desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR

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As conclusões de Melo e Oliveira em relação à situação atual das mulheres
passam por vários pontos importantes. Uma delas diz que a revolução feminista
empurrou mais mulheres para as universidades e para a vida profissional, o que se
constata pela elevação dos números na base da biblioteca Scielo: “as mulheres
representam 32,28% dos autores identificados”; outro fator que autora e autor
acreditam determinante é de que num futuro próximo a participação feminina avance
tanto quanto a própria Ciência e a Tecnologia, fazendo com que essas percam “a
imagem misógina atualmente dominante” (MELO e OLIVEIRA, 2006, p. 328).
É fato, porém, que as mulheres “continuam sujeitas a padrões diferenciados
por gênero na escolha de carreiras profissionais próximas do estereótipo do ser
mulher” (MELO e OLIVEIRA, 2006, p. 328) e que as mudanças, ainda que ocorram
lentamente, favorecem a luta, sendo cada dia mais importantes os estudos e
pesquisas feitas no sentido de desmistificar a ideia de que a Ciência e a Tecnologia
são lugares exclusivos dos homens.
Por outro lado, autoras como García e Sedeño (s.d., s.p.) caminham noutra
perspectiva de análise; elas afirmam que
se bem que ao longo da história a presença de mulheres nas disciplinas
científicas e na tecnologia foi inferior a dos homens, seu número não é tão
pequeno como se costuma afirmar. Contudo, sua presença fica oculta por
preconceitos e concepções caducas do que é a história da ciência e a
tecnologia (GARCÍA y SEDEÑO, s.d., s.p.) 64 .
Nesse sentido, acreditar que elas sempre estiveram em número inferior e
que isso foi o fator determinante de sua invisibilidade acaba por deixar de lado o fato
de que teriam sido questões maiores as ocultadoras, e nesse caso, teriam sido os
preconceitos e concepções latentes à história da Ciência e da Tecnologia.
Segundo informação do Censo do Diretório dos Grupos de Pesquisa no
Brasil, divulgados pelos CNPq/MCT, com dados de 2008, as mulheres representam
quase metade do número de pesquisadores cadastrados: 49%. Além disso, a
liderança feminina nos grupos de pesquisa é de 45%. No entanto uma análise mais
cuidadosa vai mostrar um fator bastante relevante: as áreas em que elas
64 Tradução livre do original: “si bien a lo largo de la historia la presencia de mujeres en las disciplinas
científicas y en la tecnología ha sido inferior a la de los varones, su número no es tan pequeño como
se suele afirmar. Sin embargo, su presencia queda oculta por prejuicios y concepciones caducas de
lo que es la historia de la ciencia y la tecnología” (GARCÍA y SEDEÑO, s.d., s.p.).