O DESEMPENHO DA ECONOMIA BAIANA - Sefaz BA
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Novembro de 2011<br />
Edição Especial<br />
O <strong>DESEMPENHO</strong><br />
<strong>DA</strong> <strong>ECONOMIA</strong><br />
<strong><strong>BA</strong>IANA</strong><br />
Gestão<br />
Transparência é ação<br />
prioritária na Bahia<br />
Finanças Públicas<br />
Estado mantém<br />
equilíbrio fiscal e<br />
garante investimentos<br />
Entrevista Ministro<br />
Guido Mantega<br />
Combate à sonegação<br />
SEFAZ intensifica ações de fiscalização
SEFAZ<br />
116 anos<br />
Prover e administrar os recursos<br />
financeiros para<br />
viabilizar as políticas públicas do<br />
Estado e orientar o cidadão quanto<br />
à importância do pagamento dos<br />
tributos e do controle da aplicação<br />
dos recursos públicos
EDITORIAL<br />
A<br />
missão de administrar as finanças da Bahia com uma<br />
concepção política diferente da que vinha trilhando<br />
o Estado nas últimas décadas é um desafio cotidiano. Esta<br />
publicação surge da necessidade de apresentar à sociedade o<br />
trabalho realizado, sua importância e os resultados alcançados<br />
nessa jornada.<br />
Não foi à toa que a economia baiana conquistou resultados<br />
positivos nestes últimos anos. É consequência de muito empenho<br />
em cortar gastos e conseguir, com recursos escassos,<br />
os melhores resultados. Importante também foi a manutenção<br />
de investimentos estruturantes, fundamentais para haver<br />
crescimento econômico. Tudo isso estabelecendo uma relação<br />
de respeito à sociedade, pautada pelo diálogo franco, em<br />
que predomina a justiça fiscal, com ações inovadoras como<br />
a implantação do Portal Transparência Bahia, fornecendo a<br />
todos o livre acesso às informações dos gastos públicos.<br />
A confiança no governo cresce a cada dia, fruto da criação desse<br />
novo ambiente de negócios. Canais de comunicação para<br />
esclarecer as questões dos contribuintes foram criados, com<br />
a realização de seminários, oficinas e demais encontros que,<br />
sem dúvida, foram e são fatores que sedimentam um ambiente<br />
fértil para a geração de novos negócios. O retorno da negociação<br />
dos precatórios e o pagamento de dívidas antigas são demonstrações<br />
do empenho do governo em resolver pendências<br />
históricas através de saídas consensuais.<br />
A postura adotada pelo governo diante da crise econômica de<br />
escala global em 2008 e 2009 também mostrou-se acertada e no<br />
momento correto. Foi através de ações diretas de estímulo ao<br />
setor produtivo, como negociação e parcelamento de dívidas,<br />
aliadas à eficiência do planejamento estratégico em andamento<br />
que se conseguiu o não desaquecimento da economia do Estado,<br />
minimizando, desse modo, o efeito negativo da crise. O<br />
acompanhamento responsável e sério das finanças da Bahia e a<br />
preocupação constante com a manutenção do equilíbrio fiscal<br />
foram outros importantes focos do trabalho da SEFAZ.<br />
Por outro lado, deu-se significativa atenção à qualificação<br />
dos servidores fazendários, com ações gerenciais firmes visando<br />
o aperfeiçoamento profissional e a eficácia de métodos<br />
e processos. A conclusão do Programa de Desenvolvimento<br />
Gerencial – PDG este ano, coloca a Secretaria num<br />
patamar bem acima daquele que existia no início de 2007.<br />
São profissionais cada vez mais preparados, com suas poten-
cialidades sendo valorizadas. Durante esse período também<br />
foi feito o redesenho de processos da área tributária, em fase<br />
de implantação. O material produzido é de alto nível e, sem<br />
sombras de dúvidas, fornece para esta administração,<br />
elementos fundamentais para tomada de decisões estratégicas,<br />
que podem definir ações de curto, médio e longo<br />
prazo, relacionados a sistemas, processos, estrutura e<br />
pessoas, preparando a Secretaria para um salto de gestão,<br />
essencial para os enfrentamentos futuros, onde o fisco<br />
precisará unir competência, inovação, transparência e<br />
compromissos cada vez maiores com a sociedade.<br />
Em outra vertente, pode-se dizer que a Bahia, enfim,<br />
entrou na era digital na área tributária. O Estado é referência<br />
nacional na implantação do Sistema Público de<br />
Escrituração Digital – SPED, programa federal, no qual<br />
o avanço baiano foi significativo. Por isso, hoje, todos<br />
os baianos podem comemorar o sucesso da implantação<br />
da Nota Fiscal Eletrônica, o que dá mais segurança às<br />
transações, diminui a sonegação, aumenta o controle da<br />
arrecadação, melhora o ambiente concorrencial, reduz o<br />
consumo de papel e retorna em mais investimentos em<br />
obras e serviços.<br />
pequena oscilação em consequência da crise no ano de<br />
2008. Mas o salto de arrecadação de ICMS é ilustrativo:<br />
fechamos 2007 com um montante de R$ 8,36 bilhões e<br />
em 2010 alcançamos R$ 11,15 bilhões.<br />
Através da Força-Tarefa, parceria com outros órgãos públicos,<br />
foram desvendados diversos esquemas criminosos de sonegação<br />
fiscal e realizadas muitas ações ao longo dos últimos quatro<br />
anos. O Programa de Educação Tributária seguiu trilhando<br />
caminho de sucesso, beneficiando muitas instituições por<br />
meio do Sua Nota é um Show de Solidariedade e mais ações<br />
de caráter educativo estão sendo desenvolvidas, especialmente<br />
com o Educação Fiscal nas Escolas. A intenção é colocar a<br />
educação tributária dentro do currículo escolar.<br />
Outras iniciativas importantes sob a coordenação da SE-<br />
FAZ podem ser elencadas, como as eficientes negociações<br />
nas operações de crédito, que impactam em mais investimentos;<br />
a nova lei do fisco, que modernizou as carreiras<br />
dentro da SEFAZ; a eficiente ação da Auditoria Geral do<br />
Estado – AGE e as Parcerias Público-Privadas, que têm<br />
garantido importantes investimentos em áreas como a<br />
saúde; a mobilidade, o lazer e o desenvolvimento urbano.<br />
Ao iniciar o processo de adoção do Sistema Integrado de<br />
Planejamento e Finanças – Fiplan, dá-se mais um passo na<br />
modernização dos sistemas de gestão e controle orçamentário<br />
e financeiro do Estado. Esta iniciativa permitirá uma<br />
integração definitiva entre os órgãos públicos estaduais,<br />
ao passo que proporcionará o aumento da qualidade na<br />
gestão e maior transparência da administração pública.<br />
Do alto dos seus 116 anos, a Secretaria da Fazenda do Estado<br />
da Bahia possui motivos para se orgulhar de sua gestão<br />
tributária. A arrecadação cresce gradativamente, com<br />
Durante esse trajeto, um aspecto tranquilizador foi poder<br />
contar com a competente e qualificada equipe da Secretaria<br />
da Fazenda, que sempre deu constantes demonstrações<br />
de profissionalismo e comprometimento com o nosso<br />
Estado. Sabe-se que mudanças não acontecem da noite<br />
para o dia, mas é necessário planejar a rota a seguir e ter<br />
estratégias para enfrentar as turbulências do caminho. Por<br />
tudo isso, com base nos princípios da ética, da transparência<br />
e da responsabilidade social a Bahia encontra-se, hoje,<br />
no caminho do crescimento econômico, com ampliação<br />
de investimentos e equilíbrio fiscal.<br />
Carlos Martins Marques de Santana<br />
Secretário da Fazenda do Estado da Bahia
FINANÇAS&TRIBUTOS<br />
EXPEDIENTE<br />
SUMÁRIO<br />
Revista da Secretaria da Fazenda do<br />
Estado da Bahia<br />
Novembro de 2011<br />
Endereço: 2ª Avenida, nº 260<br />
CEP 41745-003, CAB, Salvador<br />
Bahia – Brasil<br />
www.sefaz.ba.gov.br<br />
0800 071 0071<br />
ascom@sefaz.ba.gov.br<br />
...............................................................<br />
8<br />
ENTREVISTA<br />
Ministro GUIDO MANTEGA<br />
Jaques Wagner<br />
GOVERNADOR<br />
Otto Alencar<br />
VICE-GOVERNADOR<br />
Carlos Martins<br />
SECRETÁRIO <strong>DA</strong> FAZEN<strong>DA</strong><br />
Carlos Alberto Batista<br />
SUBSECRETÁRIO<br />
Pedro Dórea<br />
CHEFE DE GABINETE<br />
...............................................................<br />
ASCOM-SEFAZ<br />
JORNALISTA RESPONSÁVEL<br />
Claudia Casali (DRT/<strong>BA</strong> 2136)<br />
REPÓRTERES<br />
Kau Rocha (DRT/<strong>BA</strong> 1955)<br />
Leonardo Leão (DRT/<strong>BA</strong> 1838)<br />
<strong>BA</strong>HIA É PIONEIRA<br />
NACIONAL<br />
NA IMPLANTAÇÃO <strong>DA</strong> NOTA<br />
FISCAL ELETRÔNICA<br />
38<br />
23<br />
MOBILI<strong>DA</strong>DE<br />
UR<strong>BA</strong>NA<br />
PARCERIA PÚBLICO-PRIVA<strong>DA</strong><br />
GARANTIRÁ A CONSTRUÇÃO<br />
DO METRÔ DE SALVADOR<br />
COLABORADORES<br />
Fernanda Grisi (ASCOM SEFAZ)<br />
Maria Paula Fonseca (ASCOM SEFAZ)<br />
FOTOS<br />
Arquivo SEFAZ<br />
SECOM<br />
Agência Brasil<br />
AST-COM DESEN<strong>BA</strong>HIA<br />
REVISÃO<br />
Ana Lúcia Pereira<br />
PROJETO GRÁFICO,<br />
ILUSTRAÇÕES<br />
EDITORAÇÃO,<br />
PRODUÇÃO<br />
Editora Dendê<br />
14............................................... Planejamento e Inteligência<br />
no Enfrentamento da Crise Mundial<br />
16....................................................Aumento de Arrecadação<br />
tem Mantido Crescimento da Bahia<br />
20..............De Olho no Futuro Redesenho de Processos<br />
Prepara a SEFAZ para as Nova Tecnologias<br />
21.......................................... IPVA Medidas Visam Desonerar<br />
e Facilitar a Vida dos Contribuintes
CONTROLE<br />
INTERNO<br />
EM BENEFÍCIO<br />
<strong>DA</strong> POPULAÇÃO<br />
18<br />
50<br />
ESTADO INTENSIFICA<br />
COM<strong>BA</strong>TE À SONEGAÇÃO<br />
INVESTIR EM<br />
EQUIPAMENTOS<br />
61<br />
É FUN<strong>DA</strong>MENTAL PARA BOM<br />
<strong>DESEMPENHO</strong> DOS SERVIDORES<br />
54<br />
QUALIFICAÇÃO, CAPACITAÇÃO<br />
E VALORIZAÇÃO DE PESSOAL<br />
24...... Educação Fiscal como Instrumento de Construção de uma Conciência Cidadã<br />
28................................................ Estado Mantém Equilíbrio Fiscal e Garante Investimentos<br />
30.........................................Operações de Crédito Reforçam Programas Governamentais<br />
34.......................... Setor Produtivo Baiano Recebeu Mais de R$ 1 Bilhão da Desenbahia<br />
36............ Governo do Estado Demonstra Respeito com o Pagamento de Precatórios<br />
42................................................................................ Transparência é Ação Prioritária na Bahia<br />
44........................................................................................Estado Moderniza Sistema de Gestão<br />
47.....................................................CONSEF Referência de Autonomia e Qualidade Técnica<br />
48.................................................................. <strong>Sefaz</strong> Digital Cidadãos Mais Próximos da SEFAZ<br />
58...........................................................Integração que Gera Qualidade de Vida no Trabalho
ENTREVISTA<br />
GUIDO<br />
MANTEGA<br />
Ministro da Fazenda<br />
8
Desde 2003, com a gestão do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil<br />
vem traçando um novo caminho político, econômico, social e cultural, que<br />
o colocou na rota do desenvolvimento com respeito à democracia e melhorias na<br />
distribuição de renda. Muito do bom desempenho do país, que hoje desponta<br />
como uma das novas grandes potências mundiais, deve-se à política econômica<br />
adotada por Lula e continuada pela presidente Dilma Roussef, inclusive com medidas<br />
que mantiveram a estabilidade financeira em meio à grave crise que atingiu o<br />
mundo globalizado ao final de 2008.<br />
Em todo este processo, a figura de Guido Mantega foi determinante para a articulação<br />
das ações implementadas, garantindo-lhe o papel de condutor da economia<br />
brasileira. Tendo sido ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, presidente<br />
do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES e ministro<br />
da Fazenda durante o Governo Lula, com a posse da Presidenta Dilma no início de<br />
2011, continuou à frente da Fazenda do Executivo nacional.<br />
Com sua experiência nestes cargos, o economista e doutor em Sociologia tornou-se<br />
peça chave para se compreender o atual cenário econômico e social do Brasil, e um<br />
pouco de sua visão estratégica Mantega compartilhou com Bahia – Finanças & Tributos<br />
em uma entrevista, cujos principais trechos podem ser conferidos a seguir.<br />
Bahia - Finanças & Tributos: O mundo atravessou<br />
recentemente uma das maiores crises econômicas<br />
já vistas, mas, no Brasil, a economia sofreu bem<br />
menos e relativamente em pouco tempo o país já retomava<br />
o crescimento. O que fez com que o Brasil<br />
passasse pela crise dessa maneira?<br />
Guido Mantega: A política econômica adotada<br />
desde o começo do governo Lula e mantida<br />
pela presidenta Dilma, com o aumento das<br />
transferências de renda e valorização do salário<br />
mínimo, além do PAC 2007, possibilitou<br />
maior consumo das famílias e trajetória ascendente<br />
de investimentos, o que fortaleceu de<br />
forma substancial o mercado doméstico bra-<br />
9
O programa<br />
Minha Casa<br />
Minha Vida,<br />
com investimentos<br />
do<br />
governo de<br />
cerca de R$<br />
140 bilhões,<br />
possibilitará a<br />
realização do<br />
sonho da casa<br />
própria para<br />
famílias com<br />
baixa renda.<br />
sileiro. Esse fato, aliado à solidez dos<br />
fundamentos macroeconômicos, por<br />
meio do controle da inflação, responsabilidade<br />
fiscal, acúmulo de reservas<br />
internacionais e eficaz supervisão<br />
bancária, permitiu que o governo, diferentemente<br />
de outras crises, pudesse<br />
implementar, de forma imediata e<br />
eficiente, políticas anticíclicas para<br />
reverter os efeitos da instabilidade financeira<br />
mundial.<br />
Nesse sentido, o governo realizou<br />
a desoneração tributária de diversos<br />
itens na economia, desde bens<br />
duráveis à construção civil, e impulsionamos<br />
investimentos públicos,<br />
como forma de estimular o<br />
consumo, incentivar a produção<br />
industrial e a atividade econômica<br />
nacional. Estabelecemos, em 2008,<br />
o Grupo de Acompanhamento da<br />
Crise – GAC, para ouvirmos as propostas<br />
de representantes de vários<br />
setores e trocarmos informações<br />
sobre a crise e as medidas que estavam<br />
sendo tomadas. Dessa forma,<br />
com a imediata reação do governo,<br />
foi possível impulsionarmos a<br />
demanda agregada e lançarmos as<br />
bases para o vigoroso crescimento<br />
econômico que se viu em seguida.<br />
B-F&T: Como o senhor avalia o cenário<br />
atual da economia brasileira e qual a perspectiva<br />
para os próximos anos?<br />
GM: Vejo a economia brasileira preparada<br />
para continuar a progredir na direção<br />
de um crescimento econômico sustentável<br />
para os próximos anos, ao mesmo<br />
tempo em que consolida os avanços já<br />
conquistados. O governo tem adotado<br />
medidas para termos um crescimento<br />
equilibrado neste ano, como a reversão<br />
dos estímulos econômicos de 2009 e<br />
2010; o fortalecimento fiscal, por meio<br />
do aumento do resultado primário; e<br />
maior eficiência dos gastos públicos.<br />
Além disso, o nosso mercado de consumo<br />
interno, cheio de força e dinamismo,<br />
mostra-se capaz, a cada dia, de<br />
garantir uma trajetória continuada e<br />
ascendente de desenvolvimento econômico,<br />
gerando empregos, renda e inclusão<br />
social. Para se ter uma ideia, desde<br />
2003, houve a incorporação de 29 milhões<br />
de pessoas à classe média.<br />
O Governo Federal tem dado especial<br />
ênfase em promover o investimento<br />
produtivo na economia e estimular a<br />
criação de novos postos de trabalho.<br />
Diversas obras e programas, como o<br />
Luz Para Todos, expandiram o investimento<br />
público desde 2003. Nesse sentido,<br />
o PAC 1 representou um marco,<br />
pois mobilizou mais de R$ 500 bilhões,<br />
entre 2007 e 2010, nas áreas de transporte,<br />
energia, saneamento, habitação e<br />
recursos hídricos. E o PAC 2, iniciado<br />
neste ano, continuará a impulsionar e<br />
aumentar o nível do investimento em<br />
proporção ao produto interno bruto do<br />
país. O programa Minha Casa Minha<br />
Vida, com investimentos do governo de<br />
cerca de R$ 140 bilhões, possibilitará<br />
10
a realização do sonho da casa própria<br />
para famílias com baixa renda.<br />
Tenho certeza de que o país continuará<br />
a se beneficiar do seu pujante e<br />
amplo mercado doméstico de consumo<br />
e o PIB irá se expandir em torno<br />
de 5% nos próximos anos. Os grandes<br />
eventos internacionais a serem sediados<br />
no Brasil – a Copa de 2014 e as<br />
Olimpíadas de 2016 – também criarão<br />
inúmeras oportunidades de investimento<br />
e de empregos.<br />
Enfim, vislumbro o Brasil em um caminho<br />
sustentado de expansão da classe<br />
média, aumento de produtividade e<br />
em direção à erradicação permanente<br />
da pobreza, que já caiu 52% nos últimos<br />
oito anos. O governo seguirá a<br />
política de manter a inflação sob controle,<br />
porém sem estagnar a economia,<br />
e, assim, poderemos propiciar melhores<br />
condições de vida para toda a população<br />
brasileira e termos um país<br />
socialmente mais justo.<br />
B-F&T: Como o Ministério da Fazenda<br />
enxerga essa questão da valorização do<br />
câmbio, considerada por muitos empresários<br />
uma ameaça às exportações? O câmbio<br />
preocupa o senhor?<br />
GM: Estamos atentos e tomando<br />
medidas para evitar que países desenvolvidos<br />
tentem exportar a crise<br />
para o Brasil e tirar vantagens desleais<br />
do nosso mercado interno. Não<br />
vamos permitir que problemas vindos<br />
de fora, com origem em países<br />
com suas economias estagnadas, afetem<br />
a produção e o emprego nacionais.<br />
Adotaremos todas as iniciativas<br />
necessárias para continuar a nossa<br />
trajetória de crescimento sustentável<br />
e impedir que o excesso de liquidez<br />
mundial acabe afetando o Brasil de<br />
forma adversa.<br />
Nesse sentido, desde outubro do ano<br />
passado, elevamos de 2% para 6% a alíquota<br />
do IOF para aplicações de investidores<br />
estrangeiros em operações de<br />
renda fixa. No início de julho deste ano,<br />
aumentamos a exigência de recolhimento<br />
compulsório para os investimentos<br />
estrangeiros no mercado futuro, derivativos,<br />
de 0,38% para 6%.<br />
E, no dia 27 de julho, anunciamos um<br />
“pedágio” de 1% de IOF por margem ex-<br />
11
Lançamos,<br />
ainda, o Plano<br />
Brasil Maior,<br />
