desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR
desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR
desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
174<br />
a<strong>na</strong>lisamos por exemplo o número <strong>de</strong> matrículas femini<strong>na</strong>s no curso industrial no<br />
ano <strong>de</strong> 1953 (quadro 7), vemos como era restrita a atuação docente femini<strong>na</strong>:<br />
Série Alunos Alu<strong>na</strong>s Total<br />
1ª 161 42 202<br />
2ª 59 14 73<br />
3ª 17 3 20<br />
4ª 15 5 20<br />
Total 252 64 316<br />
Quadro 7 – Número <strong>de</strong> alunos/as matriculados/as<br />
nos cursos industriais em 1953<br />
Fonte: Adaptado <strong>de</strong> Machado, 2010, p. 191.<br />
Por causa do número <strong>de</strong>crescente <strong>de</strong> matrículas a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>obra<br />
femini<strong>na</strong> também <strong>de</strong>crescia em função do avanço <strong>das</strong> séries. E isso não era<br />
um privilégio <strong>das</strong> <strong>mulheres</strong>, já que percebe-se o <strong>de</strong>créscimo no número <strong>de</strong> alunos<br />
matriculados; <strong>uma</strong> <strong>das</strong> justificativas recorrentes <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a fundação da Escola em<br />
1909 para a evasão era a condição social (MACHADO, 2010). A ignorância e a<br />
pobreza dos pais muitas vezes os levavam a tirarem seus filhos da escola para que<br />
começassem a trabalhar. Há relatos inclusive <strong>de</strong> que donos <strong>de</strong> fábricas incitavam os<br />
pais, com promessa <strong>de</strong> rentabilida<strong>de</strong> imediata, que dispensava a conclusão dos<br />
cursos. Isso aconteceu <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primeiros anos da Escola e em alguns relatórios do<br />
primeiro diretor, Paulo Il<strong>de</strong>fonso, percebemos seu empenho por tentar diminuir estas<br />
práticas.<br />
Vemos a partir <strong>de</strong> to<strong>das</strong> as funções que são <strong>de</strong>sempenha<strong>das</strong> por <strong>mulheres</strong><br />
aponta<strong>das</strong> até aqui que elas estão quase sempre relacio<strong>na</strong><strong>das</strong> a ativida<strong>de</strong>s<br />
consi<strong>de</strong>ra<strong>das</strong> historicamente como ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cuidado. Em relação às discipli<strong>na</strong>s<br />
ministra<strong>das</strong>, percebemos sua relação com as ativida<strong>de</strong>s direcio<strong>na</strong><strong>das</strong> ao público<br />
feminino.<br />
Nessa lógica, <strong>de</strong>staque para o tratamento dado às discipli<strong>na</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho.<br />
Machado (2010) afirma que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as primeiras déca<strong>das</strong> <strong>de</strong> existência da Escola,<br />
Desenho Or<strong>na</strong>mental e Desenho Técnico tinham tratamentos diferentes: <strong>mulheres</strong><br />
ministravam a discipli<strong>na</strong> <strong>de</strong> Desenho Or<strong>na</strong>mental e homens ministravam a <strong>de</strong>