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372 O MITO DA BELEZA<br />

viveu, que se pode ter aprendido alguma coisa." (Karen de<br />

Crow); "Embora ela agora estivesse com mais de cinqüenta<br />

anos... era fácil acreditar em tudo que se ouvira sobre as<br />

paixões que inspirara. As pessoas que foram muito amadas<br />

mantêm, mesmo na velhice, uma qualidade radiante,<br />

difícil de descrever mas inconfundível. Até uma pedra sobre<br />

a qual o sol brilhou o dia inteiro guarda o calor após<br />

o anoitecer... esse fulgor agradável." (Dame Ethyl Smyth).<br />

O culto à beleza demonstra uma carência espiritual<br />

de rituais e ritos de passagem femininos. Precisamos desenvolver<br />

e elaborar rituais femininos melhores para preencher<br />

o vazio. Poderemos criar entre amigas e entre redes<br />

de amigas novos ritos e comemorações frutíferas que celebrem<br />

o ciclo da vida da mulher? Já temos chás de bebê<br />

e chás de cozinha, mas o que dizer da purificação, da confirmação,<br />

da cura e de cerimônias de renovação pelo parto,<br />

pela primeira menstruação, pela perda da virgindade, formatura,<br />

primeiro emprego, casamento, pela recuperação<br />

depois de uma decepção ou de um divórcio, por um mestrado<br />

ou doutorado, pela menopausa? Qualquer que seja<br />

a forma orgânica que esses ritos assumam, precisamos<br />

de comemorações diferentes e positivas, não negativas,<br />

para balizar o ciclo da vida da mulher.<br />

Para proteger a nossa sexualidade do mito da beleza,<br />

podemos acreditar na importância de a tratarmos, alimentarmos,<br />

cuidarmos como se fosse um bichinho ou uma<br />

criança. A sexualidade não é inerte nem determinada, mas,<br />

como um ser vivo, muda com aquilo de que se nutre. Podemos<br />

evitar imagens gratuitamente violentas ou exploradoras<br />

do sexo; e, quando nos depararmos com elas, podemos<br />

pedir a nós mesmas que a encaremos pelo que são.<br />

Podemos selecionar aqueles sonhos e visões que incluam<br />

uma sexualidade livre de exploração ou da violência e tentar<br />

prestar a mesma atenção ao que a nossa imaginação<br />

consome e ao que o nosso corpo consome.<br />

Pode ser difícil visualizar um erotismo de qualidade<br />

hoje em dia. Estudos sobre a sexualidade tendem a estacar<br />

diante da hipótese de que a sexualidade não tem co-

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