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Daniel dos Santos & José Samuel Giongo<br />
ser usado, também, para dimensionar estruturas usuais, como vigas biapoiadas sem<br />
descontinuidades geométricas.<br />
2 AS VIGAS E O MODELO DE BIELAS E TIRANTES<br />
2.1 Preliminares<br />
Ao se estudar o equilíbrio da treliça de MÖRSCH, idealizada no século<br />
retrasado, podem ser determinados os deslocamentos no diagrama de momentos<br />
fletores, a fim de estabelecer os corretos pontos de interrupção das barras<br />
longitudinais da viga. Segundo a NBR 6118:2003, “o dimensionamento das armaduras<br />
longitudinais deve conduzir a um conjunto de esforços resistentes (N Rd , M Rd ) que<br />
constituam envoltória dos esforços solicitantes (N Sd , M Sd ) determinados na análise<br />
estrutural”.<br />
O modelo de bielas e tirantes, por sua vez, analisa a viga como um todo, sem<br />
a necessidade de separar os esforços solicitantes e as forças internas para equilibrálos,<br />
constituindo-se em modelo mais realista. Assim, permite que a determinação dos<br />
comprimentos das barras longitudinais seja realizada de maneira mais simples do que<br />
pelo modo tradicional - análise do momento fletor resistido por barra e consideração<br />
do diagrama de momentos fletores deslocado. Ao se aplicar o modelo, os pontos de<br />
interrupção das barras longitudinais podem ser determinados facilmente, de acordo<br />
com as forças aplicadas em cada barra do banzo da treliça, ou seja, determina-se a<br />
área de armadura necessária para resistir a força resultante em cada tramo do banzo<br />
que esteja tracionado. Sabendo-se que a força varia para cada barra da treliça, os<br />
pontos de interrupção das barras da armadura longitudinal podem ser definidos,<br />
portanto, a partir dos nós da treliça interna da viga.<br />
A análise da segurança da viga adotando o modelo de bielas e tirantes<br />
permite as verificações relativas aos banzos tracionado e comprimido, às diagonais<br />
comprimidas, aos pendurais e às regiões nodais.<br />
Para as verificações das vigas de concreto armado utilizando o modelo de<br />
bielas e tirantes, é necessário elaborar rotina de projeto que considere<br />
convenientemente:<br />
1. a segurança das regiões nodais;<br />
2. as verificações das diagonais comprimidas, considerando os critérios de<br />
resistência do concreto;<br />
3. as verificações dos pendurais (estribos), considerando os critérios de<br />
resistência das barras ou fios de aço;<br />
4. os comprimentos de ancoragem das armaduras longitudinais.<br />
2.2 A analogia clássica da treliça<br />
A treliça clássica de RITTER & MÖRSCH foi concebida no início do século XX<br />
e, desde então, vem sendo utilizada como base para o dimensionamento de vigas de<br />
concreto armado. Apesar de algumas pesquisas sugerirem alterações em sua teoria,<br />
seu aspecto geral foi mantido e está distante de ser superado, pois o mecanismo<br />
resistente desses elementos estruturais pode ser associado ao de treliças.<br />
Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 10, n. 46, p. 61-90, 2008