04.07.2014 Views

download completo - SET - USP

download completo - SET - USP

download completo - SET - USP

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Análise de vigas de concreto armado utilizando modelos de bielas e tirantes<br />

63<br />

A Analogia Clássica da Treliça faz a analogia entre uma viga de concreto<br />

armado, depois de fissurada, e uma treliça de banzos paralelos e, apesar de<br />

apresentar certas imperfeições, resultantes da incompatibilidade entre modelo e viga<br />

real, ainda hoje é empregada em grande escala. Nas últimas décadas propostas vêm<br />

sendo feitas por pesquisadores e engenheiros sugerindo alterações no modelo<br />

original, a fim de aperfeiçoá-lo e, principalmente, ajustar os resultados experimentais<br />

aos teóricos.<br />

Atualmente, como importantes incrementos ao modelo de RITTER &<br />

MÖRSCH, destacam-se os modelos de bielas e tirantes, nos quais regiões da viga<br />

real são denotados como elementos da treliça. Neste caso, as armaduras transversais<br />

são os montantes tracionados da treliça, atuando tipicamente como tirantes na viga de<br />

concreto armado. Por sua vez, as diagonais comprimidas, situadas entre duas<br />

fissuras consecutivas, trabalham como as barras das diagonais comprimidas da<br />

treliça, atuando como as bielas. Por fim, citam-se os banzos da treliça, nos quais a<br />

armadura longitudinal de tração da viga funciona como o banzo tracionado e a faixa<br />

superior de concreto como o banzo comprimido.<br />

As hipóteses admitidas pela treliça clássica baseiam-se no panorama<br />

fissurado da viga, a partir do qual se pode determinar o mecanismo de funcionamento<br />

da mesma. O modelo propõe uma treliça de banzos paralelos em quase toda a<br />

extensão da viga, sendo que apenas nas regiões dos apoios o banzo superior inclinase<br />

até se encontrar com o inferior.<br />

As diagonais comprimidas apresentam inclinação θ menor ou igual a 45º em<br />

relação ao eixo longitudinal da viga, sendo que θ varia conforme a largura da alma e a<br />

taxa de armadura transversal. A delimitação das diagonais se dá pelas fissuras, pois<br />

cada diagonal está compreendida no espaço entre duas fissuras. Experimentalmente,<br />

observa-se que as inclinações das fissuras diminuem em direção aos apoios, valendo<br />

aproximadamente 90º na região central da viga. Porém, os modelos de cálculo<br />

determinam um ângulo de inclinação e consideram-no constante em toda a extensão<br />

da viga.<br />

O ângulo de inclinação mínimo é especificado segundo cada norma, porém<br />

usualmente admite-se θ = 45º, a fim de simplificar as considerações para o<br />

dimensionamento. A NBR 6118:2003 apresenta dois modelos de cálculo: o modelo I,<br />

que considera o ângulo θ = 45º, e o modelo II, que considera o ângulo θ arbitrado<br />

livremente entre 30º e 45º.<br />

A armadura transversal pode apresentar inclinação α entre 45º e 90º em<br />

relação ao eixo longitudinal da peça. Na prática, a grande maioria dos casos<br />

apresenta armadura transversal na posição vertical, ou seja, com α = 90º, em função<br />

da dificuldade de modelagem das barras da armadura com diferentes inclinações.<br />

Pode-se citar, porém, que tais inclinações, apesar de não usuais, melhoram a<br />

eficiência da armadura transversal.<br />

Segundo a NBR 6118:2003, a tensão nas barras da armadura transversal f ywd<br />

precisa respeitar os seguintes limites:<br />

Estribos: fywd = fyd = fyk / γs ≤ 435 MPa (1)<br />

Barras dobradas: fywd = 0,70 fyd = 0,70 fyk / γs ≤ 435 MPa (2)<br />

sendo:<br />

γ s = 1,15<br />

Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 10, n. 46, p. 61-90, 2008

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!