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Larissa Driemeier & Sergio Persival Baroncini Proença<br />
Mas observado o aspecto de regularização da resposta numérica, resta outra questão<br />
importante: aonde se inicia a localização?<br />
Em muitos problemas a região de localização pode ser mais facilmente definida em<br />
função da distribuição de esforços (naturalmente nas zonas mais solicitadas), da<br />
presença de descontinuidades geométricas do meio ou mesmo das condições de<br />
vinculação. Porém quando ela depende da distribuição inicial de defeitos do material, a<br />
qual possui naturalmente grande aleatoriedade, a detecção da zona de localização tornase<br />
mais difícil de ser realizada numericamente. Neste caso, a simulação numérica deve<br />
recorrer a funções de distribuição para a identificação dos pontos mais frágeis do meio.<br />
Neste trabalho as questões relativas à aleatoriedade da distribuição dos defeitos não<br />
serão consideradas, sendo o objetivo principal o estudo de uma técnica de regularização.<br />
Assim snedo, quando necessário, opta-se por provocar a localização pela adoção de<br />
uma resistência menor em determinados pontos da estrutura.<br />
Nos próximos dois itens apresentam-se exemplos que ilustram a questão da nãoobjetividade<br />
de resposta numérica dos modelos locais.<br />
1.2 Exemplo barra axialmente tracionada<br />
Neste exemplo considera-se uma barra axialmente tracionada por uma carga aplicada na<br />
extremidade livre e engastada na outra extremidade. A barra é discretizada por n<br />
elementos finitos de deformação constante, conforme ilustra a Figura 2.<br />
L<br />
y<br />
x<br />
σ<br />
Figura 2 - Barra sujeita a carregamento uniaxial.<br />
A resposta admitida para o material é do tipo elástico com dano. Antes de alcançar a<br />
resistência à tração σ vale uma relação linear entre tensão (normal) σ e deformação ε,<br />
seguida de um pequeno regime de encruamento positivo próximo da tensão de pico.<br />
Depois de alcançada a resistência de pico, a resposta é descrita por uma curva de<br />
encruamento negativo de acordo.<br />
Para fins de provocar a localização, adota-se inicialmente uma resistência à tração um<br />
pouco menor para um dos n elementos. Impondo-se um processo de deformação<br />
controlada, uma vez alcançado o limite à tração, a evolução das deformações irá<br />
ocorrer, naquele elemento, com redução dos níveis de tensão normal até a ruptura da<br />
barra (condição de dano unitário ou próximo dele). Durante esse processo, os elementos<br />
vizinhos, nos quais a resistência à tração não foi excedida, irão descarregar<br />
elasticamente. A Figura 3 mostra, para o caso de n=3, a curva σxε de cada elemento<br />
característico, a saber: a Figura 3b refere-se ao elemento central com resistência à<br />
tração menor, que entra em regime de encruamento negativo até a ruptura, enquanto a<br />
Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 10, n. 46, p. 127-155, 2008