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PARA ALÉM DO MITO DA BELEZA<br />

Será que poderemos produzir um outro futuro, no qual<br />

seja ele quem esteja morto e nós, maravilhosamente vivas?<br />

O mito da beleza combateu as novas liberdades das<br />

mulheres transpondo diretamente para o nosso corpo e<br />

o nosso rosto os limites sociais impostos à vida da mulher.<br />

Em conseqüência disso, precisamos agora nos fazer<br />

as perguntas sobre o nosso lugar no nosso corpo, como<br />

as mulheres da geração passada fizeram sobre o seu lugar<br />

na sociedade.<br />

O que é uma mulher? Ela é o que é feito dela? A<br />

vida e a experiência de uma mulher têm valor? Se isso<br />

é verdade, ela deveria ter vergonha delas? O que há afinal<br />

de tão fantástico em ter uma aparência jovem?<br />

A idéia de que o corpo de uma mulher tem fronteiras<br />

que não podem ser invadidas é bastante recente. Evidentemente<br />

não desenvolvemos essa idéia o suficiente. Podemos<br />

ampliá-la? Ou será que as mulheres são o sexo maleável,<br />

inatamente adaptado a ser modelado, cortado e<br />

submetido à invasão física? O corpo feminino merece a<br />

mesma noção de integridade do corpo masculino? Existe<br />

uma diferença entre a moda do vestuário e a moda do<br />

corpo das mulheres? Supondo-se que um dia as mulheres<br />

pudessem ser alteradas de forma barata, indolor e sem<br />

nenhum risco, será isso o que nós devemos desejar? Será<br />

que a expressividade da maturidade e da velhice devem<br />

se extinguir? Será que não perderemos nada se ela se extinguir?

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