só
pode ser alcançada se você cumprir o próximo passo: “...orai pelos
que vos maltrataram e perseguem” ( Mateus 5:44) Nada confirma a
paz de Cristo em seu coração como rezar pela pessoa que te odeia e
que te feriu. De novo te digo, acredite a minha palavra, isto funciona.
E se você fizer isso com zêlo, você será capaz de alcançar o estado de
“amar seus inimigos” como o Senhor nos manda fazer na mesmo
versículo de Mateus 5:44.
As pessoas que seguem este conselho seriamente, têm sido
recompensadas por uma paz duradoura que ninguém pode tirar dela.
Muitos anos atraz, conhecí um jovem no Egito que tinha uma alta
posição em uma grande empresa. Ele era um Copta. Sendo um
Cristão no Egito as vezes pode ser arriscado para você, especialmente
se você tem uma posição desejada por outros.
Esse jovem que trabalhava em uma remota área do Egito, tinha
um chefe (vice-presidente da companhia) que era muito fanático. Ele
teve como objetivo despedir o jovem Cristão para para substituí-lo
por alguém de outra religião. Por anos ele conspirou de acusar o
jovem de um crime ou outro e muitas vezes a Polícia foi investigá-lo
por acusações anônimas. Uma vêz o chefe de Polícia ( que não era
Cristão) disse à ele: : Alguém por aquí quer realmente te prejudicar”.
Quando as tentativas de colocar o jovem na cadeia, o chefe dele
conspirou em matá-lo! O jovem Copta escutou em segredo do
simpático chefe de Polícia que alguém tinha pago um bom dinheiro
para matá-lo, e que ele deveria tomar muito cuidado e não sair após
anoitecer.
Passando por essa provação, o jovem rezava e lia a Bíblia. Todas
as vezes que abria a Bíblia, lá estava Mateus 5:44. Ele sempre
perguntava ao Senhor: “Senhor, realmente o Senhor espera que eu
reze por esse homem que tornou minha vida miserável e agora quer
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me matar?” Muitas e muitas vezes a resposta em seu coração era um
enfático sim.
Depois de se debater com a idéia, ele decidiu seguir cegamente o
que a Bíblia diz. Assim, ele começou a rezar por seu chefe. No início
ele rezava somente com seu lábios, não com seu coração. Mas como
ele perseverou nesse exercício alguma coisa maravilhosa começou a
acontecer. Ele se deparou consigo mesmo rezando verdadeiramente
por aquela pessoa com todo seu coração.
Sentimentos de ódio por aquela pessoa foram rapidamente
substituidos por sentimentos de compaixão! Ele começou a pensar:
“Se eu não tivesse nascido como um Cristão, eu provavelmente teria
feito o que esta pessoa está fazendo.” Um novo significado pelo o que
o Senhor diz: “...virá a hora em que todo aquele que vos tirar a vida
julgará prestar culto à Deus.” (João 16:2)
Ele começou a sentir pena do homem. “Este pobre homem pensa
que me perseguindo, está fazendo a vontade de Deus, assim como
Paulo de Tarso que pensava estar fazendo um favor à Deus destruindo
a Igreja.” O jovem disse à ele mesmo: “Poderia ter sido eu fazendo
isso, se não fosse pela misericórdia do Senhor que me escolheu para
ser um dos seus.” Ele começou a agradecer a Deus for perimitir que
ele fosse perseguido ao invés de seu perseguidor.
Ele começou a fazer boas ações ao seu perseguidor e pedia
sinceramente à Deus que o perdoasse.
Um dia, o presidente da organização chamou o jovem e lhe disse:
“Eu descobrí o que está acontecendo com você e o que o ...(vice
presidente) tem feito para te prejudicar e eu sei porque razão ele
estava fazendo essas coisas com você, e quero que você seja o
primeiro a saber que eu o despedí!” Não havia alegria no coração do
jovem. Ele sentiu pena das crianças que iriam acordar e encontrar o
pai delas desempregado.
Você também meu amigo pode ter paz inabalável em seu coração
se recorrer à Bíblia seriamente e fazer esses exercícios com muita
dedicação.
67

CAPÍTULO OITO
CASTIDADE
Porque Deus criou a sexualidade no homem? Foi somente para
procriação? O Bispo Moses escreveu o seguinte no antigo artigo do
Al-Kerasa: “Deus criou a sexualidade com o único propósito de
preservação da raça dos animais. É por isso que os animais são
sexualmente ativos somente alguns dias ou algumas semanas por ano.
Este período de atividade sexual é chamado de “período quente”.
Durante este período a femea produz um certo cheiro que excita o
macho. Os animais se acasalam durante este período e depois disso,
eles não são mais atraidos sexualmente. Com os humanos não é
assim, pois são os únicos membros do reino animal que estão sempre
“quentes”! Porque isso?
O Bispo Moses nos dá a resposta, é porque Deus quer que os
humanos compartilhem e desfrutem um tipo de amor sagrado
assemelhado ao amor de Cristo e Sua Igreja. São Paulo diz: “...Este
mistério é grande, quero dizer, com referência a Cristo e à Igreja.“
(Efésios 5:31-32) Assim é como São Paulo fala sobre o mistério ou
Sacramento do Matrimônio. É um grande sacramento, mas somente
porque reflete o relacionamento entre Cristo e a Igreja. Mas tão
sagrado e tão grande é o uso da sexualidade dentro do matrimônio
sagrado e seu uso fora do casamento é detestável. São Paulo
completa: “Vós todos considerai o matrimônio com respeito e
conservai o leito conjugal imaculado, porque Deus julgará os impuros
e os adúlteros.“ (Hebreus 13:4) E ainda: “Fugi da fornicação.
Qualquer outro pecado que o homem comete é fora do corpo, mas o
impuro peca contra o seu próprio corpo.“ (1 Coríntios 6:18)
Sexualidade no casameto é unicamente abençoada como um
Sacramento que tenta copiar o amor entre Christo e Sua noiva, a
Igreja, enquanto a sexualidade fora do casamento é distinta como
quelquer outro pecado, porque corrompe a imagem do amor entre
Cristo e a Igreja. “Não sabeis que vossos corpos são os membros de
Cristo? Tomarei, então, os membros de Cristo e os farei membros de
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uma prostituta? De modo algum!“
(1 Coríntios 6:15)
Santo Athanasius o grande, tem uma analogia maravilhosa para
contrastar a sexualidade dentro e fora do casamento. Ele nos diz: “Se
um soldado vai para a guerra e mata vinte soldados inimigos, ele é
condecorado. Mas se em tempo de paz ele sai nas ruas e mata um
homem, he é condenado”. É a mesma ação, feitas em circunstâncias
diferentes com resultados completamente opostos.
