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Cantico dos Canticos

O mais maravilhoso Estudo de Canatres de Salomão

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As vinhas, neste caso, são acompanhadas por produtos finos, que eram importa<strong>dos</strong> por<br />

mercadores, menciona<strong>dos</strong> explicitamente em 3,6b. Debaixo da macieira, p.48, entende que<br />

a afirmação da propriedade da vinha em 8,12 deve ser entendida como “minha sexual idade<br />

não está à venda por siclos”.<br />

expectativa da chegada de mercadores era um sentimento bastante comum entre a<br />

população de Jerusalém, especialmente daqueles mercadores que traziam especiarias: “Os<br />

mercadores de Sabá e Ramá, eram eles os teus mercadores; em to<strong>dos</strong> os mais refina<strong>dos</strong><br />

aromas, e em toda pedra preciosa, e em ouro negociavam nas tuas feiras” (Ez 27,22).<br />

A festa do amor entre Baal e Anat, irmãos e noivos, era regada pelo vinho produzido<br />

graças às chuvas que caíram durante o inverno. A gratidão era dirigida principalmente à<br />

Deusa, grande heroína, cujo amor era representado pelo vinho.<br />

O contexto rural da festa também transparece com vigor em 4,12-15, que fala de rebentos,<br />

flores silvestres e correntes d’água. A água das chuvas, ou a neve derretida, parece ter sido<br />

um elemento muito celebrado na festividade que deu origem a estes poemas<br />

expressão beyt haáyiyn (Ct 2,4) só tem paralelos no livro de Ester (7,2 “casa de festas” e 7,8<br />

“casa de banquetes”). A vinculação da expressão “casa do vinho” com a “casa de festas” e<br />

a “casa de banquetes”, em Ester, pode ajudar a identificar o ambiente deste grupo, pois<br />

reúne vinho, cultura popular e presença feminina. O Cântico <strong>dos</strong> Cânticos, no século<br />

primeiro da era cristã, ainda era usado, conforme denunciava o Rabi Akiba, em adegas ou<br />

casas de festas, onde se bebia muito vinho228. Assim, estas mulheres responsáveis por<br />

organizar banquetes, como Ester, podem ter sido responsáveis pela preservação <strong>dos</strong><br />

poemas e sua releitura em Judá. Pode ser que, mesmo após o início do uso<br />

canônico, as mulheres continuassem cantando partes do Cântico <strong>dos</strong> Cânticos<br />

nas “casas do vinho”<br />

Aos indicativos do ambiente da corte podem ser acrescenta<strong>dos</strong>: o adjetivo<br />

“filha de nobre” (bat nádiyv), usado para a Sulamita, e a referência direta ao<br />

“artesão” (‘ámán) em 7,2. O contexto geográfico aponta para cidades como<br />

Hesbon e Damasco em 7,5, isto é, no centro e norte da Palestina.<br />

A dança da Sulamita parece, em função deste imaginário, estar<br />

acontecendo na corte, em um ambiente seleto e freqüentado pela elite. Assim,<br />

seu corpo é comparado com alguns <strong>dos</strong> elementos comuns nas festas da corte.<br />

Na coletânea do Líbano o imaginário está vinculado à paisagem das<br />

montanhas; há uma forte ênfase nas correntes de água e ao vinho que rega as<br />

festas da fertilidade (5,1); possivelmente se faça também alusão às oferendas<br />

líquidas colocadas sobre os altares ou libações. As montanhas do Líbano são<br />

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