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A RELIGIÃO 119<br />

tos pelo seu relacionamento histórico com a igreja. Desde<br />

a Revolução Industrial, a "esfera separada" à qual as<br />

mulheres eram relegadas atribuía a religiosidade especificamente<br />

à feminilidade. Isso, por sua vez, justificava o<br />

isolamento das mulheres de classe média da vida pública.<br />

Já que as mulheres eram classificadas como o "sexo<br />

puro", elas podiam ser obrigadas a ficar fora da batalha<br />

diária, preocupadas apenas com a manutenção dessa pureza.<br />

Da mesma forma, as mulheres hoje em dia são classificadas<br />

como o "belo sexo", o que as relega a uma preocupação<br />

de utilidade semelhante com a proteção da sua<br />

"beleza".<br />

A feminilização pós-industrial da religião não dava,<br />

porém, às mulheres a autoridade religiosa. "Os Puritanos...<br />

adoravam um deus patriarcal, mas... nas igrejas da<br />

Nova Inglaterra havia mais mulheres do que homens",<br />

escreve a historiadora Nancy Cott em The Bonds of Womanhood,<br />

observando que enquanto a maioria feminina<br />

cresceu durante todo o século XIX, a hierarquia da igreja<br />

permaneceu "estritamente masculina". A feminilização<br />

da religião se intensificou paralelamente à secularização<br />

do mundo masculino. "Qualquer que tenha sido<br />

a expansão vivida pelo sistema religioso protestante nos<br />

Estados Unidos após a Guerra de Secessão, ela foi estimulada<br />

pelas mulheres e não pelos homens", afirma Joan<br />

Jacobs Brumberg. Até a geração atual, as mulheres não<br />

eram aceitas para a função de ministro ou de rabino. Até<br />

recentemente, elas eram instruídas a aceitar sem questionamento<br />

as interpretações religiosas masculinas sobre o<br />

que Deus quer que elas façam. Desde a Revolução Industrial,<br />

seus papéis envolveram não apenas a obediência religiosa,<br />

como também o humilde apoio às atividades da<br />

igreja, que incluía, segundo Ann Douglas em sua obra<br />

The Feminization of American Culture, a manutenção de<br />

cultos à personalidade do padre ou ministro local. Em<br />

suma, as mulheres têm uma curtíssima tradição de participação<br />

na autoridade religiosa, e uma longuíssima tradição<br />

de submissão a essa autoridade. Embora raramen-

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