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128<br />

Larissa Driemeier & Sergio Persival Baroncini Proença<br />

fenômenos irreversíveis que envolvem dissipação de energia e precedem a ruptura.<br />

Neste regime normalmente identificam-se respostas caracterizadas por encruamentos<br />

positivo (“hardening”) e negativo (“softening”), sendo que o negativo é conseqüente<br />

do aparecimento de pronunciados gradientes de deslocamento em zonas restritas do<br />

meio, chamadas zonas de localização de deformação.<br />

Na literatura a observação experimental da localização de deformações em metais é<br />

relatada em diversas publicações – Nadai 1 , Asaro 2 , Perzyna & Perzyna 3 e Olmstead et<br />

al.<br />

4 . As zonas de localização foram primeiramente observadas em ensaios<br />

experimentais de tração sobre corpos de prova metálicos, onde o fenômeno irreversível<br />

dominante é a plastificação. Já num estágio avançado da resposta não-linear as<br />

deformações plásticas acabam por se concentrar na forma de bandas de cisalhamento<br />

ou bandas de Lüder.<br />

No caso de materiais como o concreto, o fenômeno dissipativo dominante é a micro -<br />

fissuração, cuja evolução, normalmente decorrente do aumento dos níveis de solicitação<br />

mecânica, tende a concentrar-se em uma zona de largura muito pequena. A progressão<br />

da microfissuração nessa zona acaba por levar à formação de uma fissura discreta,<br />

conforme ilustra a Figura1. A largura e direção da zona de localização dependem do<br />

tipo de concreto e dos defeitos nele contidos, da geometria, condições de contorno e<br />

carregamento (Cedolin et al. 5 , Pamin 6 ).<br />

Na modelagem matemática de estruturas em concreto, pode-se tratar cada fissura<br />

individualmente, como sugere a mecânica da fratura, ou modelar o processo de<br />

evolução da microfissuração inteiramente via lei constitutiva local, válida ponto a<br />

ponto, como sugerem os modelos de meios contínuos equivalentes, como os da<br />

mecânica do dano.<br />

(a) (b) (c)<br />

Figura 1 - (a) Fissuração em estágio inicial de solicitação: distribuída ao longo da estrutura;<br />

(b) Localização do fenômeno de fissuração; (c) Formação da macrofissura.<br />

Apesar da abordagem pela mecânica da fratura ser mais representativa sob o ponto de<br />

vista físico, pois leva em conta diretamente a presença de uma descontinuidade no meio,<br />

ela pode ser de aplicação inviável em situações de fissuração difusa ou mesmo em uma<br />

análise estrutural de grande escala. Essa abordagem também pressupõe a existência<br />

inicial da fissura, desconsiderando todo o processo anterior de evolução da<br />

microfissuração e que pode ocorrer envolvendo ponderável dissipação de energia.<br />

Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 10, n. 46, p. 127-155, 2008

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