Não há maior evidência de que o amor humano no matrmônio é
abençoado pelo fato de que, quando Deus quiz nos dar uma descrição
do amor entre Cristo e a Igreja, ( ou da alma humana, a unidade da
Igreja) Ele nos deu isso em um livro da Bíblia chamado Cântico dos
Cânticos. É um livro que geralmente não é compreendido e
geralmente atacado mesmo como sendo pornográfico. Mas, não há
nada pecaminoso ou pornográfico sobre o relacionamento
matrimonial, porque ele simula o amor entre Cristo e a Igreja.
“Maridos, amai vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se
entregou por ela”. Efésios 5:25
Isto é onde a sexualidade matrimonial se diferencia da sexualidade
pecadora. A sexualidade pecadora é relacionada ao prazer somente,
tirar proveito, autogratificação, enquanto a sexualidade matrimonial é
de doação. O amor sexual no matrimônio deveria ser modelado no
amor de Cristo para com a Igreja, O qual “se entregou por ela”. O
amor sexual no matrimônio é autodoação e não tirar proveito nem só
por prazer, e isso é o que faz o relacionamento ser sagrado, porque é
como Cristo.
“Fuja da fornicação” diz São Paulo, mas alguém pode dizer:
“Fácil de falar, mas difícil de fazer!” E eu concordo, pois a castidade
é a virtude mais indefinível. Você pensa que conseguiu esta virtude
mas rapidamente pode ser derrotado.
A Bíblia nos diz dos perigos da fornicação. “Acaso não sabeis que
os injustos não hão de possuir o reino de Deus? Não vos enganeis,
nem os impuros, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os
efeminados, nem os devassos, nem os ladrões, nem os avarentos, nem
os bêbados, nem os difamadores, nem os assaltantes hão de possuir o
reino de Deus”. (1 Corintios 6:9-10)
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Nesta extensa sentença, a Bíblia condena todos os tipos de atos
sexualmente imorais. Fornicação significa fazer sexo antes do
casamento, enquanto adultério significa sexo fora do casamento. São
dois graus de um mesmo pecado, exceto que a punição é diferente!
Um(a) fornicador(a) comete pecado contra seu próprio corpo, com o
corpo do(a) parceiro(a) e com a(o) esposa(o). Note que atos
homosexuais são também condenados. “Efeminados” e “abusadores
de pessoas” se refere a ambos participantes em um ato sexual
masculino.
Lesbianismo também é condenado na Bíblia. “Por isso, Deus os
entregou a paixões vergonhosas: as suas mulheres mudaram as
relações naturais em relações contra a natureza”. (Romanos 1:26)
O Senhor adiciona a esta lista de atos sexuais imorais, todos os
tipos de paixões sensuais, “...todo aquele que lançar um olhar de
cobiça para uma mulher, já adulterou com ela em seu coração”.
(Mateus 5:28) Entende-se que, mesmo sem dizer, que uma mulher
que olhar com desejo para um homem, ou uma pessoa que desejar
alguém do mesmo sexo será igualmente culpada. Hoje, a lista se
tornou maior, a pornografia se tornou um dos maiores problemas
mesmo com as crianças. Pornografia leva à fantasias sexuais e
masturbação.
Enquanto condena estes atos imorais, a Bíblia não nos explica
como lutar contra eles. Para isso temos que nos basear nos Padres do
Deserto. Eles são especialistas no assunto.
PROTEGENDO AS BASES:
De acordo com os Padres do Deserto, existem alguns passos
preliminares que devem ser tomados antes da busca para a castidade.
Aquí está o que eles dizem:
CONTROLE SEU ESTOMAGO:
É muito improvável que alguém que é dominado pela gula, seja
capaz de conseguir a castidade. Este é um concenso de opinião dos
Padres. Um estômago cheio, incendeia as paixões da carne. Faz
sentido dizer que se alguém não for capaz de controlar sua paixão
pela comida, não será capaz de controlar a mais difícil, paixão sexual.
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CONTROLE SEU SONO:
Os Padres dizem que dormir muito, também contribui para
aumentar o impulso sexual. É nescessário lutar contra dormir muito
para evitar de cair em pecados sexuais. A Bíblia realmente nos
adverte contra dormir muito. Provérbios 6:9 nos aconselha: “Até
quando. Ó preguiçoso, dormirás? Quando te leventarás de teu sono?”
e em Provérbios 20:13 diz: “Não sejas amigo do sono, para que não te
tornes pobre...”
CONTROLE SEU TEMPERAMENTO:
Os Padres insistem em dizer que se não podemos controlar nossa
raiva, não poderemos controlar nossos desejos carnais. Os Padres do
Deserto classificam os pecados e nos dizem que a raiva e fornicação
pertencem à mesma categoria de “pecados excitáveis”. Um dos
Padres nos diz que o demônio da raiva e o demônio da fornicação,
são somente um. A pessoa que que é facilmente excitável à raiva será
facilmente excitável às ordens do corpo.
Aquí descrevemos o que os Padres dizem a este respeito:
Conforme a pessoa progride em brandura e paciência do coração,
assim também progride na pureza do
corpo. E quanto mais a pessoa se afasta da paixão da raiva, muito
mais se mantém na castidade.
Existem mais dois fatores que eu gostaria de adicionar a respeito
da minha experiência com os jovens, sendo eles:
A BEBIDA:
O álcool é um estimulante muito poderoso das paixões da carne.