que abrange 35<br />
medidas para<br />
impulsionar<br />
a indústria e<br />
conter os efeitos<br />
nocivos da<br />
sobrevalorização<br />
do real<br />
cedente de instituições financeiras com<br />
posição vendida, a fim de evitarmos movimentos<br />
especulativos no mercado de<br />
derivativos. Lançamos, ainda, o Plano<br />
Brasil Maior, que abrange 35 medidas<br />
para impulsionar a indústria e conter os<br />
efeitos nocivos da sobrevalorização do<br />
real. Essas iniciativas vão desde a desoneração<br />
da folha de pagamento nos setores<br />
de confecções, calçados, móveis e software,<br />
até a restituição a produtores de bens<br />
manufaturados do valor equivalente a 3%<br />
das suas exportações.<br />
Isso tudo com o fim de desestimular ações<br />
de especuladores que tentam valorizar o<br />
câmbio para ganhos de curto prazo, em<br />
detrimento dos exportadores, e estimular<br />
a produção nacional. Ao mesmo tempo,<br />
buscamos preservar os investimentos que<br />
venham ao Brasil em busca de oportunidades<br />
produtivas e de longo prazo. Vamos<br />
continuar a reforçar, se necessário, as nossas<br />
medidas de defesa comercial contra<br />
práticas injustas e predatórias de comércio<br />
internacional, bem como garantir que<br />
a guerra cambial em curso não ponha em<br />
perigo as conquistas já alcançadas da sociedade<br />
brasileira.<br />
B-F&T: A Bahia vem desenvolvendo<br />
diversas ações conjuntas com outros estados<br />
para combater a sonegação fiscal,<br />
em especial em setores delicados como<br />
o de combustíveis. O senhor avalia que<br />
esse tipo de iniciativa é importante?<br />
GM: Sem dúvida, é muito importante<br />
o trabalho conjunto no combate à sonegação<br />
fiscal. O intercâmbio de métodos<br />
e informações fiscais entre os estados<br />
pode contribuir para a identificação<br />
e tratamento dos focos de sonegação,<br />
ajudando assim a inibir essa prática nociva<br />
à economia nacional. Na mesma<br />
linha, a cooperação entre as administrações<br />
tributárias dos níveis federal, estadual<br />
e municipal pode render muitos<br />
frutos positivos. O Confaz, por exemplo,<br />
é um canal muito importante para<br />
o exercício dessa integração. A sonegação<br />
fiscal é muito prejudicial para a<br />
economia do país, não só pelo seu impacto<br />
direto na arrecadação, mas pelos<br />
estragos que causa ao ambiente de<br />
negócios ao promover a concorrência<br />
desleal: o sonegador oferece seu produto<br />
ou serviço a preços mais competitivos<br />
e aniquila aquele concorrente<br />
que age conforme a lei, que gera empregos<br />
formais e que contribui para o<br />
crescimento do Brasil.<br />
B-F&T: O Estado da Bahia é sexto do<br />
Brasil em arrecadação de ICMS. Na sua<br />
visão, como o governo deve continuar trabalhando<br />
para que a Bahia mantenha e<br />
amplie o seu papel de indutor do desenvolvimento,<br />
em especial na Região Nordeste?<br />
GM: Os investimentos em infraestrutura<br />
são um dos principais alicerces<br />
do processo de indução do desenvol-<br />
12
vimento econômico da região. Os<br />
governos Federal e Estadual devem<br />
continuar trabalhando em sintonia<br />
para assegurar o fluxo de recursos<br />
necessários à modernização da infraestrutura<br />
nos diversos setores.<br />
A Bahia conta com projetos importantes<br />
na área de transportes, como<br />
a construção da ferrovia Oeste-Leste<br />
e do Porto Sul. O setor de energia<br />
também está contemplado: um<br />
exemplo é o dos parques eólicos,<br />
que devem ampliar e diversificar a<br />
matriz energética do estado. A continuidade<br />
desses investimentos é<br />
fundamental para a sustentabilidade<br />
do crescimento econômico do<br />
estado e do país.<br />
B-F&T: A respeito da Reforma Tributária,<br />
assunto que vem sendo tratado<br />
há mais de 15 anos e está novamente<br />
em destaque, principalmente pela discussão<br />
em torno da alíquota do ICMS<br />
que incide sobre as operações interestaduais,<br />
como o Ministério da Fazenda<br />
vê essa questão? A opinião do Governo<br />
é de que o assunto deve ser tratado de<br />
forma mais ampla ou por partes?<br />
Ao longo dos últimos anos, houve<br />
várias propostas de reforma tributária<br />
com o objetivo de simplificar<br />
o sistema tributário nacional e eliminar<br />
distorções que prejudicam o<br />
crescimento da economia brasileira<br />
e a competitividade das empresas.<br />
Por vários motivos, as propostas não<br />
avançaram. Com isso, criou-se um<br />
sentimento de frustração pela incapacidade<br />
de se chegar a uma reforma<br />
que conciliasse os vários interesses e<br />
atendesse aos anseios nacionais.<br />
Agora, o governo decidiu retomar os<br />
principais temas, mas o encaminhamento<br />
deles ocorreu em etapas. Inicialmente,<br />
a proposta foi organizada<br />
em quatro eixos: redução, unificação<br />
e simplificação do ICMS; desoneração<br />
e/ou mudança na base de tributação<br />
da folha de pagamento; ampliação<br />
do limite de enquadramento<br />
e estímulo às exportações do empreendedor<br />
individual e das micro e pequenas<br />
empresas; e mais rapidez na<br />
devolução de créditos por exportação<br />
e investimento (PIS/Cofins). De certa<br />
forma, essas medidas foram contempladas<br />
no Plano Brasil Maior e também<br />
no projeto de lei de ampliação<br />
do Supersimples, encaminhado ao<br />
Congresso Nacional.<br />
No caso específico do ICMS, a guerra<br />
fiscal entre os estados para atrair investimentos<br />
e gerar emprego e renda<br />
distorce a concorrência e atrapalha a<br />
competitividade das empresas. Entretanto,<br />
já há consenso da necessidade<br />
de se por um fim à guerra fiscal, que<br />
pode ser substancialmente reduzida<br />
com o deslocamento da tributação<br />
nas operações interestaduais da origem<br />
para o destino. Atualmente, está<br />
em discussão proposta de redução do<br />
ICMS entre contribuintes para aproximadamente<br />
4%.<br />
No caso<br />
específico do<br />
ICMS, a guerra<br />
fiscal entre os<br />
estados para<br />
atrair investimentos<br />
e gerar<br />
emprego e<br />
renda distorce<br />
a concorrência<br />
e atrapalha a<br />
competitividade<br />
das empresas.<br />
13
PLANEJAMENTO E<br />
INTELIGÊNCIA NO<br />
ENFRENTAMENTO<br />
<strong>DA</strong> CRISE MUNDIAL<br />
Bahia consegue driblar crise mundial<br />
e fortalece mercado interno<br />
Uma postura desenvolvimentista e um diálogo constante<br />
com os agentes econômicos, sindicatos e associações<br />
empresariais e dos trabalhadores marca a ação do governo estadual<br />
a partir de 2007, criando assim um ambiente fértil para<br />
a geração de novos negócios. Canais de comunicação foram<br />
abertos com a sociedade, através de encontros, seminários e<br />
oficinas para esclarecer e afastar dúvidas. Graças a esse novo<br />
cenário, alterações foram promovidas no Sintegra e na Antecipação<br />
Parcial, ainda em fins de 2007, simplificando a legislação<br />
e reduzindo a carga tributária.<br />
Com a expansão da crise financeira mundial para a economia<br />
no final de 2008, o governo, por meio da SEFAZ, agiu<br />
rápido e contou com a força de suas políticas tributárias<br />
em andamento e a eficiência de seu planejamento estratégico.<br />
O setor produtivo foi estimulado através de diversas<br />
medidas, seja com maiores prazos para pagamento do<br />
imposto, seja através de parcelamento. Assim, o comércio<br />
varejista obteve prazos especiais para recolhimento de<br />
ICMS para operações de saídas de mercadorias em todos<br />
esses anos. A divisão de impostos em quatro parcelas<br />
também proporcionou mais capital de giro às empresas<br />
participantes das campanhas de promoção de vendas, a<br />
exemplo da Liquida Salvador.<br />
Em outra frente a SEFAZ atuou garantindo a liberação automática<br />
de créditos fiscais acumulados para a indústria de calçados,<br />
limitado a 5% sobre o valor exportado até o limite de R$<br />
5 milhões/ano por setor. O Programa Desenvolve se tornou<br />
mais atrativo, ampliando os benefícios até o ano de 2020.<br />
14
Através da Desenbahia, foram abertas linhas de crédito especiais<br />
para as indústrias de alimento, bebida, têxtil, confecções e calçados,<br />
informática, eletrônica e de transformação de plástico. Muitas<br />
dessas fábricas empregam mão de obra de forma intensiva ou<br />
estão situadas em áreas sem tradição industrial, o que justifica a<br />
ação da SEFAZ como indutora do crescimento econômico.<br />
e a economia da Bahia. Para Martins, a precaução passa por<br />
conter gastos e selecionar investimentos. “É cada vez mais necessário<br />
gastar bem para obter o melhor resultado com o mínimo<br />
de recurso. Por outro lado, é necessário também manter<br />
investimentos estruturantes, porque sem estes investimentos<br />
não há crescimento econômico”, avaliou.<br />
Foram destinados R$ 110 milhões, com recursos provenientes<br />
em grande parte do Fundo de Desenvolvimento Social e Econômico<br />
– Fundese, à oferta de capital de giro e investimento<br />
fixo para pequenas e médias empresas.<br />
Outras iniciativas de destaque foram feitas junto às indústrias<br />
metalúrgicas e garantiram a manutenção dos postos de trabalho<br />
nesse setor, que emprega cerca de 40 mil trabalhadores.<br />
As indústrias de cerâmica foram dispensadas do ICMS relativo<br />
à substituição tributária incidente nas operações internas,<br />
garantindo, também, a manutenção de milhares de empregos<br />
diretos e indiretos.<br />
Todas as iniciativas da SEFAZ de viabilizar melhores saídas<br />
para os contribuintes foram fundamentais para manter ativa<br />
a economia, driblando a crise. Para o superintendente de<br />
Administração Tributária, Cláudio Meirelles, as políticas de<br />
transferência de renda em âmbito nacional, como o Bolsa Família,<br />
a recuperação do poder de compra do salário mínimo e<br />
a ampliação do crédito para gastos das famílias contribuíram<br />
para reduzir no Brasil os efeitos da crise que assolou o mundo.<br />
“Houve uma retomada considerável do poder de compra do<br />
salário mínimo nos últimos anos, só comparada à era Vargas”,<br />
argumenta Meirelles. Foi essa capacidade de compra do brasileiro<br />
que tornou pujante o mercado interno, minimizando,<br />
assim, os efeitos da famigerada crise.<br />
Por isso, o governo publicou este ano o decreto nº 12.583 no<br />
qual limita as cotas financeiras ao orçamento aprovado. “Havendo<br />
receita excedente, o valor será poupado, buscando ser prudente<br />
no enfrentamento à crise”, explica o secretário. Foram definidas<br />
regras para contenção de despesas: “as regras envolvem<br />
contenção de despesas com pessoal, limitação de contratações<br />
a cotas definidas pelo Conselho de Política de Recursos Humanos<br />
– COPE; suspensão de aumentos de cotas de Gratificação<br />
por Condições Especiais de Trabalho – CET e Regime de Tempo<br />
Integral e Dedicação exclusiva – RTI”.<br />
O secretário destaca também a importância de adoção de medidas<br />
estratégicas para o embate. “Há ainda a possibilidade da redução<br />
dos juros e dos depósitos compulsórios para manter a economia<br />
em movimento. Assim como na última crise, é preciso focar<br />
no mercado interno para garantir os empregos e a renda”.<br />
Atualmente, notícias dos mercados da Europa e Estados Unidos<br />
trazem a preocupação de outra crise iminente. O secretário<br />
da Fazenda, Carlos Martins, avalia que eventual retração<br />
nos mercados dos países do G-20 pode afetar as exportações<br />
15
AUMENTO DE<br />
ARRECA<strong>DA</strong>ÇÃO<br />
TEM MANTIDO<br />
CRESCIMENTO<br />
<strong>DA</strong> <strong>BA</strong>HIA<br />
A SAT comemora o crescimento<br />
de sua maior fonte de arrecadação,<br />
o ICMS, no período 2007–2010<br />
No ano em que comemora<br />
116<br />
anos, a Secretaria da<br />
Fazenda do Estado da<br />
Bahia busca incorporar<br />
novas estratégias às<br />
atividades da Administração<br />
Tributária, redesenhando<br />
os macroprocessos, ou seja, analisando<br />
como a fiscalização, a arrecadação, a cobrança administrativa<br />
de débitos tributários, o atendimento e o apoio ao<br />
cidadão contribuinte é feito atualmente e de como poderiam<br />
ser aprimorados com racionalização dos procedimentos e o<br />
uso intensivo de tecnologia.<br />
O ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços)<br />
é o tributo de maior peso no orçamento do Estado da<br />
Bahia e se manteve crescente desde 2007, com exceção em<br />
2009, por conta da crise global. Em 2010, o montante de R$<br />
11,15 bilhões arrecadados com o ICMS significou um crescimento<br />
de 19,27% em<br />
relação a 2009. A Bahia<br />
partiu de uma Receita<br />
Corrente Líquida de<br />
R$ 12,585 bilhões,<br />
em 2007, e fechou<br />
2010 com R$ 17,373 bilhões.<br />
Destaca-se, além da retomada<br />
de crescimento do estado<br />
pós-crise, a eficiência das medidas de recuperação do<br />
crédito tributário, que geraram mais de R$ 530 milhões<br />
para os cofres públicos.<br />
Para esse resultado acontecer foi fundamental o empenho de<br />
toda a Secretaria no combate à sonegação, na manutenção<br />
do equilíbrio fiscal, na melhoria do atendimento aos contribuintes,<br />
na implantação de projetos de modernização, na<br />
qualificação de seus servidores e na consolidação de uma<br />
gestão transparente. Tudo isso gerou resultados fiscais positivos<br />
e uma expectativa promissora para os próximos anos.<br />
16
Diversas são as frentes de atuação da Administração Tributária,<br />
as quais colocam a Bahia como protagonista no cenário<br />
nacional, tanto em arrecadação, ficando em sexto lugar no<br />
Brasil, quanto às inovações através do Sistema Público de Escrituração<br />
Digital – SPED.<br />
A adoção do novo Sistema Integrado de Planejamento<br />
e Finanças (Fiplan) – espelhado na experiência exitosa<br />
desenvolvida pelo estado do Mato Grosso – representa<br />
outro avanço da iniciativa de modernizar os sistemas de<br />
gestão e controle orçamentário e financeiro do Estado, o<br />
que vai permitir uma integração praticamente total entre<br />
os órgãos da administração pública estadual e aumentar a<br />
qualidade da gestão e a transparência na administração<br />
pública, aliando agilidade e eficiência no trato dos recursos<br />
públicos.<br />
Esse novo perfil de gestão aponta um horizonte mais seguro<br />
para a Bahia. O Estado, mesmo possuindo grande parte<br />
de seu território situado no semiárido – onde menores<br />
são as potencialidades econômicas e maiores as diferenças<br />
sociais, tem procurado superar essas dificuldades com<br />
investimentos em objetivos estratégicos que possibilitem<br />
o crescente aumento da arrecadação e a consequente distribuição<br />
de produtos e serviços que permitam a melhoria<br />
da qualidade de vida de todos os baianos.<br />
17
ESTADO INTENSIFICA<br />
COM<strong>BA</strong>TE À SONEGAÇÃO<br />
É<br />
visível todo o esforço dedicado à modernização da arrecadação<br />
com a implantação do SPED, a aquisição de<br />
novos equipamentos e a realização de cursos de capacitação<br />
aos servidores. Além dessas iniciativas, a SEFAZ realizou<br />
uma série de ações de combate à sonegação. Qualificando as<br />
ações, muitas delas foram realizadas em parceria com outros<br />
órgãos como Ministério Público, Agência Nacional de Petróleo,<br />
Gás Natural e Biocombustíveis, Polícia Rodoviária Federal,<br />
Polícia Militar, Ibama e Secretaria do Meio Ambiente.<br />
Muito mais do que o retorno imediato de dividendos aos<br />
cofres do Estado, as ações realizadas em várias frentes assumem<br />
um caráter pedagógico. “Acredito que as ações de combate<br />
à sonegação, como forças-tarefas, mexem no imaginário<br />
e, com a força da mídia, pautam toda a sociedade dando o<br />
exemplo”, argumenta Cláudio Meirelles, superintendente de<br />
Administração Tributária.<br />
O setor de petróleo, combustíveis e derivados possui, na<br />
estrutura da SEFAZ, uma coordenação específica, a Copec<br />
(Coordenação de Fiscalização de Petróleo e Combustíveis).<br />
A coordenação foi criada em 2005, e vem intensificando<br />
sua atuação ao longo do tempo. O consumo do<br />
álcool hidratado, por exemplo, cresceu 137% comparando-se<br />
o ano de 2005 com 2007, de onde se deduz que a<br />
fiscalização inibiu a sonegação no setor. O impacto é significativo,<br />
já que os combustíveis representam cerca de<br />
30% da arrecadação de ICMS no Estado.<br />
O gerente de Ações Especiais da Copec, Francisco Brito, explica<br />
que o álcool entra pelo sul da Bahia e é distribuído para<br />
todo o Estado a partir de Feira de Santana e Itabuna. Segundo<br />
ele, uma das mais importantes operações realizadas nos<br />
últimos anos, a Na Trilha do Álcool, cobriu todos os 194 municípios<br />
da região sul, de Teixeira de Freitas, no extremo sul,<br />
ao noroeste do Estado, na divisa com o Piauí, e foi motivada<br />
pelo grande número de denúncias de sonegação do ICMS na<br />
distribuição do álcool hidratado.<br />
Durante a primeira semana da operação Na Trilha do Álcool,<br />
fez o reconhecimento da região, a identificação de estradas<br />
vicinais e o monitoramento das atividades de distribuição.<br />
Posteriormente, a ação foi ostensiva, com a ajuda do mapeamento<br />
prévio feito com a utilização do helicóptero da Polícia<br />
Militar. A iniciativa inclui o trabalho realizado nos Postos<br />
Fiscais da SEFAZ e o acompanhamento nas usinas e distribuidores,<br />
por exemplo. Além de significar combate à sonegação,<br />
a operação detecta fraudes na qualidade do produto<br />
oferecido ao consumidor.<br />
Durante o ano de 2010, foram efetuadas as operações Tanque<br />
Cheio, Qualidade Total e Olho Vivo, que tinham como<br />
18
objetivo, respectivamente, verificar se as aquisições dos combustíveis<br />
estavam sendo feitas com Nota Fiscal Eletrônica; avaliar<br />
a conformidade do álcool e da gasolina comercializados nas<br />
cidades de Ilhéus e Itabuna e checar a qualidade dos combustíveis<br />
vendidos nos postos da capital baiana.<br />
Outra importante operação foi a “Mimoso do Oeste”, realizada<br />
pela equipe do Trânsito de Mercadorias em 2008, 2010 e 2011. A<br />
primeira registrou 835 autuações, com quase R$ 3 milhões de créditos<br />
recuperados, além de mais de R$ 11 milhões de recolhimento<br />
espontâneo, somente no agronegócio. Já no ano passado, foram<br />
lavrados 845 autos de infração e recuperados R$ 9,9 milhões aos<br />
