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310 O MITO DA BELEZA<br />

res ricas, uma "casta de clientes", que pudessem ser convencidas<br />

da necessidade regular de consultas a domicílio<br />

e de longas convalescenças. As sufragistas perceberam o<br />

verdadeiro objetivo por trás da invalidez feminina — os<br />

interesses dos médicos e as condições pouco naturais que<br />

mantinham as mulheres confinadas. Mary Livermore, uma<br />

sufragista, protestou contra a "monstruosa suposição de<br />

que a mulher é uma inválida por natureza'', e denunciou<br />

"o imundo exército de 'ginecologistas'" que "parecem<br />

desejar convencer as mulheres de que elas possuem apenas<br />

um sistema de órgãos, e que esses estão sempre enfermos."<br />

A Dra. Mary Putnam Jacobi relacionou a falta<br />

de saúde das mulheres diretamente a "sua nova função<br />

como pacientes lucrativas". Nas palavras de Ehrenreich<br />

e English, "como homem de negócios, o médico tinha<br />

um interesse direto num papel social feminino que exigisse<br />

que as mulheres fossem doentes".<br />

Os cirurgiões estéticos dos tempos modernos têm um<br />

interesse financeiro direto num papel social para as mulheres<br />

que exija que elas se sintam feias. Eles não anunciam<br />

simplesmente para uma fatia do mercado que já existe.<br />

Seus anúncios criam novos mercados. É uma atividades<br />

de grande sucesso por estar situada em posição influente<br />

criando sua própria procura através da harmonização<br />

dos anúncios com as matérias nas revistas femininas.<br />

A indústria compra anúncios e obtém cobertura; as<br />

mulheres entram na faca. Elas gastam o dinheiro que têm<br />

e correm o risco. À medida que os cirurgiões enriquecem,<br />

eles conseguem espaço para propagandas cada vez maiores<br />

e mais atraentes. A edição de outubro de 1988 de Harper's<br />

and Queen é um exemplo típico, ao reunir um artigo<br />

favorável à cirurgia e propaganda de cirurgiões nas mesmas<br />

páginas, com a mesma proporção de espaço. No suplemento<br />

de saúde do The New York Times de julho de<br />

1989, anúncios de jejuns controlados, hotéis-fazenda para<br />

gordos, clínicas para perda de peso, cirurgiões e especialistas<br />

em distúrbios da alimentação ocupam metade do

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