A resistência aos pecados sexuais se dissipa quando alguém se
permite beber mesmo moderadamente. O grande Shakespear
percebeu isso e escreveu em uma de suas peças descrevendo os
efeitos do vinho em seu comportamento sexual, “Cria o desejo mas
tira o desempenho!” Pelos muitos anos que tenho servido como
Padre, eu já escutei estórias horrorosas sobre a bebida e fornicação,
mas esta permanece na mimha mente. É referente a uma garota de 16
anos descendente de Alemães que era muito religiosa. Ela costumava
71

tomar conta das crianças quando eram pequenas. Estávamos
contentes com ela, uma vêz que ela lia a Bíblia para as crianças, que
era muito raro de se encontrar mesmo nos anos setenta. Um dia a mãe
dela disse à ela: “Você não tem vida! Porquê você não vai à Festa de
Fim de Ano do bairro?” Ela concordou. Alguém deu a ela uma
estranha bebida com gosto de laranja e ela bebeu. Não só ela perdeu a
virgindade na noite de Ano Novo, mas percebeu mais tarde que
estava grávida. O que agiu erradamente era um homem casado e tinha
filhos. A mãe dela se recusava que ela fizesse o aborto, e como era
uma enfermeira aposentada, ela voltou a trabalhar para que a filha
pudesse cuidar da criança. Seis meses depois, ela morreu de ataque do
coração.
DANÇAR:
Danças são os meios mais comuns para começar um
“relacionamento”. De novo, é o suficiente para que eu conte aquí uma
de muitas istórias de horror que tenho na memória. Aconteceu nos
anos oitenta e eu tinha que ir aos Estados Unidos para substituir um
Padre que havia saido de férias. Após a comunhão, uma garota de 13
anos se aproximou de mim para confessar. Fomos ao escritório do
Padre que eu estava substituindo e ela entrou chorando e soluçando.
Tentei acalmá-la e perguntei qual era a razão para aquelas lágrimas.
Finalmente ela começou a falar: “Eu tive uma relação sexual”.
Aconteceu que ela foi a um baile ( os pais dela eram “cultos”) e
dançou com um rapaz de 15 anos e antes que a noite tivesse
terminado, ela havia perdido sua virgindade. “Ele te violentou?” eu
perguntei, “Não Padre, eu quiz tanto quanto ele. Com a música, as
luzes e nossos corpos bem próximos, eu não tive desejo de resistir.”
Esta foi a resposta.
Retornemos aos Padres do Deserto. Eles nos dizem que mesmo
que controlemos comer em excesso, dormir demais e a raiva,
precisamos ainda de uma outra virtude antes de que possamos
conseguir a castidade. Eles nos dizem: “Se você deseja a castidade,
então deseje a humildade, porque sem a humildade você não pode
obter a castidade.” O problema mais comum na luta contra os desejos
da carne é a auto-confiança. “Eu vou fazer isso ou aquilo, e vou
72

conseguir a vitória!” Deixe-me te dar um dito sobre os impasses
espirituais: qualquer coisa que começa com “Eu” está condenado à
fracassar! A menos que abandonemos o confiar em nós mesmos, nós
fracassaremos, fracassaremos e fracassaremos. Nunca ninguém foi
capaz de controlar os desejos da carne por auto-controle! Aquí está o
que um dos Padres do deserto nos diz à este respeito:
Somos incapazes de conquistar a castidade através de nossos
esforços, a menos que, nos empenhemos constantemente, somos
ensinados pela escola da experiência que nos é concedido pela
generosidade da graça Divina. Por esta razão, a pessoa deveria
perseverar incansávelmente nos seus esforços, desta forma, ela
merecerá der libertada dos ataques da carne, graças ao dom
Divino. Não se deve pensar que vai se conseguir para sí próprio a
castidade que procura.
Tentar explicar esse conceito para os jovens, eu uso esta analogia:
Imagine uma criança tentando alcançar um brinquedo colocado em
cima da mesa. A mesa é muito alta para ela alcançar, então ela tenta
ficar na ponta dos pés mas ainda não alcança. Ela começa a pular para
cima e para baixo, mas não funciona. Tenta também subir em algum
objeto mas só cai e se machuca. Totalmente frustrada, começa a
chorar. Seu pai, que estava observando, pega o brinquedo e dá para
ela. A criança não conseguiu o brinquedo por esforços próprios, mas
pelos esforços do coração do pai em ajudá-la.
O problema é que nós fazemos o mesmo, nós tentamos, tentamos
e falhamos e então na nossa frustração nós choramos, e Deus nos dá
um repouso pela luta. But cedo ou tarde, o demônio vai sugerir a nós
que fizemos aquilo por nossos próprios esforços. Uma vêz que você
aceita esste pensamento, você perde tudo e volta a estaca zero. A
coisa mais surpreendente é que isso continua a se repetir e nós
continuamos a repetir o mesmo erro sem nunca aprender porque
continuamos a fracassar. O Abade Chaermon tem isto a dizer a
respeito:
73

Para cada um de nós que combate contra o espírito de
fornicação, é uma vitória notável não esperar alívio através de
nossos esforços. Isto não é fácil mesmo para os mais experientes.
Pois quando a pureza sorry para eles mesmo que suavemente,
eles imediatamente se bajulam nas profundezas de suas
consciências por um orgulho que sutilmente se faz presente. Eles
pensam que conseguiram isso pelo seus próprios cuidados. Então,
é nescessário que a proteção celestial seja retirada deles e sejam
oprimidos por essas paixões as quais o poder divino eliminou, até
que eles percebam, através da experiência, que são incapazes de
alcançar o bem da pureza por suas próprias forças e trabalho.
Novamente e novamente, a misericórdia de Deus nos dará um
piscar de olhos de pureza, e de novo cairemos na armadilha, roubando
o trabalho da graça de Deus e atribuindo aos nossos próprios
esforços. Isso continua seguidamente até que finalmente percebemos
que somente a graça de Deus pode nos dar a pureza.
O que podemos fazer quando caimos nessa armadilha? Primeiro
você tem que perceber que Deus permite essas quedas para o seu
próprio bem. Segundo, reconheça que seu orgulho é a razão para sua
queda e peça à Deus que devolva a graça D’ele para você. Aquí está o
que o Abade Chaermon diz:
Quando alguém começou a se alegrar por um longo período de
pureza acreditando que não vai mais perder esta virtude, ele se
sentirá orgulhoso de sí mesmo. Mas, quando for abandonado pelo
Senhor para seu próprio bem, ele vai perceber que o estado de
pureza no qual ele colocou sua confiança, está abandonando ele,
deixando ele voltar ao Autor de sua integridade. Alguém tem que
ser treinado por Deus através dessas oscilações até que seja
confirmado pela graça de Deus na pureza que ele estiver
procurando.
