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62<br />

Daniel dos Santos & José Samuel Giongo<br />

ser usado, também, para dimensionar estruturas usuais, como vigas biapoiadas sem<br />

descontinuidades geométricas.<br />

2 AS VIGAS E O MODELO DE BIELAS E TIRANTES<br />

2.1 Preliminares<br />

Ao se estudar o equilíbrio da treliça de MÖRSCH, idealizada no século<br />

retrasado, podem ser determinados os deslocamentos no diagrama de momentos<br />

fletores, a fim de estabelecer os corretos pontos de interrupção das barras<br />

longitudinais da viga. Segundo a NBR 6118:2003, “o dimensionamento das armaduras<br />

longitudinais deve conduzir a um conjunto de esforços resistentes (N Rd , M Rd ) que<br />

constituam envoltória dos esforços solicitantes (N Sd , M Sd ) determinados na análise<br />

estrutural”.<br />

O modelo de bielas e tirantes, por sua vez, analisa a viga como um todo, sem<br />

a necessidade de separar os esforços solicitantes e as forças internas para equilibrálos,<br />

constituindo-se em modelo mais realista. Assim, permite que a determinação dos<br />

comprimentos das barras longitudinais seja realizada de maneira mais simples do que<br />

pelo modo tradicional - análise do momento fletor resistido por barra e consideração<br />

do diagrama de momentos fletores deslocado. Ao se aplicar o modelo, os pontos de<br />

interrupção das barras longitudinais podem ser determinados facilmente, de acordo<br />

com as forças aplicadas em cada barra do banzo da treliça, ou seja, determina-se a<br />

área de armadura necessária para resistir a força resultante em cada tramo do banzo<br />

que esteja tracionado. Sabendo-se que a força varia para cada barra da treliça, os<br />

pontos de interrupção das barras da armadura longitudinal podem ser definidos,<br />

portanto, a partir dos nós da treliça interna da viga.<br />

A análise da segurança da viga adotando o modelo de bielas e tirantes<br />

permite as verificações relativas aos banzos tracionado e comprimido, às diagonais<br />

comprimidas, aos pendurais e às regiões nodais.<br />

Para as verificações das vigas de concreto armado utilizando o modelo de<br />

bielas e tirantes, é necessário elaborar rotina de projeto que considere<br />

convenientemente:<br />

1. a segurança das regiões nodais;<br />

2. as verificações das diagonais comprimidas, considerando os critérios de<br />

resistência do concreto;<br />

3. as verificações dos pendurais (estribos), considerando os critérios de<br />

resistência das barras ou fios de aço;<br />

4. os comprimentos de ancoragem das armaduras longitudinais.<br />

2.2 A analogia clássica da treliça<br />

A treliça clássica de RITTER & MÖRSCH foi concebida no início do século XX<br />

e, desde então, vem sendo utilizada como base para o dimensionamento de vigas de<br />

concreto armado. Apesar de algumas pesquisas sugerirem alterações em sua teoria,<br />

seu aspecto geral foi mantido e está distante de ser superado, pois o mecanismo<br />

resistente desses elementos estruturais pode ser associado ao de treliças.<br />

Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 10, n. 46, p. 61-90, 2008

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