22.07.2014 Views

Encefalites - Sociedade Portuguesa de Pediatria

Encefalites - Sociedade Portuguesa de Pediatria

Encefalites - Sociedade Portuguesa de Pediatria

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Acta Pediatr Port 2011:42(6):284-91<br />

Brito MJ et al. – <strong>Encefalites</strong> - recomendações<br />

com alterações da mielina. Não se i<strong>de</strong>ntifica o agente no SNC.<br />

Correspon<strong>de</strong>m a cerca <strong>de</strong> 1/3 dos casos <strong>de</strong> encefalite aguda.<br />

por células T activadas, reconhece <strong>de</strong>terminantes antigénicos<br />

da mielina (múltiplos agentes virais e bacterianos).<br />

II. ETIOLOGIA<br />

Uma lista não exaustiva dos agentes causais inclui:<br />

Vírus: HVS1, HVS2, HV6, HV7, Varicela-zooster, EBV,<br />

CMV, A<strong>de</strong>novirus, Enterovirus, Influenza, Parainfluenza,<br />

VSR, Sarampo, Parotidite. Arbovirus (St Louis, West Nile).<br />

Raiva, Parvovirus B19, Rotavirus<br />

Bactérias: Borrelia spp, Treponema pallidum, Bartonella<br />

hensalea, Brucella… Ricketsias, Mycoplasma pneumoniae<br />

Outros: Protozoarios (Toxoplasma, Toxocara, Trypanosoma<br />

sp..), Helmintas (trichinella, shistosoma sp…), Fungos (Cândida,<br />

Cryptococcus)<br />

V. CLÍNICA<br />

A história clínica e o exame objectivo são fundamentais na<br />

abordagem do doente com encefalite, po<strong>de</strong>ndo fornecer pistas<br />

sobre o agente etiológico.<br />

Antece<strong>de</strong>ntes pessoais<br />

Doenças crónicas, imuno<strong>de</strong>ficiência (ex agamaglobulinémia:<br />

Enterovirus, Mycoplasma pneumoniae), imunossupressão<br />

(ex: V. varicela-zoster, CMV, Herpes 6, HIV, vírus JC, Listeria<br />

monocytogenes, Mycobacterium tuberculosis, C. neoformans,<br />

Coccidioi<strong>de</strong>s spp, Histoplasma capsulatum, Toxoplasma gondii,<br />

Enterovirus, Mycoplasma pneumoniae)<br />

III. INCIDÊNCIA<br />

Em Portugal a incidência é <strong>de</strong>sconhecida. Os resultados do<br />

Estudo da UVP_SPP (Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Vigilância Pediátrica da<br />

<strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Portuguesa</strong> <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>) ainda não estão publicados.<br />

Globalmente estão <strong>de</strong>scritas incidências <strong>de</strong> 0,07-12,6/100000<br />

habitantes, variável consoante:<br />

1. Região – diferenças regionais nos EUA (encefalites a<br />

arbovírus), Europa Central (encefalite da carraça)<br />

2. Época do ano – meses quentes (encefalite da carraça),<br />

monções (encefalite japonesa)<br />

3. Taxas <strong>de</strong> vacinação<br />

4. Grupo etário (lactentes, crianças em ida<strong>de</strong> escolar, adolescentes)<br />

(ex: a encefalite por HSV2 é mais frequente no<br />

recém nascido e lactente e a encefalite a Mycoplasma pneumoniae<br />

e a encefalite posinfecciosa na criança mais velha)<br />

5. Sexo (ex: a encefalite da parotidite no sexo masculino e a<br />

encefalite por Mycoplasma pneumoniae no sexo feminino<br />

6. Estadio imunitário<br />

Mecanismo Directo<br />

IV. PATOGENIA<br />

1 – Via hematogénica (Herpes simplex, Arbovírus) – infecção<br />

do endotélio dos pequenos vasos, leucócitos infectados,<br />

passagem pelos plexos coroi<strong>de</strong>us.<br />

2 – Difusão centrípeta a partir <strong>de</strong> nervos periféricos (Raiva).<br />

3 – Via olfactiva (Herpes simplex, Poliomielite e Arbovírus).<br />

Mecanismo Indirecto<br />

1 – Imunológico: a hipótese autoimune pressupõe que o hospe<strong>de</strong>iro,<br />

por um mecanismo predominantemente mediado<br />

Epi<strong>de</strong>miologia<br />

- Doença viral ou vacinações nas quatro semanas prece<strong>de</strong>ntes<br />

- Viagens recentes, piqueniques<br />

- Contacto com animais e insectos (carraças, mosquitos, etc)<br />

(Quadro I)<br />

- Contacto com pessoas doentes<br />

- Estação do ano (ex: encefalite a enterovírus: no fim do Verão<br />

e início do Outono)<br />

Quadro I – Agentes etiológicos possíveis <strong>de</strong> acordo com a epi<strong>de</strong>miologia<br />

(Adaptado <strong>de</strong> IDSA Gui<strong>de</strong>lines for Management of Encephalitis)<br />

Dado Epi<strong>de</strong>miológico<br />

Contacto com animais:<br />

1. Gatos<br />

2. Cães Raiva<br />

3. Roedores<br />

Agentes possíveis<br />

4. Ovelhas e cabras Coxiella burnetti<br />

Alimentos<br />

5. Carne mal<br />

confeccionada<br />

6. Leite não<br />

pasteurizado<br />

Activida<strong>de</strong>s recreativas<br />

7. Campismo/<br />

activida<strong>de</strong>s outdoor<br />

8. Natação (águas<br />

fluviais)<br />

Toxoplasma gondii, Coxiella burnetti,<br />

Bartonella henselae<br />

Bartonella quintana, encefalite da<br />

carraça<br />

Toxoplasma gondii<br />

Listeria monocytogenes, Coxiella<br />

burnetti, Borrelia burgdorferii<br />

Todas as doenças transmitidas por<br />

mosquitos<br />

Enterovirus, Naegleria fowleri<br />

9. Contacto sexual HIV; Treponema pallidum<br />

285

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!