Esssas “oscilações” podem levar anos e anos até alcançar a
verdadeira castidade. Mas essas oscilações
74

são úteis porque nos dão experiência não somente em lutar contra a
fornicação mas também contra o orgulho e integridade excessiva.
Não desanime se você tem caído várias vêzes nessa armadilha,
pois é difícil mesmo para os mais experientes como o Abade
Chaermon nos diz. Uma grande mulher Asceta do deserto chamada
Amma Sarah, lutou contra a fornicação durante quatorze anos até que
Deus a livrou dessa paixão, e assim também com São Moises, o
Preto.
E por fim, quando somos humilhados pelas muitas vêzes que
pensamos que fomos bem sucedidos somente para descobrir que não
o fomos, caímos em estado de “insignificância do coração” e
admitimos a derrota e a incapacidade de ganhar essa guerra. É então
quando Deus intervém e nos garante um perdão de compaixão. Agora
que fomos extraordinariamente humilhados pela nossa triste atuação,
a graça nos surpreende, a guerra termina e as tentações não nos
perturba mais. Então sentimos um maravilhoso calor em nossos
corações, porque agora sabemos com grande certeza que esta “morte
súbita” das ações pecadoras da carne é um dom da graça totalmente
separado dos nossos esforços.
A LUTA PELA CASTIDADE:
Como qualquer outra virtude, a oração deveria ser o suporte
principal da luta para se conseguir a castidade. Mostre à Deus que
você realmente deseja a castidade e que você não está pagando à Ele
da boca para fora. Você deveria desenvolver aversão pela impureza,
porque você não pode enganar a Deus pedindo a pureza enquanto na
verdade você gosta de pecar.
Mas, e se você não pode atingir este estágio? Alguns jovens vem
à mim dizendo: “Eu realmente quero me arrepender, mas eu não
posso odial o pecado.” Bem, vá até Deus e honestamente diga à Ele
sobre a sua difícil situação. Diga com o salmista, “Ó Deus, crie em
mim um coração puro”.
A Oração das Oblações, a qual é rezada na oferta do incenso da
manhã, é uma linda oração pedindo à Deus para recompensar aqueles
que tiveram oferecido à Deus. Mas também pede à Deus para
recompensar “aqueles que desejam oferecer mas não tem nada. Pegue
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o exemplo dessa oração, jogue-se aos pés do Salvador e diga à Ele:
“Senhor, eu sou um daqueles que deseja oferecer mas não tenho nada.
Eu gostaria de oferecer um verdadeiro desejo pela pureza, mas eu sou
incapaz.”
Santo Agostinho estava certa vez nesse estágio e ele costumava
rezar dizendo: “Deus, eu quero me arrepender mas não agora, porque
ainda não tive todos os prazeres que planejei ter!” Deus fisgou Santo
Agostinho, e o homem que havia vivido em pecado por 30 anos, se
tornou Bispo!
Tome cuidado em fazer votos de castidade à Deus, ou prometer
qualquer coisa à Ele! Porque em primeiro lugar, você estará
prometendo algo que não está sob seu controle.
Junto à oração, você tem que colocar um esforço sincero em lutar
contra as coisas não puras. Não faz sentido rezar à Deus para entregar
a sua pureza se você vê pornografia, ou ter pensamentos impuros sem
tentar evitá-los.
Não espere por resultados a curto prazo pelos seus “esforços” pois
isso é auto-integridade. Somente Deus conhece o seu progresso. Lute
con todas as suas forças sem se preocupar com o resultado final. Deus
vai marcá-lo pelos seus esforços e não pelos seus resultados. Deus
sabe que você não pode com o demônio, e não espera que você o
vença. Deus quer somente que você lute corajosamente mesmo que
você perca no final.
O Abade Teophan o Recluso apresenta uma boa analogia para isso.
Ele diz: “Se um soldado está cercado pelos inimigos e vai à luta até
ele ser seriamente ferido, ele é condecorado como um herói. Mas se
ele vê que está cercado e levanta a bandeira branca e se entrega, ele é
considerado um traidor e é punido apropriadamente.”
Realmente, você pode sentir que você perdeu, mas Deus vai
considerar isso como uma vitória. Tem uma boa estória para ilustrar
isso na “Vida de Antonio” escrita por São Athanasius. Santo Antonio
foi tentado pelo demônio de formas muito diferentes, apareceu em
forma de feras para assustá-lo, em forma de mulher ou ouro para
tentá-lo, mas Santo Antonio resistiu. Fianlmente, o demônio apareceu
à ele na sua forma horrível e começou a bater nele até perder a
consciência. Quando um discípulo encontrou-o naquele estado,
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carregou-o e levou-o à uma Igreja de um vilarejo próximo. Quando
Santo Antonio voltou à sí, olhou para cima e viu o teto da Igreja
aberto e o Senhor Jesus apareceu à ele sentado no trono de Sua
Glória. Santo Antonio sentiu pena dele mesmo e disse ao Senhor:
“Onde estavas Senhor quando o demônio estava me espancando?” O
Senhor respondeu, “Eu estava bem ao seu lado Antonio, mas você
estava indo tão bem que eu resolvi não interferir para que você não
perdesse sua recompensa!” Veja, Santo Antonio viu a derrota na surra
que o demônio deu nele mas o Senhor viu nisso uma vitória
merecedora de uma recompensa. A moral da estória é: simplesmente
lute, não se preocupe com os resultados da luta.
A ASTÚCIA DO INIMIGO:
O inimigo tenta colocar o máximo de obstáculos no seu caminho
ou truques para que abandonemos a luta. Aquí estão alguns de seus
famosos truques.
Você resiste por longo tempo então você é dominado, então ele
sugere à você que uma vêz que tudo está perdido, porque não
abandonar um pouco mais e tentar de novo mais tarde. Errado! Uma
vêz que você lutou com coragem, não está tudo perdido, você não
perdeu a guerra, você só foi ferido na batalha. Não se permita se
atolar na sua impureza porque issi é traição! Se você perdeu enquanto
estava lutando, você merece uma recompensa! Deixar-se levar pela
sugestão dele “está tudo perdido” e que “isso não importa mais” é
ajudar ele a roubar sua recompensa! Então, levante-se e recomece a
luta e não aceite pensamentos de derrota, e o Senhor, que suporta as
tentações do demônio, terá compaixão de você e irá te ajudar.
