São Carlos, v.7 n. 29 2005 - SET - USP
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Andrea Elizabeth Juste & Márcio Roberto Silva Corrêa<br />
obtidos sejam afetados por diversos fatores, tais como: velocidade e intensidade de<br />
carregamento, dimensões dos corpos de prova. Dessa forma, a comparação direta dos<br />
resultados de deformabilidade em corpos de prova ensaiados por outros pesquisadores<br />
torna-se inviável, ressaltando a necessidade de uma norma brasileira específica sobre o<br />
assunto.<br />
Não se pode dizer que foram obtidas correlações, no que diz respeito à<br />
deformabilidade e às resistências à compressão dos corpos de prova, pela insuficiência<br />
de números de corpos de prova ensaiados e o grande número de variáveis envolvidas.<br />
Porém, pode-se afirmar que foram verificadas algumas importantes tendências de<br />
comportamento estruturais dos componentes e do conjunto envolvido neste estudo.<br />
Os valores de ruptura estimados teoricamente foram superiores aos obtidos<br />
através dos ensaios realizados na maioria dos corpos de prova.<br />
O ajuste da curva tensão-deformação através de uma parábola, até níveis de<br />
tensão na ordem de 60 a 70% da carga de ruptura, apresentou coeficientes de ajuste<br />
bastante satisfatórios para os valores obtidos experimentalmente.<br />
Os blocos alcançaram aumentos de até 150% nos valores de resistência à<br />
compressão média se comparados às resistências nominais indicadas pelo fabricante,<br />
notando-se que, para os blocos estudados, os valores característicos determinantes das<br />
classes de resistência dos blocos foram obtidos a partir de ensaios realizados aos 7 dias.<br />
O método para determinação dos valores de módulo de elasticidade do bloco a<br />
partir do ensaio de prisma mostrou-se bastante eficiente, já que, na maioria dos casos, os<br />
valores de relação entre E bm /f bm estavam dentro das faixas propostas pelos autores<br />
DRYSDALE et al. (1994) e SAHLIN (1971). Assim, acredita-se que a diminuição da<br />
influência da restrição lateral da base da máquina de ensaio, conseguida a partir da<br />
medida de deformações no bloco intermediário do prisma de três blocos, contribuiu de<br />
maneira significativa para a obtenção do módulo de elasticidade do bloco (E b ).<br />
Outra conclusão que pode ser obtida foi que a estimativa dos E bm feita através da<br />
utilização das expressões apresentadas pelo CEB-FIP Mode Code (1990) e pelo ACI –<br />
Building Code 318 (1990), para estimar o módulo de elasticidade do concreto, pode<br />
introduzir valores muito distantes dos reais. Dessa forma, é necessário que seja feito um<br />
estudo mais aprofundado para procurar obter expressões que representem o<br />
comportamento dos blocos utilizados na alvenaria estrutural de maneira mais realista.<br />
O papel da absorção inicial do bloco é importante, pois além de ajudar na<br />
produção de aderência, ajuda absorvendo água em excesso da argamassa, diminuindo a<br />
relação água/cimento e incrementando a resistência à compressão. O excesso é<br />
prejudicial, pois produz o efeito contrário, roubando água necessária para que ocorra a<br />
hidratação. Esta situação foi notada quando utilizadas as argamassas industrializadas<br />
para moldagem dos prismas dos ensaios-piloto 1.<br />
A afirmação feita por diversos autores citados durante este trabalho sobre a<br />
resistência à compressão depender principalmente da resistência e característica do<br />
bloco utilizado e em bem menor proporção das características da argamassa confirmouse<br />
neste trabalho experimental para blocos de baixa resistência à compressão. Assim,<br />
para esta situação deve-se escolher um tipo de argamassa com traço adequado, de modo<br />
a otimizar outras propriedades da argamassa, tais como trabalhabilidade e capacidade de<br />
absorver deformações. Porém, ao serem utilizados blocos de resistência à compressão<br />
elevada, deve ser tomado cuidado especial na escolha da argamassa, para que a mesma<br />
não interfira na resistência à compressão da alvenaria.<br />
Cadernos de Engenharia de Estruturas, São <strong>Carlos</strong>, v. 7, n. <strong>29</strong>, p. 1-30, <strong>2005</strong>