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O TRABALHO 73<br />

lheres num sistema semelhante de castas biológicas, a identidade<br />

feminina ainda não é reconhecida nem de longe<br />

como tão legítima quanto a identidade racial (embora essa<br />

seja escassamente reconhecida). Para a cultura dominante<br />

é inconcebível que ela deva respeitar como um compromisso<br />

político, tão profundo quanto qualquer orgulho<br />

étnico ou racial, a determinação de uma mulher no sentido<br />

de demonstrar sua lealdade para com sua idade, seu corpo,<br />

sua pessoa e sua vida, em desafio a um mito da beleza tão<br />

poderoso quanto os mitos sobre a supremacia dos brancos.<br />

Ela mantém as mulheres isoladas. A solidariedade entre<br />

as mulheres no local de trabalho forçaria a estrutura do<br />

poder a atacar o problema das concessões que muitos economistas<br />

crêem hoje serem necessárias se as mulheres forem<br />

realmente ter igualdade de oportunidade: creches, horários<br />

flexíveis, manutenção do emprego após o parto e licença-maternidade.<br />

Ela também poderia alterar o foco do trabalho<br />

e a própria estrutura da organização. A sindicalização<br />

das trabalhadoras em escritórios e em vendas forçaria<br />

as economias ocidentais a reconhecer com seriedade a contribuição<br />

da mão-de-obra feminina. Cinqüenta por cento<br />

das trabalhadoras na Grã-Bretanha não são sindicalizadas,<br />

segundo a Comissão pela Igualdade de Oportunidades. Nos<br />

Estados Unidos, 86% não são sindicalizadas. Muitos economistas<br />

acreditam que o futuro dos sindicatos está nas mulheres<br />

e que eles representam a solução para a "feminilização<br />

da pobreza'' nos últimos vinte anos. Segundo um deles,<br />

"o fato de as mulheres sindicalizadas receberem em média<br />

30% a mais do que as não-sindicalizadas fala por si mesmo".<br />

"Coletivamente, as mulheres trabalhadoras saem ganhando."<br />

As funcionárias de escritório, um terço da mãode-obra<br />

feminina remunerada, e as trabalhadoras nos setores<br />

de vendas e serviços, que compõem mais de um quarto<br />

dessa mão-de-obra, sempre foram os grupos mais refratários<br />

à sindicalização. É mais difícil encontrar a solidariedade<br />

quando as mulheres aprendem a se ver mutuamente<br />

em primeiro lugar como beldades. O mito faz com que as<br />

mulheres acreditem que é cada uma por si.

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