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desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR

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Segundo Scott (1995), a década <strong>de</strong> 60, e mais especificamente o ano <strong>de</strong><br />

1968, foi o momento <strong>de</strong> legitimação acadêmica dos estudos feministas <strong>na</strong> Europa e<br />

nos Estados Unidos. Nesse momento, vários grupos vão se articular e dar início a<br />

movimentos 9 sem prece<strong>de</strong>ntes <strong>na</strong> história <strong>das</strong> <strong>mulheres</strong>. Estes grupos<br />

expressam sua inconformida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>sencanto em relação aos tradicio<strong>na</strong>is<br />

arranjos sociais e políticos, às gran<strong>de</strong>s teorias universais, ao vazio<br />

formalismo acadêmico, à discrimi<strong>na</strong>ção, à segregação e ao silenciamento<br />

(LOURO, 2007, p. 16).<br />

Louro (2007, p. 17) diz que as feministas, em geral, faziam esforços pela<br />

visibilização <strong>das</strong> <strong>mulheres</strong>, lutando contra a “segregação social e política a que as<br />

<strong>mulheres</strong> foram historicamente conduzi<strong>das</strong> [que teve como consequência] a sua<br />

ampla invisibilida<strong>de</strong> como sujeito – inclusive como sujeito da Ciência”. As feministas<br />

tomaram como ponto <strong>de</strong> partida o fato <strong>de</strong> termos estado tanto tempo ausentes <strong>das</strong><br />

ciências, <strong>das</strong> letras e <strong>das</strong> artes, <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> sermos “controla<strong>das</strong> e dirigi<strong>das</strong><br />

por homens e geralmente representa<strong>das</strong> como secundárias, „<strong>de</strong> apoio‟, <strong>de</strong><br />

assessoria ou auxílio” (LOURO, 2007, p. 17), e quando isso ocorria era<br />

exclusivamente no âmbito privado.<br />

São <strong>de</strong>sta época estudos <strong>de</strong> referência sobre o tema, quase todos partindo<br />

<strong>de</strong> reflexões que se iniciaram anteriormente e especialmente emitindo ecos da<br />

primeira onda do feminismo, bem como <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> várias pessoas, como por<br />

exemplo, da escritora francesa e feminista Simone <strong>de</strong> Beauvoir (1908-1986), que já<br />

em 1949, com O segundo sexo, revolucionou o pensamento, propondo novas<br />

relações entre <strong>mulheres</strong> e homens; e <strong>de</strong> Betty Friedan que com A mística femini<strong>na</strong><br />

(1963) <strong>de</strong>u voz a inúmeras <strong>mulheres</strong> que, como ela, estavam cansa<strong>das</strong>, <strong>de</strong>ntre<br />

outras coisas, da vida relegada ao privado.<br />

Interessa-nos também <strong>de</strong>stacar o movimento feminista contemporâneo que<br />

surge durante os anos <strong>de</strong> 1970 <strong>de</strong>vido, principalmente, à entrada <strong>das</strong> <strong>mulheres</strong> <strong>na</strong>s<br />

universida<strong>de</strong>s; este fato fez com que emergissem novas discussões em torno do<br />

tema <strong>mulheres</strong>. Lia-se cada vez mais Simone <strong>de</strong> Beauvoir e Betty Friedan, além <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> “elite” buscavam reivindicações em favor <strong>das</strong> <strong>mulheres</strong> <strong>de</strong> classe alta, brancas, <strong>de</strong>ixando aparte<br />

to<strong>das</strong> as outras etnias e classes.<br />

9 Da mesma maneira, o termo movimento não po<strong>de</strong> ser tomado no singular, já que não existia um só<br />

feminismo. Sobre isso ver Scott (1995).

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