cofres estaduais. A Mimoso do Oeste é a maior ação fiscal já planejada<br />
para controlar o escoamento da safra de grãos e a entrada e<br />
saída de mercadorias na<br />
região Oeste do estado.<br />
Rastros de Fogo foi<br />
o nome dado à operação<br />
responsável<br />
por fiscalizar fraudes<br />
na comercialização<br />
de carvão vegetal. A<br />
operação abrangeu<br />
as regiões sudoeste<br />
e oeste do estado<br />
e apesar de não ter<br />
constatado nenhum<br />
crime fiscal foi importante para detectar violações à defesa<br />
do meio ambiente e coagir qualquer tentativa de transgressão<br />
às legislações fiscal e tributária.<br />
A Força-Tarefa é uma iniciativa da SEFAZ articulada entre diversos<br />
órgãos do governo com o intuito de investigar e combater<br />
crimes contra a ordem tributária. A rígida condução do trabalho<br />
é pautada na correta e sigilosa apuração dos fatos e a busca constante<br />
de integração entre os setores governamentais. Destaca-se<br />
a participação fundamental nessa ação da Delegacia de Crimes<br />
Econômicos e contra a Administração Pública (Dececap).<br />
Algumas ações especiais foram executadas também durante<br />
2009, como a “Plástico” e a “By Pass”. A primeira, realizada<br />
através do trabalho conjunto da força-tarefa composta pela<br />
SEFAZ, Secretaria de Segurança Pública – SSP e Ministério<br />
Público – MP, cumpriu mandados de busca e apreensão<br />
nos estados da Bahia, Sergipe e Santa Catarina, com o fim<br />
de apreender documentos, mídias e demais elementos que<br />
comprovassem o esquema fraudulento de um grupo de empresas<br />
que sonegou cerca de R$ 30 milhões de tributos no<br />
período de atuação na Bahia. Já a By Pass, executada em setembro<br />
também pela força-tarefa, foi de busca e apreensão<br />
em um supermercado na região de Monte Gordo, a 41 km de<br />
Salvador. O sistema fraudulento sonegou impostos no montante<br />
de cerca de R$ 3 milhões.<br />
A Operação IPVA,<br />
também realizada<br />
em 2008 pela<br />
SEFAZ em parceria<br />
com a SSP e com o<br />
Ministério Público,<br />
desarticulou o grupo<br />
que sonegava o<br />
Imposto sobre Propriedade<br />
de Veículos<br />
Automotores e que<br />
pode ter causado<br />
um prejuízo de mais<br />
de R$ 1 milhão aos cofres públicos entre os anos de 2004<br />
e 2007. E para combater a prática de estelionato com os<br />
contribuintes que possuíam dívidas com a SEFAZ, a Secretaria,<br />
também em parceria com a SSP e MPE, realizou a<br />
Operação Camaleão, em setembro. A ação desarticulou um<br />
grupo que conseguiu obter R$ 3 milhões de forma ilícita.<br />
Outra ação da SEFAZ que merece destaque esteve voltada<br />
para as distribuidoras de medicamentos e contou com<br />
a lavratura de autos de infração no montante de R$ 10,3<br />
milhões de ICMS a recuperar (Operação Farma).<br />
19
DE OLHO NO FUTURO: REDESENHO<br />
DE PROCESSOS PREPARA A SEFAZ PARA<br />
AS NOVAS TECNOLOGIAS<br />
Iniciado em 2010, com a elaboração do projeto de mapeamento<br />
dos processos atuais (como é), cujo escopo de<br />
controle das obrigações fiscais é feito com base em documentos<br />
tradicionais – em papel – e de propriedade e guarda<br />
dos contribuintes, e seguindo pela modelagem para um<br />
momento futuro (como será), calcado na nova realidade do<br />
SPED, o Redesenho de Processos da SAT foi concluído em<br />
outubro do mesmo ano.<br />
Foram meses de muito estudo e trabalho para revisar os processos,<br />
levantar suas desconexões, traçar os processos em<br />
aderência com a nova realidade, principalmente com relação<br />
aos meios de informação que migraram para o mundo eletrônico,<br />
analisar a estrutura e propor nova estrutura mais racional.<br />
Tudo isto visando estabelecer uma forma mais eficaz<br />
na gestão da área tributária e trazendo um novo conceito de<br />
administração, mais eficiente, mais seguro e dotado de melhores<br />
mecanismos de gestão.<br />
Além de estar atento à mudança dos meios de informação<br />
o Redesenho de Processo da SAT visa também um alinhamento<br />
aos novos cenários do ponto de vista econômico, da<br />
mudança de uso de logística das empresas – que mudaram<br />
sua forma de operações – de outros aspectos tecnológicos e<br />
mesmo de filosofia do que é Administração Tributária, com<br />
ênfase na arrecadação espontânea e na determinação do potencial<br />
tributário.<br />
Os impactos principais que virão serão do ponto de vista da<br />
utilização massiva de informações proporcionada pela implantação<br />
do SPED, abarcando a Nota Fiscal Eletrônica, a<br />
Escrituração Fiscal Digital, a Escrituração Contábil Digital e<br />
os demais projetos do Sistema.<br />
“Não podemos nos acomodar frente às mudanças de tamanha<br />
magnitude; o mundo passa por profunda transformação,<br />
está se renovando, as novas tecnologias chegaram pra ficar e<br />
vão evoluir ainda mais e por isto devemos ficar atentos e nos<br />
preparar para o que ainda não conhecemos, para a necessidade<br />
de modernização ainda maior que está por vir”, afirma o<br />
secretário Carlos Martins.<br />
O trabalho da elaboração do Projeto de Redesenho que<br />
foi concluído já se encontra na fase de implantação. Um<br />
grupo de servidores foi formalmente constituído para<br />
tal e hoje o trabalho encontra-se sendo desenvolvido<br />
no seu planejamento e paralelamente em outras frentes<br />
mais específicas.<br />
20
IPVA<br />
MEDI<strong>DA</strong>S VISAM<br />
DESONERAR E<br />
FACILITAR A VI<strong>DA</strong><br />
DOS CONTRIBUINTES<br />
O<br />
IPVA – Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores<br />
é a segunda fonte de arrecadação do estado. “O IPVA<br />
segue para o caixa único do Estado e provê, portanto, diversas áreas<br />
de atuação estatal, para além de estradas, pontes, ruas ou viadutos”,<br />
esclarece Aline Lessa, gerente de IPVA da <strong>Sefaz</strong>.<br />
do ICMS sobre a energia elétrica para famílias com menos<br />
capacidade contributiva e a redução no preço da geladeira<br />
nova, que segundo ele, reafirmam o propósito de uma Administração<br />
Tributária voltada à redução das desigualdades<br />
sociais na Bahia.<br />
O Estado implantou uma medida que garante a restituição<br />
aos proprietários de veículos roubados ou com perda total<br />
com valor proporcional ao IPVA pago e não utilizado. A restituição<br />
ocorre no ano seguinte ao furto, roubo ou sinistro,<br />
desde que já tenha sido efetuado o pagamento do imposto.<br />
“O dono do veículo poderá solicitar a restituição à <strong>Sefaz</strong>, mediante<br />
compensação com outros débitos de IPVA devidos<br />
pelo contribuinte ou em moeda corrente, quando não for<br />
possível a compensação”, explica Aline Lessa.<br />
Outra boa notícia começou a vigorar em 2010: o IPVA menor<br />
do que R$ 50 terá isenção de pagamento. A medida foi<br />
publicada no Diário Oficial no dia 31 de dezembro de 2009 e<br />
beneficia cerca de 450 mil proprietários de veículos em todo o<br />
Estado. O superintendente da SAT, Cláudio Meirelles, explica<br />
que a isenção é automática, desde que os proprietários tenham<br />
pago a taxa de licenciamento referente ao ano anterior.<br />
O superintendente explica ainda que essa é mais uma medida<br />
de redução da carga tributária, como foi a desoneração<br />
Mais de 65 mil contribuintes que possuem dívida em relação<br />
ao Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores –<br />
IPVA, poderão contar com mais um benefício. O valor da<br />
multa que incidia em 100% sobre o valor do imposto foi reduzido<br />
em 40%, passando a ser de 60% do valor do IPVA.<br />
Segundo a gerente de IPVA da SEFAZ, Aline Lessa, qualquer<br />
pessoa tem direito ao benefício, desde que a falta de<br />
pagamento não tenha decorrido de fraude. “O objetivo da<br />
Secretaria da Fazenda com essa iniciativa é facilitar o pagamento<br />
dos débitos formados, contraídos”, explica.<br />
Frota de veículos<br />
da Bahia cresce<br />
numa média de<br />
18 mil ao mês<br />
21
SISTEMA<br />
BUSINESS INTELLIGENCE<br />
DE NOTAS FISCAIS<br />
ELETRÔNICAS
<strong>BA</strong>HIA É PIONEIRA NA<br />
IMPLANTAÇÃO <strong>DA</strong> NOTA<br />
FISCAL ELETRÔNICA<br />
O<br />
SPED – Sistema Público de Escrituração Digital faz<br />
parte do Programa de Aceleração do Crescimento do<br />
Governo Federal e visa aumentar a eficiência na cobrança<br />
de tributos e ampliação do combate à sonegação. De acordo<br />
com o superintendente Cláudio Meirelles, o Brasil foi o país<br />
que deu a largada nesse tipo de sistema. O SPED divide-se<br />
em quatro subprojetos: Escrituração Contábil Digital, Escrituração<br />
Fiscal Digital, Nota Fiscal Eletrônica e Conhecimento<br />
de Transporte Eletrônico. O Sistema possibilita a uniformização<br />
das ações do fisco e permite maior aproximação<br />
entre as empresas e as administrações tributárias.<br />
Grande parte das empresas baianas já aderiu ao sistema de NFe.<br />
O total de notas fiscais eletrônicas autorizadas ultrapassou a<br />
marca de 1,8 bilhão em dezembro de 2010. Por outro lado, a<br />
Escrituração Fiscal Digital – EFD deverá ser entregue, obrigatoriamente,<br />
em formato digital para cerca de nove mil estabelecimentos,<br />
em substituição aos livros fiscais que eram<br />
impressos em papel.<br />
A Gerdau, por exemplo, estima que deixou de imprimir<br />
7.900.000 documentos, por conta do novo sistema digital.<br />
Sabendo-se que o número médio de papéis por árvore é 12<br />
mil, a empresa informa, em nota da assessoria de comunicação,<br />
que foram poupadas 658 árvores. Boas ideias vêm para<br />
ficar e demonstram na prática sua enorme funcionalidade e<br />
respeito ao meio ambiente.<br />
Entre os estados brasileiros, a Bahia, por intermédio da<br />
SEFAZ, foi um dos primeiros a implantar a Nota Fiscal<br />
Eletrônica (NF-e), parte integrante do SPED. Desde<br />
2008, a Bahia é responsável pela coordenação técnica e<br />
executiva do Sistema da Nota Fiscal Eletrônica no Brasil.<br />
Em julho de 2010 a <strong>Sefaz</strong> apresentou o Sistema de Inteligência<br />
de Negócios com Base em Notas Fiscais Eletrônicas<br />
(BI NF-e) desenvolvido em parceria com o Instituto<br />
Brasileiro de Ética Concorrencial – ETCO. Esse sistema<br />
é informatizado e voltado para a fiscalização dos contribuintes<br />
obrigados à emissão da Nota Fiscal Eletrônica.<br />
Outros dois projetos que fazem parte do SPED, o Conhecimento<br />
de Transporte Eletrônico – CT-e e a Escrituração<br />
Fiscal Digital – EFD também obtiveram avanços a partir de<br />
2010. O primeiro começou a ser utilizado em abril pelas<br />
empresas cuja atividade econômica seja transporte de cargas,<br />
em quaisquer dos modais situados na Bahia, mas ainda<br />
de forma voluntária. O segundo passou a ser obrigatório no<br />
início de 2011.<br />
23
EDUCAÇÃO FISCAL COMO<br />
INSTRUMENTO DE CONSTRUÇÃO<br />
DE UMA CONSCIÊNCIA CI<strong>DA</strong>DÃ<br />
Estimular a população a pedir a nota fiscal sempre que comprar produtos e serviços é uma<br />
das ações do Programa de Educação Tributária do Estado da Bahia – PET. Tendo como<br />
objetivo central oferecer à sociedade contribuições permanentes para a formação da cidadania,<br />
o PET busca a conscientização do indivíduo sobre direitos e deveres relativos ao valor<br />
social dos recursos públicos advindos dos impostos e do controle social do Estado.<br />
O programa sensibiliza as pessoas para essa tarefa simples: exigir sempre a nota fiscal. Além<br />
disso, procura explicar a importância dos tributos para a vida dos cidadãos. Quanto maior a<br />
participação do cidadão na exigência da emissão de notas fiscais, menor será a possibilidade<br />
de sonegação e, por consequência, maior será a arrecadação de impostos por parte do Estado,<br />
o que, por sua vez, retorna em investimentos sociais, obras e serviços para todos.<br />
As ações de educação tributária conseguem gerar nas pessoas maior interesse pela administração<br />
pública e incentivam o acompanhamento, pela sociedade, dos investimentos de recursos<br />
públicos no Estado. O p rograma possui três linhas de atuação: Educação Fiscal nas<br />
Escolas, Sua Nota é um Show e Sua Nota é um Show de Solidariedade.<br />
Educação Fiscal nas Escolas<br />
O Projeto Educação Fiscal nas Escolas – PEFE no Estado da<br />
Bahia é desenvolvido pela Secretaria da Fazenda em parceria<br />
com a Secretaria da Educação, Receita Federal do Brasil<br />
5ª Região e com o Centro de Treinamento Regional da Esaf<br />
– Centresaf. Tem como objetivo contribuir para a formação<br />
de jovens conscientes da importância dos tributos para<br />
o desenvolvimento social do Estado. As secretarias e órgãos<br />
participantes dessa parceria compõem o Grupo Estadual de<br />
Educação Fiscal, que é responsável pelo curso a distância<br />
para formação de tutores e disseminadores da educação fiscal<br />
de modo contínuo, concebido pela Escola de Administração<br />
Fazendária – Esaf, e que envolve professores das<br />
redes pública e privada de educação, servidores públicos<br />
e a sociedade civil como um todo, cabendo à Secretaria da<br />
Fazenda a coordenação regional.<br />
Em novembro de 2009, na Conferência Estadual de Educação,<br />
o PET-<strong>BA</strong> realizou um seminário apresentando o<br />
Programa Nacional de Educação Fiscal e o Programa de<br />
Educação Tributária do Estado da Bahia. Na oportunida-<br />
24
de, foi lançada a proposta da Educação Fiscal tornar-se<br />
uma disciplina ministrada desde o ensino fundamental<br />
até o superior. Na plenária, a proposta foi alterada e votada,<br />
incluindo a Educação Fiscal para Cidadania na grade<br />
dos cursos de licenciatura.<br />
Em 2010, o PET ofereceu cursos a distância para 121 servidores<br />
públicos, que passaram a atuar como Disseminadores<br />
em Educação Fiscal, e a capacitação de 12 novos<br />
tutores. Hoje o Programa conta com um total de 2.124<br />
disseminadores e 56 tutores.<br />
Sua Nota é um Show de Solidariedade<br />
O Projeto Sua Nota é um Show de Solidariedade é desenvolvido<br />
pela Secretaria da Fazenda em parceria com as Secretarias<br />
de Saúde e Desenvolvimento Social e Combate à<br />
Pobreza. O maior objetivo é difundir a consciência sobre a<br />
função social dos impostos e estimular o acompanhamento<br />
da aplicação dos recursos públicos pela sociedade civil, ao<br />
mesmo tempo em que colabora com a sustentabilidade financeira<br />
de diversas instituições baianas.<br />
Quando alguém deposita uma nota fiscal numa das urnas expostas<br />
em estabelecimentos comerciais, nem sempre tem a real<br />
noção do significado de tal ato. De acordo com a Coordenação<br />
do PET, mesmo a menor transferência de recursos públicos recebidos<br />
pelas instituições referentes aos prêmios devidos pela<br />
sua classificação na Campanha, que é de R$ 1 mil, pode ter uma<br />
importância fundamental para pequenas instituições. “Existiu<br />
um caso em que os mil reais se traduziram na construção da sede<br />
de um projeto social, com a ajuda de pessoas como um pedreiro,<br />
apoio de uma casa de material de construção e capacidade de<br />
planejamento”, explica Amadeu Henrique Guimarães da Rocha,<br />
integrante da equipe do PET-Ba.<br />
Um papel como uma nota fiscal pode se transformar em<br />
algo descartável, no entanto, revela-se como um importante<br />
instrumento de manutenção da Osid. De acordo com<br />
Mariana Pimentel, os núcleos internos se dividem em equipes<br />
com o objetivo de arrecadar o maior número de documentos<br />
fiscais. “Fazemos uma gincana interna, inclusive<br />
com premiações, e o esforço é recompensado no final com<br />
mais recursos para a manutenção do trabalho social que é<br />
desenvolvido”, conclui.<br />
O Hospital Aristides Maltez é outra instituição que a cada<br />
ano contabiliza benefícios com a participação no Programa.<br />
Através do Sua Nota É Um Show de Solidariedade já<br />
realizou a troca de toda a frota de veículos que serve ao<br />
hospital e a cada etapa reequipa-se com material hospitalar,<br />
a exemplo de camas para UTI, escadinhas, cadeiras de rodas,<br />
material de nutrição e medicamentos. “Não teríamos<br />
condições de adquirir alguns destes equipamentos e reali-<br />
Para as Obras Sociais Irmã Dulce – Osid, o Programa significa<br />
mais ambulâncias, remédios e equipamentos que atendem<br />
principalmente à população carente. Para Mariana<br />
Pimentel, assessora de marketing da Osid, a campanha é<br />
uma grande “sacada”, envolve a sociedade, traz benefícios<br />
para inúmeras instituições e estimula a população a exercitar<br />
seu papel de cidadão.<br />
25
zar muitas destas ações apenas com recursos próprios”, salienta<br />
Celeste Antônia, diretora administrativa do Hospital.<br />
tem outra função: despertar a solidariedade em cada cidadão”,<br />
destaca Celeste Antônia.<br />
Na contagem das notas fiscais da última etapa que participou<br />
– realizada entre maio e agosto deste ano – a instituição<br />
contabilizou mais de quatro milhões de cupons. O mutirão<br />
para angariar tantas notas fiscais envolve a participação de<br />
pacientes, parentes de pacientes, funcionários, comerciantes<br />
e empresários. O Hospital espalhou cerca de 600 urnas em<br />
estabelecimentos comerciais da capital e do interior. “Além<br />
da evidente colaboração com essas instituições, a campanha<br />
Entre 2007 e 2011, foram distribuídos R$ R$ 39.863.630,60<br />
em prêmios, que chegaram às mãos de 589 instituições de 190<br />
municípios baianos. A avaliação da SEFAZ indica que algumas<br />
iniciativas ainda precisam ser agregadas ao projeto para torná-<br />
-lo ainda mais efetivo. A intenção passa por ampliar a difusão<br />
da educação fiscal nas instituições participantes e sensibilizar<br />
mais interessados em participar do quadro de disseminadores<br />
de educação fiscal, curso oferecido pelo Governo do Estado.<br />
Sua Nota é um Show<br />
Valorizar a música, a dança, o teatro, a literatura e o esporte e,<br />
ao mesmo tempo, estimular o consumidor a exigir a nota ou<br />
cupom fiscal para qualquer compra de produto ou serviço. A<br />
iniciativa envolve a parceria entre a Secretaria da Fazenda e a<br />
Secretaria da Cultura, através da Fundação Cultural e da Fundação<br />
Pedro Calmon, nos eventos artísticos e culturais. No<br />
esporte, especificamente no futebol, a SEFAZ adquire junto<br />
à Federação Bahiana de Futebol, através de contrato, ingressos<br />
dos jogos para os campeonatos baianos da 1ª e 2ª divisão para<br />
a permuta por notas e cupons fiscais pela população.
