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desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR

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“promissoras” fi<strong>na</strong>nceiramente, facilitando o acesso para as <strong>mulheres</strong> <strong>na</strong>quelas<br />

“libera<strong>das</strong>”.<br />

Diversas pesquisas apontam para a questão <strong>de</strong> que as <strong>mulheres</strong> estão em<br />

número menor <strong>na</strong>s chama<strong>das</strong> Ciências “duras”, e, em relação à hierarquização,<br />

dificilmente ace<strong>de</strong>m a posições mais altas <strong>na</strong> carreira acadêmica ou mesmo <strong>de</strong><br />

li<strong>de</strong>rança, reproduzindo o que acontece no restante da socieda<strong>de</strong> (política, religião,<br />

educação).<br />

Para Velho e León (1998, p. 316) é imprescindível pensar, além da questão<br />

da incorporação da mulher em ativida<strong>de</strong>s científicas e tecnológicas, também e<br />

principalmente <strong>na</strong>s “circunstâncias em que ela vem a ser bem ou mal sucedida<br />

enquanto cientista” (p. 316). Para as autoras as circunstâncias<br />

certamente não são homogêneas em to<strong>das</strong> as áreas do conhecimento e<br />

países, sendo influencia<strong>das</strong> pela tradição cultural e <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, pelo nível <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento econômico dos países, pelo papel que é localmente<br />

atribuído à Ciência, pela estrutura social, pelo sistema educativo e pela<br />

presença ou ausência <strong>de</strong> sistemas que viabilizem a vida profissio<strong>na</strong>l e<br />

familiar da mulher (VELHO e LEÓN, 1998, p. 316).<br />

As autoras também apontam que <strong>na</strong> Unicamp, <strong>de</strong> 1986 a 1993, um maior<br />

número <strong>de</strong> <strong>mulheres</strong> se concentrava <strong>na</strong>s Ciências Biológicas e Sociais. No caso <strong>das</strong><br />

Biológicas e <strong>de</strong> alg<strong>uma</strong>s áreas específicas da Química, com algum componente da<br />

Biologia, isso seria explicável:<br />

Argumenta-se que estas áreas ten<strong>de</strong>m a ser aquelas para as quais as<br />

<strong>mulheres</strong> são sutilmente, ou não tão sutilmente, empurra<strong>das</strong>, seja pelo já<br />

mencio<strong>na</strong>do processo <strong>de</strong> socialização que as induzem a não gostar <strong>de</strong><br />

Matemática e a acharem que <strong>de</strong>vem se interessar pelos seres vivos, seja<br />

porque tais discipli<strong>na</strong>s têm menor status e/ou menor remuneração (VELHO<br />

e LEÓN, 1998, p. 321) 69 .<br />

Como no Brasil, há perspectivas semelhantes em outros países, como é o<br />

caso da França; para Michèle Ferrand, a histórica e permanente exclusão <strong>de</strong><br />

<strong>mulheres</strong> do fazer científico <strong>na</strong>quele país acaba por ser <strong>uma</strong> “manifestação sutil da<br />

domi<strong>na</strong>ção masculi<strong>na</strong>”; as <strong>mulheres</strong> sofreriam <strong>de</strong> <strong>uma</strong> “auto-renúncia razoável”,<br />

abrindo mão voluntariamente <strong>de</strong> <strong>uma</strong> carreira mais “dura” para evitar conflitos nos<br />

69 As autoras fundamentam o baixo status ou <strong>de</strong>sprestígio <strong>de</strong> áreas ocupa<strong>das</strong> por <strong>mulheres</strong> com o<br />

<strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> cientistas constantes no artigo “A construção social da produção científica por<br />

<strong>mulheres</strong>”. Ca<strong>de</strong>rnos Pagu, v. 10, 1998, p. 309-344.

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