Manual para a Redução da Pobreza por meio do Turismo

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29.07.2014 Views

RESUMO DAS QUESTÕES E IDEIAS FUNDAMENTAIS O turismo é definido como as atividades de pessoas que viajam para locais fora do seu ambiente habitual e lá permanecem por não mais de um ano consecutivo para fins de lazer, negócios ou outros. O turismo é um dos setores econômicos de mais rápido crescimento em todo mundo. É um setor intensivo em mão de obra e um importante impulsionador do desenvolvimento e gerador de empregos. Ele pode contribuir muito para o desenvolvimento social e econômico e para a redução da pobreza. O turismo está se tornando uma fonte cada vez mais importante de crescimento, empregos, renda e receita em muitos países em desenvolvimento. A maioria dos novos empregos nos países em desenvolvimento está sendo criada pelo setor do turismo. O turismo pode facilitar melhores relações e um maior entendimento entre diferentes povos e culturas. Políticas, regulações e estratégias claras constituem a base para o desenvolvimento do turismo sustentável, a redução da pobreza em larga escala, a proteção dos recursos naturais e modos de vida e a promoção do desenvolvimento econômico. O turismo sustentável sustenta-se em três pilares: justiça social, desenvolvimento econômico e integridade ambiental. No processo de se desenvolver, implementar e avaliar políticas relacionadas ao turismo, é importante levar em consideração o impacto do setor para mulheres, trabalhadores migrantes e crianças. O setor do turismo está particularmente preocupado com a epidemia do HIV/Aids. Campanhas para mudar comportamentos em relação ao HIV e a educação de pares são essenciais para divulgar mais informações sobre as formas de transmissão e métodos de prevenção do HIV. Capítulo 1 O setor de turismo e a redução da pobreza - visão geral 25

Apêndice do Capítulo 1 A Indústria do Turismo e a Redução da Pobreza – Visão Geral 26 Apêndice do Capítulo 1 EXEMPLOS INSPIRADORES: MULHERES E TURISMO 1 Estudo de Caso A: Empresa de Turismo Cultural de Mulala, Arusha, Tanzânia Por Mary Lwoga Oito mulheres do vilarejo de Mulala, Tanzânia, se uniram para criar o Grupo de Mulheres Ágape, um esquema cooperativo estabelecido no âmbito da Empresa de Turismo Cultural de Mulala, criada com o apoio conjunto do Conselho de Turismo da Tanzânia e do Serviço Holandês de Cooperação para o Desenvolvimento (SNV), com o objetivo de impulsionar atividades turísticas que beneficiassem populações locais, aliviar a pobreza e oferecer uma experiência turística para complementar safáris convencionais. Na sua chegada, os turistas são calorosamente recebidos pelas mulheres de Mulala, sob a liderança de Mama Anna Pallangyo (chefe e coordenadora da empresa de turismo). Eles são incentivados a visitar a Reserva Florestal do Monte Meru e fazer passeios para conhecer fábricas de queijo e laticínios e atividades de jardinagem e agropecuária, panificação, alfaiataria ou cultivo de café. Além de beneficiar diretamente as oito famílias que compõem o Grupo das Mulheres, o programa traz vantagens para toda a comunidade de Mulala, cuja população é de 2.500 habitantes. Todos os turistas pagam uma contribuição para o Fundo de Desenvolvimento Comunitário, estabelecido para melhorar instalações escolares, o ambulatório local e outros projetos de desenvolvimento comunitário. Graças aos seus sólidos contatos no setor de turismo, o Grupo de Mulheres Ágape também conseguiu desenvolver relações comerciais com pousadas turísticas para fornecer queijo caseiro a elas. Essa atividade tornou-se outra importante fonte de renda para os membros do grupo de mulheres e outros produtores rurais do vilarejo, dos quais o grupo compra leite para produzir queijo. Fator es que influenciam o sucesso e lições aprendidas: • As empreendedoras locais, como Mama Anna, tiveram a iniciativa de encaminhar este programa de turismo cultural ao êxito; • Mulheres foram apoiadas e incentivadas a participar do projeto desde o início; e • Cursos de treinamento em habilidades comerciais, definição de preços, vinculação a mercados e manutenção de registros foram oferecidos a todos os participantes do projeto para que obtivessem todas as informações necessárias para se beneficiar do turismo. 1 Extraído de: UNWTO and UN Women: Global report on women in tourism 2010: Preliminary findings (Madri, OMT, 2011).