ALGUNS NÚMEROS DO PROGRAMA<br />
DE EDUCAÇÃO TRIBUTÁRIA – PET-<strong>BA</strong>,<br />
<strong>DA</strong> SECRETARIA ESTADUAL <strong>DA</strong> FAZEN<strong>DA</strong><br />
Na área de saúde, no ano de 2010, as instituições registraram um total de 46,1 milhões de notas e cupons<br />
fiscais arrecadados. A premiação do setor chegou a R$ 3,8 milhões, com destaque para:<br />
Obras Sociais Irmã Dulce 14,6 milhões de notas e cupons fiscais Premiação de 1 milhão e 46 mil reais<br />
Liga Baiana Contra o Câncer 12,4 milhões de notas e cupons fiscais Premiação de 898 mil reais<br />
Liga Álvaro Bahia Contra<br />
a Mortalidade Infantil<br />
3,5 milhões de notas e cupons fiscais Premiação de 308 mil reais<br />
Na área social, as entidades obtiveram no ano de 2010 uma premiação de R$ 4,9 milhões para 144,3 milhões<br />
de notas e cupons fiscais, com destaque para as seguintes instituições:<br />
Pastoral da Criança 8,2 milhões de notas e cupons fiscais Premiação de 262 mil reais<br />
Grupo de Apoio à Criança<br />
com Câncer<br />
Casa do Caminho –<br />
Pronto-Atendimento Espírita<br />
7,4 milhões de notas e cupons fiscais Premiação de 221 mil reais<br />
3,9 milhões de notas e cupons fiscais Premiação de 134 mil reais<br />
Os números de 2010 totalizaram 190,4 milhões de NF arrecadadas, para uma premiação de R$ 8,7 milhões.<br />
Fonte: PET - Bahia
ESTADO<br />
MANTÉM<br />
EQUILÍBRIO<br />
FISCAL E GARANTE<br />
INVESTIMENTOS<br />
A<br />
o analisar o desempenho fiscal do Estado da Bahia nos últimos<br />
quatro anos faz-se necessário levar em consideração<br />
que a atual gestão, iniciada em 2007, enfrentou, já em 2008, uma<br />
grave crise financeira, originada nos países desenvolvidos e com<br />
reflexos em todo o mundo. O ano seguinte transcorreu com<br />
franca redução da arrecadação e transferências constitucionais<br />
mas, apesar disso, as contas públicas mantiveram-se equilibradas<br />
durante todo o período, com o Estado apresentando resultados<br />
positivos a partir da política fiscal adotada.<br />
Entre 2006 e 2010, as despesas do Poder Executivo aumentaram<br />
cerca de 54,66%, passando da ordem de R$ 14,450 bilhões<br />
para R$ 22,349 bilhões em 2010. No período, merecem<br />
destaque o incremento dos gastos com pessoal, impulsionado<br />
pela implantação do piso de um salário mínimo e pelos reajustes<br />
assegurados ao servidor público quando das negociações<br />
realizadas em 2008 e concretizadas no início de 2009, e o aumento<br />
dos recursos aplicados em saúde e educação.<br />
Já em relação às receitas, o período registrou um incremento<br />
de 55,89 %, chegando a R$ 24,843 bilhões em 2010 contra<br />
R$ 15,935 bilhões em 2006.<br />
Houve também uma redução do resultado primário, passando<br />
de R$ 1,880 bilhão no primeiro ano para, aproximadamente,<br />
R$ 745 milhões de 2010. Este resultado decorre<br />
da decisão de, garantindo o pagamento da dívida, aumentar<br />
o volume de recursos aplicados em investimentos.<br />
Mesmo com este cenário, a relação entre a Dívida Consolidada<br />
Líquida (DCL) e a Receita Corrente Líquida (RCL)<br />
sempre esteve dentro do limite de endividamento estabele-<br />
DCL (Dívida Consolidada Líquida) corresponde ao saldo da dívida consolidada deduzidas as<br />
disponibilidades de caixa, as aplicações financeiras e os demais ativos financeiros. RCL (Receita<br />
Corrente Líquida) é o somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais,<br />
agropecuárias, industriais, de serviços, transferências correntes e outras receitas correntes (deduzidas<br />
as transferências constitucionais aos municípios, a contribuição dos segurados para o<br />
custeio de sistema de previdência e assistência social dos servidores, as receitas provenientes da<br />
compensação financeira entre os regimes de previdência social e o aporte ao FUNDEB).<br />
28
cido pela Resolução n° 40/01 do Senado Federal de a DCL<br />
não ultrapassar a razão de duas vezes o valor da RCL.<br />
No período 2007-2010, a relação DCL/RCL na Bahia passou<br />
da razão de 0,82 para 0,52. Este resultado satisfatório<br />
foi possível porque, graças aos mecanismos de controle e<br />
amortização das dívidas implementados pelo Estado, a DCL<br />
passou da ordem de R$ 10,371 bilhões para R$ 9,057 bilhões,<br />
ao passo que a RCL saltou de R$ 12,585 bilhões para<br />
R$ 17,373 bilhões, num incremento de 38%.<br />
Metas da LRF – Apesar do aumento dos gastos em alguns<br />
setores e a redução das receitas no último trimestre de 2008<br />
e no exercício de 2009, o Estado da Bahia em nenhum momento<br />
deixou de cumprir os limites impostos pela Lei Complementar<br />
n° 101, de maio de 2001, intitulada Lei de Responsabilidade<br />
Fiscal – LRF.<br />
Em relação aos gastos com saúde, a Emenda Constitucional<br />
nº 29 determina 12% da Receita Líquida de Impostos e<br />
Transferências Constitucionais como o limite mínimo a ser<br />
aplicado. Neste período, o menor percentual foi registrado<br />
em 2007, quando foram gastos R$ 1,353 bilhão em saúde,<br />
cerca de 12,71% da Receita Líquida de Impostos.<br />
Nos anos seguintes, o índice ficou em 12,84% (2008),<br />
13,89% (2009) e 13,77% (2010), quando o montante aplicado<br />
atingiu R$ 1,932 bilhão.<br />
No que tange aos gastos com educação, onde devem ser investidos<br />
pelo menos 25% da Receita Líquida de Impostos<br />
e Transferências Constitucionais, segundo a Constituição<br />
Federal de 1988, os percentuais oscilaram em torno de 27%<br />
no período, com os investimentos passando de R$ 2,879 bilhões<br />
em 2007 para R$ 3,734 bilhões em 2010.<br />
Pessoal – Já em relação às despesas com pessoal, a Lei de Responsabilidade<br />
Fiscal, em seu Artigo 19, estabelece o teto de 60% da<br />
Receita Corrente Líquida para ser gasto com despesas de pessoal.<br />
Detalhando este limite, o Artigo 20 da LRF determina os percentuais<br />
de 48,6% para o Executivo, 6% para o Judiciário, 3,4% para o<br />
Legislativo e 2% para o Ministério Público do Estado.<br />
Estes são os limites máximos, sendo que o Artigo 22 da LRF<br />
orienta a adoção de 95% destes índices como limite prudencial.<br />
Atingido este limite, o ente público deve tomar uma série<br />
de medidas para evitar que atinja o limite máximo. Caso<br />
atinja o limite máximo, há uma série de sanções e limitações<br />
previstas para que o gasto com pessoal volte a se enquadrar<br />
nos limites constitucionais.<br />
Ao longo dos quatro anos, os gastos com o servidor público<br />
permaneceram bem abaixo do limite máximo, atingindo o<br />
limite prudencial apenas em 2009, ano do agravamento da<br />
crise financeira internacional e consequente queda da arrecadação.<br />
Em valores monetários, as despesas com pessoal<br />
contabilizaram cerca de R$ 6,6 bilhões em 2007 (52,45%),<br />
R$ 7,5 bilhões em 2008 (52,96%), R$ 8,4 bilhões em 2009<br />
(57,19%) e R$ 9,1 bilhões em 2010 (52,54%).<br />
Ajuste Fiscal – Desde 1998, o Governo do Estado mantém,<br />
com o Governo Federal, o Programa de Reestruturação e<br />
Ajuste Fiscal – PAF que visa à manutenção do equilíbrio fiscal<br />
e da estabilidade macroeconômica.<br />
Com critérios, definições e metodologias de apuração, projeção e<br />
avaliação próprias, não seguindo os ditames da LRF, o PAF acompanha<br />
a execução orçamentária do Estado considerando os recursos<br />
do Tesouro Estadual e estabelece as metas para a dívida pública,<br />
o resultado primário, as despesas com pessoal, as receitas de<br />
arrecadação própria, outras despesas correntes e investimentos.<br />
O cumprimento das metas e compromissos de cada exercício<br />
é avaliado no ano subseqüente, quando também são<br />
determinadas as metas para o triênio seguinte. No período<br />
2007-2010 a Secretaria do Tesouro Nacional – STN, do Ministério<br />
da Fazenda, certificou o cumprimento das metas e<br />
compromissos estabelecidos.<br />
29
OPERAÇÕES<br />
DE CRÉDITO<br />
REFORÇAM<br />
PROGRAMAS<br />
GOVERNAMENTAIS<br />
Nos últimos quatro anos, a Bahia tem apresentado resultados positivos na<br />
sua política fiscal. No período, o governo estadual manteve o controle na<br />
relação entre as despesas e receitas, garantindo a redução da Dívida Consolidada<br />
Líquida (DCL) e respeitando os limites legais para os indicadores<br />
de crescimento, de gastos e de montante global de endividamento, além de<br />
cumprir as metas do Programa de Reestruturação e Ajuste Fiscal – PAF.<br />
Tal situação tem permitido ao Estado pleitear novos recursos<br />
mediante contratação de operações de crédito junto a agentes<br />
nacionais e internacionais para reforçar os recursos orçamentários,<br />
visando financiar os programas estratégicos e os investimentos<br />
necessários ao desenvolvimento econômico e social.<br />
Nesse processo, além de cumprir as exigências da Lei de<br />
Responsabilidade Fiscal – LRF, o Executivo estadual tem<br />
observado o Inciso I do Artigo 7º da Resolução do Senado<br />
Federal n° 43, de dezembro de 2001, que determina 16% da<br />
Receita Corrente Líquida (RCL) como limite do montante<br />
global das operações de crédito.<br />
Em 2007, os contratos firmados comprometeram<br />
1,27% da RCL, passando a 0,94% em 2008, 6,73% em<br />
2009 e 3,75% no ano passado, sendo que o aumento<br />
do comprometimento com as operações de crédito<br />
em 2009 deveu-se justamente por se tratar do ano de<br />
agravamento da crise internacional, quando a Bahia<br />
registrou uma grave crise na arrecadação, obrigando o<br />
Estado a contratar junto ao Banco Interamericano de<br />
Desenvolvimento – BID e ao Banco Nacional de Desenvolvimento<br />
Econômico e Social – BNDES para garantir<br />
que os investimentos em andamento não sofressem<br />
paralisações.<br />
30
Valores – No que se refere a valores monetários, entre 2007 e<br />
2010 o Estado recebeu recursos oriundos de operações de crédito<br />
junto a instituições nacionais e internacionais da ordem de<br />
R$ 1,93 bilhão. Deste montante, consolidaram-se como maiores<br />
credores o BID, com R$ 814,28 milhões, e o BNDES, com<br />
R$ 639,28 milhões, seguidos pelo Banco Internacional para Reconstrução<br />
e Desenvolvimento – BIRD (Banco Mundial), com<br />
R$ 233 milhões, e o Banco do Brasil – BB, com R$ 106 milhões.<br />
Vale destacar que o BID se firmou como grande credor do<br />
Estado da Bahia em 2009, quando, integrando os esforços<br />
para combate aos efeitos da crise financeira internacional,<br />
o Governo contratou junto à instituição US$ 409 milhões,<br />
liberados no mesmo ano, no âmbito do Programa de Consolidação<br />
do Equilíbrio Fiscal para o Desenvolvimento do<br />
Estado da Bahia – Proconfis.<br />
Quanto ao BNDES, embora não tendo nenhum contrato de<br />
crédito no primeiro biênio da atual gestão, o banco brasileiro<br />
financiou R$ 939 milhões, dentro do programa de ajuda<br />
federal aos Estados devido à crise financeira de 2008/2009,<br />
nas linhas de financiamento Programa Emergencial de Financiamento<br />
– PEF e BNDES/ESTADOS.<br />
Além desses financiamentos, o Governo do Estado firmou<br />
outras duas operações de crédito com o BNDES em 2010<br />
nos valores de R$ 323,63 milhões, para as obras da Arena<br />
Fonte Nova, através do programa Procopa Arenas, e R$ 9,9<br />
milhões para a modernização da Procuradoria Geral do Estado<br />
– PGE, por meio do Programa de Modernização das<br />
Administrações Estaduais – PMAE Gestão.<br />
Também foram garantidos, nos últimos quatro anos, novos créditos<br />
junto ao BIRD, nos valores de US$ 100 milhões para a manutenção<br />
de rodovia e US$ 30 milhões para o combate à pobreza<br />
rural através do programa Produzir III, e duas operações com a<br />
Caixa Econômica Federal nos valores de R$ 541,8 milhões para<br />
intervenções em mobilidade urbana e R$ 53 milhões para investimento<br />
em saneamento e habitação por meio do Promoradia.<br />
Investimentos anuais – Somando-se os recursos liberados a<br />
partir dos contratos firmados desde o primeiro ano da atual gestão<br />
e os repasses oriundos de contratações anteriores, a Bahia<br />
obteve financiamentos nacionais e internacionais da ordem<br />
de R$ 160,42 milhões em 2007, R$ 133,33 milhões em 2008,<br />
R$ 987,71 milhões em 2009 e R$ 652,24 milhões em 2010.<br />
Estes recursos, que financiaram investimentos e amenizaram<br />
os efeitos da crise financeira mundial no Estado, foram<br />
aplicados principalmente nos setores de segurança pública,<br />
saúde, saneamento, habitação, urbanismo, transporte, agricultura,<br />
comércio e serviços.
