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Manual para a Redução da Pobreza por meio do Turismo

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Capítulo 1 O setor de turismo e a redução <strong>da</strong> pobreza - visão geral 12<br />

3 Estratégias e planos <strong>para</strong> a redução <strong>da</strong> pobreza<br />

Políticas, regulações e estratégias claras constituem a base <strong>para</strong> o desenvolvimento <strong>do</strong> turismo sustentável,<br />

<strong>para</strong> a redução <strong>da</strong> pobreza em larga escala, <strong>para</strong> a proteção <strong>do</strong>s recursos naturais e de mo<strong>do</strong>s de vi<strong>da</strong> e <strong>para</strong><br />

a promoção <strong>do</strong> desenvolvimento econômico. Além disso, elas aju<strong>da</strong>m a manter a coesão social e a identi<strong>da</strong>de<br />

de comuni<strong>da</strong>des locais/rurais. Os governos desempenham um papel im<strong>por</strong>tante no estabelecimento de<br />

estratégias, programas e políticas de desenvolvimento e de condições legais relaciona<strong>da</strong>s à segurança, ao<br />

saneamento, às condições de trabalho, à infraestrutura, à educação e à capacitação. Essas estruturas políticas<br />

constituem a base <strong>para</strong>:<br />

• Avaliar e monitorar o impacto ambiental de grandes mu<strong>da</strong>nças gera<strong>da</strong>s pelo turismo;<br />

• incentivar as cadeias de abastecimento <strong>do</strong> setor de turismo no senti<strong>do</strong> de que comprem seus insumos<br />

localmente e reduzam a dependência de itens im<strong>por</strong>ta<strong>do</strong>s;<br />

• Promover o protagonismo local facilitan<strong>do</strong> o acesso a crédito e empréstimos <strong>para</strong> pessoas em condições<br />

de pobreza, com especial atenção a jovens e mulheres, garantin<strong>do</strong> um retorno econômico justo sobre os<br />

recursos administra<strong>do</strong>s pelas comuni<strong>da</strong>des;<br />

• Apoiar empregos formais locais/rurais mediante o desenvolvimento de programas comunitários que<br />

ajudem a educar e informar populações locais/rurais a respeito de perspectivas de emprego no setor de<br />

turismo e outros setores afins, bem como sobre as consequências e riscos <strong>da</strong> informali<strong>da</strong>de;<br />

• Fortalecer a colaboração e a comunicação entre o setor de turismo e comuni<strong>da</strong>des locais/rurais com<br />

vistas a facilitar o fornecimento de alimentos, bens, serviços ou infraestrutura <strong>por</strong> parte <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong>des e<br />

ajudá-las a compreender melhor as necessi<strong>da</strong>des <strong>do</strong> setor; e<br />

• Abor<strong>da</strong>r déficits trabalhistas, particularmente questões relaciona<strong>da</strong>s a más condições de trabalho e trabalho<br />

infantil.<br />

Do turismo comunitário à redução <strong>da</strong><br />

pobreza basea<strong>da</strong> no turismo<br />

Em uma análise de 218 empresas comunitárias de<br />

turismo em 12 países <strong>da</strong> África Austral, Spenceley<br />

(2008) identificou sérias restrições na capaci<strong>da</strong>de<br />

operacional <strong>da</strong>s empresas analisa<strong>da</strong>s. As limitações<br />

relata<strong>da</strong>s pelas empresas incluíram problemas de<br />

acessibili<strong>da</strong>de (menciona<strong>do</strong>s <strong>por</strong> 91 <strong>por</strong> cento delas),<br />

de acesso ao merca<strong>do</strong> (72 <strong>por</strong> cento), de publici<strong>da</strong>de<br />

(70 <strong>por</strong> cento) e de comunicação (57 <strong>por</strong> cento) - embora<br />

mais <strong>da</strong> metade delas recebesse algum tipo de<br />

apoio externo, esses problemas eram agrava<strong>do</strong>s pela<br />

falta de acesso <strong>para</strong> mulheres.<br />

Na mesma região <strong>da</strong> África, Dixey (2008) observou<br />

que apenas nove <strong>da</strong>s 25 empresas comunitárias de<br />

turismo <strong>da</strong> Zâmbia avalia<strong>da</strong>s dispunham de informações<br />

suficientes sobre seus rendimentos <strong>para</strong> com<strong>para</strong>r<br />

seu nível de investimentos de <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res, número<br />

de visitantes, receita bruta e lucros líqui<strong>do</strong>s. Os maiores<br />

determinantes <strong>do</strong> sucesso dessas empresas eram<br />

seus vínculos com empresas de turismo, sua proximi<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong>s principais rotas turísticas, sua vantagem<br />

competitiva, sua gestão financeira e de visitantes e a<br />

motivação <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de.<br />

Na sua tentativa de explicar esses problemas, Häusler<br />

(2008) observou que, nas propostas de financiamento<br />

de empresas comunitárias de turismo <strong>da</strong> América <strong>do</strong><br />

Sul e <strong>da</strong> Ásia, as agências <strong>do</strong>a<strong>do</strong>ras geralmente consideravam<br />

questões de participação, gênero, empoderamento<br />

e capacitação como parte de seus critérios<br />

de seleção. No entanto, nenhuma obrigação era<br />

imposta no senti<strong>do</strong> de que as propostas indicassem<br />

planos de negócios, estruturas de gestão, estratégias<br />

de marketing, desenvolvimento de produtos, grupos-<br />

-alvo, cooperação com o setor priva<strong>do</strong> ou canais de<br />

comunicação.

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