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96<br />

Marcela de Arruda Fabrizzi & Roberto Martins Gonçalves<br />

Existem 2 classificações distintas de interação nas vigas mistas relativas à:<br />

• Resistência;<br />

• Rigidez.<br />

A primeira é aquela em que a resistência da viga é determinada pela<br />

resistência ao momento fletor e não pelo cisalhamento da conexão, ou seja, em caso<br />

de colapso, haverá rompimento do aço ou do concreto, não dos conectores.<br />

Em relação à rigidez, uma conexão é dita flexível quando utiliza conectores<br />

flexíveis, por exemplo, tipo pino com cabeça, sendo permitido, desta maneira, a<br />

deformação do conector.<br />

O uso de vigas mistas acrescenta resistência e rigidez à seção em relação ao<br />

mesmo perfil isolado. Como resultado, temos economia de material e diminuição da<br />

altura da estrutura.<br />

Para dimensionamento das vigas mistas, é feita uma analogia com uma viga<br />

“T” em concreto armado. Porém, é necessário considerar as diferenças entre os dois<br />

materiais (aço e concreto) em relação à resistência e deformabilidade.<br />

Além disso, não existe uma interação ou aderência natural entre os dois<br />

materiais; portanto, para que o escorregamento na interface seja impedido ou<br />

minimizado é necessária a utilização de conectores de cisalhamento. Este dispositivo<br />

resiste aos esforços cisalhantes longitudinais à viga, permitindo que os dois materiais<br />

trabalhem em conjunto.<br />

2.1 Vigas mistas bi-apoiadas<br />

Em vigas mistas biapoiadas, os materiais aço e concreto são solicitados da<br />

maneira mais adequada. Como o carregamento usual em edifícios é gravitacional, os<br />

momentos fletores gerados aplicam compressão na fibra superior e tração na fibra<br />

inferior.<br />

Quando a linha neutra (L.N.) se situa na mesa de concreto, apenas a sua<br />

parcela comprimida é considerada e o perfil de aço encontra-se totalmente tracionado.<br />

Quando a linha neutra está na mesa superior do perfil, esta, apesar de parcialmente<br />

comprimida, está travada lateralmente pelo concreto e por este motivo os efeitos da<br />

flambagem local são minimizados. O restante do perfil encontra-se tracionado.<br />

Quando a L.N. se localiza na alma do perfil, este deve ser verificado à<br />

flambagem local ou lateral por distorção como em vigas de aço isoladas.<br />

Sendo os dois primeiros casos de posicionamento da L.N. os mais comuns, as<br />

vigas mistas biapoiadas aproveitam as características mais adequadas de cada<br />

material. Esta configuração de apoio, apesar de não ser possível rotular totalmente<br />

uma viga a um pilar, ou seja, sempre irá ocorrer momento de engastamento nesta<br />

ligação, é bastante comum de ser assumida. Isto se deve ao fato que requer maior<br />

resistência que a consideração de ligação semi-flexível e pela simplicidade de<br />

dimensionamento e execução da ligação. Apesar destas vantagens, como não<br />

transmite momentos fletores, não resiste a ações horizontais.<br />

Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 10, n. 46, p. 91-110, 2008

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