SETOR PRODUTIVO <strong>BA</strong>IANO<br />
RECEBEU MAIS DE R$ 1 BILHÃO<br />
<strong>DA</strong> DESEN<strong>BA</strong>HIA<br />
O<br />
setor produtivo baiano recebeu, entre 2007 e 2010, financiamentos<br />
no valor de R$ 1,032 bilhão, aprovados<br />
pela Agência de Fomento do Estado da Bahia – Desenbahia.<br />
Deste total, R$ 760,7 milhões foram destinados ao segmento<br />
de Comércio e Serviços, R$ 114,8 milhões ao Setor Rural,<br />
R$ 121,4 milhões para a Indústria, e R$ 35,5 milhões para o<br />
Setor Público.<br />
Em quatro anos, as operações de crédito alavancaram investimentos<br />
em torno de R$ 1,267 bilhão, resultando na manutenção<br />
ou geração de cerca de 122 mil postos de trabalho.<br />
A Agência tem por objetivo manter o foco nas políticas de<br />
apoio aos segmentos voltados à inclusão social e geração<br />
de renda e emprego, com prioridade para micro, pequenas<br />
e médias, e executar um programa de interiorização do crédito,<br />
visando a desconcentração das atividades econômicas.<br />
Assim, R$ 422,4 milhões foram direcionados para empresas<br />
localizadas fora da Região Metropolitana de Salvador, com<br />
apoio a mais de 52 mil negócios.<br />
A Desenbahia também financia projetos de maior porte que<br />
apresentem grande alcance econômico e social, caráter de<br />
inovação e diversificação da matriz produtiva. Daí sua participação<br />
em projetos de Parceria Público-privada – PPP<br />
como a construção da Arena Fonte Nova,com recursos de<br />
R$ 373,6 milhões, Hospital do Subúrbio (R$ 31 milhões) , e<br />
as obras do complexo rodoviário da estrada <strong>BA</strong>-093 (R$ 45<br />
milhões para o Consórcio Bahia Norte).<br />
A Agência também obteve êxito na cobrança de dívidas originadas<br />
de operações mal-sucedidas de gestões anteriores,<br />
recuperando, em quatro anos, um total R$ 106 milhões, que<br />
foram reinjetados na economia.<br />
O Fundo de Desenvolvimento Social e Econômico do Estado<br />
da Bahia – Fundese, administrado pela Desenbahia, destacou-se<br />
como principal fonte de recursos da Agência, participando<br />
com R$ 778,5 milhões, o que representa 75,4% das<br />
aprovações totais. Seguem-se repasses do BNDES, recursos<br />
próprios e FNE.<br />
A meta para 2011 é liberar financiamentos no montante de<br />
R$ 229,5 milhões, sendo R$ 124 milhões para o interior (dos<br />
quais R$ 64 milhões para a região do semiárido). Também<br />
está prevista a destinação de R$ 32 milhões para micro e<br />
pequenas empresas, R$ 32 milhões ao Protáxi e transporte<br />
escolar, e R$ 16 milhões para projetos de saneamento das<br />
prefeituras municipais.<br />
CREDI<strong>BA</strong>HIA ULTRAPASSA EM 2010<br />
MARCA DE R$ 100 MILHÕES<br />
O Programa de Microcrédito do Estado da Bahia – Credi-<br />
Bahia – atingiu no final de 2010 – em seus oito anos de existência<br />
– a marca histórica de R$ 108 milhões em empréstimos.<br />
Nos primeiros quatro anos (2002/2006) foram aplicados<br />
R$ 25,6 milhões, enquanto que nos quatro anos do atual governo<br />
(2007/2010) o valor quase triplicou, atingindo o total<br />
de R$ 82,4 milhões. O programa assinou mais de 70.267 contratos<br />
com microempresários e trabalhadores autônomos.<br />
Somente em 2010, o CrediBahia financiou R$ 28,9 milhões,<br />
com média de R$ 1,5 mil por empréstimo, o melhor desempenho<br />
desde sua criação. A meta para 2011 é liberar mais<br />
R$ 28 milhões, garantindo a expansão de pequenos negócios<br />
no interior da Bahia, já que o microcrédito é um instrumento<br />
comprovado de desenvolvimento econômico e social.<br />
34
Operado em parceria institucional entre a Secretaria do<br />
Trabalho, Emprego, Renda e Esporte – SETRE, Agência de<br />
Fomento do Estado da Bahia – Desenbahia, Sebrae/Bahia<br />
e prefeituras conveniadas, o CrediBahia está presente em<br />
mais de 150 cidades. Seus agentes de crédito monitoram<br />
as atividades produtivas e estimulam o empreendedorismo<br />
no Estado.<br />
Os principais beneficiados são vendedores autônomos, feirantes<br />
e costureiras, que investem na compra de produtos e<br />
insumos necessários às suas atividades profissionais. O CrediBahia<br />
financia também a compra de equipamentos e máquinas,<br />
além da reforma e ampliação das instalações físicas<br />
do pequeno empreendedor.<br />
R$ 373 MILHÕES PARA<br />
A ARENA FONTE NOVA<br />
A Desenbahia aprovou financiamento de R$ 373,6 milhões<br />
(R$ 50 milhões para a demolição e R$ 323,6 para construção)<br />
para a Fonte Nova Negócios e Participações S.A. – FNP,<br />
controlada pelas construtoras OAS e Odebrecht, empresa<br />
vencedora da licitação para a construção do novo estádio da<br />
Fonte Nova, que será um dos principais palcos da Copa do<br />
Mundo de 2014 e terá capacidade de receber, com toda comodidade,<br />
50.273 espectadores. O investimento total é de<br />
R$ 591 milhões.<br />
O financiamento é adicional ao destinado pelo BNB e o<br />
aporte das empresas acionistas, completando a equação financeira<br />
que viabilizará a Arena Fonte Nova. Os recursos<br />
são originários de financiamento entre o Estado da Bahia e o<br />
BNDES, através do Programa BNDES ProCopa Arenas.<br />
Desde que a Fifa confirmou Salvador como uma das 12 cidades-sede<br />
da Copa 2014, os estudos realizados pelo governo<br />
baiano concluíram que a melhor alternativa para a construção<br />
do novo estádio seria uma Parceria Público-Privada –<br />
PPP, na modalidade concessão administrativa, com prazo de<br />
vigência de 35 anos.<br />
Esse modelo estipula que o parceiro privado é o responsável<br />
pela construção e operação da Nova Fonte Nova,<br />
enquanto que a Administração Pública pagará a ele uma<br />
contra-prestação pecuniária.<br />
OBRAS EM AN<strong>DA</strong>MENTO<br />
As obras da Arena Fonte Nova seguem o cronograma traçado.<br />
À implosão do anel superior, em 29 de agosto de 2010, seguiu-<br />
-se o processamento de todo o concreto dentro do próprio<br />
canteiro de obras, com aproveitamento de quase 100% do<br />
material, agora utilizado na terraplanagem, etapa prestes a ser<br />
concluída. A expectativa é de o estádio estar pronto para os<br />
jogos da Copa das Confederações, em junho de 2013.<br />
A Arena Fonte Nova vai revitalizar a região do Jardim Bahiano,<br />
Joana Angélica, Brotas, Nazaré e todo o centro antigo da<br />
cidade. Outro aspecto importante é a geração de emprego<br />
– no ápice da obra, a expectativa de absorção é de até 1.500<br />
trabalhadores da construção civil.<br />
A Arena Fonte Nova, palco da Copa 2014, será multiuso,<br />
com capacidade para receber 50 mil pessoas em assentos<br />
cobertos, 70 camarotes, restaurante panorâmico, museu do<br />
futebol, lojas, centro de negócios e mais de 1.900 vagas de<br />
estacionamento.<br />
35
GOVERNO DO ESTADO<br />
DEMONSTRA RESPEITO<br />
COM O PAGAMENTO<br />
DE PRECATÓRIOS<br />
A<br />
Constituição Federal de 1988 e o Código de Processo<br />
Civil brasileiro determinam que toda pessoa física ou<br />
jurídica que entre com ação judicial contra o poder público,<br />
seja a União, Estados ou Municípios, e obtenham ganho de<br />
causa após transitado em julgado, tenham suas dívidas integradas<br />
no rol dos precatórios, que devem ser pagos<br />
pela Fazenda Pública. Entretanto, historicamente,<br />
muitas instâncias federativas<br />
do país não se empenham na<br />
quitação destas pendências jurídicas<br />
e as dívidas acabam se<br />
perpetuando, muitas vezes,<br />
por décadas.<br />
Na Bahia, esta realidade vem<br />
mudando desde 2007, quando,<br />
em uma atuação conjunta,<br />
a Procuradoria Geral do Estado<br />
– PGE e a Secretaria da Fazenda –<br />
SEFAZ, por meio da Superintendência<br />
de Administração Financeira – SAF, o<br />
Tribunal de Justiça da Bahia – TJ e o Tribunal<br />
Regional do Trabalho – TRT, criaram um núcleo de conciliação<br />
para negociar o pagamento dos precatórios, observando-se<br />
as possibilidades financeiras do Estado e as necessidades dos<br />
credores que tinham ações julgadas pelo Tribunal de Justiça da<br />
Bahia e pelo Tribunal Regional do Trabalho e pelo Tribunal Regional<br />
Federal – TRF.<br />
O primeiro passo neste processo foi a revisão de todos os cálculos,<br />
algo extremamente necessário diante do tempo das dívidas – algumas<br />
já se arrastavam há mais de 20 anos – e das várias mudanças<br />
monetárias, situação agravada com os altos índices inflacionários<br />
que marcaram o Brasil em décadas anteriores, quando chegou-se<br />
a registrar altas de 80% ao mês, como nos anos 1980.<br />
Entre os anos de 2007 e 2009, esta<br />
iniciativa do Governo do Estado,<br />
consolidada pela portaria<br />
PGE nº 91/2007, resultou<br />
na negociação de aproximadamente<br />
R$ 444 milhões,<br />
que, após os novos cálculos<br />
e as negociações junto aos<br />
advogados dos exequentes<br />
das dívidas, proporcionou à<br />
Fazenda estadual quitar parte<br />
dos precatórios com o desembolso<br />
de R$ 196 milhões, representando<br />
um deságio médio de 56%. Vale<br />
ressaltar que neste período foram beneficiados<br />
2.753 credores.<br />
Emenda – Contudo, em dezembro de 2009, com a promulgação<br />
da Emenda Constitucional nº. 62, que alterou o artigo 100 da<br />
Constituição Federal, que estabelece as regras para o pagamento<br />
dos precatórios, as negociações foram temporariamente suspensas.<br />
36
Diante das determinações da EC nº. 62, o Estado da Bahia<br />
instituiu o Decreto nº. 11.995, de 5 de março de 2010, optando<br />
por quitar a dívida em 15 anos, pagando no primeiro<br />
ano (2010) o equivalente a 1/15 do estoque de precatórios,<br />
que representa cerca de R$ 1,3 bilhão, conforme demonstrativo<br />
encaminhado pelo Tribunal de Justiça com os<br />
valores consolidados de todos os Tribunais.<br />
Desta forma, em 2010, o pagamento de precatórios totalizou<br />
cerca de R$ 100 milhões, efetuados por meio de depósito<br />
nas contas abertas pelo Tribunal de Justiça da Bahia,<br />
responsável pela definição dos credores a terem suas dívidas<br />
quitadas.<br />
Destaques – Entre os acordos firmados pelo núcleo de conciliação<br />
merecem destaque as negociações estabelecidas para quitar<br />
precatórios alimentícios junto ao Departamento de Infraestrutura<br />
de Transportes da Bahia – Derba, no valor de R$ 37,9 milhões,<br />
à Universidade Estadual de Santa Cruz – Uesc, no valor<br />
de R$ 70,9 mil, e à Administração Direta, com um montante<br />
superior a R$ 100 milhões. Todos estes acordos foram firmados<br />
com o Tribunal de Justiça da Bahia.<br />
Já com o Tribunal Regional do Trabalho, vale ressaltar as decisões<br />
homologadas para pagamento de precatórios da Uesc, no<br />
valor de R$ 235,8 mil, da Superintendência de Desenvolvimento<br />
Industrial e Comercial – Sudic, no valor de R$ 4,6 milhões,<br />
e, ainda, os acordos para quitar R$ 45,3 milhões de dívidas do<br />
antigo Instituto de Pesos e Medidas da Bahia e R$ 115 mil para<br />
equacionar precatórios dos servidores do Instituto de Radiodifusão<br />
do Estado da Bahia – Irdeb.<br />
A concretização desses acordos demonstra o empenho do governo<br />
estadual em resolver suas pendências financeiras e judiciais,<br />
resgatando a credibilidade dos negócios realizados pelo<br />
Estado e proporcionando tranqüilidade e transparência na relação<br />
entre os poderes Executivo e Judiciário, rompendo a tradição<br />
de descaso perante as decisões judiciais na Bahia.<br />
37
MOBILI<strong>DA</strong>DE UR<strong>BA</strong>NA<br />
PARCERIA PÚBLICO-PRIVA<strong>DA</strong><br />
GARANTIRÁ A CONSTRUÇÃO<br />
DO METRÔ DE SALVADOR<br />
Depois de doze anos de uma longa novela, finalmente,<br />
Salvador vai entrar para o grupo das cidades que contam<br />
com um sistema de transporte urbano moderno e eficiente.<br />
No começo de agosto o governo do estado se responsabilizou<br />
por comandar a construção de parte do metrô da terceira<br />
capital mais populosa do país, com cerca de cinco milhões de<br />
habitantes (RMS). O equipamento ligará o Acesso Norte ao<br />
município de Lauro de Freitas, o que representa 22 quilômetros<br />
de extensão, além do alívio de boa parte da população da<br />
cidade que usa o transporte público para se locomover.<br />
O projeto de construção do metrô passou a ser prioridade<br />
da secretaria-executiva do Programa de PPP do governo<br />
baiano, comandada pela Secretaria da Fazenda, e já ganhou<br />
o apoio de entidades ligadas ao setor, a exemplo, do<br />
Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia<br />
da Bahia – Crea, da Associação dos Engenheiros Ferroviários<br />
da Leste Brasileiro, da Associação Brasileira dos<br />
Engenheiros Civis, do Instituto dos Arquitetos do Brasil,<br />
do Clube de Engenharia da Bahia e do Departamento de<br />
Transportes da Ufba.