Um outro truque é este: Ele sugere à você que uma vêz que no
final você irá perder, porque então lutar? Ele tentou isso com um
Monge que deu a seguinte resposta: “Um soco para você e um soco
para mim!” É como uma luta de boxe. Você tenta acertar seu
oponente com a maior quantidade de socos que você pode,
independente de quantos socos você vai receber. Somente no final da
luta você vai saber qual é o placar!
Outro truque famoso é este: Você comete um pecado, se sente
culpado e quer se voltar para Deus e perdir perdão. O demônio te
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epreende dizendo: “Como você se atreve a mostrar teu rosto ou falar
com Deus após o que você fêz?” E então ele te sugere, : “Espere por
algumas horas ou alguns dias até você estar “limpo” então você
reza!” Errado! Você vai até Deus como você é. Quando o Filho
Pródigo decidiu voltar, ele voltou imediatamente. Ele tinha o fedor e
a sujeira dos porcos que ele cuidava sobre ele. Ele não esperou para
trocar de roupa. Foi o Pai que tirou suas roupas imundas e deu roupas
limpas. O Pai não despreza o mau cheiro de seu filho. Ele foi
superado pelo Seu amor para com o filho que estava morto e que
agora vive. Ele correu e abraçou ele mesmo tendo o fedor do pecado
sobre ele.
O Padre Lev Gilet, que é um Monge Ortodoxo escreveu em suas
notas espirituais: “Você deve ter certeza que no mesmo momento em
que você está cometendo pecado, Deus ama você.” O demônio pode
sugerir à você que é ao contrário, mas ele é um mentiroso.
Então, assim que você cair, imediatamente se coloque de joelhos
diante seu Pai amoroso e diga à Ele: “Pai, eu pequei contra e céu e
contra Vós, e não sou mais digno de ser chamado Vosso filho.”
Imediatamente você vai sentir um abraço quente do Pai e Seus
amorosos beijos. Uma vêz mais, você estará de pé lutando de novo
com coragem. Não é preciso dizer que esse ato inicial de
arrependimento não substitui se confessar.
Outro truque que ele vai tentar com você, é que ele chega até você
e diz: “Quantas vezes você já fêz isso? Você acha que Deus vai
sempre te aceitar todas as vezes que você corre de volta para Ele?” A
resposta é sim! Pois quando Pedro perguntou ao Senhor quantas
vezes ele deveria perdoar seu irmão, o Senhor respondeu à ele setenta
vezes sete.
Você não acha que o Senhor que espera, que nós perdoemos
uns aos outros setenta vezes sete
todos os dias, nos dará a mesma chance? Tantas forem as vezes que
você cair, volte-se para Deus.
Ele nunca vai dar as costas para você.
Um leigo foi ao mosteiro e perguntou a um dos Monges: “O
que te faz diferente de nós que vivemos no mundo?”e o Monge
respondeu: “Nós caimos e nos levantamos, então caimos e nos
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levantamos e caimos e nos levantamos.” Você vê? Estamos todos no
mesmo barco! Não sofra em excesso se você cair repetidamente, pois
Teophan o Recluso nos diz que isso é um sinal de orgulho. Considere
isso como um remédio enviado por Deus para te ensinar a humildade.
Um dos Padres do Deserto disse: “A derrota com humildade é melhor
do que a vitória com orgulho”. E Santo Isaac o Sirio nos diz isso:
“Alguns agradam a Deus por suas virtudes, outros pelo seu coração
partido e arrependido.” Assim, mesmo que você caia no pecado, e
mostrar seu coração partido e arrependido, isto também agradará à
Deus.
Algumas pessoas se sentem desanimadas porque tentam por
muito tempo sem sucesso. Alguém perguntou ao Abade Chaermon,
quanto tempo leva para uma pessoa conseguir a castidade? Ele
respondeu:
“Aquele que tem se privado de todas as conversas inúteis, que
tenha eliminado toda a raiva, preocupações e as coisas do
mundo, que não como ou durma em excesso, e ainda que não
acredita que conseguirá a castidade por esses esforços, mas
sim pela misericórdia do Senhor, para tal pessoa não é
impossível conseguir a pureza em seis meses.”
Quanto tempo você acha que leva para alguém para alguém
que ainda não atingiu este nível de espiritualidade para conseguir a
pureza? Seis anos? Pense sobre Amma Sarah, que lutou por quatorze
anos antes que a vitória fosse concedida à ela.
Algumas vezes, nós podemos enganar o demônio! Como um
Monge que costumava ficar muito bravo e era tentado a quebrar o seu
jejum, e costumava a dizer a sí mesmo, ”Vamos rezar mais dois
Salmos e depois a gente come.” E depois ele diz, “Só mais dois
salmos e com certeza desta vêz vamos comer!” e assim ele vai indo.
De repente ele não está mais com fome, porque o demônio desistiu
dele! Podemos usar esta mesma técnica em combater o desejo de
cometer o pecado, e diga para você mesmo: “Vamos dormir essa
noite e ver o que acontece amanhã.” Desta forma, podemos adiar a
queda até estarmos completamente exaustos, e gradativamente nosso
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poder de resistir aumnetará e a frequência de cair vai diminuir.E por
fim, o que devemos fazer quando Deus nos concede a castidade?
Vamos escutar o que o Abade Chaermon nos diz à esse respeito:
Aquele que conquista a castidade deve-se alegrar na
pureza que lhe foi concedida, e deverá entender que ele não a
conseguiu pelos próprios esforços e vigilância, mas sim, pela
proteção do Senhor. E ele deve entender que seu corpo irá
perseverar nisso, o tanto quanto o Senhor misericordiamente
o permitir...Ele nunca deverá confiar em suas próprias
virtudes, nem ser enfraquecido pela agradável sensação de
segurança sabendo que ele será manchado (se tornar sujo de
novo) se a proteção Divina o deixar temporáriamente.
Portanto, com o coração contrito e humilde, ele deve rezar
continuamente pela perseverança desta pureza.
