desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR
desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR
desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
138<br />
5.1 PRIMEIRA FASE (1909-1936): PROFESSORAS ADJUNTAS OU<br />
COADJUVANTES (IN)VISÍVEIS<br />
No início <strong>de</strong> sua história, no ano <strong>de</strong> 1909, quando o então presi<strong>de</strong>nte Nilo<br />
Peçanha cria <strong>na</strong>s capitais do país as Escolas <strong>de</strong> Aprendizes Artífices, o público alvo<br />
eram garotos <strong>de</strong> cama<strong>das</strong> menos favoreci<strong>das</strong> da socieda<strong>de</strong>, chamados em vários<br />
momentos <strong>de</strong> “<strong>de</strong>sprovidos da sorte”. As Escolas origi<strong>na</strong>lmente se apresentavam<br />
como um local <strong>de</strong> <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>ção social e h<strong>uma</strong>nitária, pois ensi<strong>na</strong>r ofício àquela época<br />
garantia que os meninos pu<strong>de</strong>ssem sobreviver e sustentar a família. O objetivo <strong>de</strong>las<br />
portanto era oferecer ensino profissio<strong>na</strong>l/industrial a estes meninos como <strong>uma</strong><br />
possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entrada num mercado <strong>de</strong> trabalho que ansiava por mão-<strong>de</strong>-obra<br />
técnica especializada.<br />
Amorim (2004) enten<strong>de</strong> ensino profissio<strong>na</strong>l como o ramo <strong>de</strong> ensino, <strong>de</strong> nível<br />
primário e secundário, que objetiva a formação <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra qualificada. O autor<br />
<strong>de</strong>staca que<br />
a criação <strong>das</strong> Escolas <strong>de</strong> Aprendizes Artífices, que mais tar<strong>de</strong> irão compor o<br />
sistema <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> ensino profissio<strong>na</strong>l, procura contemplar tanto as<br />
necessida<strong>de</strong>s da crescente indústria <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e regio<strong>na</strong>l quanto discipli<strong>na</strong>r<br />
pelo trabalho os filhos <strong>das</strong> classes trabalhadoras, afastando-os <strong>de</strong><br />
quaisquer “<strong>de</strong>svios <strong>de</strong> comportamento”. Está inserida num contexto <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong>s mudanças pelas quais passa o Brasil, no fi<strong>na</strong>l do século XIX e<br />
primeiras déca<strong>das</strong> do século XX (AMORIM, 2004, p. 20).<br />
Queluz (2000, p. 47), por sua vez, vai dizer que “Pelo menos até 1920, a<br />
instituição caracterizou-se pelo aprendizado <strong>de</strong> ofícios em bases artesa<strong>na</strong>is e pela<br />
precarieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas ofici<strong>na</strong>s e equipamentos”. Durante esse período,<br />
a escola tinha caráter primário, e nos quatro anos <strong>de</strong> duração do curso, os<br />
alunos entre 12 e 16 anos, além do trabalho <strong>de</strong> aprendizado <strong>na</strong>s ofici<strong>na</strong>s,<br />
freqüentavam os cursos <strong>de</strong> instrução elementar e <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho. [...] Em 1918,<br />
com o novo regulamento, a faixa etária dos alunos a serem admitidos <strong>na</strong><br />
instituição foi modificada para 10 a 16 anos (QUELUZ, 2000, p. 49).<br />
Amorim tratará <strong>de</strong>ssa primeira década <strong>de</strong> funcio<strong>na</strong>mento da Escola e<br />
explicará objetivamente como estava estruturada: o mo<strong>de</strong>lo adotado pela Escola era<br />
o <strong>de</strong> grupo escolar,