Para o secretário-executivo<br />
do Programa de PPP do governo<br />
baiano, Rogério Princhak,<br />
a saída encontrada pelo<br />
governo do estado para a<br />
construção do equipamento<br />
é a garantia de que, desta vez,<br />
a obra será concluída rapidamente.<br />
“Todo o investimento<br />
para a construção será de responsabilidade<br />
da iniciativa<br />
privada. Somente com a conclusão<br />
da obra, a empresa responsável<br />
será ressarcida pelo<br />
governo; logo, é de total interesse<br />
da empresa concluir a<br />
obra o mais rápido possível”,<br />
explica Princhak.<br />
O secretário-executivo do Programa de PPP da Bahia tem<br />
bons motivos para fazer tal afirmação. A partir de 2009, a<br />
Bahia passou a se destacar no que diz respeito à condução<br />
dos projetos de Parceria Público-Privadas – PPP. As intervenções<br />
realizadas no estado através deste novo modelo têm<br />
uma característica em comum: prezam pela qualidade nos<br />
serviços oferecidos à população.<br />
A Bahia já tem algumas obras conduzidas através deste<br />
novo modelo de parceria, entre elas, a ampliação do sistema<br />
viário <strong>BA</strong>-093, localizado na Região Metropolitana de<br />
Salvador – RMS; a construção e gestão do novo Hospital<br />
do Subúrbio; e a construção da nova arena da Fonte Nova.<br />
O que diferencia a administração desses projetos, entre outras<br />
características, é a transversalidade. Além da coordenação da<br />
SEFAZ, o processo de estruturação, implementação e gestão<br />
tem a participação direta da Casa Civil, da Secretaria do Planejamento<br />
– SEPLAN, da Procuradoria Geral do Estado – PGE<br />
e, a depender do tipo do projeto, ainda conta com o envolvimento<br />
de outras secretarias e órgãos estaduais.<br />
“Sempre procuramos atuar em conjunto com as equipes<br />
das secretarias responsáveis pelo projeto. Procuramos<br />
também responder a determinadas questões fundamentais,<br />
no que tange à contabilização das contrapartidas<br />
das PPPs”, explica o secretário-executivo do Programa<br />
de PPP e auditor fiscal da Secretaria da Fazenda, Rogério<br />
Princhak.<br />
Outro aspecto importante é o fato das parcerias serem firmadas<br />
com organismos multilaterais e órgãos do governo<br />
federal. Como exemplo, tem-se o convênio celebrado entre<br />
a SEFAZ, SEPLAN e o Ministério do Planejamento para<br />
que, em conjunto com o BNDES, sejam realizados os estudos<br />
de viabilidade da plataforma logística de Juazeiro, outro<br />
projeto de PPP em andamento no estado.<br />
39
ENTEN<strong>DA</strong> O QUE É PPP<br />
Constituídos e geridos em parceria pela iniciativa pública<br />
e empresas particulares, os projetos de PPP se diferenciam<br />
por representarem a realização de uma iniciativa de interesse<br />
geral e serem desenvolvidos sob a responsabilidade compartilhada<br />
do poder público e iniciativa privada.<br />
As PPPs surgem como uma forma diferenciada de contratação,<br />
porque envolvem, além da construção, reforma ou melhora da<br />
infraestrutura estatal, sua manutenção por um prazo longo.<br />
No Brasil, a definição dada à Parceria Público-Privada caminha<br />
na direção de um conceito jurídico, entendendo-a como<br />
um contrato administrativo de concessão, nas modalidades<br />
patrocinada ou administrativa. A concessão patrocinada de<br />
serviços públicos ou de obras envolve a necessidade de complementação<br />
à tarifa cobrada do usuário com uma contraprestação<br />
do parceiro público ao parceiro privado. Na concessão<br />
administrativa, a própria Administração Pública é a<br />
usuária do serviço prestado pelo parceiro privado. Nos contratos<br />
de PPPs o prazo de vigência deve ser compatível com<br />
a amortização dos investimentos, não podendo ser inferior a<br />
cinco, nem superior a 35 anos.<br />
PPP NA <strong>BA</strong>HIA<br />
A Bahia conseguiu sair na frente dos demais estados do Nordeste<br />
no que diz respeito a este tipo de parceria ao resolver<br />
dois problemas básicos. O primeiro, a elaboração dos estudos<br />
de viabilidade, superado através de convênio com o<br />
BNDES, Banco Mundial e BID. O outro desafio vencido<br />
diz respeito ao sistema de garantia ao privado, solucionado<br />
com a colaboração da Procuradoria Geral do Estado<br />
– PGE, através de um sistema de fluxo de pagamentos, separando<br />
12% do montante repassado a título de Fundo de<br />
Participação dos Estados – FPE.<br />
A excelência na administração dos projetos de PPP trouxe à<br />
Bahia representantes de outros estados, a exemplo do Maranhão,<br />
que no início de agosto enviou à capital baiana alguns<br />
de seus gestores que vieram conhecer o Hospital do Subúrbio<br />
e as obras de construção do sistema viário <strong>BA</strong>-093 e do<br />
novo estádio da Fonte Nova.<br />
Na Bahia, o Programa de Parcerias Público-Privadas, instituído<br />
em 2004, traz grandes semelhanças com o adotado pelo<br />
governo federal, mas distingue-se ao propor mecanismos<br />
para não comprometer o equilíbrio fiscal do Estado. É que,<br />
enquanto a lei federal estabelece um limite de até 1% da Receita<br />
Corrente Líquida – RCL da União para investimentos<br />
em ações derivadas das PPPs, a lei estadual definiu como teto<br />
máximo o percentual de 5% dos recursos estaduais.<br />
Assim, o Estado expande sua capacidade nessa modalidade<br />
de investimento já que, de acordo com as normas federais e<br />
com as projeções de investimentos, o governo baiano atingirá<br />
o teto máximo federal em 2013, chegando àquele ano a in-<br />
40
vestimentos iguais a 0,99% da RCL (projetada em R$ 20,261<br />
bilhões). Com o percentual estabelecido pela lei baiana – de<br />
5% da RCL – o governo ganha mais fôlego para mais investimentos<br />
sem perder o controle dessas ações.<br />
“O programa baiano cria um marco legal destinado a promover<br />
a atração de investimentos privados em projetos de<br />
reconhecido interesse para provimento da necessidade do<br />
Estado, com o compromisso de preservar o nível de rigor fiscal<br />
hoje praticado”, afirma Rogério Princhak.<br />
PPP DE DESTAQUE NA <strong>BA</strong>HIA<br />
Um hospital modelo e a nova arena esportiva que sediará os<br />
jogos da Copa do Mundo em 2014. Estas obras, além da recém<br />
iniciativa de construção da etapa do metrô que passará<br />
pela Avenida Paralela, são as principais investidas do Governo<br />
do Estado no modelo de Parcerias Público-Privadas. Conheça<br />
um pouco mais dessas obras, abaixo:<br />
Hospital do Subúrbio – Inaugurado em setembro de 2010, o<br />
Hospital do Subúrbio é a primeira obra social do país oriunda<br />
de uma Parceria Pública Privada – PPP. Gerido pelo consórcio<br />
Promédica-Dalkia, tem equipamentos de primeira linha<br />
e sistema e estrutura completamente diferentes dos demais<br />
hospitais públicos. O consórcio é o responsável pela gestão do<br />
centro médico pelos próximos dez anos e terá que investir no<br />
equipamento e manter a estrutura de atendimento.<br />
O acordo entre o Governo do Estado e o consórcio prevê<br />
aplicação de multas e até mesmo rompimento do contrato<br />
em caso de descumprimento das cláusulas. Entre as metas<br />
estão índices de mortalidade e infecções hospitalares,<br />
bem como qualidade no atendimento, que será feito 100%<br />
pelo SUS. A fiscalização da atuação da empresa responsável<br />
pelo hospital é de responsabilidade da Secretaria de<br />
Saúde do Estado – Sesab.<br />
Nova Fonte Nova – O contrato de Parceria Público-Privada<br />
– PPP entre o governo do estado e a concessionária<br />
Nova Fonte Nova Negócios e Participações – responsável<br />
pela operação da nova arena – foi firmado em<br />
janeiro de 2010.<br />
Em maio, o projeto arquitetônico do estádio foi aprovado<br />
pela Fifa. A partir daí, o governo do estado deu continuidade<br />
ao processo que fará com que Salvador, uma das<br />
sedes da Copa 2014, passe a ter um estádio moderno,<br />
construído para oferecer as condições necessárias à realização<br />
dos jogos.<br />
A obra prevê um investimento no valor de R$ 591 milhões.<br />
Deste montante, R$ 323 milhões são do Fundo de<br />
Desenvolvimento Social e Econômico – Fundese/Agência<br />
de Fomento do Estado da Bahia – Desenbahia, pelo<br />
BNDES, conforme acordo firmado em setembro de 2010<br />
entre a SEFAZ e a Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda<br />
e Esporte – SETRE.<br />
41
TRANSPARÊNCIA<br />
É AÇÃO PRIORITÁRIA NA <strong>BA</strong>HIA<br />
Em uma sociedade democrática<br />
e federativa como a<br />
brasileira, os membros do poder<br />
público são, em sentido amplo,<br />
subordinados aos interesses da<br />
população, com cada gestor devendo<br />
atuar como servidor da<br />
sociedade como um todo. No<br />
caso do poder Executivo, esta<br />
responsabilidade é ainda maior,<br />
por ser o responsável pela gestão<br />
do dinheiro público, recursos<br />
arrecadados por meio dos tributos<br />
pagos pelos cidadãos para<br />
compor o caixa desta coletividade,<br />
que deve ser gerida da melhor forma possível em prol do<br />
bem- estar de todos.<br />
Apesar disso, alguns gestores lidam com tais recursos como<br />
se não devessem prestar contas sociedade, o que implica, infelizmente,<br />
em mau uso dos bens coletivos.<br />
Ciente de que gerir o dinheiro público de forma transparente,<br />
com total disponibilização dos dados referentes às receitas e<br />
despesas, mais do que uma demanda da sociedade é uma necessidade<br />
para se garantir a real democracia, o governo estadual<br />
mantém no site da Secretaria da Fazenda – SEFAZ na internet<br />
(www.sefaz.ba.gov.br) uma série de informações e relatórios<br />
sobre a gestão dos recursos públicos, inclusive os relacionados<br />
à Lei Complementar nº 101/2000, a Lei de Responsabilidade<br />
Fiscal – LRF. Além disso, e principalmente, todos os gastos do<br />
Estado estão disponibilizados aos cidadãos no Portal Transparência<br />
Bahia, que também integra<br />
o site da SEFAZ.<br />
Lançado no dia 1º de agosto<br />
de 2007, o Transparência<br />
Bahia, desde então, contabiliza<br />
uma média mensal de três<br />
mil acessos e representa um<br />
marco na história baiana, ainda<br />
mais quando lembramos<br />
que, até quatro anos atrás, o<br />
acesso às contas do Executivo<br />
estadual era tema de severas<br />
discussões entre as bancadas<br />
de oposição e de apoio ao<br />
governo na Assembléia Legislativa da Bahia.<br />
Com o portal, o governo não só atendeu a uma demanda dos<br />
parlamentares baianos como extrapolou a discussão prévia,<br />
inaugurando um novo momento na Bahia ao estabelecer o<br />
diálogo constante com a sociedade, disponibilizando os gastos<br />
públicos de forma clara e simples, não sendo necessário<br />
que o cidadão entenda de contabilidade ou de economia<br />
para ter acesso às informações.<br />
Sendo constante fonte de matérias elaboradas pela imprensa,<br />
em seu permanente papel fiscalizador, o Transparência Bahia<br />
disponibiliza os dados da execução orçamentária e fiscal,<br />
com o detalhamento dos gastos por meio de quadros, tabelas<br />
e gráficos sobre Receitas e Despesas (Correntes e de Capital),<br />
Gastos com Saúde e Educação, Fundo de Previdência e<br />
Plano de Saúde do Servidor (FUNPREV/ <strong>BA</strong>PREV e PLAN-<br />
42
SERV), além dos Limites da LRF. Tudo isto amparado por elementos<br />
de interação e orientação ao internauta como Manual<br />
de Navegação, Glossário e um Fale Conosco por e-mail.<br />
Atualizado diariamente, o portal possibilita ainda que prefeituras<br />
e Organizações Não Governamentais – ONGs que assinaram<br />
convênios com o Governo possam emitir certidões<br />
de adimplência e, caso estejam inadimplentes, consultem suas<br />
situações e recebam orientações para sanar as pendências.<br />
Inovações – Estruturado em módulos, inclusive o Senha Aberta,<br />
que permite ao usuário pesquisar os pagamentos efetuados<br />
pelo Estado da Bahia com o uso de filtros em relação ao órgão<br />
pagador, entidade recebedora, período de contratação e, até<br />
mesmo, o extrato do empenho de pagamento, o Portal Transparência<br />
Bahia está em sua terceira fase de aperfeiçoamento.<br />
O gestor do Transparência Bahia, Antônio Rocha, destaca<br />
que uma das metas é o maior detalhamento das compras,<br />
chegando-se ao valor unitário de cada item adquirido junto a<br />
um fornecedor ou cada serviço prestado por alguma empresa.<br />
“O cidadão poderá saber quanto o Estado pagou por um<br />
garrafão de água ou um toner de impressora, assim como o<br />
valor real de uma obra por exemplo, o que garantirá o melhor<br />
uso do dinheiro público e, também, servirá para que empresários<br />
que desejem se tornar fornecedores ou prestadores de<br />
serviços ao Estado sondem a concorrência, balizando suas<br />
propostas a partir dos preços praticados”.<br />
Rocha salienta ainda que a expectativa é o aumento do<br />
número de acessos a partir das inovações que estão sendo<br />
incorporadas ao portal. “Estamos trabalhando uma nova<br />
cultura na Bahia e, para isso, contamos com o Programa de<br />
Educação Tributária – PET, que tem orientado os professores<br />
a incorporar temas relacionados à contabilidade pública<br />
em suas disciplinas”, afirma. O secretário da Fazenda, Carlos<br />
Martins, ressalta que “a transparência na gestão é um caminho<br />
sem volta. A sociedade não aceitará retrocessos por parte<br />
de outros gestores”. Afinal, prestar contas à população não<br />
é um ato de generosidade por parte do Governo e, sim, um<br />
direito fundamental à democracia.<br />
REALIZAÇÕES 2007- 2010<br />
Buscando aprimorar a gestão financeira do Estado, oferecendo<br />
informações de melhor qualidade e com mais agilidade<br />
para a tomada de decisão, foram implementadas no período<br />
de 2007 a 2010 as seguintes ações:<br />
g Conciliação eletrônica da arrecadação do ICMS (parcela<br />
pertencente ao Estado)<br />
g Integração Sigat/Sicof concernente a transferência de IPVA<br />
para Municípios<br />
g Início de negociação com o BIRD para reestruturação da<br />
dívida<br />
g Participação na captação de recursos para a realização da<br />
Copa (Mobilidade Urbana e Contrato de Arena)<br />
g Transparência Bahia<br />
g Automação dos Relatórios da LRF<br />
g Sistema de Apropriação de Custo Público – ACP (emissão<br />
de relatórios para gestão de custos)<br />
g Implantação do Cartão de Pagamento reduzindo o custo<br />
dos adiantamentos<br />
g Pagamento eletrônico por meio de Leitura Ótica<br />
g Descentralização da Declaração do Imposto de Renda Retido<br />
na Fonte – DIRF<br />
g Implantação da Cédula de Crédito<br />
g Sistema de Contabilidade do Funprev<br />
g Manual de Encerramento do Exercício<br />
g Transferência das contas bancárias, movimentação financeira<br />
e centralização da arrecadação para o Banco do Brasil<br />
g Criação do Fundo Exclusivo do Governo do Estado da<br />
Bahia para aplicação<br />
g Remuneração do Saldo da Conta de Distribuição do ICMS<br />
aos Municípios<br />
g Implantação da GER-DI em substituição a GER<br />
g Acordos de Precatórios<br />
g Início da customização do Sistema Integrado de Planejamento,<br />
Contabilidade e Finanças – Fiplan para atender à<br />
Nova Contabilidade Aplicada ao Setor Público – NCASP<br />
g Desenvolvimento de sistema para gestão da Arrecadação<br />
das Receitas não Tributárias<br />
g A SAF que a Gente Quer – projeto abrangendo relações interpessoais<br />
e planejamento de uma nova Superintendência<br />
de Administração Financeira<br />
g Curso de Pós-graduação em Administração Financeira Governamental<br />
43
NOVO SISTEMA<br />
INTEGRADO<br />
Planejamento, Orçamento,<br />
Finanças e Contabilidade –<br />
FIPLAN<br />
ESTADO<br />
MODERNIZA<br />
SISTEMA DE GESTÃO
Aprimorar a aplicação do dinheiro público, garantindo-se<br />
a plena integração entre o planejamento e<br />
a execução orçamentária e financeira é um dos grandes<br />
desafios da gestão pública. Diante disto, o Governo do<br />
Estado identificou a necessidade de aperfeiçoar os seus<br />
sistemas informatizados de gestão, visando assegurar a<br />
eficiência e a eficácia dos seus programas, com redução<br />
dos gastos e otimização dos esforços, o que resultou na<br />
aquisição e customização do novo Sistema Integrado de<br />
Planejamento, Orçamento, Finanças e Contabilidade do<br />
Estado, denominado Fiplan.<br />
Como ressalta o titular da Superintendência de Administração<br />
Financeira – SAF da SEFAZ, Olintho José de<br />
Oliveira, os sistemas em uso foram implantados há mais<br />
de 15 anos e, hoje, já não suprem as necessidades atuais e<br />
muito menos têm condições de atender às demandas das<br />
novas Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao<br />
Setor Público. Tais normas são uma determinação da Secretaria<br />
do Tesouro Nacional – STN e visam a convergência<br />
aos padrões internacionais, com a incorporação das<br />
dimensões patrimoniais nas demonstrações contábeis.<br />
Operação – O superintendente destaca ainda que justamente<br />
devido a esta mudança das normas, o Fiplan somente<br />
entrará em operação em todas as estruturas do<br />
Executivo Estadual em 2013. “Quando o governo adquiriu<br />
o novo sistema ainda não havia a definição pela nova<br />
contabilidade, então tivemos que repensar o sistema<br />
todo”, relembra, salientando que a operação do FIPLAN<br />
começará em 2012 com a elaboração do orçamento anual<br />
de 2013, concomitantemente com o SIPLAN e SICOF,<br />
estando implantado em sua totalidade em janeiro de<br />
2013. “A idéia é trabalharmos a Lei de Diretrizes Orçamentárias<br />
– LDO e a Lei Orçamentária Anual – LOA de<br />
2013 em paralelo nos atuais e no novo sistema no próximo<br />
ano, para em 2013 completarmos toda a migração”,<br />
explica Olintho.<br />
Criado pelo Governo do Mato Grosso e disponibilizado<br />
para o Estado da Bahia por meio de Convênio de Cooperação<br />
Técnica, em 2009, o novo sistema permitirá<br />
um melhor monitoramento e controle da execução física<br />
e financeira das ações governamentais, integrando<br />
em uma única plataforma os conteúdos e procedimentos<br />
dos atuais Sistema de Planejamento e Execução Orçamentária<br />
– Siplan e Sistema de Informações Contábeis<br />
e Financeiras – Sicof.<br />
Atualmente, o novo sistema está em processo de finalização<br />
da customização, realizada por técnicos e gestores<br />
da SEFAZ juntamente com a Secretaria de Planejamento<br />
– SEPLAN e a Companhia de Processamento de Dados<br />
do Estado da Bahia – Prodeb, a partir dos códigos fontes e<br />
documentação repassados pelo Governo de Mato Grosso.<br />
Em 2011 serão concluídos os módulos de planejamento,<br />
orçamento e monitoração, e, em 2012, os módulos de finanças<br />
e contabilidade.<br />
A SAF fechou também contrato de consultoria contábil<br />
com o professor João Fortes, que irá estruturar o Novo<br />
