São Carlos, v.7 n. 29 2005 - SET - USP
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Determinação da capacidade resistente de nós de pórtico externos de concreto armado<br />
147<br />
3.3 Expressões das normas de cálculo<br />
Entre as principais normas encontradas na literatura que tratam do<br />
dimensionamento de nós de pórtico de concreto, tanto para o caso de carregamento<br />
cíclico quanto para o caso monotônico, estão as normas americanas ACI-352 (1991) e<br />
ACI-318 (1995), a norma japonesa AIJ (1991) e a norma neozelandesa NZS-3101<br />
(1995).<br />
Observa-se que as normas apresentam entre si algumas diferenças no<br />
dimensionamento das ligações, em especial sobre os mecanismos resistentes do nó<br />
frente ao cisalhamento imposto pelos elementos conectados.<br />
No modelo de cálculo adotado pelo ACI-318 (1995), assume-se que as forças<br />
cortantes são resistidas primariamente pelo núcleo de concreto (nó) e pela armadura<br />
longitudinal do pilar, sendo a integridade da ligação assegurada pela presença de<br />
estribos horizontais colocados na região do nó, os quais servem também para confinar<br />
o concreto. Com esse modelo, percebe-se que o nó é tratado como uma parte do pilar.<br />
Além disso, ignoram-se as tensões de cisalhamento verticais quando a armadura<br />
longitudinal do pilar é uniformemente distribuída ao longo do perímetro do nó. De<br />
qualquer modo, as tensões de cisalhamento verticais podem ser obtidas utilizando-se<br />
o mesmo raciocínio empregado na determinação da força cortante horizontal. Outra<br />
particularidade da norma americana é a consideração do efeito benéfico da presença<br />
de vigas transversais sobre o confinamento.<br />
No modelo adotado pelas normas NZS-3101 (1995) e pelo CEB (1985), as<br />
tensões cisalhantes horizontais e verticais são consideradas no dimensionamento.<br />
A norma brasileira NBR 6118:2003 trata os nós de pórtico como regiões<br />
especiais, não valendo nessas regiões a hipótese da permanência das seções planas.<br />
Prescreve que, em decorrência da mudança de direção dos elementos estruturais, a<br />
resistência do conjunto depende da resistência à tração do concreto e da disposição<br />
da armadura, as quais devem ser consideradas no dimensionamento. Entretanto, não<br />
apresenta modelos de cálculo para o dimensionamento dos nós.<br />
Resistência nominal ao cisalhamento<br />
Nas verificações associadas ao nó, é usual expressar as forças cortantes em<br />
termos de tensões cisalhantes, calculadas simplesmente por:<br />
Vjh<br />
τ<br />
n<br />
=<br />
(40)<br />
A<br />
j<br />
onde A j é a área efetiva do nó de pórtico. Tal área ainda pode ser escrita como:<br />
A = b h<br />
(41)<br />
j<br />
j<br />
j<br />
onde b j e h j são a largura efetiva e a altura efetiva do nó.<br />
Normalmente, adota-se para a altura efetiva h j o valor da altura da seção<br />
transversal do pilar na direção em que o cisalhamento é introduzido ao nó. Por outro<br />
lado, a obtenção da largura efetiva está ligada às diferenças de largura e de<br />
posicionamento entre as seções dos pilares e das vigas. É evidente que áreas de<br />
concreto muito afastadas das faces verticais das vigas não participam eficientemente<br />
na resistência às tensões cisalhantes introduzidos ao nó de pórtico. Por esse motivo,<br />
algumas normas fornecem recomendações simples para o cálculo de uma largura<br />
efetiva para o nó.<br />
Cadernos de Engenharia de Estruturas, São <strong>Carlos</strong>, v. 7, n. <strong>29</strong>, p. 131-155, <strong>2005</strong>