Apêndice <strong>do</strong> Capítulo 1<br />

A Indústria <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong> e a <strong>Redução</strong> <strong>da</strong> <strong>Pobreza</strong> – Visão Geral<br />

26<br />

Apêndice <strong>do</strong> Capítulo 1<br />

EXEMPLOS INSPIRADORES: MULHERES E TURISMO 1<br />

Estu<strong>do</strong> de Caso A: Empresa de <strong>Turismo</strong> Cultural de Mulala, Arusha, Tanzânia<br />

Por Mary Lwoga<br />

Oito mulheres <strong>do</strong> vilarejo de Mulala, Tanzânia, se uniram <strong>para</strong> criar o Grupo de Mulheres Ágape, um<br />

esquema cooperativo estabeleci<strong>do</strong> no âmbito <strong>da</strong> Empresa de <strong>Turismo</strong> Cultural de Mulala, cria<strong>da</strong> com<br />

o apoio conjunto <strong>do</strong> Conselho de <strong>Turismo</strong> <strong>da</strong> Tanzânia e <strong>do</strong> Serviço Holandês de Cooperação <strong>para</strong> o<br />

Desenvolvimento (SNV), com o objetivo de impulsionar ativi<strong>da</strong>des turísticas que beneficiassem populações<br />

locais, aliviar a pobreza e oferecer uma experiência turística <strong>para</strong> complementar safáris convencionais.<br />

Na sua chega<strong>da</strong>, os turistas são calorosamente recebi<strong>do</strong>s pelas mulheres de Mulala, sob a liderança<br />

de Mama Anna Pallangyo (chefe e coordena<strong>do</strong>ra <strong>da</strong> empresa de turismo). Eles são incentiva<strong>do</strong>s a visitar<br />

a Reserva Florestal <strong>do</strong> Monte Meru e fazer passeios <strong>para</strong> conhecer<br />

fábricas de queijo e laticínios e ativi<strong>da</strong>des de jardinagem e<br />

agropecuária, panificação, alfaiataria ou cultivo de café. Além de<br />

beneficiar diretamente as oito famílias que compõem o Grupo<br />

<strong>da</strong>s Mulheres, o programa traz vantagens <strong>para</strong> to<strong>da</strong> a comuni<strong>da</strong>de<br />

de Mulala, cuja população é de 2.500 habitantes. To<strong>do</strong>s os turistas pagam uma contribuição <strong>para</strong> o Fun<strong>do</strong><br />

de Desenvolvimento Comunitário, estabeleci<strong>do</strong> <strong>para</strong> melhorar instalações escolares, o ambulatório local e outros<br />

projetos de desenvolvimento comunitário. Graças aos seus sóli<strong>do</strong>s contatos no setor de turismo, o Grupo de Mulheres<br />

Ágape também conseguiu desenvolver relações comerciais com pousa<strong>da</strong>s turísticas <strong>para</strong> fornecer queijo<br />

caseiro a elas. Essa ativi<strong>da</strong>de tornou-se outra im<strong>por</strong>tante fonte de ren<strong>da</strong> <strong>para</strong> os membros <strong>do</strong> grupo de mulheres e outros<br />

produtores rurais <strong>do</strong> vilarejo, <strong>do</strong>s quais o grupo compra leite <strong>para</strong> produzir queijo.<br />

Fator es que influenciam o sucesso e lições aprendi<strong>da</strong>s:<br />

• As empreende<strong>do</strong>ras locais, como Mama Anna, tiveram a iniciativa de encaminhar este programa de turismo cultural ao êxito;<br />

• Mulheres foram apoia<strong>da</strong>s e incentiva<strong>da</strong>s a participar <strong>do</strong> projeto desde o início; e<br />

• Cursos de treinamento em habili<strong>da</strong>des comerciais, definição de preços, vinculação a merca<strong>do</strong>s e manutenção de registros foram ofereci<strong>do</strong>s a<br />

to<strong>do</strong>s os participantes <strong>do</strong> projeto <strong>para</strong> que obtivessem to<strong>da</strong>s as informações necessárias <strong>para</strong> se beneficiar <strong>do</strong> turismo.<br />

1<br />

Extraí<strong>do</strong> de: UNWTO and UN Women: Global re<strong>por</strong>t on women in tourism 2010: Preliminary findings (Madri, OMT, 2011).

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