Plano de Contas e preparar os Grupos de Lançamentos<br />
que serão incorporados ao sistema Fiplan, baseados nos<br />
conceitos da nova Contabilidade para o Setor Público. O<br />
novo modelo é uma exigência da Secretaria do Tesouro<br />
Nacional – STN e deverá ser incorporado por todos os<br />
estados e municípios brasileiros.<br />
CONVÊNIOS E CONTRATOS<br />
Além do Fiplan, a gestão estadual possui outra importante<br />
ferramenta que visa criar condições para o maior controle<br />
e melhor qualidade do gasto público: o Sistema de Infor-<br />
45
mações Gerenciais de Convênios e Contratos – Sicon, que<br />
tem como finalidade preservar o equilíbrio econômico e a<br />
eficiência operacional dos diversos órgãos e entidades da<br />
administração pública, inclusive das empresas públicas e<br />
sociedades de economia mista dependentes.<br />
Com o objetivo de disponibilizar às secretarias e aos seus<br />
diversos outros órgãos, empresas, autarquias,fundações,<br />
fundos e unidades, informações sobre a situação dos<br />
convênios e contratos celebrados com órgãos municipais<br />
e outras entidades públicas e privadas, o sistema<br />
traz dados sobre adimplência, cumprimento de obrigações<br />
financeiras e/ou tributárias e outras cláusulas contratuais.<br />
Segundo o gestor do Sicon, Antônio Silva Rocha, a SEFAZ<br />
atende diariamente inúmeros gestores municipais, “orientando-os<br />
quanto a sua situação no sistema e os encaminhando aos<br />
diversos órgãos estaduais para regularização da sua situação”.<br />
Rocha destaca ainda que, caso ocorram pendências no sistema,<br />
os convênios vigentes não poderão ter continuidade, assim<br />
como ficarão impossibilitados novos convênios.<br />
Com o SICON passaram a ser observados e controlados,<br />
dentre outros, os seguintes pontos: a existência de débitos<br />
referentes a empresas estatais e a concessionárias de<br />
serviços públicos, débitos referentes a tributos estaduais e<br />
irregularidades na prestação de contas ou a não realização<br />
da prestação de contas em tempo hábil.<br />
QUALI<strong>DA</strong>DE DO GASTO PÚBLICO<br />
Tendo como um dos objetivos a qualidade do gasto público, o Sistema de Apropriação de Custos Públicos<br />
– ACP vem sendo largamente disseminado no Estado através de treinamentos de 12 horas para mais de<br />
300 servidores e mais de 20 secretarias. Também foram feitas várias apresentações do sistema, com destaque<br />
para o Congresso Internacional de Custos realizado pela ESAF, em Brasília – DF, em 2010; III Fórum<br />
de Controle do Estado – TCE, em 2008, e Congresso sobre Gestão de Custos na Administração Pública,<br />
a convite do Superior Tribunal de Justiça, em 2007. Foi organizado ainda o seminário Sistema ACP e Programa<br />
Compromisso Bahia, realizado conjuntamente pela SEFAZ e Secretaria de Administração – SAEB.<br />
O ACP vem sendo aperfeiçoado através de implementações de novas versões – a exemplo da 4.3.0 (2007),<br />
5.0.0 e 6.0.0 (2008) e 7.0.0 (2009) –, de recadastramento de Gestores Setoriais e de elaboração de Cartilha<br />
para uso gerencial das informações de custo.<br />
A partir de 2011 será iniciado um projeto para disseminação da cultura de gestão de custos no Estado. Este<br />
projeto pretende, no primeiro momento, criar um piloto como teste e a partir da experiência, implantar<br />
nas várias secretarias, dando prioridade àquelas com maior volume de gastos, a saber, Secretaria da Saúde,<br />
Secretaria da Educação e Secretaria da Segurança Pública.<br />
46
CONSEF<br />
REFERÊNCIA DE AUTONOMIA<br />
E QUALI<strong>DA</strong>DE TÉCNICA<br />
O<br />
Conselho de Fazenda Estadual da Bahia – Consef Bahia<br />
realiza o julgamento de autos de infração referentes a tributos<br />
não recolhidos pelos contribuintes e que se transformam<br />
em processos administrativos fiscais. Ao longo dos últimos quatro<br />
anos, o Consef tem buscado integrar-se aos diversos setores<br />
da SEFAZ por meio de encontros periódicos visando azeitar a<br />
engrenagem do estado e dar maior agilidade aos processos.<br />
Apesar de o trabalho do Consef estar focado no julgamento de<br />
autos de infração, procura-se atuar não apenas como instância<br />
retificadora em cada lançamento de ofício. A ação do Conselho<br />
visa qualificar a ação dos Auditores Fiscais e Agentes de Tributos.<br />
Tem-se avançado na difusão interna da forma correta de<br />
proceder às autuações trabalhando de forma preventiva para<br />
minimizar erros futuros.<br />
“Fazemos uma espécie de controle de qualidade do trabalho da<br />
SEFAZ”, afirma Denise Andrade, que deixou no mês de setembro<br />
de 2011 a presidência do Consef e teve como substituto o<br />
auditor fiscal Rubens Bezerra Soares. De acordo com ela, uma<br />
das iniciativas importantes, já em andamento, é a implantação<br />
do software Motor de Busca, já usado por tribunais do poder judiciário,<br />
dentro do Consef. O programa vai facilitar a busca de<br />
jurisprudências administrativas e dar mais celeridade aos processos<br />
administrativos em julgamento. O Motor de Busca foi<br />
adquirido e está em fase final de implantação.<br />
reiteradamente num determinado sentido, não adianta insistir<br />
em efetuar autuações em direção diversa”, observa Andrade.<br />
Na gestão da presidente Denise, iniciada em 2007, houve a reativação<br />
de mais uma Junta de Julgamento com vistas a agilizar a<br />
entrada de crédito quando a Fazenda Pública Estadual é vencedora<br />
dos processos administrativos (bem como reduzir o prazo<br />
de tramitação processual). Outra iniciativa implantada por essa<br />
gestão tem agilizado os julgamentos de processos: matérias de<br />
mesmo teor e referentes às mesmas empresas são votadas em<br />
sessões temáticas, em bloco. O julgamento de matérias de modo<br />
intensivo facilita a presença dos contribuintes, que não precisam<br />
comparecer ao Conselho caso a caso (um em cada dia), e dão celeridade<br />
aos processos. Em 2010, foram julgados 3.069 processos,<br />
transitando pelo Conselho matérias que somadas chegaram a<br />
R$ 1,775 bilhão transitados pelo colegiado.<br />
Outro elemento característico dessa administração é o intercâmbio<br />
constante com órgãos de julgamento administrativo tributário de<br />
outros estados. Destacam-se as visitas de servidores de Minas Gerais<br />
e Santa Catarina ao Conselho baiano que serviram para ampliar<br />
a troca de informações entre os estados. O resultado foi interessante<br />
para todos os estados que puderam acolher novos procedimentos<br />
e partilhar boas práticas oriundas das suas regiões. “Sem dúvida, o<br />
Consef da Bahia é uma referência para outros estados”, informa Valtércio<br />
Serpa Júnior, auditor fiscal e assessor da Presidência.<br />
“As decisões deste Conselho subsidiam o Secretário da Fazenda,<br />
a Superintendência de Administração Tributária e a Diretoria de<br />
Tributação com informações capazes de levar a uma regulamentação<br />
dos procedimentos de fiscalização. Se o Conselho aponta<br />
“Não sofremos pressão política, o atual secretário faz questão de<br />
que trabalhemos com autonomia e cautela. Em suma, o Conselho<br />
tem uma atuação independente, com eficiência e respeitabilidade<br />
técnica”, conclui Denise Andrade.<br />
47
CI<strong>DA</strong>DÃOS MAIS PRÓXIMOS <strong>DA</strong> SEFAZ<br />
Os serviços oferecidos no estado precisam estar onde as<br />
pessoas estão, criando facilidades para o cidadão. Este<br />
é o objetivo do <strong>Sefaz</strong> Digital, uma iniciativa de aproximação<br />
da <strong>Sefaz</strong> com os contribuintes e a sociedade em geral.<br />
Os contribuintes do Estado passaram a ter, a partir de 2008,<br />
mais uma facilidade para acessar os serviços da SEFAZ sem<br />
precisar deslocar-se até um dos municípios-sede das Inspetorias<br />
Fazendárias. Graças à parceria com a Secretaria de<br />
Ciência, Tecnologia e Inovação – SECTI tem-se ampliado<br />
a capacidade de atendimento on-line aos contribuintes através<br />
dos Centros Digitais de Cidadania – CDCs.<br />
Os CDCs estão espalhados por todo o estado, abertos, gratuitamente,<br />
para qualquer cidadão. O Projeto, intitulado<br />
“Inspetoria Virtual” consiste em preparar os monitores dos<br />
CDCs para atuar como orientadores dos contribuintes no<br />
acesso aos serviços da SEFAZ na web.<br />
Já foram treinados 861 monitores, de 387 CDCs em 202 municípios,<br />
estando estes preparados para o atendimento ao público,<br />
com previsão de expansão até o final do ano de 2011. “Queremos,<br />
com o <strong>Sefaz</strong> Digital, possibilitar ao contribuinte, ao produtor<br />
rural, ao cidadão comum e ao microempreendedor individual<br />
maior facilidade de acesso aos serviços da Secretaria via<br />
internet”, explica o secretário da Fazenda, Carlos Martins. Essa<br />
parceria revela-se inteligente porque lança mão de estruturas já<br />
existentes e agrega novos serviços com menor investimento.<br />
Atendimento<br />
ao cidadão<br />
Seguindo as diretrizes do Governo Wagner, de transparência das<br />
ações e modernização do serviço público, a cada ano a SEFAZ<br />
tem buscado aperfeiçoar as ações desenvolvidas que tem como<br />
objetivo promover a boa interlocução com o cidadão. Assim,<br />
48
nos últimos anos, os serviços de atendimento e esclarecimento ao<br />
cidadão têm recebido incrementos tecnológicos que tem facilitado<br />
o acesso do contribuinte às informações relativas ao fisco estadual.<br />
localizados em Salvador, Santo Antônio de Jesus, Brumado, Irecê,<br />
Juazeiro, Senhor do Bonfim, Feira de Santana, Jacobina, Porto Seguro,<br />
Camaçari, Lauro de Freitas e Barreiras.<br />
As ferramentas facilitadoras do contato do cidadão com a SEFAZ<br />
vão desde o atendimento pessoal, através das unidades instaladas<br />
nos postos do Serviço de Atendimento ao Cidadão – SAC, até as<br />
ferramentas disponíveis para a consulta de informações específicas.<br />
Nos últimos quatro anos, os serviços disponíveis no site da Secretaria<br />
da Fazenda pularam de 103 para 113. Já os postos do SAC<br />
contam com 16 unidades da <strong>Sefaz</strong>. Os postos beneficiados estão<br />
O empenho em melhorar a linha de comunicação entre<br />
a SEFAZ e o cidadão rendeu à Secretaria da Fazenda,<br />
por quatro anos consecutivos (entre 2005 e 2009), o prêmio<br />
Consumidor Moderno de Excelência em Serviços ao<br />
Cliente, realizado pela revista Consumidor Moderno. A<br />
SEFAZ foi vencedora na categoria Serviço Público Estadual<br />
e teve como base de análise os serviços de call center e o email<br />
faleconosco@sefaz.ba.gov.br.<br />
Os serviços oferecidos<br />
no estado precisam<br />
estar onde as pessoas<br />
estão, criando<br />
facilidades para o<br />
cidadão. Este é o<br />
objetivo do<br />
<strong>Sefaz</strong> Digital.<br />
Serviços <strong>Sefaz</strong><br />
Contatos<br />
Site <strong>Sefaz</strong>*<br />
www.sefaz.ba.gov.br<br />
E-mail <strong>Sefaz</strong><br />
faleconosco@sefaz.ba.gov.br<br />
Call center 0800 0710071<br />
* Estão disponíveis no site 113 serviços, a exemplo da Declaração do Programa Desenvolve e do<br />
Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e).<br />
49
AGE<br />
CONTROLE<br />
INTERNO EM<br />
BENEFÍCIO <strong>DA</strong><br />
POPULAÇÃO<br />
O<br />
Governo do Estado da Bahia possui em sua estrutura<br />
26 secretarias, sendo que muitas delas são integradas<br />
por outros órgãos e entidades, como autarquias, fundações<br />
e empresas públicas, o que contabiliza, no âmbito da administração<br />
estadual, um total de 90 organizações subdivididas<br />
em 16 fundos especiais e 403 unidades gestoras. Este é o universo<br />
de atuação da Auditoria Geral do Estado – AGE, ente<br />
da Secretaria da Fazenda responsável pelo controle interno<br />
do Poder Executivo baiano.<br />
Para desempenhar seu papel e atingir o objetivo de assegurar<br />
a efetiva aplicação dos recursos públicos em benefício da<br />
sociedade, a AGE, que ainda tem a atribuição de fiscalizar<br />
todos os convênios e repasses feitos a entidades não governamentais<br />
e governamentais, como prefeituras, realiza um<br />
minucioso planejamento. De acordo com auditora-geral<br />
do Estado, Mírian Guerreiro de Freitas, este processo toma<br />
como base a metodologia de planejamento baseada em risco<br />
(risk assessment), que possibilita direcionar os trabalhos para<br />
as áreas consideradas prioritárias e relevantes, mediante análise<br />
conjugada e comparativa dos fatores de risco.<br />
“Para estabelecer os critérios a serem seguidos no planejamento,<br />
utilizamos algumas variáveis como a materialidade,<br />
ou seja, o montante de recursos envolvidos nos contratos, as<br />
áreas de risco, com a identificação dos órgãos e ações que<br />
historicamente já apresentaram problemas, o tempo decorrido<br />
desde a última auditoria em um determinado órgão e,<br />
ainda, os órgãos responsáveis pelas ações prioritárias do governo”,<br />
explica Mírian, acrescentando que a atuação também<br />
ocorre a partir das demandas dos gestores e das denúncias<br />
que chegam à AGE.<br />
50
Segundo a auditora-geral, além da programação cotidiana,<br />
o órgão tem concentrado esforços no acompanhamento<br />
das ações e projetos direcionados para a Copa<br />
do Mundo de Futebol e às Parcerias Público-Privadas<br />
– PPPs realizadas pelo governo estadual. No que tange<br />
à Copa 2014, estão sendo orientadas as ações propostas<br />
pelo Grupo de Transparência e Controle Interno instituído<br />
pelo Governo do Estado e coordenado pela própria<br />
AGE, visando ao acompanhamento e controle do uso<br />
dos recursos públicos.<br />
Já em relação às parcerias, além da elaboração do Manual<br />
de Controle e Fiscalização das PPPs, foi criado um<br />
núcleo específico para esta área, que, tem como ação<br />
prioritária monitorar a fiscalização exercida pelos órgãos<br />
responsáveis e o cumprimento pelos concessionários<br />
das obrigações previstas. Neste quesito, merecem<br />
destaque as análises realizadas nas licitações e contratos<br />
da nova Arena Fonte Nova e Hospital do Subúrbio,<br />
além de concessões como o Sistema Viário da Rodovia<br />
<strong>BA</strong>–093 e dos Centros de Convenções de Salvador,<br />
Ilhéus e Porto Seguro. Nesse trabalho tem-se priorizado<br />
uma ação de orientação e auditoria.<br />
PREVENÇÃO<br />
Agora, o acompanhamento tem como objetivo prevenir os erros”,<br />
afirma.<br />
A auditora-geral destaca que esta nova “filosofia”<br />
resgata o papel dos gestores como protagonistas da<br />
fiscalização. “Os gestores têm que ter a consciência<br />
de que o controle primário é deles. Para isso, estamos<br />
orientando-os desde a elaboração dos editais. Se cada<br />
gestor melhorar seu controle, já vai impedir que vários<br />
problemas aconteçam, evitando o efeito ‘bola de<br />
neve’. Dessa forma, eliminamos, pelo menos, as falhas<br />
por falta de conhecimento, o que não ocorre pela má<br />
fé, pelo dolo”, diz.<br />
Esta prática preventiva está sendo aplicada, inclusive, nos<br />
projetos de PPPs em relação à análise de editais e termos referenciais<br />
para a elaboração de novas concessões.<br />
ENCAMINHAMENTO<br />
Buscando maior efetividade nos trabalhos de auditoria, após<br />
a conclusão dos trabalhos, relatórios são expedidos aos órgãos<br />
e/ou entidades auditadas e ao Tribunal de Contas do<br />
Estado para correção de procedimentos e/ou apuração de<br />
fatos e responsáveis.<br />
Em seu monitoramento, a AGE está implementando a prática de<br />
controle concomitante e preventivo. “Em todo o mundo, o controle<br />
interno não é mais apenas posterior. Tem-se que realizar<br />
a análise e fiscalização durante todo o processo de contratação,<br />
desde a elaboração dos editais até a finalização e pagamento das<br />
obras ou serviços, para que os procedimentos sejam corrigidos<br />
antes mesmo que ocorra algum erro, alguma falha”, afirma Mírian,<br />
ressaltando que o Estado está passando por modificações<br />
efetivas neste setor. “Estamos implementando uma mudança de<br />
filosofia. Antes, deixava-se fazer e, depois, com a auditoria, ia-se<br />
lá e dizia: ‘vocês não verificaram este ou aquele ponto no contrato’,<br />
mas o fato já havia ocorrido, a falha já estava consumada.<br />
Além disso, quando identificadas práticas ilícitas ou utilização<br />
de recursos públicos de forma fraudulenta os relatórios de auditoria<br />
também são encaminhados à Procuradoria Geral do Estado<br />
e recomenda-se, após a devida apuração de responsabilidade,<br />
envio ao Ministério Público Estadual, quando constatados<br />
indícios de improbidade administrativa e atos lesivos ao erário<br />
praticados por agentes públicos.<br />
“A gente faz recomendações, apontamos o prejuízo causado,<br />
mensuramos o dano. Não cabe à AGE apontar se são atos de<br />
má fé. Indicamos o fato, sua causa e consequência”, explica<br />
Míriam de Freitas.<br />
51
REDE DE CONTROLE<br />
Instituída na Bahia, em 2009, a Rede Nacional de Controle<br />
da Gestão Pública, da qual a AGE faz parte, tem como objetivo<br />
aumentar a efetividade da fiscalização e do controle<br />
da gestão dos recursos públicos. Também cabe à Rede<br />
conferir maior celeridade e eficiência ao intercâmbio de informações<br />
e aos procedimentos e processos que envolvam<br />
a proteção do patrimônio público e a defesa da probidade<br />
administrativa.<br />
Parceria entre órgãos e instituições que fiscalizam o uso de<br />
recursos públicos, a Rede é voltada à atuação estratégica<br />
e coordenada para coibir a prática da corrupção. Além de<br />
assumir o compromisso de cooperar nas ações de fiscalização<br />
dos recursos públicos, os órgãos compartilham informações<br />
e documentos, inclusive por meio eletrônico, para<br />
alimentar bancos de dados e desencadear atividades de investigação,<br />
próprias ou conjuntas.<br />
Outra ação de relevância da AGE refere-se à elaboração de<br />
Orientações Técnicas, espécie de cartilhas voltadas para os<br />
gestores estaduais. A primeira delas, já disponível no site da<br />
SEFAZ, é a Orientação sobre Obras e Serviços de Engenharia,<br />
e está em fase de finalização a publicação voltada<br />
para licitações.<br />
DESAFIOS E METAS<br />
O controle interno estadual tem como desafio para os<br />
próximos anos a implantação, na Bahia, do Observatório<br />
da Despesa Pública – ODP. Escolhido como um dos estados<br />
para implantação do projeto piloto, ao lado de Santa<br />
Catarina, o observatório visa à transparência na utilização<br />
dos recursos, tornando-se uma espécie de “malha fina” dos<br />
processos inerentes às despesas, do empenho à execução<br />
da ordem bancária, com foco na prevenção e no controle<br />
interno.<br />
O ODP é a unidade de produção de informações estratégicas<br />
para a Controladoria-Geral da União e tem como principal<br />
objetivo a antecipação de situações para encaminhamento<br />
