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odres velhos, porque senão se rompem os odres velhos e se desperdiçaria o vinho novo. A<br />
generosidade das famílias era relacionada a quantidade do vinho oferecido nas festas e a<br />
estima <strong>dos</strong> convida<strong>dos</strong> relaciona<strong>dos</strong> à qualidade do vinho oferecido. O vinho novo era<br />
sempre o melhor, recém-colhido, recém fabricado. O melhor vinho de to<strong>dos</strong> pertencia a<br />
adega real. O vinho percorre as Escrituras ligando a época <strong>dos</strong> pais – Noé, passando por<br />
Abraão, testemunhando os grandes eventos da história de Israel. Votos especiais eram<br />
feitos à Deus em busca de bênçãos com a abstinecia de vinho, o chamado voto de<br />
nazireado. O mais fabuloso nazireu das Escrituras foi, divertidamente, um grande beberrão.<br />
Sansão. O vinho estava presente como testemunho da cura <strong>dos</strong> leprosos, derramado no<br />
chão, estava presente na morte <strong>dos</strong> sacrifícios pelo pecado, incluindo a grande oferta do dia<br />
da expiação. Quando a bezerra vermelha ou o cordeiro foi oferecido na hora nona, a<br />
segundo sacrifício da sexta-feira de páscoa, o vinho também era derramado. Jesus faz a sua<br />
ultima oração no Getsamani, um lagar de azeite. Mas que também poderia ser usado para<br />
esmagar uvas. Pouco antes Jesus levantava um cálice com vinho cheio de especiarias e dizia<br />
“este é o meu sangue, vertido por amor a vós” na ultima ceia. No mesmo getsamani Jesus<br />
intercede tão intensamente que de seus poros brotam sangue. E suas roupas ficam<br />
salpicadas dele. É a cena profetizada em Isaias.<br />
Jesus é a “videira verdadeira”, ele se compara a uma vinha, e usa as comparações com<br />
vinicultura, manutenção das vides, para nos ensinar sobre frutificação.<br />
A videira é um símbolo então para Cristo, assim como o foi para Israel e assim como o será<br />
para a Igreja de Cristo. A igreja é videira, é vide, é vinha.<br />
O processo de crecimento e o trabalho com uma vinha é repleto de símiles com o<br />
crescimento espiritual da Igreja.<br />
Como um <strong>dos</strong> símbolos mais profun<strong>dos</strong> do vinho é também o Espírito de Deus, e vinho<br />
se identifica com o sangue que é símbolo de vida, temos uma bela representação da<br />
E os processos de cuidado com a Vinha, to<strong>dos</strong> possuem paralelos com o crescimento<br />
espiritual. Tanto o individual como o do grupo, da congregação. E numa visão mais ampla,<br />
de todo a Igreja. E sendo mais abrangente a dimensão humana, sua história, suas<br />
conquistas e derrotas podem ser representadas pela videira.<br />
As pragas e as doenças refletem as questões que destroem a vinha. A doença é mais atroz,<br />
deixa marcas visíveis, se alastra com maior dificuldade em seu combate.<br />
Ministérios espirituais doentes são como casas assombradas.<br />
A parábola porém não se limita a Igreja. A sabedoria de Deus é extraordinária. E ilimitada.<br />
A aplicação <strong>dos</strong> paralelos se estendem a toda forma de relacionamento humano. Gerentes<br />
doentes pelo autoritarismo fruto do poder que sua organização lhes concede, políticos<br />
embriaga<strong>dos</strong> pelo poder usufruindo de bens que não lhe pertencem, astros que adoeceram<br />
em virtude da fama e por não terem raízes mais profundas na terra chamada vida,<br />
murcharam pela ausência de alimento espiritual para suas vidas. O Estado, vinha<br />
contaminada e doente se assenhorou do trabalho de muitos e em nome de preservar a si<br />
mesmo, matou a milhões. Politicos assenhora<strong>dos</strong> pela praga da ganancia, não deram fruto,<br />
antes os comeram sozinhos. A religigiosidade é uma vinha apodrecida, repleta de pragas e<br />
de doenças espirituais profundas, e hoje milhões são atraí<strong>dos</strong> por filosofias inúteis, rituais<br />
vazios, ou mesmo práticas espirituais que os aprisionam a falsos profetas ou a espíritos<br />
malignos. Na India procissões de pessoas se fragelam em nome de suas divindades, no<br />
Brasil milhões se escravizam a poderes que deles exigem oferendas, sacrifícios, rituais de<br />
feitiçaria e todo tipo de enfermidade espiritual. Famílias como videiras adoentadas,<br />
destruídas pela violência contra a mulher, contra os filhos, problemas de drogas,<br />
embriagues, brigas e dor. A videira da politica absolutamente contaminada por interesses<br />
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