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desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR

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Enten<strong>de</strong>mos a universida<strong>de</strong> como espaço <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> saberes<br />

científico-tecnológicos, no qual agentes compartilham seus interesses individuais e<br />

coletivos, voltados ao social.<br />

Várias autoras e autores que trataram da questão <strong>das</strong> <strong>mulheres</strong> em Ciência<br />

e Tecnologia nos subsidiaram para embasar os dados encontrados <strong>na</strong> <strong>UTFPR</strong> com<br />

exemplos e realida<strong>de</strong>s que muito se aproximam da encontrada aqui. Uma <strong>das</strong><br />

autoras, Tabak (2002), <strong>de</strong>dica-se especialmente a estudar a relação <strong>mulheres</strong>,<br />

Ciência e Tecnologia; seus diagnósticos mais recentes apontam que, assim como <strong>na</strong><br />

<strong>UTFPR</strong>, as <strong>mulheres</strong> concentram-se em áreas “tradicio<strong>na</strong>lmente” femini<strong>na</strong>s,<br />

acarretando em <strong>uma</strong> baixa participação <strong>na</strong> produção <strong>de</strong> C&T.<br />

Nosso trabalho também teve como foco verificar os números da<br />

participação, ou seja, as que estão fazendo Ciência e Tecnologia, em quais áreas,<br />

em que proporção em relação ao universo <strong>de</strong> homens do ponto <strong>de</strong> vista da inserção<br />

<strong>de</strong>stas <strong>mulheres</strong> em grupos <strong>de</strong> pesquisas. A importância <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>rmos esta<br />

dinâmica se dá porque, assim como Stolte-Heiskanen (1998 apud TABAK, 2002),<br />

acreditamos que a representação <strong>de</strong>sigual <strong>de</strong>ntro da ativida<strong>de</strong> científica constitui<br />

<strong>uma</strong> negação dos direitos h<strong>uma</strong>nos, e implica <strong>na</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> em relação ao<br />

acesso a posições <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, já que alcançar os mais altos níveis n<strong>uma</strong> instituição <strong>de</strong><br />

ensino superior significa alcançar postos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> científica, que levam a<br />

toma<strong>das</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões que se revertem para a socieda<strong>de</strong>.<br />

Outro ponto a<strong>na</strong>lisado neste trabalho, que aparece mais especificamente <strong>na</strong><br />

fase quatro, diz respeito à sub-representação femini<strong>na</strong> nos postos <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. O fato<br />

<strong>de</strong> não ter havido um número <strong>de</strong> <strong>mulheres</strong> elevado, ou pelo menos equitativo, <strong>na</strong>s<br />

três fases anteriores, não favoreceu que as <strong>mulheres</strong> chegassem a postos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>cisões. O que por um lado é <strong>na</strong>tural <strong>de</strong>ntro do cenário apresentado, <strong>de</strong>monstra <strong>na</strong><br />

verda<strong>de</strong> <strong>uma</strong> segregação. Conclui-se que durante gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong> sua história, a<br />

<strong>UTFPR</strong> manteve as <strong>mulheres</strong> longe dos postos <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão, ou seja, <strong>na</strong> condição <strong>de</strong><br />

operárias (FOUREZ, 1995), no fazer <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s que seriam em sua maioria<br />

li<strong>de</strong>ra<strong>das</strong> ou <strong>de</strong>cidi<strong>das</strong> pelos homens.<br />

Po<strong>de</strong>mos observar que ainda se mantêm fortes as bases da instituição,<br />

quando, ao ser um espaço predomi<strong>na</strong>ntemente masculino, as <strong>mulheres</strong> eram<br />

excluí<strong>das</strong> <strong>das</strong> toma<strong>das</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões. Ao longo <strong>de</strong> toda sua história todos os<br />

dirigentes foram homens, representando um espaço político generificado. As

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