preventivo de soluções por meio do monitoramento<br />
CONTROLE SOCIAL<br />
Com o objetivo de promover a participação da sociedade civil no acompanhamento e<br />
controle da gestão pública e de fortalecer a interação entre sociedade e governo, a Auditoria<br />
Geral está coordenando a realização da 1ª Conferência Estadual sobre Transparência<br />
e Controle Social – 1ª Consocial. Esse evento, programado para o primeiro<br />
trimestre de 2012, inclui o incentivo à realização de conferências municipais e integra<br />
a etapa preparatória para o encaminhamento das propostas e eleição dos delegados<br />
que representarão a Bahia na Conferência Nacional, que ocorrerá entre os dias 18 e<br />
20 de maio de 2012, coordenada pela Controladoria-Geral da União.<br />
52
e da construção de conhecimento que subsidiem a tomada<br />
de decisão dos gestores públicos com foco na gestão dos<br />
processos de controle interno.<br />
O ODP é uma proposta inovadora, baseada em estatística avançada<br />
e em soluções sofisticadas de tecnologia da informação<br />
que gera informações sistematizadas e com atualização periódica,<br />
por meio do monitoramento e da retroalimentação constante<br />
advindas dos dados dos trabalhos realizados com base em<br />
seus alarmes, proporcionando à administração pública, acesso<br />
a informações analíticas consolidadas sobre a qualidade do gasto<br />
público – com o uso de indicadores de risco.<br />
OPERAÇÃO JALECO BRANCO<br />
Deflagrada em novembro de 2007, a Operação Jaleco Branco, a cargo do Ministério<br />
Público Federal e da Polícia Federal, foi consequência das auditorias realizadas<br />
nos contratos com empresas de limpeza e vigilância que prestavam serviço<br />
ao Estado em que foram apuradas irregularidades na licitação e recebimentos<br />
indevidos, face ao descumprimento de obrigações contratuais, que totalizaram<br />
R$ 37,1 milhões, além das auditorias realizadas nos contratos firmados entre a<br />
Secretaria da Saúde e a Cooperativa Médica, com valor médio mensal de R$ 5,5<br />
milhões, onde foram identificados registros de plantões fictícios, sobrepreço cobrado<br />
indevidamente em torno de 20% do valor contratado, alcançando cerca de<br />
R$ 1,1 milhão por mês.<br />
53
QUALIFICAÇÃO, CAPACITAÇÃO E<br />
VALORIZAÇÃO<br />
DE PESSOAL
O<br />
Programa de Desenvolvimento Gerencial surgiu<br />
com o objetivo de promover a capacitação e qualificação<br />
dos servidores da Fazenda com base nas mudanças<br />
provocadas pelas novas tecnologias e levando em consideração<br />
a gestão de pessoal.<br />
Durante todo o ano de 2010 e por todo o primeiro semestre<br />
de 2011, a Universidade Corporativa do Serviço<br />
Público – UCS e a Fundação Dom Cabral, de Minas Gerais,<br />
desenvolveram um intenso trabalho de capacitação<br />
com 378 gestores da SEFAZ, desde a alta direção até os<br />
gestores intermediários.<br />
Foram 160 horas de atividades, o que corresponde à<br />
carga horária de um curso de extensão. Durante esse<br />
período foram tratados temas estratégicos para a<br />
SEFAZ: gestão estratégica, de conhecimento, de processos,<br />
de performance, auto-conhecimento e liderança<br />
e temas relacionados a inovação.<br />
O PDG tornou-se o marco da atual gestão na área de capacitação<br />
e representa, não<br />
só uma mudança na qualificação<br />
profissional, mas uma<br />
mudança de desempenho,<br />
com base na gestão estratégica<br />
de pessoas. O objetivo<br />
era que a SEFAZ chegasse<br />
a uma forma própria de gerenciamento,<br />
levando em<br />
conta diretrizes exigidas<br />
pelo mercado atual, que requer<br />
de um gestor, além do<br />
conhecimento específico da<br />
determinada área de atuação,<br />
experiências mais amplas<br />
no trato com pessoas.<br />
Os gestores de equipes agora<br />
são multiplicadores de uma<br />
mudança de atitude e de ponto de vista, com o objetivo de<br />
promover a melhoria na qualidade do atendimento oferecido<br />
pelos funcionários da secretaria. “O PDG permitiu aos<br />
gestores compreender os processos principais, as tecnologias,<br />
como desenvolver uma gestão democrática, com uma<br />
visão mais transversal e que funcione bem para melhor<br />
atender ao público, já que a principal meta da administração<br />
pública é o cidadão”, avalia Jorge Wilton, superintendente<br />
de Desenvolvimento da Gestão Fazendária.<br />
Capacitação – A Secretaria da Fazenda realizou uma série<br />
de cursos internos, destinados aos servidores das diferentes<br />
áreas fazendárias e da área financeira do Estado da Bahia. Ao<br />
todo foram realizados duzentos eventos de capacitação, que<br />
tiveram a participação de cerca de cinco mil funcionários.<br />
Foram mais de quatro mil horas de trabalho voltadas para a<br />
valorização e o desenvolvimento dos servidores.<br />
Entre estes cursos, um se destaca, o curso de Especialização<br />
em Administração Financeira Governamental, ministrado<br />
pela Universidade Federal da Bahia – Ufba. Através dele, a<br />
55
SEFAZ promoveu a melhoria dos padrões de qualidade da gestão<br />
financeira do Estado, garantindo a capacitação e o desenvolvimento<br />
profissional dos servidores da área financeira, tanto da<br />
SEFAZ quanto de outras secretarias e órgãos do Estado.<br />
UCS – Outro fator de extrema importância para que, finalmente<br />
a associação que o tripé qualificação profissional, valorização do<br />
servidor e melhor atendimento ao cidadão saia do papel e se torne<br />
realidade na administração pública baiana, foi o novo direcionamento<br />
dado às ações da Universidade Corporativa do Serviço<br />
Público – UCS.<br />
Com o papel de criar condições para o desenvolvimento da carreira<br />
do servidor da SEFAZ, a UCS se destacou, entre outras atividades,<br />
no processo de condução do Programa de Desenvolvimento<br />
Gerencial – PDG, ação que busca promover a qualificação<br />
profissional entre os servidores da Fazenda com base na gestão<br />
estratégica de pessoas.<br />
Vinculada à Superintendência de Desenvolvimento da Gestão<br />
Fazendária – SGF, a UCS promove ações de desenvolvimento<br />
e capacitação tanto através de cursos presenciais quanto<br />
a distância, por teleconferências ou pela rede web, além de<br />
atividades em outros estados. Composta por seis gerências,<br />
a universidade corporativa ganhou destaque e importância<br />
na gestão do secretário Carlos Martins. A instituição foi modernizada,<br />
recebeu novos equipamentos e passou a atuar<br />
com base num projeto pedagógico específico que desenvolve<br />
ações com vistas para a estruturação interna da SEFAZ.<br />
“Também foi inserida em nossas ações a cultura da avaliação.<br />
Passamos a fazer avaliações de reação, pedagógica, do instrutor<br />
e avaliação do impacto da capacitação”, enfatiza Sandra<br />
Costa, que em agosto deixou a direção da UCS para integrar<br />
o grupo de trabalho para a implantação do redesenho da Superintendência<br />
de Administração Tributária – SAT. O novo<br />
diretor da Universidade Corporativa é o auditor fiscal Jefferson<br />
Martins Carvalho.<br />
Entre os anos de 2007 e 2010 foram oferecidos 639 eventos<br />
que contribuíram para a capacitação de cerca de 21 mil servidores,<br />
totalizando mais de 12 mil horas/aula. Já no primeiro<br />
semestre de 2011, a UCS contabiliza uma centena de eventos<br />
de capacitação. Todas as atividades realizadas têm como<br />
meta desenvolver as habilidades profissionais específicas dos<br />
56
servidores, por isso os cursos oferecidos circundam nas áreas<br />
da Administração, Economia e Finanças; Direito e Legislação;<br />
Tecnologia da Informação; Controle, Auditoria e Fiscalização;<br />
e Conhecimentos Gerais, Habilidades e Atitudes.<br />
“Gradualmente, desde a sua criação, a UCS <strong>Sefaz</strong> tem se<br />
distanciado do modelo tradicional de ‘treinamento e desenvolvimento’,<br />
onde o foco estava na transmissão de conteúdo<br />
aos servidores, com impacto apenas incidental nos<br />
objetivos e metas da organização. Hoje, integrando treinamento,<br />
desenvolvimento na carreira, administração do<br />
conhecimento, desenvolvimento organizacional, gerência<br />
dos processos de mudança e empregando diferentes técnicas<br />
que vão desde treinamentos presenciais na UCS ou<br />
nos locais de trabalho e treinamentos em ambiente virtual,<br />
contribuímos claramente para os resultados da SEFAZ”, explica<br />
Jefferson Carvalho.<br />
Além dos cursos técnicos, a UCS também possibilita a realização,<br />
pelos servidores, de cursos de pós-graduação que,<br />
para terem a chancela do Ministério da Educação, são realizados<br />
em parceria com outras instituições de ensino de nível<br />
superior da rede pública e privada, a exemplo da Ufba, Uneb<br />
e Unifacs, além de instituições de outros estados.<br />
Com atuação cada vez mais dinâmica e participativa, sempre<br />
com o objetivo de contribuir para a implantação de processos<br />
com a preocupação na gestão de pessoas, a UCS vive de<br />
superar desafios. Os próximos são dar continuidade ao PDG<br />
para que os gestores assumam seu papel de forma mais orientada,<br />
com capacidade para o uso das ferramentas disponíveis,<br />
e assim se chegue ao objetivo final: o aperfeiçoamento<br />
do atendimento à sociedade.<br />
Outro sério desafio é construir programas de modernização<br />
para as demais áreas, a exemplo da financeira – que vai<br />
exigir capacitação específica dos servidores da área, devido<br />
à adoção de um novo sistema de trabalho, o Fiplan – e da<br />
área de arrecadação, já que a Superintendência de Administração<br />
Tributária – SAT está passando por uma fase de<br />
redesenho de processos.<br />
Mais especificamente, outro grande desafio da Universidade<br />
Corporativa é encontrar formas, para além da Educação<br />
a Distância (EAD), de promover a capacitação dos fazendários<br />
que atuam no interior do estado. “A capacitação de forma<br />
localizada é a nossa meta. Ao invés de trazermos o servidor<br />
para a capital, queremos encontrar formas de desenvolver<br />
núcleos da UCS no interior”, revela Sandra Costa.
INTEGRAÇÃO<br />
QUE GERA<br />
QUALI<strong>DA</strong>DE DE VI<strong>DA</strong><br />
NO TRA<strong>BA</strong>LHO<br />
Na busca por uma melhor qualidade<br />
de vida dos seus funcionários, a<br />
SEFAZ, desde 2002, tem buscado<br />
incentivar as atividades realizadas<br />
pelo Núcleo de Desenvolvimento<br />
do Ser Humano – NDSH.
Entrar no espaço onde funciona o Núcleo de Desenvolvimento do Ser<br />
Humano é uma experiência bem diferente do que se imagina de uma<br />
repartição pública. No lugar de computadores e pastas de processos, encontram-se<br />
maca, cadeira de massagem e colchonetes para exercícios físicos. O<br />
cantinho, que nos últimos anos triplicou de tamanho, é reservado para a meditação<br />
e outras atividades semelhantes – a exemplo da ioga, de aulas de teatro<br />
e canto, ginástica laboral, para a aplicação de florais, acupuntura e sessões de<br />
reiki e massoterapia. Tudo que contribua para o bem-estar e maior integração<br />
dos servidores da SEFAZ é bem-vindo.<br />
Foi a partir da gestão do secretário Carlos Martins que<br />
o NDSH ganhou novo status a ponto de ser reclassificado<br />
no organograma da SEFAZ e, atualmente, se reporta<br />
à Superintendência de Desenvolvimento da Gestão Fazendária.<br />
A mudança permitiu a ampliação do número<br />
de integrantes da equipe, que hoje conta com 17 pessoas,<br />
além dos quatro estagiários e de ter representação<br />
nas três diretorias de Administração Tributária – <strong>DA</strong>T<br />
Sul (em Vitória da Conquista), <strong>DA</strong>T Norte (Feira de<br />
Santana) e <strong>DA</strong>T Metro (na Região Metropolitana de<br />
Salvador), – além da sede, em Salvador.<br />
Gerido de forma moderna, o setor da <strong>Sefaz</strong> que apoia e<br />
promove ações de qualidade de vida tem dado conta do<br />
recado graças à colaboração dos próprios servidores. São<br />
eles os monitores dos muitos serviços oferecidos pelo<br />
Núcleo. “Buscamos identificar nossos colaboradores no<br />
quadro da própria secretaria. Assim, facilitamos a integração<br />
entre os servidores e colaboramos com o desenvolvimento<br />
dos diversos talentos aqui existentes”, destacou<br />
Tina Pamponet, coordenadora do NDSH.<br />
O servidor Lucílio Bernardes, funcionário público<br />
há 29 anos, também é formado em jornalismo e já<br />
trabalhou em postos fiscais como agente de tributos,<br />
mas foi através do teatro que encontrou a forma mais<br />
agradável de colaborar com a SEFAZ. Ele é um dos<br />
integrantes do NDSH. “Acredito que a maior importância<br />
do Núcleo é promover a qualidade de vida no<br />
trabalho e a integração entre os colegas”, disse Lucílio,<br />
que após passar dois anos estudando direção<br />
teatral em São Paulo, retornou a Salvador e, atualmente,<br />
é responsável pelo grupo de teatro formado<br />
por colegas de secretaria.<br />
Ações – Como a proposta de trabalho do Núcleo de Desenvolvimento<br />
do Ser Humano é promover o bem-estar<br />
dos funcionários da SEFAZ, por meio de ações preventivas<br />
e educativas para melhoria da saúde integral dos funcionários,<br />
em alguns casos cabe ao NDSH a tarefa de encaminhar<br />
o servidor para o serviço especializado. “Realizamos o<br />
acolhimento, o encaminhamento e o acompanhamento de<br />
cada caso”, ressalta a coordenadora Tina Pamponet.<br />
59
Outra ação de destaque do Núcleo é o Projeto Aposentados<br />
e Aposentandos – PREPARE-SE SEFAZ, desenvolvendo<br />
oficinas para elaboração de Projeto de Vida, palestras<br />
sobre diversos temas de interesse, dentre eles direito previdenciário,<br />
educação financeira, saúde e qualidade de vida.<br />
O programa Integra SEFAZ também faz sucesso entre os<br />
funcionários. Através dele, o Núcleo promove mostra de<br />
talentos, apresentações teatrais, exposições fotográficas e<br />
de artesanato. Essas ações buscam promover a integração,<br />
através do exercício da criatividade.<br />
Parcerias externas – O Núcleo de Desenvolvimento<br />
do Ser Humano também realiza atividades em parceria<br />
com outras instituições. Com a Fundação de Hematologia<br />
e Hemoterapia da Bahia – Hemoba,<br />
desenvolve frequentemente campanhas de doação<br />
de sangue entre os servidores da SEFAZ.<br />
“Esta e outras ações do<br />
Núcleo buscam no seu<br />
conjunto a valorização<br />
do servidor e a melhoria<br />
do ambiente organizacional”<br />
Outro forte parceiro é a Confederação Nacional<br />
dos Transportes que, através do Sest/Senat, desenvolve<br />
ações de melhoria da qualidade de vida<br />
e responsabilidade social nas estradas baianas em<br />
colaboração com o Núcleo. Um deles é o Projeto<br />
Momento Saúde, voltado para os cerca de 600 servidores<br />
dos postos fiscais, rodoviários e motoristas<br />
de caminhão. A ação inclui procedimentos médicos,<br />
odontológicos, psicológicos e nutricionais.<br />
Outro projeto desenvolvido com o Sest/Senat é o<br />
Programa Despoluir, que faz a medição de gases poluentes<br />
liberados pelos caminhões e ônibus nas estradas.<br />
A ação, de caráter ambiental, também orienta<br />
os caminhoneiros e motoristas de ônibus para a<br />
melhor maneira de solucionar o problema. “Esta e<br />
outras ações do Núcleo buscam no seu conjunto a<br />
valorização do servidor e a melhoria do ambiente<br />
organizacional com responsabilidade social”, sintetiza<br />
Tina Pamponet.<br />
60
INVESTIR EM EQUIPAMENTOS<br />
É FUN<strong>DA</strong>MENTAL PARA BOM<br />
<strong>DESEMPENHO</strong> DOS SERVIDORES<br />
Diante do minucioso trabalho desenvolvido para melhorar<br />
a qualificação profissional dos seus servidores, aliado à<br />
aderência aos novos conceitos de gestão que vêm sendo adotados<br />
na atualidade, a Secretaria da Fazenda vem desenvolvendo<br />
ações de modernização tecnológica com vistas à substituição<br />
dos equipamentos obsoletos ou desgastados pelo tempo de uso.<br />
Desse modo, foi necessária a substituição de parte dos equipamentos<br />
usados, tanto os utilizados nas atividades internas quanto<br />
no trabalho desempenhado na fiscalização externa. Assim, em<br />
2010, foi realizada a distribuição de cem novos veículos entre as<br />
unidades da <strong>Sefaz</strong>. A quantidade de automóveis definida para<br />
cada unidade levou em conta a necessidade de substituição dos<br />
carros danificados ou com mais de dez anos de uso.<br />
As unidades móveis de fiscalização também receberam novas<br />
ferramentas. Foram distribuídos entre os servidores do<br />
fisco um total de 180 novos equipamentos, entre notebooks<br />
e modens. Além de oferecerem melhores condições de trabalho,<br />
as aquisições dos equipamentos modernizaram a fiscalização<br />
no trânsito de mercadorias e aprimoraram o serviço<br />
de combate à sonegação fiscal.<br />
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dos funcionários da nossa secretaria”, salienta Geraldo<br />
Trípodi, diretor-geral da <strong>Sefaz</strong>.<br />
Apesar das mudanças para melhorar as condições de<br />
trabalho, os dirigentes da <strong>Sefaz</strong> sabem que ainda falta<br />
muito a fazer, pois as necessidades são ilimitadas e a<br />
capacidade orçamentária e financeira para execução das<br />
ações é limitada, já que depende da manutenção do equilíbrio<br />
fiscal do Estado. A Fazenda Estadual, como outros<br />
órgãos públicos, tem ainda deficiências a serem tratadas,<br />
desde infraestrutura até questões culturais. “Mesmo<br />
diante desta realidade estamos atentos às necessidades<br />
e alertas para colaborar com a qualificação profissional<br />
Redução de gastos – Desligar o computador na hora do almoço,<br />
apagar as luzes dos sanitários e das salas ao final do<br />
expediente, informar vazamentos de água em descargas ou<br />
torneiras. Ações simples que replicadas por centenas de<br />
servidores podem representar considerável economia aos<br />
cofres públicos. Um bom exemplo ocorrido na <strong>Sefaz</strong> foi a<br />
adoção do processo de recarga de cartuchos para impressoras.<br />
“Após implantada essa iniciativa, em cerca de cinco anos<br />
reduziram-se os gastos com este insumo em, aproximadamente,<br />
R$ 1,5 milhão”, revela o diretor-geral.<br />
A mudança de atitude não é algo tão simples, já que envolve<br />
hábitos culturais. É um trabalho de longo prazo,<br />
porém, o diretor geral da secretaria não desanima. Entre<br />
tantos desafios que tem pela frente, cita a intenção de<br />
implantar projetos semelhantes. “Primordialmente, seria<br />
fazer com que cada servidor estivesse motivado a contribuir<br />
com ideias e sugestões para melhoria dos resultados<br />
da organização”, almeja Trípodi.<br />
“Com essa iniciativa,<br />
a cada ano, reduzimos<br />
os gastos com material<br />
em R$ 1,5 milhão”<br />
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