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CAPÍTULO NOVE
DISCERNIMENTO
Discernimento dos espíritos é uma das graças do Espírito
mencionado em 1 Coríntios 12:10. A Bíblia nos exorta em discernir
os espíritos, “Caríssimos, não deis fé a qualquer espírito, mas
examinais se os espíritos são de Deus.” (1 Jonas 4:1) Foi a graça que
o Rei Salomão pediu à Deus que lhe desse, “Dai, pois, ao vosso
servo um coração sábio, capaz de julgar o vosso povo e discernir
entre o bem e o mal.“
(1 Reis 3:9)
Santo Antonio classificou o discernimento como a virtude que
deveria ser desejada mais do que qualquer outra, porque sem
discernimento, a prática das outras virtudes podem não agradar à
Deus.
DISCERNIMENTO DOS PENSAMENTOS:
Existem muitos pensamentos que se movem na alma humana.
Esses pensamentos podem ter uma destas três origens:
1. Do próprio homem, como nos é dito no Salmo 93:11 “O
Senhor conhece o pensamento dos homens, e sabe que são
vãos.”
2. De Deus, ( o Espírito Santo habita em nós) como nos é
dito em Mateus 10:19-20 “Quando fordes presos, não vos
preocupeis nem pela maneira com que haveis de falar,
nem pelo que haveis de dizer: naquele momento ser-vos-á
inspirado o que deveis dizer. Porque não sereis vós que
falareis, mas é o Espírito de vosso Pai que falará em vós.“
3. Do demônio, como nos é dito em João 13:2 “Durante a
ceia, quando quando o demônio já tinha lançado no
coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, o propósito de
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traí-lo.“ e também em Atos 5:3, “Pedro, porém disse:
“Ananias, porque tomou conta Satanás do teu coração,
para que mentisses ao Espírito Santo e enganasses acerca
do valor do campo?”
Discernir a origem do pensamento pode ser muito difícil, uma
vêz que o pensamento pode ter vindo de Deus, e rapidamente
seguido por um pensamento vindo de Satanás. Um exemplo disso
nos é mostrado em Mateus 16.
“Simão Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus
vivo!” Jesus então lhe disse: “Feliz és, Simão, filho de Jonas,
porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas
meu Pai que está nos céus.” (Mateus 16:16-17)
Desde então, Jesus começou a manifestar a seus discípulos
que precisaria ir a Jerusalém e sofrer muito da parte da parte
dos anciãos, dos pr;incipes dos sacerdotes, e dos escribas;
seria morto e ressucitaria ao terceiro dia. Pedro então
começou a interpelá-lo e protestar nestes termos: “Que Deus
não permita isto, Senhor! Isto não te acontecerá!”
Mas Jesus, voltando-se para ele, disse-lhe: “Afasta-te,
Satanás! Tu és para mim um escândalo; teus pensamentos não
são de Deus, mas dos homens!” (Mateus 16:21-23)
Como você pode ver, na mente de São Pedro, um pensamento
de Deus pode rapidamente ser seguido por um pensamento de
Satanás. São Pedro não podia discernir a origem dos pensamentos
porque ele não havia ainda recebido o Espírito Santo.
Apesar que a Bíblia nos aconselha “ veja se os espíritos são de
Deus” não nos é dado um método exato para discernir os
pensamentos.
De novo, temos que recorrer aos Padres do Deserto à procura
da experiência deles sobre esse assunto. Aquí está um resumo do que
eles dizem:
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1. Examine o pensamento para ver se ele é cheio de temor à
Deus.
2. Ele é cheio de bondade para com todos?
3. Ele está de acordo com os testemunhos e ações do Senhor
e dos Apóstolos?
4. O pensamento desperta paz e tranquilidade? Ou é cercado
de raiva, amargura e tumulto?
O mais piedoso dos pensamentos deve ser considerado
suspeito se ele nos impede de ter paz interior.
Muitas vezes somos levados à pensar que estamos sendo
movidos pelos cuidados do Senhor enquanto na verdade estamos
sendo sucumbidos pela raiva, reprovação e parcialidade. Isto sempre
acontece conosco porque negligenciamos este passo importante de
examinar nossos sentimentos com relação aos pensamentos.
Um exemplo de como Deus fala conosco, nos é dado em 1
Reis 19, Deus queria falar com Elias o profeta, e nos diz: “...um vento
impetuoso e violento, que fendia as montanhas e quebrava os
rochedos; mas o Senhor não estava naquele vento. Depois do vento, a
terra tremeu; mas o Senhor não estava no tremor de terra. Passado o
tremor de terra, acendeu-se um fogo; mas o Senhor não estava no
fogo. Depois do fogo ouviu-se o murmúrio de uma brisa ligeira.“ (1
Reis 19:11-12)
A voz de Deus é ainda uma voz baixa, não é um vento forte
que corta a montanha, nem um terremoto, tampouco um fogo. Um
pensamento que é cercado de sentimentos de orgulho, teimoso,
egoista, com confusão, ansiedade, violência, inveja e parcialidade,
então certamente não é de Deus. Pensamentos que são de Deus nos
preenche com serenidade, alegria e humildade.
5. O pensamento tem um sentido de urgência? Você se sente
impulsionado em fazer o que pensa
83

imediatamente? Caso positivo, seja então muito cuidadoso, pois é
bem provável que venha do Tentador. Inspirações que vêem do
Espírito Santo, vêm à alma gradualmente e gentilmente e não de
forma impulsiva.
São Macarius o Grande, uma vêz teve um pensamento de ir
visitar uns Monges em uma área próxima. Ele manteve esse
pensamento duranto dois anos com receio que fosse do demônio!
Você pode fazer todos esses passos e ainda o maligno pode te
enganar! O teste mais importante para saber de onde vem o
pensamento é revelar o que você pensa ao se confessor. Os Padres do
Deserto valorizam isso mais do que tudo para discernir os
pensamentos. São Macarius costumava revelar seus pensamentos à
Amma Sarah, uma das “mães” do deserto. São Moses costumava
revelar seus pensamentos à Abba Zacharias, que tinha 18 anos, mas
era repleto do Espírito Santo.
Nunca confie em seu próprio julgamento, especialmente
quando se refere a situações importantes. Eu pessoalmente aprendí
isso de uma maneira muito difícil! Descrevo aquí como aconteceu.
