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Análise de vigas de concreto armado utilizando modelos de bielas e tirantes<br />

65<br />

2.4 Determinação da inclinação das bielas<br />

No projeto da viga, o ângulo θ formado entre as bielas e o eixo longitudinal do<br />

elemento pode ser arbitrado livremente no intervalo θ min ≤ θ ≤ θ max .<br />

À medida que o ângulo escolhido se aproxima do valor máximo, maior é a<br />

taxa de armadura transversal necessária e, por outro lado, menor é a tensão nas<br />

bielas. Contrariamente, ao se adotar um valor de θ próximo a θ min , diminui-se a área<br />

de armadura transversal, resultando, porém, em acréscimo nas tensões de<br />

compressão atuantes nas bielas. Em vista disso, sugere-se a adoção de valores da<br />

inclinação das bielas (θ) os mais próximos possíveis de θ min , pois as tensões de<br />

compressão são verificadas diretamente, pois deve-se apenas garantir que tais<br />

tensões estejam dentro dos limites estabelecidos. O valor mínimo que pode ser<br />

utilizado para a inclinação θ das bielas varia de acordo com as normas, os códigos e<br />

os pesquisadores. O MC CEB-FIP (1990) recomenda utilizar inclinação mínima θ min =<br />

18,4º (cotgθ min = 3).<br />

Porém, alguns pesquisadores discordam desse valor, justificando ser um valor<br />

muito baixo. Sugestões baseadas em investigações experimentais indicam valores<br />

para inclinação mínima das bielas comprimidas em torno de θ min = 26,5º. A NBR<br />

6118:2003 admite, em seu modelo de cálculo II, no qual a inclinação θ das diagonais<br />

de compressão pode ser diferente de 45º, valor mínimo igual a 30º. Admite ainda que<br />

a parcela complementar V c sofra redução com o aumento de V Sd .<br />

Deve-se salientar que bielas com baixas inclinações resultam em alta tensão<br />

na armadura transversal entre o início da fissuração e o estado limite último, além de<br />

requererem maior comprimento de ancoragem da armadura longitudinal. Nesse caso,<br />

o controle da fissuração pode ser limitante no projeto podendo, então, impedir valores<br />

de θ próximos a θ min . Além disso, aconselha-se não utilizar pequenas inclinações em<br />

elementos submetidos a tração axial.<br />

2.5 O modelo de bielas e tirantes<br />

Durante décadas, pesquisadores apenas sugeriram modificações no modelo<br />

proposto por Ritter e Mörsch, porém mantendo seus conceitos básicos. Sugestões e<br />

modificações propostas buscaram adaptar melhor o modelo original aos resultados<br />

experimentais. Resultados de ensaios levaram à adoção da “Treliça de Mörsch<br />

Generalizada”, em que a inclinação das bielas comprimidas em relação ao eixo da<br />

viga variava de acordo com os comportamentos observados nos ensaios.<br />

Uma grande evolução se observou nos anos 80, quando SCHLAICH &<br />

SCHÄFER (1988), pesquisadores de Stuttgart, Alemanha, passaram a aplicar os<br />

modelos de bielas e tirantes em outros elementos estruturais, como vigas-parede,<br />

consolos, sapatas, blocos de fundação, ligações entre viga e pilar, aberturas em vigas<br />

e apoios em dente.<br />

MARTI (1985) utilizou-se da teoria da plasticidade e de critérios básicos, que<br />

envolviam conceitos de nós, bielas, tirantes, arcos e leques, para propor a aplicação<br />

dos modelos ao dimensionamento das armaduras longitudinais e transversais de uma<br />

viga.<br />

Assim sendo, pode-se dizer que o modelo de bielas e tirantes teve<br />

significativo avanço e ampla divulgação somente a partir da década de 80, quando<br />

Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 10, n. 46, p. 61-90, 2008

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