desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR

212
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
“As mulheres, nas salas de aulas brasileiras e nos outros espaços
sociais, viveram, com homens, crianças e outras mulheres, diferentes
e intrincadas relações, nas quais sofreram e exerceram poder.
Pensá-las apenas como subjugadas talvez empobreça
demasiadamente sua história, uma vez que, mesmo nos momentos e
nas situações em que mais se pretendeu silenciá-las e submetê-las,
elas também foram capazes de engendrar discursos discordantes,
construir resistências, subverter comportamentos” (LOURO, 1997, p.
478-479).
Este trabalho objetivou analisar a participação das mulheres na construção
da história da educação profissional, em especial da construção da história da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Nos interessou analisar em que áreas
elas atuaram e como se configura a participação atual na pesquisa científicotecnológica
na instituição.
Para concluir, reiteramos que Ciência e a Tecnologia se constituíram ao
longo da história em campos majoritariamente masculinos, nos quais a participação
das mulheres quando ocorria era encoberta e desvalorizada, contribuindo para que
se pensasse que elas não atuaram. No entanto, são muitos os esforços por
visibilizar nomes de mulheres que se destacaram – as primeiras ou as poucas
mulheres encontradas tornam-se alvo de historiadores e historiadoras, sociólogos e
sociólogas, pesquisadores e pesquisadoras, enfim.
Somos responsáveis por trazer a público aquelas que nos fazem entender a
Ciência e a Tecnologia como campos que podem e devem ser concebidos como
equitativos de maneira a derrubarmos barreiras consolidadas.
Durante a coleta de dados foi possível perceber que havia uma diferença
entre os momentos por que passava a instituição – ora elas eram visibilizadas ora
não. Este fato por si só já é importante, pois indica que as mulheres sempre
participaram da construção da UTFPR; visíveis ou não, elas fizeram parte.
Entretanto, não podemos deixar de considerar este fato delas serem invisibilizadas
como um mecanismo de opressão, pautado e consolidado a partir da configuração
dos próprios mecanismos de poder da instituição, em relação aos líderes, cursos