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364 O MITO DA BELEZA<br />

o que é "natural" ou "não-natural". A verdadeira luta<br />

é entre a dor e o prazer, a liberdade e a obrigação.<br />

Os trajes e os disfarces serão uma alegria descontraída<br />

quando as mulheres tiverem o direito a identidades sólidas<br />

como rochas. Roupas que realcem a sexualidade feminina<br />

não serão nada de especial quando a nossa sexualidade<br />

estiver sob nosso controle. Quando a sexualidade<br />

feminina estiver plenamente afirmada como uma paixão<br />

legítima que brota de dentro, para ser dirigida sem nenhum<br />

estigma ao objeto escolhido pelo nosso desejo, as<br />

roupas ou o jeito sexualmente expressivo que possamos<br />

assumir não poderão mais ser usados para nos envergonhar,<br />

nos culpar ou nos posicionar como alvo de inconveniências<br />

do mito da beleza.<br />

O mito da beleza propôs às mulheres uma falsa escolha.<br />

O que eu serei, sexy ou séria? Devemos rejeitar esse<br />

dilema falso e forçado. Considera-se que a sexualidade<br />

masculina é intensificada pela sua seriedade. Ser ao<br />

mesmo tempo uma pessoa séria e um ser sexual é ser inteiramente<br />

humano. Voltemo-nos contra aqueles que nos<br />

oferecem esse pacto do diabo e recusemo-nos a acreditar<br />

que, ao escolher um aspecto do eu, devemos por isso abdicar<br />

do outro. Num mundo em que as mulheres tenham<br />

escolhas verdadeiras, as escolhas que fizermos a respeito<br />

da nossa aparência serão afinal consideradas o que realmente<br />

são: nada de mais.<br />

Nós mulheres poderemos nos enfeitar despreocupa-<br />

-amente com objetos bonitos quando não houver nenhuma<br />

questão de nós sermos objetos ou não. Nós mulheres<br />

estaremos livres do mito da beleza quando pudermos optar<br />

por usar nosso corpo, nosso rosto e nossas roupas simplesmente<br />

como uma forma de expressão em meio a toda<br />

uma gama de outras. Podemos nos vestir para o nosso<br />

prazer, mas devemos defender nossos direitos em voz<br />

alta.<br />

Muitos escritores tentaram tratar dos problemas da<br />

fantasia, do prazer e do charme, expulsando-os da Utopia<br />

feminina. O charme, porém, é apenas uma demons-

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