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Cavaquistas querem que Vítor Gaspar saia - Europa

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Opinião<br />

Es<strong>que</strong>rda e direita (III)<br />

Vasco Pulido Valente<br />

O<br />

PSD percebeu primeiro<br />

(se “perceber” é a<br />

palavra) o desastre<br />

<strong>que</strong> se aproximava.<br />

Por várias razões.<br />

Primeiro, por<strong>que</strong> sempre esteve<br />

mais ligado aos “negócios” do<br />

<strong>que</strong> o PS. Segundo, por<strong>que</strong> parte<br />

do seu pessoal económico e<br />

fi nanceiro vinha de empresas ou<br />

da banca. E, terceiro, por<strong>que</strong> uma<br />

parte da geração <strong>que</strong> chegou ao<br />

governo durante Cavaco e a seguir<br />

ao “cavaquismo” se formara na<br />

América e, bem ou mal, absorvera<br />

www.publico.pt<br />

Na orelha da Antárctida<br />

Pela primeira vez, dois jornalistas portugueses<br />

acompanharam o trabalho de cientistas<br />

portugueses na Antárctida e ficaram numa<br />

base de investigação.<br />

Teresa Firmino (textos)<br />

e Nuno Ferreira Santos<br />

(fotografias) sentiram<br />

o espírito antárctico na<br />

Base Grande Muralha<br />

da China, narraram a<br />

viagem a um buraco<br />

de neve e gelo, mostraram os moleiros <strong>que</strong><br />

gostam de (comer) pinguins e os “animalitos”<br />

nas praias do Drake, e relataram um<br />

reencontro luso na Ilha do Rei Jorge.<br />

publico.pt<br />

a ortodoxia americana. Ainda por<br />

cima, o PSD — excepto pelo curto<br />

intervalo de Barroso e de Santana<br />

Lopes — vegetou quase quinze<br />

anos na oposição, inteiramente<br />

imerso numa guerra civil interna<br />

<strong>que</strong> paralisou o partido e por um<br />

pouco não o destruiu. Apesar disso,<br />

no meio dessa longa trapalhada,<br />

houve tempo para descobrir <strong>que</strong><br />

a situação de Portugal se tornava<br />

pura e simplesmente insustentável.<br />

Só <strong>que</strong> o PSD (ao contrário<br />

do CDS), estava ligado às suas<br />

clientelas na administração central<br />

e, sobretudo, na administração<br />

local, e não tinha grande espaço<br />

de manobra. Ou, pelo menos,<br />

não tinha o espaço de manobra<br />

<strong>que</strong> a crise e o memorando da<br />

troika mais tarde lhe abriram. O<br />

<strong>que</strong>, de resto, não lhe resolveu os<br />

piores problemas. Parcialmente<br />

responsável pela paternidade<br />

do Estado Social e da burocracia<br />

Infelizmente,<br />

o Governo<br />

não contou<br />

com a<br />

sociedade<br />

portuguesa.<br />

Uma<br />

sociedade<br />

rural <strong>que</strong><br />

passou<br />

para uma<br />

soi-disant<br />

sociedade<br />

de serviços,<br />

sem nunca<br />

verdadeiramente<br />

se<br />

industrializar<br />

JOSÉ MANUEL RIBEIRO/REUTERS<br />

a <strong>que</strong> na altura Cavaco chamou<br />

“o monstro”, o PSD não podia<br />

inverter de repente a sua posição<br />

tradicional e anunciar <strong>que</strong> se<br />

convertera por iluminação<br />

celeste a uma versão indígena do<br />

neoliberalismo. Neste aperto, <strong>que</strong><br />

dura até hoje, foi dando uma no<br />

cravo e outra na ferradura, à espera<br />

<strong>que</strong> da mistura acabasse tarde ou<br />

cedo por sair qual<strong>que</strong>r coisa de<br />

bom.<br />

Infelizmente, não contou<br />

com a sociedade portuguesa.<br />

Uma sociedade rural <strong>que</strong><br />

passou para uma soi-disant<br />

sociedade de serviços, sem nunca<br />

verdadeiramente se industrializar.<br />

Uma sociedade dependente do<br />

Estado, desde “a sopa do convento”,<br />

agora não por acaso ressuscitada.<br />

Uma sociedade parada e conformista,<br />

<strong>que</strong> odiava (e odeia) o individualismo<br />

e a mudança (“indivíduo” continua<br />

a ser um termo pejorativo em<br />

Portugal). E uma sociedade <strong>que</strong><br />

sempre se <strong>que</strong>ixou em vão da falta<br />

de uma iniciativa privada, <strong>que</strong> não<br />

aparecia ou morria depressa. O<br />

Governo de Passos Coelho não viu, e<br />

persiste em não ver, o país real e julga<br />

<strong>que</strong> o transformará, restabelecendo<br />

a liberdade, a concorrência e a<br />

inovação na economia. Sucede<br />

<strong>que</strong> Portugal não é a América,<br />

nem a <strong>Europa</strong> do Norte. Não se<br />

cria uma cultura com uma retórica<br />

emprestada e meia dúzia de leis.<br />

Depois da dívida e do orçamento,<br />

fi cará o país do costume: obediente<br />

e resignado, com vaga esperança de<br />

um milagre improvável.<br />

Catalunha das neves<br />

Nélson Garrido leva-nos pelos Pirenéus<br />

catalães sob o signo da neve e com Lleida<br />

como centro nevrálgico. Esta fotogaleria<br />

é um passeio entre florestas e aldeias de<br />

pedra e madeira em vales profundos, entre<br />

pistas de esqui e igrejas românicas.<br />

fugas.publico.pt<br />

Rato, Tone, Culatra e Bino morrem aqui?<br />

Estreia a 6 de Setembro o último filme da<br />

primeira trilogia do cinema português. Em<br />

Balas & Bolinhos – O Último Capítulo, onde<br />

os quatro criminosos com pouco tento na<br />

língua se profissionalizam e entram na<br />

espionagem internacional. Veja como.<br />

p3.publico.pt<br />

I S S N : 0 8 7 2 - 1 5 4 8<br />

Futebol<br />

A infelicidade de Varela<br />

foi a sorte do Benfica<br />

Pág. 41<br />

Egipto<br />

O ano da revolução<br />

vivido por três jovens<br />

egípcios Págs. 32/33<br />

Lojas antigas<br />

Uma “ar<strong>que</strong>olojista” faz<br />

viagem pelas lojas-avós<br />

de Lisboa Págs. 34/35<br />

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