desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR
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a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contribuir <strong>de</strong> maneira contun<strong>de</strong>nte para o crescimento econômico<br />
e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> seus países, o que é um prejuízo para o crescimento do<br />
país:<br />
O país não po<strong>de</strong> se dar ao luxo <strong>de</strong> prescindir da incorporação <strong>de</strong> milhares<br />
<strong>de</strong> <strong>mulheres</strong> que venham a contribuir com seu talento e sua inteligência<br />
para fazer avançar a Ciência e a Tecnologia no Brasil e conseguir assim<br />
reduzir mais rapidamente a enorme <strong>de</strong>fasagem ainda persistente em<br />
relação aos países mais <strong>de</strong>senvolvidos (TABAK, 2002, p. 13).<br />
A expansão efetiva nos níveis <strong>de</strong> graduação e pós-graduação a partir <strong>de</strong><br />
1970 possibilitou a entrada <strong>de</strong> mais <strong>mulheres</strong> <strong>na</strong>s aca<strong>de</strong>mias, porém elas<br />
continuavam significando menores números <strong>na</strong> conclusão <strong>de</strong> cursos <strong>das</strong> Ciências da<br />
Natureza e Matemáticas e pouquíssimas se <strong>de</strong>dicavam à pesquisa científica e<br />
tecnológica (TABAK, 2002).<br />
De novo, entre 1970 e 1990 as meni<strong>na</strong>s seguiam “optando” por carreiras<br />
mais tradicio<strong>na</strong>is, áreas <strong>de</strong> Ciências H<strong>uma</strong><strong>na</strong>s e Sociais, <strong>de</strong>vido aos estereótipos<br />
sexuais e à tradição patriarcal. Nesse sentido po<strong>de</strong>-se dizer que as meni<strong>na</strong>s são<br />
<strong>de</strong>sestimula<strong>das</strong> a seguir carreira <strong>na</strong>s Ciências Exatas já nos anos em que se oferta<br />
o ensino <strong>de</strong> Ciências, enquanto os meninos constantemente são encorajados a<br />
estudar Matemática por condizer com <strong>uma</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> que a socieda<strong>de</strong> impõe<br />
(TABAK, 2002; SEDEÑO, 2000).<br />
Em relação aos níveis superiores, Velho e León (1998) trazem <strong>uma</strong><br />
realida<strong>de</strong> que nos chama atenção: enquanto em países como EUA, Alemanha,<br />
Suécia, com sistemas <strong>de</strong> pós-graduação mais consolidados, o número <strong>de</strong> <strong>mulheres</strong><br />
ficava em torno dos 30% no início da década <strong>de</strong> 1990, em Portugal e Itália ocorria<br />
algo diferente: 43% dos títulos <strong>de</strong> doutor <strong>na</strong> Itália entre 1991 e 1992 foram para<br />
<strong>mulheres</strong> e em Portugal foi apontada <strong>uma</strong> participação que chegou a 64% <strong>de</strong><br />
<strong>mulheres</strong> <strong>na</strong> Física. Para as autoras os números são mera ilusão. Números elevados<br />
não se <strong>de</strong>vem ao fato <strong>de</strong> terem esses países supera<strong>das</strong> as diferenças em relação<br />
aos papéis sociais atribuídos a um ou outro sexo.<br />
Segundo Velho e León (1998), o que acontece nesses e em outros países<br />
<strong>de</strong> industrialização mais recente está atrelado ao <strong>de</strong>sprestígio <strong>de</strong> dada profissão; no<br />
caso, os homens abando<strong>na</strong>m certas ativida<strong>de</strong>s e seguem para profissões mais