desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR
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é pelo social que se estabelecem as relações <strong>de</strong> gênero. Além disso enten<strong>de</strong>mos<br />
que o conceito se esten<strong>de</strong> a homens e <strong>mulheres</strong>, e, perpassado pelo social e pelo<br />
histórico, altera-se no espaço e no tempo.<br />
Assim, enten<strong>de</strong>mos esta categoria como parte da socieda<strong>de</strong>, e, portanto,<br />
imersa <strong>na</strong>s instituições sociais, o que implica admitir que a justiça, a escola,<br />
a igreja etc. são “generifica<strong>das</strong>”, ou seja, expressam as relações sociais <strong>de</strong><br />
gênero, embora não somente a partir <strong>de</strong>stas, mas também <strong>das</strong> relações <strong>de</strong><br />
classe, étnicas, etc. (LOURO, 2007, p. 25).<br />
Enfim po<strong>de</strong>mos dizer que as instituições escolares, incluindo a universida<strong>de</strong>,<br />
são locais on<strong>de</strong> se produz C&T e on<strong>de</strong> se formam cidadãos, no qual as relações <strong>de</strong><br />
gênero se fazem presentes.<br />
2.2 OS MOVIMENTOS FEMINISTAS E A HISTÓRIA DA CIÊNCIA E DA<br />
TECNOLOGIA (C&T)<br />
Conforme já apontamos, os movimentos feministas se empenharam em<br />
recuperar a história <strong>das</strong> <strong>mulheres</strong> e questio<strong>na</strong>r o androcentrismo vigente <strong>na</strong> nossa<br />
socieda<strong>de</strong>, esten<strong>de</strong>ndo-se assim ao campo científico e tecnológico.<br />
Os enfoques <strong>de</strong> gênero emergentes <strong>na</strong> “segunda onda” do feminismo dos<br />
anos „60 aos ‟80 partiam da <strong>de</strong>núncia da escassez <strong>de</strong> <strong>mulheres</strong> <strong>na</strong>s<br />
ciências, para logo se <strong>de</strong>ter no caráter androcêntrico do conteúdo <strong>das</strong><br />
ciências e no viés sexista da linguagem. Estes enfoques se orientavam<br />
<strong>de</strong>ste modo até <strong>uma</strong> revisão profunda <strong>das</strong> relações entre ciência e<br />
socieda<strong>de</strong>: “Já não se trata unicamente <strong>de</strong> reformar as instituições e <strong>de</strong><br />
alfabetizar em ciência e tecnologia as <strong>mulheres</strong>, mas <strong>de</strong> reformar a própria<br />
ciência” (GONZÁLEZ GARCÍA, 1999, apud GRAÑA, 2004, p. 13) 14 .<br />
14 Tradução livre <strong>de</strong>:” Los enfoques <strong>de</strong> género emergentes en la „segunda ola‟ <strong>de</strong>l feminismo <strong>de</strong> los<br />
años „60 a los ‟80 partían <strong>de</strong> la <strong>de</strong>nuncia <strong>de</strong> la escasez <strong>de</strong> mujeres en las ciencias, para luego<br />
<strong>de</strong>tenerse en el carácter androcéntrico <strong>de</strong>l contenido <strong>de</strong> las ciencias y en los sesgos sexistas <strong>de</strong>l<br />
lenguaje. Estos enfoques se orientaban <strong>de</strong> este modo hacia u<strong>na</strong> revisión profunda <strong>de</strong> las relaciones<br />
entre ciencia y sociedad: “„Ya no se trata únicamente <strong>de</strong> reformar las instituciones y <strong>de</strong> alfabetizar en<br />
ciencia y tecnología a las mujeres, sino <strong>de</strong> reformar la propia ciencia‟” (GONZÁLEZ GARCÍA, 1999,<br />
apud GRAÑA, 2004, p. 13).