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A RELIGIÃO 147<br />

A Food and Drug Administration resolveu analisar a indústria<br />

como um todo, "porque todos nós estávamos envolvidos,<br />

fazendo promessas absurdas". O órgão do governo<br />

solicitou a vinte e três presidentes da indústria cosmética<br />

que se explicassem quanto a "promessas que estavam<br />

fazendo abertamente em revistas, filmes e em todas<br />

as áreas possíveis de propaganda exagerada... de que<br />

haviam acrescentado a seus produtos ingredientes 'mágicos'<br />

para atuar contra o envelhecimento e promover a<br />

substituição de células". A FDA requeria "uma imediata<br />

retratação dessas promessas ou a submissão dos produtos<br />

para testes como medicamentos". "Não temos conhecimento",<br />

escreveu às indústrias o diretor da FDA, Daniel<br />

L. Michaels, "de qualquer comprovação científica<br />

substancial que demonstre a segurança e a eficácia desses<br />

produtos. Nem temos conhecimento de serem esses<br />

medicamentos reconhecidos em geral como seguros e eficazes<br />

para os usos a que se propõem." Em outras palavras,<br />

a FDA disse que, se os cremes fazem o que alegam<br />

fazer, eles são medicamentos e devem ser testados. Se não<br />

cumprem o que prometem, a indústria está fazendo propaganda<br />

enganosa.<br />

Será que tudo isso prova que alguém realmente se<br />

importa com uma indústria cujos alvos para a fraude religiosa<br />

são mulheres? Morris Herstein ressalta que "a FDA<br />

está só avisando, 'Olhem, estamos preocupados com o<br />

que vocês estão dizendo, não com o que estão fazendo.'<br />

E um problema de dicionário, um problema léxico, uma<br />

questão de vocabulário''. O diretor do órgão dificilmente<br />

pareceria hostil. "Não estamos tentando punir ninguém'<br />

', disse ele a Deborah Blumenthal, repórter do The<br />

New York Times, em 1988. Na opinião dela, os produtos<br />

continuariam os mesmos; somente a "natureza surrealista"<br />

de algumas promessas desapareceria. Três anos depois,<br />

as promessas "surrealistas" ressurgiram.<br />

Pensem no absurdo. Há vinte anos, os santos óleos<br />

anunciavam resultados "científicos", usando números e<br />

gráficos simulados, com "melhora comprovada" e "vi-

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