Muito tempo atrás no início de meu Sacerdócio, estávamos
iniciando um novo projeto na Igreja que causava muita controvérsia e
separava vários membros da congregação. Duas semanas antes do
projeto começar, eu tinha um pensamento constante em minha mente
que amor e harmonia eram melhores do que projetos. Eu pensava que
Deus estava me dizendo para parar com o projeto e tentar reconciliar
as pessoas que estavam contra e execução dele. Eu falei com os
membros do Conselho sobre o que eu tinha decidido fazer, quando
um deles me disse: “Mestre, o senhor sempre nos ensinou a revelar
nossos pensamentos aos nossos confessores antes de decidir alguma
coisa. O senhor já consultou seu confessor?” Eu me senti realmente
envergonhado por ter esquecido este passo tão importante. Eu
procurei meu confessor e revelei meus pensamentos à ele, que me
disse: “Este pensamento é do demônio!” Ele também me disse que
Sua Graça o Bispo...estaria em breve na cidade e que eu devria
consultá-lo também antes de tomar qualquer decisão. Fui me
encontrar com o Bispo e lhe contei sobre meus pensamentos, e ele me
84

disse: “É do demônio.” Eu me senti humilhado. Perguntei como ele e
meu confessor puderam discernir sobre a origem de meus
pensamnetos e eu não? Ele sorriu e disse: “Nós só temos mais
experiência!”
O Bispo me disse: “O demônio quer que abandone o projeto,
então ele tumultua em controvérsia e então apelando à você em nome
do amor e harmonia, ele te convence a parar com o projeto. Mas o
que você deve fazer é isso, prossiga com o projeto e em breve a
controvérsia vai desaparecer quando as pessoas virem que o projeto
está sendo completado.” Esse incidente me ensinou uma grande lição
em não acreditar em meu próprio julgamento sem antes me consultar
com meu confessor. Espero que isso te ensine o mesmo.
DISCERNIMENTO DA VONTADE DE DEUS:
Algumas vezes as pessoas se encontram em situações quando são
incapazes de tomar decisões facilmente. Por exemplo: Você é aceito
em duas Universidades, uma fica em sua cidade e outra que fica em
outra cidade, mas é mais famosa. Ou você tem um trabalho mas
recebe uma proposta para ir trabalhar
em outra cidade mas você não consegue se decidir. Nestas situações é
quando você se pergunta,
“Qual é a vontade de Deus para mim?” Sabemos que a vontade de
Deus pode ser difícil, mas não se seguirmos os métodos dos Padres
do Deserto.
Mas, antes de discutirmos isso, vamos nos perguntar, o porque
é importante para mim saber qual é a vontade de Deus?
São Paulo nos diz em Romanos 12:2, que a vontade de Deus é
boa, aceitável e perfeita. A vontade de Deus é perfeita, nada falta, é
boa para mim em satisfazer minhas necessidades espirituais, físicas,
psicológicas e emocionais. Deus conhece o futuro e portanto Ele sabe
o que é bom para mim a longo prazo.
Minha vontade própria, por outro lado, não é perfeita. Eu
provavelmente procuro por um benefício a curto prazo sem
considerar o longo prazo. E mesmo que eu quiser considerar o longo
prazo, eu talvez não serei capaz de fazê-lo, uma vêz que eu não posso
prever o que vai acontecer comigo nem mesmo na próxima semana.
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São por estas razões que uma pessoa sábia deve sempre
procurar a vontade de Deus em tudo que ela faz.
Mas como eu posso saber qual é a vontade de Deus?
Theophan o Recluso nos diz que, para que Deus revele Sua bondade,
aceitável e perfeita vontade para mim, eu tenho que renunciar minha
vontade própria. Isto significa, eu tenho que provar à Deus que estou
realmente à procura de Sua vontade.
Algumas vezes pedimos para que Deus revele Sua vontade
para nós, mas dentro de nós sabemos que já tomamos a decisão.
Muitas vezes procuramos a vontade de Deus, contanto que ela esteja
de acordo com nossa própria vontade. Se agirmos desta forma então
Deus não nos revelará Sua vontade. Theophan o Recluso nos dá esta
“parábola”. Ele diz, se você tem um copo cheio de vinagre e se você
quizer colocar mel nesse copo, você precisa primeiro jogar fora o
vinagre, lavar o copo e colocá-lo no sol por algumas horas até que o
cheiro do vinagre desapareça, então colocar o mel no copo. O vinagre
aquí é a nossa vontade própria a qual é egoista, com visão limitada e
diferente da vontade de Deus, nossa vontade não é perfeita, boa ou
aceitável. O mel é a vontade de Deus. E a menos que enterremos
nossa vontade própria, Deus não revelará Sua vontade para nós,
porque estaredmos zombando de Deus pedindo à Ele para revelar Sua
vontade enquanto já decidimos fazer nossa vontade própria.
Como eu faço isso? Tem um exercício para isso chamado
neutralização da minha vontade. A teoria é essa: Nós sempre temos
uma preferência, a favor ou contra aquilo que estamos considerando.
Por exemplo, se eu recebo uma oferta de trabalho onde vou ganhar
mais, eu posso ter uma preferência para aquele trabalho, que me
tornará cego em ver os aspectos ruins daquele emprego. Ou, eu posso
estar em uma situação em que me pedem para aceitar alguma coisa
que eu não gosto, e que me faz não perceber as coisas boas daquela
situação. Esses aprovações e reprovações são geralmente baseadas na
primeira impressão, que eu geralmente reforço, ignorando o outro
lado da moeda, e o remédio é fazer o contrário.
Vamos dar um exemplo. Eu fui aceito em uma boa
universidade na cidade onde moro, mas também em uma outra
universidade bem longe de casa. A “isca da liberdade” me faz ignorar
86

os vários aspectos negativos de estudar longe de casa. Se você quiser
realmente saber o que é perfeito, boa e aceitável vontade de Deus
nesta situação, eu deveria neutralizar minhas preferências,
intencionalmente identificando e mesmo aumentando os aspectos
negativos desta distante universidade.
Por um lado, eu estarei longe da minha família e amigos. Eu
me sentirei sózinho, e somente estranhos com quem conversar. Não
tem uma Igreja perto da universidade, e vou ter que viajar horas para
encontrar uma Igreja Coptica. Eu vou perder meu confessor a quem
sempre recorrí para pedir ajuda e que estará longe de mim, e assim
por diante.
