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A VIOLÊNCIA 343<br />

po quanto na mente. Se não começarmos a levá-la a sério,<br />

o milênio da mulher feita-pelo-homen estará sobre<br />

nós, e não teremos tido escolha.<br />

A escolha<br />

A dor pela "beleza" é banal por se supor que as mulheres<br />

optam por ela de livre e espontânea vontade. É essa<br />

convicção que impede que as pessoas vejam que o que<br />

a Era da Cirurgia está fazendo com as mulheres constitui<br />

uma violação dos direitos humanos. A fome, a náusea<br />

e as cirurgias invasivas da reação do sistema contra<br />

o feminismo são armas políticas. Através delas, uma tortura<br />

política amplamente disseminada está ocorrendo entre<br />

nós. Quando um certo grupo de pessoas é mantido<br />

sem alimentos, forçado a vomitar com regularidade ou<br />

aberto e suturado repetidas vezes sem nenhum objetivo<br />

médico, chamamos isso de tortura. Nós mulheres seremos<br />

menos famintas, menos sangrentas, se atuarmos como<br />

nossos próprios torturadores?<br />

A maioria das pessoas dirá que sim, já que as mulheres<br />

fazem isso a si mesmas, e é algo que precisa ser<br />

feito. É, no entanto, ilógico concluir que existe uma qualidade<br />

diferente no sangue, na fome ou na queimadura<br />

de segundo grau se tiverem sido "escolhidos". Os terminais<br />

nervosos não sabem dizer quem pagou pelo retalhamento.<br />

A derme exposta não sente alívio pelo motivo que<br />

levou à queimadura. As pessoas reagem de forma irracional<br />

quando se deparam com a dor da beleza porque<br />

acreditam que os masoquistas merecem a dor que sofrem<br />

por gostarem dela.<br />

Além do mais, nós mulheres aprendemos o que temos<br />

de fazer a partir do ambiente que nos cerca. As mulheres<br />

são sensíveis aos sinais que as instituições emitem,

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