É claro que estes aspectos negativos são verdadeiros mas você
está ignorando eles por causa da “liberdade” de estar longe de casa e
a vigilância dos pais. Qualquer pessoa que seja séria pode fazer esse
exercício em alguns dias. O resultado será que você se encontrará
neutro às duas propostas, cada uma delas tem seus aspectos positivos
e negativos.
O mesmo pode ser aplicado à situação quando você recebe
uma oferta de emprego que promete um salário muito mais alto que o
atual, mas as custas de tirar suas crianças para longe de suas escolas,
de seus amigos e da escola dominical, e sair da sua comunidade e
para longe de seu confessor.
O primeiro passo é neutralizar as preferências identificando
seriamente os aspectos negativos e dando à eles o mesmo peso e
importância que os positivos. Então, e somente então, você pode ir
até Deus e pedir à Ele para revelar Sua boa, perfeita e aceitável
vontade para você.
O passo seguinte é ir até seu confessor e pedir à ele que reze
por você, para que Deus revele Sua vontade à você. Este ato de se
submeter ao seu confessor é um ato de humildade, um requisito muito
necessário para que Deus revele Sua vontade à você.
Se você sentir medo que Deus escolherá um opção que não te
agrada, então você não fêz sua lição de casa da maneira certa, a
preferência ainda está presente. E se você for até seu confessor para
pedir que ele reze por você mas, subconscientemente, você deseja que
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Deus escolha uma opção ao invés da outra, você também não fêz bem
sua lição de casa.
Pode ser que Deus realmente escolherá uma opção que você
teve preferência antes de neutralizar sua vontade, como eu vou
mostrar no exemplo a seguir.
Um jovem que conhecí no Egito antes de vir para o Canadá,
me escreveu uma carta reclamando que apesar que seus pais e irmãos
estivesses no Canadá (como imigrantes), ele havia sido seguidamente
recusado pela Embaixada Canadense de imigrar.
Eu escreví à ele dizendo que talvez não fosse a vontade de
Deus que ele imigrasse para o Canadá. Então expliquei à ele como
procurar saber qual é a vontade de Deus e como neutralizar suas
preferências sobre este assunto. Ele aceitou meu conselho e começou
a pensar sobre os benefícios de não imigrar ao Canadá.
Ele disse à sua esposa, “Se ficarmos no Egito, nossa casa será
o lugar onde onde meus pais e irmãos ficarão quando eles quiserem
visitar o Egito. E uma vêz que temos bons empregos aquí, não
teremos que começar do nada se formos para o Canadá, fazendo
exames e testes e para escutar que não temos a “experiência
Canadense”. Nós sempre poderemos visitar o Canadá e nos divertir
em estar junto com nossa família, deste modo, teremos o melhor dos
dois mundos”. Os dois reforçaram estes pensamentos até estarem
convencidos que ficar no Egito não era uma má idéia, afinal de
contas, especialmente se essa era a vontade de Deus para eles.
Na carta seguinte ele me escreveu: “No mesmo dia nos
sentimos livres da preferência e aquilo não importava mais, quer nós
imigrássemos ou ficássemos no Egito, foi no dia em que recebemos
um telefonema da Embaixada Canadense nos dizendo que tinhamos
sido aprovados e que deveríamos fazer os exames médicos para que
pudéssemos receber nossos vistos.
A beleza de fazer esse exercício, é que toda vêz que você se
depara com a mesma situação, você volta à mesma rotina. Será bem
fácil para você não pensar muito sobre o que você deve fazer, mas ao
invés, neutralizar ou “enterrar” sua vontade de forma que a perfeita,
boa e aceitável vontade de Deus seja revelada à você.
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Tenho algumas palavras de cuidado que gostaria de te dizer.
Não tente trapacear! Algumas vezes buscamos a vontade de Deus,
mas quando Deus nos revela Sua vontade à nós, não gostamos.
Algumas pessoas vão à outro Padre, esperando que mudando de
Padre a vontade de Deus também vai mudar!
Um outro problema é que ignoramos a vontade de Deus
completamente e buscamos nossa própria vontade, só pedindo à Deus
que nos dê o que queremos. Isso pode ser disastroso especialmente
quando se trata de assunto de casamento.
O Bispo Poemen me contou uma vêz uma estória sobre um
jovem rapaz que sempre sempre o procurava por causa de problemas
matrimoniais com sua esposa. Um dia, com certa frustração, o Bispo
perguntou à ele: “Você pelo menos rezou antes de casar com essa
moça?” e o jovem respondeu “Eu rezei todos os dias por seis meses.”
E o Bispo perguntou, “O que você pediu à Deus?” o jovem disse,
“Por favor Deus, deixe-me casar com essa moça!”
Aceitar a vontade de Deus como a melhor opção para mim, é
um conceito difícil para a maioria dos jovens. Certa vêz, uma jovem
me disse: “Eu aceitarei a vontade de Deus em tudo, exceto para o
casamento!” Eu perguntei o porque, e ela me disse: ”Eu sei que a
vontade de Deus é que eu case com um Diácono que ensina na escola
dominical e que vai ser chato viver com ele!” Eu disse à ela: “Deus
não pode escolher para você um Diácono que ensina na escola
dominical, mas que será divertido viver com ele?”
Um outro jovem que participou de um retiro onde falamos
sobre a vontade de Deus no casamento, se levantou retrucando
violentamente sobre o que eu estava propondo. Ele disse: “No que se
refere ao casamento, eu quero ser o mestre do meu próprio destino!”
Em resposta, eu disse á ele: “Se você ignorar a vontade de Deus no
processo de escolher sua esposa, você se tornará o mestre de seu
próprio desastre!”
É como dar aos nossos jovens esta parábola; Sua vida é como
um barco onde duas pessoas tem que trabalhar, uma tem que remar e
outra tem que segurar o leme ( peça que guia o barco para direita ou
esquerda). Uma pessoa sábia entregaria o leme ao Senhor e diria:
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“Senhor, dirija o barco pois eu vou remar!” Infelizmente, muitas
vezes insistimos em segurar o leme e queremos que Deus vá ao remo!
Uma das vantagens em aceitar a vontade de Deus como sua
opção preferida é que, o que quer que seja que a vida te traga, você
não terá medo, sabendo que se Deus permitiu que isso acontecesse
comigo, certamente é bom, perfeito e aceitável, mesmo que à curto
prazo eu não goste disso.
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